Guardar a mente renovada
1. Por que não é fácil guardar a mente renovada e viver em harmonia com ela?
PODEMOS inculcar conhecimento novo em nossa mente e adquirir novas ideias, mas não é fácil conservar a mente neste estado novo e ordenar a vida em harmonia com ele. Não neste mundo em que anda solto o “deus deste sistema de coisas” junto com todos os seus demônios. E não agora enquanto estamos na carne imperfeita com suas decadentes inclinações para o pecado, egoísmo, esquecimento e desprezo de Deus. O apóstolo Paulo, ainda que fôsse favorecido com visões e revelações edificadoras, não achou fácil manter-se no novo modo de viver à altura do conhecimento adquirido da Palavra revelada de Deus. Ele pelejava uma batalha continua, a qual não era só na mente, de modo que disséssemos, “O campo de batalha está na mente.” Êle tinha de contender com as imperfeições corporais, as paixões e as tendências servis de sua carne, assim como nós, os hodiernos. E ao descrever a batalha que ele travou consigo mesmo, sem mencionar a batalha externa com a organização do Diabo, podemos ver a descrição da nossa batalha com estes corpos nossos que estão morrendo em razão do pecado herdado:
2. Como descreveu Paulo a batalha que temos com nosso corpo?
2 “Porque o bem que quero, não o faço, mas o mal que não quero, esse pratico. Se, porém, o que não quero é o que faço quem o faz já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei no meu caso: que quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Realmente me deleito na lei de Deus segundo o homem que sou no íntimo, mas contemplo em meus membros outra lei, que batalha contra a lei de minha mente e me leva cativo à lei do pecado que está em meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo padecente desta morte? Graças a Deus por meio de Jesus Cristo nosso Senhor! Assim, pois, eu mesmo com a mente sou escravo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado.” —Rom. 7:19-25, NM.
3. Donde vem a “lei do pecado que está em meus membros”? e como a combate a “lei de minha mente”?
3 Notai essas expressões apostólicas, “lei de minha mente” e “lei do pecado que está em meus membros”. Lei é regra de ação ou procedimento segundo a qual uma pessoa ou coisa operará ou se moverá. Jeová Deus o Criador não impôs à humanidade a lei do pecado. Foi nosso primeiro pai Adão sob a influência do Diabo que a impôs à carne humana e ele nos transmitiu por herança. A menos que seja governada ou resistida, essa lei do pecado sem dúvida vos dominará e impulsionará. De que maneira pode alguém resistir-lhe? É mediante a ‘lei da mente’. Não a mente velha, porque esta é pecaminosa como o mundo, mas a mente nova tende a fazer da vossa nova personalidade uma imagem de Deus, o Criador. Esta mente nova dita uma nova regra de ação e comportamento em vossa vida. Mas desde que tendes nova mente num corpo velho que dispõe de cérebro velho, daí surge o conflito. Em razão de vosso novo processo de pensar, tendes presente a habilidade para desejar coisas melhores, mas não reside em vós a capacidade de fazer o que quereis de forma perfeita. Isto sucede porque sois imperfeitos e a lei do pecado quer fazer sua vontade em vosso corpo e mente por meio deles. Portanto verificais que muitas vezes servis à lei de vossa carne. Vosso consolo, porém, é que não sentis prazer em ter pecado assim, mas vossa mente adere à lei de Deus e a aprova e está resolvida a cumpri-la.
4. Que se exige além do conhecimento, e por quê?
4 Segundo a lei inata em nossa mente, esta deseja ou verifica que é fácil gravitar para o pecado e egoísmo. A fim de substituir isso por uma lei melhor, é necessário que nossa mente se renove com novo conhecimento e com aquilo que esse conhecimento agora dita e aconselha. Não basta ter só conhecimento na mente. Muitos clérigos na cristandade e os membros dos seus rebanhos religiosos possuem conhecimento da Bíblia, não se portam, todavia, de acordo com esse conhecimento. Não é a lei que guia sua vida. Mas tendo colhido conhecimento da Palavra de Deus, temos de ocupar-nos com a mente que está cheia deste conhecimento divino. Contra as inclinações pecaminosas em nós e contra a tendência à preguiça mental e esquecimento, temos de cultivar corretos hábitos mentais. Destarte na realidade desenvolvemos uma ‘lei na mente’, certa forma ou molde mental, regra de ação mental, e esta se torna uma força dominante em nossa vida.
