“Seja por todos honrado o matrimônio”
1. Por que foi apropriado que se escrevesse Hebreus 13:4 próximo ao fim da carta de Paulo?
O TEOR da carta inteira do apóstolo Paulo aos hebreus visa fortalecer o povo de Deus para que não recaia nos caminhos pecaminosos do mundo que abandonamos. Portanto por bom motivo ele inseriu perto do fim da sua carta esta admoestação, “Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula. Porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros.” (Heb. 13:4, So) Escreveu-se esta carta diretamente aos cristãos hebreus. Tinham sido favorecidos, tendo o benefício da lei mosaica com seus mandamentos contra a imoralidade, tais como, “Não adulterarás,” “Não cobiçarás a mulher do teu próximo.” Mas durante os séculos da era cristã, a boa nova foi pregada a todas as nações e povos, inclusive aos que não se sujeitam à lei mosaica e seu código moral. Tenciona-se para salvar pecadores, inclusive fornicadores e adúlteros. Fornicadores são pessoas não casadas que cometem imoralidade. Adúlteros são pessoas casadas que voluntariamente têm relações sexuais com alguém do sexo oposto que não é seu cônjuge legal.
2. Quando pessoas anteriormente imorais entram na verdade, que então precisam fazer?
2 Até no seu dia Paulo disse que tinha pregado e introduzido na verdade fornicários, ídólatras, adúlteros, sodomitas, ou seja, homens mantidos para fins desnaturais e homens que se deitam com homens, etc. Todos eram grandes ofensores contra a lei moral. O próprio Jesus disse aos sacerdotes exteriormente morais e aos anciãos religiosos que os cobradores de impostos e as meretrizes entrariam no reino antes deles. (1 Cor. 6:9-11, NM; Mat. 21:31, 32) Mas já foram purificados pela verdade. De modo que não se deviam moldar segundo os costumes e normas deste mundo mas deviam conformar seus pensamentos, afeições e comportamento à verdade e mandamentos de Deus. Assim quando estes entram na verdade e Deus os recebe na sua organização teocrática, compete-lhes fazer mudanças radicais na vida, inclusive nos arranjos familiares. Isto foi efetivo há dezenove séculos, nos tempos apostólicos. É igualmente efetivo na atualidade.
3. Ao tornar-se cristão pode um polígamo continuar como tal, baseando-se nas leis de César? Por quê?
3 Nos tempos apostólicos, a poligamia, o casamento dum homem com várias mulheres vivas, era legal em muitos países. Assim se dá hoje. Eis um polígamo que se torna cristão. Pode ele continuar a viver com diversas esposas e receber a aprovação de Deus mediante Cristo, só porque a poligamia é a lei e prática locais? Não. Neste caso não deve viver segundo o que “César” permite neste mundo. É necessário que dê a Deus aquilo que agora deve a Deus, a saber, adoração pura. Ele não pode aproveitar-se da lei de César a fim de satisfazer sua paixão egoísta. Fazer isto significa desviar-se da lei divina a qual é mais elevada e totalmente justa. “Temos de obedecer a Deus por governador antes que aos homens.”—Atos 5:29, NW.
4. Como mostrou Jesus qual é a norma cristã de matrimônio?
4 Jesus sabia perfeitamente a lei de Deus relativa ao casamento cristão, a saber, que a norma cristã de matrimônio é a estabelecida no princípio por Deus no Éden onde ele deu ao homem perfeito uma só mulher viva. Os inimigos de Jesus então tentaram obrigá-lo a transigir quanto à posição sôbre o casamento, assim como alguns hoje tentam induzir a organização de Deus a comprometer-se nesta mesma posição. Sobre isto lemos: “Aproximaram-se dele alguns fariseus, resolvidos a tentá-lo, dizendo: ‘É lícito ao homem divorciar sua mulher por qualquer motivo?’ Replicou ele: ‘Não lestes que quem os criou fê-los no princípio homem e mulher e que disse: “Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e ficará com sua mulher, e serão os dois uma só carne”? Assim já não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ungiu, não separe o homem.’ Disseram-lhe: ‘Por que, então, prescreveu Moisés que desse carta de repúdio e a divorciasse?’ Ele lhes respondeu: ‘Moisés, pela dureza de vossos corações, vos fez a concessão de divorciar vossas mulheres, mas não foi assim desde o princípio. Eu vos digo que qualquer que divorciar sua mulher, a não ser por motivo de fornicação, e casar com outra, comete adultério.’” —Mat. 19:3-9, NM.
