Fixar os destinos neste período de juízo
“Saí dela, povo meu, se não quereis participar com ela dos seus pecados, se não quereis incorrer nas suas pragas. Porque os seus pecados se acumularam até o céu, e Deus se lembrou dos atos de injustiça que ela praticou.”— Apo. 8:4, 5, NM.
1. Qual foi o progresso deste atual período de juízo?
NÃO há dúvida de que entramos num período de juízo na segunda presença de Cristo. O juízo começou pela casa de Deus, purificou o restante ungido da imundície babilônica, livrou-os do cativeiro babilônico e os habilitou a fugir da Babilônia maior para escapar de participar das suas pragas. Foram libertos para pregar, para anunciar o estabelecimento do reino celestial, para soar o aviso do “fim completo” que impende: “Estas boas novas do reino serão pregadas por toda a terra habitada com o intuito de dar testemunho a todas as nações, e então virá o fim completo.” (Mat. 24:14, 21, 22; 1 Ped. 4:1, NM) Este esclarecimento trouxe responsabilidade e estabeleceu o fundamento para juízo: “Ora a base do juízo é este, que a luz veio ao mundo.” (João 3:19-21, NM) Por conseguinte o juízo que começou pela casa de Deus estendeu-se para incluir todos os povos de todas as nações, conforme Jesus disse que se daria na sua segunda presença: “Quando chegar o Filho do homem na sua glória e todos os anjos com ele, então se assentará sobre o seu glorioso trono. E diante dele serão reunidas todas as nações, e ele separará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos à esquerda.” As ovelhas que manifestaram bondade aos irmãos de Cristo herdarão as bênçãos do novo mundo, mas os cabritos que lhes negaram bondade se apartarão “para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos”. O juízo de Cristo é: “Irão estes para a extirpação eterna, mas os justos para a vida eterna.” Os cabritos permanecerão na Babilônia maior e participarão das suas pragas, as ovelhas pertencem a Deus e viverão porque obedecem ao mandamento: “Saí dela, povo meu.”—Mat. 25:31-46, NM.
2. Que especulação se apresenta, e em que base?
2 Este período de juízo se completará durante a atual geração, e quando começar a execução do juízo no Armagedon terão sido fixos os destinos de todas as pessoas que então viverem. Alguns ficam perturbados com isto, e especulam sobre a existência de uma terceira classe não separada nas categorias de ovelhas e cabritos, a qual será ressuscitada no milênio para seu período de juízo. Nessa classe incluiriam todas as crianças, e quaisquer adultos não alcançados pela mensagem do Reino antes de estalar o Armagedon. Tais especuladores não podem produzir apoio bíblico algum para sua teoria. Parece ser gerada por sentimento humano no tocante à salvação de criaturas ou pela atitude negativa e derrotista para com a terminação próspera da obra de pregação. Ou por ambos.
3, 4. Por que é errônea a teoria de uma terceira classe?
3 A Palavra de Jeová declara que a mensagem do Reino “será pregada por toda a terra habitada com o intuito de dar testemunho a todas as nações”. Tornara vazia a sua palavra? Deixará de ser executado seu propósito? Não; até as pedras clamariam para evitar isso! (Isa. 46:11, 55:11; Luc. 19:40) O testemunho a todas as nações, por toda a terra habitada, bastará para cumprir o propósito de Jeová, e será concluído antes de vir o “fim completo” do Armagedon. Este testemunho fornecerá a base para o juízo pelo qual as pessoas de todas as nações serão separadas nas classes de ovelhas e cabritos, por Cristo Jesus. Fará Cristo o Juiz um serviço incompleto? Deixará ele de acabar o serviço que lhe foi designado, sobrando assim uma terceira classe não predita que ele omitiu de separar? Ou concluirá ele a obra de divisão que Jeová lhe confiou, e separará o povo de todas as nações só nas duas classes preditas, realizando assim o propósito divino e cumprindo a palavra divina?