5. Em que devemos fixar nossa mente? Que significa recusar fazer isto?
5 Dotados de nosso conhecimento abençoado da Palavra de Deus, temos de amestrar nossa mente nos caminhos corretos de pensamento e nos processos e esforços corretos. De outra sorte, podemos tornar-nos pessoas cuja mente se arruína de novo, “homens de todo corrompidos na mente, desaprovados quanto à fé,” conforme Paulo fala deles. (1 Tim. 6:5, 2 Tim. 3:8, NM) Nossa existência perpétua depende de estabelecermos uma justa ‘lei da mente’. Nosso destino eterno depende daquilo em que fixamos a atenção. “Pois”, conforme lemos em Romanos 8:5-7 (NM), “Os que são segundo a carne fixam a mente nas coisas da carne, mas os que são segundo o espírito nas coisas do espírito. Porque atender à carne importa na morte, mas atender ao espírito importa na vida e paz, porque atender à carne significa inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode estar.” Se desviarmos a mente da verdade e deixarmos que ela se corrompa outra vez com as coisas da organização visível do Diabo, isto pressagia o nosso fim. “O fim deles é a destruição, o deus deles é o ventre, e a glória deles consiste na vergonha, os quais fixam a mente nas coisas terrenas.” —Fil. 3:18, 19, NM.
6. Tendo presente que exemplo admoestador, por que devemos temer a corrupção da mente?
6 É apropriado recearmos que nossa mente se corrompa enquanto estivermos neste mundo onde a grande Serpente se arrasta com sutileza, desviando as pessoas. O apóstolo expressou esse receio quando disse: “Temo que, de algum modo, assim como a serpente seduziu a Eva com astúcia, assim também seja corrompida vossa mente, apartando-se da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo.” (2 Cor. 11:3, NM) Recordamos que originariamente Eva tinha um processo ou lei mental salutar, conforme as revelações no jardim do Éden. Mas o Diabo aliás a Serpente, se apresentou e tratou de lhe pôr ideias insalutares na mente. Ao invés de as repelir, Eva as considerou e este derrubamento da justa lei de sua mente a conduziu a ser tentada ao pecado. Ela pensava mais sobre quão desejável seria comer do fruto proibido que sobre a verdade da palavra de Deus e seu aviso contra comer. Se tivesse seguido a lei justa em seus processos mentais, fixando os pensamentos na palavra de Deus como sendo a verdade ainda que tornasse mentirosa a Serpente, isto teria impedido que ela fosse tentada e conduzida à tentação e pecasse.
7. Onde começa a inimizade a Deus?
7 Se nós, no dia atual, enquanto o mesmo Tentador está ainda salto, estabelecermos a justa ‘lei da mente’ e com afinco aderirmos aos processos de pensamento da nova mente, isto impedirá que entremos em tentação e pequemos. A inimizade contra Deus começa na mente. O apóstolo diz a nós que fomos reconciliados com Deus: “Vós . . . outrora éreis alienados e inimigos porque estáveis com a mente nas obras iníquas.” Ele diz que antes de entregarmo-nos a Deus em obediência “todos nós outrora andávamos em harmonia com as cobiças da carne, satisfazendo a vontade da carne e dos pensamentos, e éramos por natureza filhos da ira, como os demais.” —Col. 1:21 e Efé. 2:2, 3, NM.
8. Como temos de pensar para obedecer ao maior mandamento?
8 Quando estávamos nesse estado mental de ignorância não amávamos a Deus com a mente. O maior mandamento jamais dado aos homens exige que amemos a Deus com todas as nossas faculdades mentais. Jesus indicou qual é este maior mandamento quando o citou da Lei de Deus e disse: “Tens de amar a Jeová teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de toda a tua mente.” (Mat. 22:37, NM, Deu. 6:5, Luc. 10:27) Aquilo em que pensamos habitualmente nos afeta muito, nos influencia e induz a seguir certo caminho. Pensar de um modo e exteriormente fazer outra coisa é hipocrisia. É necessário que nossos pensamentos acerca de Jeová Deus sejam amorosos. Isto quer dizer pensarmos em agradar-lhe por obedecer a Ele e cuidar fielmente de todas as coisas que honram seu nome e adiantam os interesses do seu reino.