5. Então que deve fazer um polígamo sob diferentes circunstâncias?
5 Assim Deus fez apenas de dois “uma só carne”, o homem e sua única mulher, não de três ou quatro ou mais, uma só carne. De modo que quando o polígamo, de excelente reputação na sua comunidade segundo os costumes e leis do seu país, deseja ser um verdadeiro cristão convém que se livre de suas esposas em excesso. Talvez tenha filhos por estas, e em tal caso é possível que as leis e o decoro locais exijam que ele faça provisão adequada para tais esposas que ele despediu e seus filhos até que essas mulheres casem com outro homem. Se as leis não permitem que ele se divorcie destas esposas excessivas, então o que se deve fazer? Ele invalida o matrimônio com elas, retendo só uma das esposas, cumprindo unicamente para com ela os deveres conjugais. Não permite a nenhuma das outras que troquem com ele tais deveres conjugais, ainda que sob as exigências do caso seja necessário que ele retenha tanto elas como seus filhos em casa. Elas apenas a tem como servas ou empregadas para se sustentarem, mas ele reconhece abertamente uma só mulher por esposa segundo as normas cristãs.
6. Por que não pode permitir-se a poligamia entre cristãos em parte alguma? Foi-lhes possível retificá-la?
6 Não resta dúvida de que a poligamia apresenta uma situação difícil de retificar e ajustar. Mas a organização de Deus não pode transigir só por causa disto, permitindo que uma norma de matrimônio prevaleça, digamos na África, em virtude das leis indígenas, e proibindo-a em outra parte, insistindo noutra norma ali porque as leis da cristandade a facilitam. Há somente uma norma cristã, em que Jesus insistiu. Até nos países polígamos tem sido possível, pela ajuda e espírito de Deus, aplicá-la. Por exemplo, uma das dificuldades que impedia nossa obra em Tanganica, África Oriental, foi a poligamia. Ali o costume do povo é idêntico ao noutras partes desse continente. O matrimônio não é muito estrito, e homens tais como chefes têm até 25 ou mais esposas, ao passo que os da plebe têm três ou quatro. As testemunhas de Jeová como fiéis cristãos não podem desperceber tais práticas por parte de homens que aceitam o cristianismo, são batizados e atuam como testemunhas do Deus Altíssimo. Por isso a prática mundana de poligamia foi tirada do meio delas. —Vejam o Anuário das Testemunhas de Jeová de 1951 [em inglês], página 226; também The Watchtower de 1 de Agosto de 1949, página 240,”Sobre a Poligamia.”
EXEMPLOS MORAIS
7. Por que não podem ser colocados os polígamos em posições responsáveis de serviço?
7 O polígamo, se continua assim, nega seu Dono que o comprou, porque seu Dono Jesus Cristo estabeleceu a norma de terem seus seguidores uma só esposa viva. O polígamo não pode ser designado a uma posição responsável de serviço na congregação cristã pelo visível corpo administrativo da organização teocrática de Jeová. O apóstolo Paulo pertencia ao corpo administrativo no primeiro século. Escrevendo ao seu ajudante Timóteo sobre as qualificações dos homens que seriam designados ao serviço oficial nas congregações, ele disse: “Se alguém se esforça para obter o posto de superintendente, bom trabalho deseja. O superintendente, portanto, deve ser irrepreensível, marido de uma só mulher,. . . um homem que governe a sua própria casa de maneira correta, tendo seus filhos em sujeição com toda a seriedade.” Era esse o requisito somente para os servos mais eminentes na congregação? Não. Com respeito aos servos subordinados também está prescrito: “Sejam os servos ministeriais maridos de uma só mulher, governando seus filhos e suas casas de maneira correta.” Tito estava em outro país, mas não se lhe permitiu instituir outra norma por esse motivo. Foi instruído de forma semelhante: “Faze designações de anciãos em cidade após cidade, como já te mandei, se houver alguém inculpável, marido de uma só mulher, tendo filhos crentes que não foram acusados de dissolução nem insubordinados. Pois é necessário que o superintendente seja livre de acusação como dispenseiro de Deus.”—1 Tim. 3:1, 2, 4, 12 e Tito 1:5-7, NM.