9. Que juízo vem contra os de espírito dobre?
9 Não podemos servir a Deus com todo o coração se temos espírito dobre. O salmista o expressou nitidamente: “Aborreço os irresolutos, mas amo a tua lei.” (Sal. 119:113) “Aborreço os homens que são metade uma coisa e metade outra, amo a tua lei.” (Mo) Jesus os odeia, também, e diz aos muitos laodicenos modernos: “Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei de minha boca.” (Apo. 3:16, NM) Se vós sois de espírito dobre, dividindo as atenções entre este mundo a Deus e não renovando a mente na inteireza segundo a imagem que Deus aprova, isto sem falta se revelará no decurso do tempo. Isto importará em serdes rejeitados. Tornar-vos-eis corrompidos mentalmente com a infecção deste mundo e entrareis em tentação. É exatamente isso que aconteceu à cristandade. Amardes a Deus com todos os vossos processos de pensamento é o que lhe deveis. Ele o exige. É a vossa proteção.
PENSAMENTO PROGRESSIVO
10, 11. Em razão de que processos e atitudes mentais têm dificuldades muitos dos que estão na verdade?
10 Todo o mundo está enfermo mentalmente, e as instituições públicas e caritativas que tratam dos que sofrem de doenças mentais estão repletas. Isto sucede porque eles não têm a doutrina sã e sólida da Palavra de Deus, e os clérigos são médicos e psicólogos que não valem nada e consoladores importunos. (Jó 13:4, 16:2) É difícil guardar-se com saúde mental num mundo que hoje está sofrendo decadência em todo sentido. Muitos que aceitaram a verdade da Palavra de Deus têm dificuldade, mormente porque é difícil romperem os anteriores hábitos mentais. Têm a mente sempre voltada para si mesmos, por assim dizer, introvertida. Têm um grande complexo de inferioridade, e estão vivamente cônscios dos seus erros. De modo penoso estão conscientes dos seus atos desatinados perante outros, seus erros ao falar e conversar, seus embaraços, sua exibição de fraqueza, as críticas que outros lhes dirigem, as repreensões que recebem de outros, as ofensas que outros cometem contra eles. Levam estes assuntos a Deus em oração, daí, no entanto, não recebem alívio mental disso. Por quê? Porque não lançam suas cargas sabre Jeová Deus, deixando-as lá com ele, mas levam-nas junto consigo e guardam-nas atadas às costas.
11 Eles mantêm a mente virada para dentro sobre sua própria pessoa imperfeita, e vez após vez repassam na memória as coisas que os afligira. A mente revolve sem cessar, ao repassar estas coisas. Quanto mais o fazem, tanto mais profundamente estas coisas penetram na mente. Gemem dentro de si e sofrem a morte mil vezes ao repassar na memória estas coisas vez após vez.
12. Que exigem o verdadeiro arrependimento e perdão?
12 Esta disposição mental não é salutar, e não promove saúde espiritual. O verdadeiro arrependimento perante Deus não exige como efeito posterior que a mente esteja tão terrivelmente perturbada. Nem sentimos nem expressamos assim o verdadeiro perdão das ofensas que outros cometem contra nós. Se nos arrependemos e pedimos a Deus perdão, devemos confiar que ele nos perdoou mediante Cristo. Portanto ficai em paz e tratai de portar-vos de forma diferente doravante. Se perdoamos a nossos ofensores e devedores, não sejamos rabugentos, guardando rancor contra eles. O amor, diz 1 Coríntios 13:5 (NM), “não guarda rancor.” Se recordamos nossos pecados, tolices e fracassos do passado, deve ser, não para atormentar-nos, senão para avisar-nos e fazer que evitemos tais coisas outra vez. —Isa. 46:8.
13, 14. Como se corrigiram as atitudes mentais incorretas de lamentação e retrospecto nos dias de Zacarias? Nos de Neemias?
13 Agora não é o tempo para olharmos em retrospecto e lamentarmos, tornando-nos tão absortos em nossa própria pessoa fraca que perdemos de vista a organização teocrática de Jeová e seus atos gloriosos de hoje. Nos dias do profeta Zacarias, tendo voltado de Babilônia o restante judeu para reedificar o templo em Jerusalém, certos homens vieram ao templo chorar, gemer e lamentar pelos pecados de Jerusalém no passado e por todas as terríveis calamidades que lhe sobrevieram em tal ou tal mês do ano 607 A.C. De modo que queriam jejuar e espalhar tristeza. Daí Jeová mediante Zacarias lhes disse que isso estava então fora de ordem, pois já era tempo de regozijar-se sobre a restauração por parte de Jeová do seu restante consagrado e o restabelecimento da sua adoração no lugar em que ele tinha posto seu nome. Disse que daí em diante os jejuns anteriores que observavam nos vários meses “se tornará para a casa de Judá em goso e em alegria, e em festas alegres, portanto amae a verdade e a paz”. Daí lhes dirigiu a mente para o futuro, dizendo-lhes como dez homens de todas as nações e de todas as línguas pegariam na orla do vestido do judeu e iriam ao templo de Jeová para adoraram.—Zac. 7:1 a 8:23.
14 Outra vez, mais tarde, no dia de Neemias, quando o restante restaurado se inclinava a ficar melancólico e lamentar seu anterior procedimento obstinado, o governador Neemias disse à assembleia: “Não pranteeis nem choreis . . . Pois este dia é consagrado ao Senhor. Não estejais contristados, porque a alegria de Jeová é a vossa fortaleza.” —Nee. 8:9, 10.
15. Qual é o remédio bíblico para este estado mental introvertido e mórbido?
15 O remédio para este estado mental mórbido e introvertido é olhar para frente, não para trás. Guardai a mente ocupada com pensamentos progressivos. Guardai-a cheia da consideração de planos para adiantamento. Mantende os pensamentos nas obrigações adiante de vós e em como as enfrentareis. Lembrai-vos dos estudos bíblicos para os quais tendes de vos preparar, dos discursos que é mister preparardes para a tribuna pública, das demonstrações que é necessário aprontardes para a reunião de serviço semanal, e de todas as demais coisas que Deus tem em reserva para vós. Não vos derrubeis a vós mesmos, não vos enfraqueçais, não impeçais o vosso progresso olhando para trás com tristeza aos vossos pecados nem atrelando as coisas que ficaram para trás. Copiai o apóstolo: “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado, mas uma coisa é certa: Esquecendo as coisas que ficam para trás, e avançando para as que estão adiante, prossigo em direção ao alvo para o prêmio da vocação de cima, a qual Deus estende e Cristo Jesus. Todos nós, pois, que somos maduros, tenhamos esta atitude mental, e se com respeito de algum ponto tendes pensamentos diferentes, Deus vo-la revelará. Em todo caso, na medida que já progredimos, prossigamos andando de modo ordeiro nesta mesma rotina. Unidamente tornai-vos meus imitadores.” —Fil. 3:13-17, NM.
COISAS PARA A OCUPAÇÃO MENTAL
16. Por que e como precisamos guardar a mente renovada com os olhos para frente?
16 O resplandecente novo mundo está adiante, e estamos aproximando-nos das suas portas. A Bíblia o aguarda, e volta nossa mente para ele. Este não é o tempo para sofrermos uma recaída mental na corrupção. Há toda necessidade e todo incentivo para guardarmos nossa mente renovada. A inclinação de nossos pensamentos tem de manter-se na direção correta a fim de que sejam desejáveis os resultados, não nos desviando nem para a direita nem para a esquerda. A ‘lei de nossa mente’ precisa ser fortalecida segundo a Palavra de Deus e tornar-se a norma da qual não nos esquivamos, apesar das fraquezas de nossa carne. Isto exige esforço mental e vigilância dos nossos pensamentos bem como o nosso comparecimento aos lugares onde sempre podemos refrescar e renovar nossa mente com a verdade, com a Palavra de Deus que avança. Isto quer dizer que precisamos reservar tempo e estudar individualmente a Palavra de Deus. Quer dizer que precisamos assistir às reuniões do povo de Deus e unir-nos com eles em considerar e discutir a Palavra de Deus. Quer dizer que precisamos cooperar fiel e amorosamente com eles em edificar-nos uns aos outros sobre a nossa santíssima fé. Nunca deixeis de reunir-vos.