8. Exigiu-se a monogamia somente desses servos? Que requisito da parte das viúvas revela isto?
8 Exigiu-se de tais servos que fossem maridos de uma só mulher viva. Isto não dá a entender que se exigia a monogamia só dos servos mas que se permitia a poligamia aos demais da congregação. Certamente a poligamia não foi praticada pelas mulheres naquela época no sentido de terem elas muitos maridos vivos. De modo que não foi a poligamia das mulheres o motivo de requerer tal registro das viúvas idosas a fim de receberem sustento materiais da parte de uma congregação: “Seja inscrita a viúva que não tenha menos de sessenta anos, esposa tendo-se limitado a um só marido.” (1 Tim. 5:9, 10, NM) Pois, tendo-se limitado a um só marido tal viúva revelou que tinha domínio sobre a paixão animal. Seguia o conselho de Paulo relativo às viúvas em 1 Coríntios 7:9, 39, 40: “Digo aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom que permaneçam como eu. Mas, se não podem conter-se, casam, porque é melhor casar do que ficar inflamado de paixão. A esposa está ligada durante todo o tempo que seu marido vive. Mas se o marido adormecer na morte fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. É mais feliz, porém, se permanece como está [a saber, viúva] segundo meu parecer. Certamente penso que também tenho o espírito de Deus.”
9. Então que mostra relativo a toda a congregação o exemplo que deve ser apresentado pelos servos designados?
9 Então a monogamia se aplica às mulheres cristãs bem como aos homens. Desde que os servos designados da congregação, os superintendentes e ajudantes ministeriais deveriam ser exemplos para o rebanho cristão, precisariam ser exemplos dos crentes também nesta questão de estar casados com uma só esposa viva. Isso por si revela que a norma para a inteira congregação cristã, para todos os seguidores de Cristo, é que o homem tenha uma única mulher viva, assim como Deus providenciou originalmente para Adão no Éden.
MOTIVO CRISTÃO PARA O DIVÓRCIO
10. Como rejeita toda poligamia Mateus 19:9, e como entendem esse versículo alguns clérigos?
10 As palavras de Jesus em Mateus 19:9 acerca do divórcio rejeitam claramente toda a poligamia entre os cristãos: “Digo-vos que qualquer que divorciar sua esposa, a não ser por motivo de fornicação e casar-se com outra comete adultério.” (NM) Se era adultério casar-se com outra mulher enquanto ainda vivia sua inocente esposa anterior, então como podia um cristão praticar poligamia sem ser adúltero? Alguns clérigos religiosos entendem que as palavras de Jesus aqui significam que aos cristãos se proíbe todo divórcio, até por motivo de adultério. Datado em 13 de dezembro de 1948, o Times de Nova York noticiou: “O divórcio não é justificado por nenhuma circunstância de matrimônio, não importa quão ‘dolorosa ou brutal’, declarou ontem o Rev. Anselmo Leahy no seu segundo sermão do Advento na Catedral de São Patrício. Chamou o divórcio moderno de ‘poligamia sucessiva’ e denunciou como ‘adúlteros e adúlteras’ as pessoas divorciadas que contraíram novas uniões matrimoniais durante a vida do outro cônjuge. . . . Sua condenação incondicional do divórcio [foi] seguida por uma declaração feita pelo monsenhor Roberto E. McCormick pedindo ao corpo Legislativo Estatal [de Nova York] que ‘proscrevesse’ o divórcio e atacando o ‘presente movimento para liberalizar o divórcio em nosso estado’ como ‘perigo para a sociedade.’”