17. Como se nos torna mais nova a Palavra de Deus? Como podemos pensar os pensamentos de Deus?
17 A Palavra de Deus se nos torna cada vez mais nova, não só pelas melhores e mais novas traduções para nossa língua, mas mormente pelos cumprimentos das suas profecias e pelo esclarecimento dos seus ensinos sob o poder iluminador do espírito de Deus e seu uso da organização teocrática. Pensemos os pensamentos de Deus. Lembrai-vos de que Pedro cometeu um erro, procurando dissuadir Jesus do seu caminho de sacrifício porque, conforme disse Jesus a Pedro, “não pensas os pensamentos de Deus, mas sim os dos homens.” (Mat. 16:23, NM) Não podemos penetrar em todos os pensamentos de Deus. Não podemos aconselhar nem instruir a mente de Deus. Sua mente é muito mais adiantada e elevada que a nossa. Mas podemos receber informações, segredos, revelações, de sua mente. É possível que pensemos os pensamentos divinos que ele revela ao seu povo pelo seu espírito e mediante sua Palavra, e isto evitará que cometamos um erro como Pedro. Semelhante a um Pai amoroso Deus nos diz no meio desta geração adúltera da humanidade: “Filho meu, dá-me o teu coração, e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos [ou observem-nos, NA,margem].” (Pro. 23:26) Isto quer dizer atentarmos-lhe com todo nosso coração ao revelar-se ele e observarmos seus caminhos. Podemos fazer isso só por estudar sua Palavra, aderir a ela e observar os tratos divinos com seu povo organizado. Isto ajudará a transformar-nos.
18. Como podemos ter a mente de Cristo?
18 Da mesma forma temos de observar o Filho de Deus, Jesus Cristo, “o guia e aperfeiçoador da nossa fé.” (Heb. 12:2, NM) Há possibilidade de que não conheçamos a mente de Jeová de modo cabal porque nos é insondável, mas, diz o apóstolo, “nós temos a mente de Cristo.” Sim, nós temos o que ele pensa, participamos de seus pensamentos, porque ele veio à terra e no-los revelou. Em proporção ao zêlo e madureza que temos como cristãos, são nossos pensamentos os dele. Por isso podemos apreciar por que ele falou e se portou conforme fez, e por que se humilhou sob a mão de seu Pai celestial, até a morte vergonhosa no madeiro de tortura. Se somos seus fiéis seguidores, precisamos seguir o conselho do apóstolo: “Guardai em vós esta atitude mental que houve também em Cristo Jesus.” Podemos fazer isto só se tivermos a mente de Cristo, seus pensamentos, e com este fim temos de estudar a Palavra de Deus, que nos dá o relato do que Jesus disse e como vivia e que profecias ele cumpriu e as que está cumprindo agora ou ainda cumprirá.
VIVER EM CONFORMIDADE COM A MENTE RENOVADA
19. Que precisamos ter, apesar da oposição de quem?
19 Nossa carne fraca e decaída bem como todo este mundo de demônios e homens iníquos tratarão de impedir que expressemos nossa mente por vivermos em conformidade com nossa nova atitude mental. Mas a lei de Deus nos dá o direito não só à liberdade de pensamento mas também à liberdade de expressão. Todo aquele que é genuíno cristão precisa ter a mente renovada segundo a vontade de Deus. “Por conseguinte, se alguém está em união com Cristo, nova criação é, as coisas velhas já passaram, eis que vieram à existência coisas novas.” Assim lemos em 2 Coríntios 5:17, NM. Da mesma forma, se alguém de boa vontade está destinado a viver eternamente sobre a terra paradisíaca após a batalha do Armagedon, ele precisa ter a mente modificada daquilo que era antes, a qual precisa transformá-lo de qualquer semelhança a este mundo corrompido.
20. Qual é o propósito de renovarmos nossa mente, e como se realiza este propósito?
20 Lembremos por que temos esta renovação de nossa mente. Escutai outra vez as palavras completas do apóstolo: “Transformai-vos pela renovação de vossa mente, para que proveis a vós mesmos a boa e aceitável e completa vontade de Deus.” (Rom. 12:2, NM) Na cristandade há grande confusão sobre qual é a vontade de Deus, portanto a cristandade prossegue amoldando-se ao padrão deste mundo. Mas nos compete provar a nós mesmos qual é a sua vontade adquirindo uma nova mente, e isso significa adquirirmos nova informação, novo conhecimento, para a mente. Se nos vai revelar a vontade de Deus, então essa informação, conhecimento e esclarecimento precisam vir dele, e só podemos adquirir estas coisas da sua Palavra com a ajuda de seu espírito e organização. Quando assim provarmos para nós mesmos o que é, então apreciamos que sua vontade é a de bondade. Não poderia haver propósito melhor para nós. É a única coisa aceitável a ele. Portanto não podemos alterar sua vontade, mas temos de submeter-nos a ela e tratar de a cumprir em todos os sentidos. E daí ao aumentar nossa informação e adquirirmos mais conhecimento e estudarmos mais sua vontade, verificamos que é uma vontade completa. Abrange tudo de que carecemos a fim de efetuar nossa parte no arranjo vitalizador de Deus e participar em vindicar seu nome e soberania perante todo o universo. Estando persuadidos em nossa nova mente o que é a vontade de Deus, temos agora de fazer esta boa, aceitável e completa vontade.
21. Como e por que deveis ‘fortalecer vossa mente para atividade’?
21 Isto exige firmar a mente. “Portanto,” nos diz o apóstolo Pedro, “fortalecei vossa mente para atividade, mantende-vos completamente equilibrados e depositai vossa esperança na imerecida benignidade que vos será trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, deixai de amoldar-vos segundo as concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância, mas, de acordo com o santo que vos chamou, tornai-vos também santos em todo vosso procedimento, porque está escrito: ‘Tendes de ser santos, porque eu sou santo.’” (1 Ped. 1:13-16, NM) É com o cinto da verdade que temos de firmar a mente para a atividade estrênua que ainda está adiante. E como proteção para a cabeça podemos usar “por capacete a esperança da salvação, porque Deus não nos designou para a ira, mas para adquirirmos a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.” E além disto, para este cinto da verdade e capacete da esperança que precisamos, é necessário que continuemos a alimentar-nos da Palavra de Deus sob a iluminação de seu espírito e com a ajuda da sua organização teocrática.”—1 Tes. 5:8, 9, NM.
22. Que novo ponto de vista relativo aos sofrimentos para fazer a vontade de Deus nos dá a mente renovada?
22 Que nova perspectiva nos dá a nova mente relativa à atividade que se necessita para fazer a boa, aceitável e completa vontade de Deus! Como transmite glória a esta atividade! Previne-se-nos que sofreremos por causa da nossa fiel atividade. Mas neste caso, também, a mente renovada pela Palavra e espírito de Deus nos ajuda a ver nossos sofrimentos de um ponto de vista diferente. Consideramo-los um grande privilégio, pois nossos olhos de entendimento veem que visam provar nossa integridade para com Deus como fiéis apoiadores da sua soberania e fiéis escravos do seu reino por Cristo. Para enfrentarmos e suportarmos tais sofrimentos podemos ‘armar-nos da mesma disposição mental que Cristo Jesus’ e assim manter nossa integridade como ele. Temos de sofrer porque não podemos andar junto com este mundo nas suas praxes. Nossa nova mente não permitirá que sigamos as praxes mundanas, por isso preferimos sofrer. Mas por provarmos destarte nossa integridade, há para nós um galardão indizível de gizo sem fim no novo mundo de Deus composto de novos céus e uma nova terra.—1 Ped. 4:1, 2, NM; 2 Ped. 3:13.
23. O que resolvemos agora, e que contemplamos adiante?
23 Segundo toda evidência, oh! quão próximo está esse novo mundo de justiça! Assim, pois, deixemos de amoldar-nos ao padrão deste mundo de iniquidade, que está tão perto do seu fim cabal, mas adquiramos a nova mente cheia do conhecimento da vontade de Deus. Guardemos essa mente renovada por fazer com fidelidade a sua vontade, e vivamos agora como felizes proclamadores do reino de Deus e herdeiros do seu glorioso novo mundo. Daí, se Deus nos favorecer com a sobrevivência à batalha do Armagedon e entrarmos no novo mundo sem morrer, ainda que não tenhamos novos corpos instantaneamente, teremos novas mentes que estarão em completa harmonia com o justo novo mundo.