11. Condenam todo divórcio as palavras de Jesus em Mateus 5 e Marcos 10?
11 Ao tomar tal posição esses clérigos condenam a Jeová Deus porque ele permitiu aos judeus que praticassem o divórcio segundo a lei divina dada por intermédio de Moisés. (Deu. 24:1-4) Mas Jesus em Mateus 19:1-9 não condenava essa provisão para divórcio nem disse que “não é justificado por nenhuma circunstância de matrimônio, não importa quão ‘dolorosa ou brutal’”. Tão pouco suas palavras correspondentes no sermão do monte o condenam mas apenas dizem: “Foi dito, ‘Qualquer que divorciar sua esposa, dê-lhe carta de divórcio.’ Eu, porém, vos digo que todo aquele que divorciar sua esposa a não ser por motivo de fornicação a expõe ao adultério, visto que quem se casar com mulher divorciada comete adultério.” (Mat. 5:31, 32, NM) Ele também mostrou que a mulher poderia instaurar o processo de divórcio, dizendo: “Qualquer que divorciar sua esposa e casar-se com outra comete adultério contra ela, e se uma mulher, tendo divorciado seu marido, casar-se com outro, ela comete adultério” —Mar. 10:11, 12, NM.
12. Se não proíbe todo divórcio, que permite isto por motivo dele?
12 Isto não proíbe aos cristãos todo divórcio, mas lhes permite apenas a imoralidade como sendo motivo justo e bíblico para obter um divórcio. Quem se casasse com uma pessoa divorciada por motivo que não fosse a imoralidade cometeria adultério, porque o vínculo matrimonial realmente não foi cancelado perante Deus pelo divórcio legal. Mas isto não quer dizer que o cristão que obtiver o divórcio por motivo de infidelidade sexual de sua consorte pode apenas livrar-se de tal cônjuge privando-a de cama e mesa sem estar livre, todavia, para casar-se com outra mulher cristã. Debaixo da lei de Deus a Israel, não se proibia ao homem que divorciasse sua esposa moralmente impura que se casasse com outra mulher israelita. Assim Jesus não interpretava o divórcio do cristão de tal maneira que lhe proibisse casar-se de novo. As palavras de Jesus significam estritamente isto: Se o cristão obtiver o divórcio por motivo que não seja a imoralidade de seu cônjuge, tal cristão comete adultério se ele casar de novo.
IMACULADO O LEITO CONJUGAL
13. Como aprovam a bigamia ou poligamia alguns países em que vigoram leis contra o divórcio? Como isto dificulta as coisas para os que buscam a verdade?
13 O estabelecimento duma lei que proíbe o divórcio sob todas as circunstâncias não resultou em manter honrado o casamento nem em impedir o adultério e a fornicação. Nos países em que vigora a lei contra o divórcio muitas pessoas casadas a desprezam, seguindo o curso ditado por suas próprias paixões. Por uma razão ou outra o homem abandona sua esposa ou a mulher deixa seu marido. Não podem obter um divórcio legal. De modo que o homem ou a mulher contrai matrimônio consensual com outra pessoa enquanto o cônjuge legal ainda vive. Por tal procedimento o homem ou a mulher tanto comete adultério como também pratica bigamia ou poligamia. O governo local, ainda que adira à lei canônica religiosa que proíbe divórcios, está em conivência com a poligamia ou em efeito a aprova, não executando a lei e castigando os violadores. Isto cria a dificuldade de como ajustar adequadamente seus afazeres maritais quando tal homem ou mulher chegar em contato com a verdade do Reino e desejar tornar-se testemunha de Jeová.
14. Como alguns violam até o matrimônio consensual, e que devem fazer tais violadores ao abraçar a verdade?
14 Em alguns países em que há proibições religiosas e opressões econômicas, o matrimônio consensual é prática geral. As pessoas da comunidade não o depreciam nem discriminam contra os que o praticam. Mas há pessoas que até abusam deste costume. Têm uma esposa por matrimônio consensual em uma localidade, mais uma em outra, e até mais ainda em outras localidades e então dão a volta visitando com regularidade cada uma por um período de tempo. As mulheres envolvidas sabem que seu companheiro mantém outra mulher ou mulheres e que tem relações com elas regularmente. Mas por causa do sustento que recebem do homem para manter a casa elas não fazem objeção mas estão satisfeitas e permitem que ele as visite e viva com elas por seu turno. Tal prática por um homem é poligamia, e as mulheres são culpáveis de fornicação. Se um homem ou mulher desta espécie chega a conhecer a verdade e deseja associar-se com a organização de Deus, é absolutamente necessário que abandone por completo a participação desse arranjo polígamo e adúltero. O homem tem de limitar-se a uma só esposa, a mulher a um só marido, e cada um tem de ser fiel e verdadeiro para com o outro daí em diante.
15. Que devem fazer cristãos que vivem em matrimônio consensual, ainda que não se precise clérigos para solenizar o matrimônio? Por quê?
15 Em muitos casos pessoas que vivem em matrimônio consensual entram na verdade. Nos interesses da verdade e para imunizarem-se contra todo vitupério, eles devem legalizar seu casamento. Isto honra o estado de seu matrimônio. É uma verdade bíblica que a cerimônia matrimonial não é um assim chamado sacramento que o clero religioso tem o direito exclusivo de celebrar. Não se precisa dum clérigo para solenizar o casamento. Isto, porém, não é argumento contra a legalização de casamento e a favor de matrimônio consensual. Na nação teocrática de Israel não havia matrimônio consensual ainda que não se convidasse um clérigo religioso para solenizar o matrimônio. Contudo o matrimônio foi arranjado legalmente. Um intermediário ou mediador tratava com os pais ou guardiões dos jovens que queriam casar, e dai se celebrava um contrato. Desde então o homem e a mulher se consideravam desposados ou noivos. Qualquer ato imoral por parte da mulher antes que o noivo a levasse à sua casa constituía uma violação do contrato matrimonial e era um caso de adultério pelo qual ela podia ser apedrejada. Assim sucedeu com José e Maria quando esta ficou grávida pelo espírito santo de Deus. Depois de um período de esponsais o noivo ia buscar a esposa na casa dos pais dela. Publicamente a conduzia a seu domicílio no meio do júbilo e felicitações dos vizinhos, daí seguia-se a festa das bodas. Assim o casamento se tornava conhecido publicamente e havia muitas testemunhas.
16. Como revelou a prática israelita que era correto o registo do casamento? Por que bons motivos?
16 Ademais, no cartório da aldeia ou cidade onde se guardavam as genealogias de famílias, registavam-se os filhos de tal matrimônio e dessarte cada filho podia buscar sua ascendência. Também o marido era registado como filho legal de seu sogro. Todo este arranjo contribuía para a proteção legal dos direitos tanto do marido e esposa como dos filhos. Responsabilizava cada um pelo comportamento pessoal para com o outro na relação familiar e matrimonial. Os judeus eram os primeiros que se tornaram cristãos e eles introduziram este arranjo na congregação cristã. É correto então que os hodiernos cônjuges por matrimônio consensual ao chegarem a ser cristãos consagrados legalizaem seu matrimônio e dessarte se obriguem perante a lei bem como perante Deus a serem fiéis e leais um para com o outro. Isto abre caminho para que entrem plenamente nos privilégios da organização teocrática e atuem como servos designados nela.
17, 18. Por que é oportuno agora Hebreus 13:4? Para entrar no matrimônio honrosamente, que não devem fazer os solteiros e as viúvas?
17 Este é o dia em que a proporção entre os casamentos e os divórcios é de 4 a 1 nos Estados Unidos da América do Norte e de 8 a 1 na Inglaterra e Gales, e relações maritais relaxadas e a imoralidade prevalecem em todos os países. Assim é muito urgente que os cristãos consagrados obedeçam à ordem apostólica, “Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula.” É verdade que o matrimônio em si é sempre honrado, pois é um arranjo de Deus. Não importa que estejamos no “tempo do fim” nem que ainda seja antes da batalha do Armagedon, os que querem ou sentem a necessidade de casar-se podem contrair matrimônio de modo honrado. Ninguém os deve criticar por causa da hora aparentemente tardia deste mundo. Mas entrem os cristãos no matrimônio de forma honrada. Nenhuma solteira induza um solteiro a entrar em relações sexuais com ela para obrigá-lo a casar-se com ela. Isto é fornicação por parte de ambos, ainda que mais tarde ele se ache obrigado a casar-se com ela. É capaz, porém, que sua virtude fácil crie nele desprezo para com ela, de modo que ele deseje por esposa, não a ela, mas a mulher honesta que resiste todas as inclinações ou sugestões à imoralidade. Que nenhuma viúva jovem com paixões animais seduza um homem nem se entregue a ele por satisfação sexual. Paulo diz: “Quero que as viúvas mais novas se casem, tenham filhos, dirijam a casa, e não deem ocasião ao opositor de dizer mal.”—1 Tim. 5:11-14, NM.
18 Por outro lado, não pense nenhum solteiro que tem liberdade prémarital e pode ter relações sexuais com moça após moça, até que encontre uma que tem as normas de moralidade que deseja na esposa. Por semelhante tolerância sexual ele é fornicário e corruptor egoísta de mulheres. A congregação cristã precisa acautelar-se contra homens que tentam infiltrar-se furtivamente nela com tais fins imorais.
19. Como devem tratar seu matrimônio o homem e a esposa?
19 O matrimônio deve ser dignificado e tornar-se um assunto responsável pela legalização perante testemunhas, sendo registado pelas autoridades competentes do país. Uma vez casados, o homem e sua esposa devem honrar seu matrimônio, sendo fiéis aos votos recíprocos. Devem tratar sua relação matrimonial com seriedade como sendo coisa que não se pode dissolver com facilidade por qualquer motivo a não ser por infidelidade conjugal, ainda que as leis do país relativas ao divórcio sejam muito liberais e tolerantes. O matrimônio é uma coisa que lhes limita as relações com pessoas do sexo oposto. Ter um homem relações sexuais com sua esposa não constitui corrupção do leito conjugal, mas a concessão do dever matrimonial, segundo 1 Coríntios 7:1-7. Todavia se o marido ou a esposa cometer adultério com uma pessoa alheia isso constitui uma corrupção do leito conjugal.
20. Que revela se é permissível a separação? Com que limitações?
20 Permite-se aos cônjuges que não se dão bem que se separem, seja por consentimento mútuo ou por separação legal? Sim; pois em 1 Coríntios 7:10, 11, 15 (NM) o apóstolo diz: “Aos casados dou instruções, contudo não eu mas o Senhor, que a esposa não se aparte do marido, se, porém, se apartar, que fique sem casar ou se reconcilie com o marido; e o marido não deve deixar sua esposa. Mas, se o incrédulo proceder a apartar-se, que se aparte; o irmão ou a irmã não está em servidão sob tais circunstâncias.” Sendo que é apenas uma separação e não houve divórcio por motivo de infidelidade conjugal por parte de nenhum dos dois, nenhum dos separados pode casar de novo nem ter relações sexuais com outrem. Fazer isso seria cometer adultério, e constituiria uma corrupção do leito conjugal.
21. Que, pois, o cristão não deve corromper, e de que forma?
21 Todo cristão de fora deve respeitar o leito conjugal dum casal e não ceder de maneira alguma a participar em corrompê-lo. Seria violação do leito conjugal se um cristão procurasse divórcio no caso em que o cônjuge não se provou imoral e daí casasse de novo. Conforme a Bíblia, é bigamia. Assim também um professo cristão que pratica a poligamia desonra o matrimônio e corrompe o leito conjugal cristão. O cristão honra seu próprio matrimônio ou o de outrem porque é o que Deus instituiu. O cristão não cobiçará o cônjuge de outrem tão pouco cometerá adultério nem fornicação. Estas coisas são pecado e desagradáveis a Deus. O apóstolo Paulo admoesta contra tais pecados, “Porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros.” Isto deve servir para impedir que alguém desonre o matrimônio e corrompa o leito conjugal. Jeová já está no seu templo, e ele admoesta: “Chegar-me-ei a vós para juízo, e serei uma testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, . . . diz Jeová dos exércitos.” —Mal. 3:5.
A FAVOR DO MATRIMÔNIO IDEAL
22. Por que é necessário desassociar a pessoa imoral?
22 O Deus Altíssimo agora quer uma organização teocrática visível que seja limpa. Cuidará, portanto, que agora desde sua vinda ao templo se mantenha livre de imoralidade e outras coisas vituperiosas. O culpado de imoralidade pode pretender que tem o direito de associar-se com a organização e talvez proteste contra ser desassociado. Ele protesta e argui que, se tiver livre acesso à organização, será ajudado a vencer suas relações imorais com alguém do sexo oposto e assim será salvo das consequências do seu procedimento. Mas a Palavra de Deus manda que tal pessoa imoral seja desassociada como expressão de Seu juízo contra ela. A não ser que o culpado se arrependa e endireite sua vida, ele não pode ser perdoado e aceito de novo na sociedade da organização teocrática. Mas outra pessoa imoral talvez seja obstinada e diga: “Desassociai-me se quiserdes. Tenho uma relação individual com Deus. Por isso pouco me importa.” Mas tal pessoa se engana, porque Deus julga os adúlteros e fornicadores com condenação e não tem relações com eles. Eis por que proíbe que sua organização tenha relações com tais.
23. Como mostra Deus respeito à organização?
23 A organização de Deus é mais importante para ele do que a salvação duma criatura imoral ou desobediente. A vindicação da soberania de Jeová e conservar seu nome livre de vitupério importa mais do que a preservação de pecadores voluntários. Portanto, estas coisas supremas têm de estar em primeiro lugar. Em harmonia com isso, Deus mostra respeito à organização que leva seu nome. Ele executa seus juízos contra os corruptores e a guarda limpa. Ele atua segundo o princípio: “Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque sagrado é o templo de Deus, que sois vós.”—1 Cor. 3:17, NM.
24. Como devemos mostrar respeito pela sua organização, por quê?
24 Desde que Deus respeita tanto sua organização, então nós também temos de exercer medo e respeitá-la. É nossa obrigação solene vigiarmos nosso comportamento, evitando a vituperar ou corromper. Por isso, então, mantende honrado o matrimônio e imaculado o leito conjugal. Não nos é permitido corromper ou vituperar a organização por comportamento impuro e daí permanecer dentro da organização, pois isso obraria como levedura e tenderia a fermentar a organização inteira com impureza, hipocrisia e pecado. Tornaria a organização odiosa diante das pessoas sinceras e impediria que estas pessoas ofendidas entrassem na organização e se salvassem. Não podemos de maneira coerente lograr nossa própria salvação e ao mesmo tempo impedir que outros o logrem por causa do nosso comportamento vituperioso e imoral que afeta a organização de Deus. De sorte que o juízo que Deus está executando atualmente é: “Tirai esse iníquo [que semelha o fermento do pecado] do meio de vós.” (1 Cor. 5:1-13, NTR) Se repudiarmos a Deus por nosso procedimento, ele nos repudiará pela desassociação. Seu juízo atual não tarda, e a destruição dos impuros não dormita.
25. Por que devemos praticar a moralidade, estando tão perto do novo mundo?
25 Já estamos no limiar do justo novo mundo. Com respeito aos que entram no governo divino desse novo mundo está escrito: “De modo nenhum entrará nela coisa alguma que não é sagrada, nem qualquer que pratica coisa repugnante e mentira.” (Apo. 21:27, NM) Jeová Deus agora está edificando uma sociedade do novo mundo, e esta precisa viver à altura das normas limpas e justas que prevalecerão no seu novo mundo. Os únicos que ele levará através da “guerra do grande dia de Deus, o Altíssimo”, a qual Ele pelejará contra este mundo impuro são aqueles que se esforçam a viver em conformidade com essas normas, e eles entrarão e viverão no mundo limpo do após-Armagedon. Não se aprovará a poligamia naquela época para executar o mandato divino de “encher a terra” com uma raça justa. Não se permitirá imoralidade de nenhuma espécie, e não haverá divórcio entre aqueles que participarem no cumprimento do mandato divino. Assim como o dilúvio do dia de Noé exterminou as normas e práticas imorais do mundo antediluviano, assim também a grande maré do Armagedon apagará a corrupção moral deste mundo.
26. Então que vemos agora que é nosso dever?
26 Oxalá que vejamos agora nosso dever de “pelejar firmemente pela fé que de uma vez para sempre foi confiada aos santos” e de assim fazer resistindo a toda infiltração de imoralidade, incontinência e mundanalidade na organização teocrática por parte de pessoas que hoje são semelhantes a Balaão e Jezabel. Neste intuito a norma para nós é, “Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula.” Os maridos e as esposas viverão em harmonia com esta regra divina. Esforçar-se-ão em honrar seu matrimônio, dignificando-o segundo as normas ideais que a Palavra de Deus estabelece para esse. —Efé. 5:21-33, NM.