4 Este período de juízo desde 1914 até o Armagedon se reserva para tal obra de separação e forma parte do sinal de que estamos no “tempo do fim”. Demorará Cristo na obra de separação, de modo que lhe seja necessário completá-la num dia de juízo no futuro, deixando assim de providenciar essa parte do sinal? Alguns arguem que a parábola das ovelhas e dos cabritos continua a aplicar-se no milénio. Despercebem que a separação é completa antes de herdarem as ovelhas as bênçãos do novo mundo no reinado milenário, que tal separação se efetua quando ele chega, não séculos mais tarde. Existem nações; não haverá tais divisões segundo linhas nacionais no novo mundo. É preciso que se conclua a obra de juízo designada a este período antes de começar a execução no Armagedon. O juízo na casa de Deus foi concluído, não ficou incompleto, assim se dará com o juízo das nações durante o mesmo período de juízo.
5. Como não deixam lugar para uma terceira classe a profecia de Ezequiel e as palavras de Jesus?
5 Em harmonia com a ilustração das ovelhas e cabritos, Ezequiel 9:4-6 revela apenas duas classes, a dos marcados para preservação e a dos não marcados que estão destinados para a destruição. E nesta representação profética da matança do Armagedon notai que as forças execucionais não poupam as pessoas por causa da idade ou sexo: “Feri. . .nem mostreis piedade: matai o velho, o moço e a donzela, meninos e mulheres, até os exterminardes, porém não vos chegueis a qualquer homem sobre quem estiver o sinal.” Notai que nesta ilustração os preservados são os que ‘gemiam e suspiravam por causa de todas as abominações’ que se faziam na terra em vitupério à verdadeira adoração de Jeová. Na parábola das ovelhas e dos cabritos os preservados manifestavam favor aos irmãos de Cristo. Em ambos os casos os que foram destruídos abrangiam tanto os que permaneceram indiferentes ou neutros como os opositores. Cristo Jesus, durante o período de juízo quando esteve na terra, delineou o princípio para tais tempos: “Quem não é por mim, é contra mim, e quem comigo não ajunta, espalha.” (Mat. 12:30, ARA) Não resta lugar para uma terceira classe.
RESPONSABILIDADE FAMILIAR
6. Que princípio opera para a classificação das crianças pequenas?
6 Desde que Ezequiel 9:4-6 revela que há alguns “meninos” na classe destruída eternamente no Armagedon, em que base são eles colocados nessa classe, visto serem muito novos para se responsabilizarem por si próprios? As Escrituras indicam uma responsabilidade familiar ou mérito familiar segundo o qual se determina o destino de meninos sem responsabilidade. Exemplos bíblicos deste princípio ajudarão os mansos e dóceis a moldar sua mente para ajustar-se ao parecer de Deus sobre este assunto, ajudá-los-á a entender os pensamentos de Deus neste sentido antes que aderir obstinadamente aos seus próprios. Os seus não só são falíveis mas também materiais, desde que os de Jeová são aqueles que estabelecem os princípios que determinam o resultado da questão.
7, 8. Que exemplos bíblicos estabelecem o princípio?
7 Quando Datã e Abirão se rebelaram contra o arranjo teocrático de Jeová no deserto, a terra os engoliu. Mas não só a eles, pois o registo indica que junto com eles pereceram “suas mulheres, e seus filhos e seus pequeninos.” (Núm. 16:23-33; Deu. 11:6) Não trouxe Acan pela sua avareza a morte não só a ele próprio mas também a seus filhos e filhas, sendo destruídos com ele sua casa inteira e seus bens? (Jos. 7:24-26) Não resultou o pecado de Davi na morte de seu filho? (2 Sam. 12:15-18) A transgressão de Cão acarretou maldição a seu filho Canaã. (Gên. 9:22-27) Os descendentes do rei Saul sofreram pelos pecados dele. (2 Sam. 21:1-9) Ademais, a Lei mosaica declarou que as iniquidades dos pais se visitariam nos filhos até a terceira e quarta geração.
8 Num tempo de juízo Jesus disse: “Se, pois, um cego guiar outro cego, ambos cairão num barranco.” (Mat. 15:14, NM) Isto quer dizer não só o clero e o leigo mas também o pai e o filho. Se um pai escolher pecar contra o espírito santo sem se importar com os interesses eternos de seus filhos, isso então se torna a responsabilidade do pai. Já vimos como foram finais as destruições na época do Dilúvio e na chuva de fogo sobre Sodoma e Gomorra. Não foram preservados na arca pequeninos, deveriam ter sido mortos por Jeová. Deveria ter havido muitos bebés e meninos em Sodoma e Gomorra, mas sua inocência infantil não fez que Jeová os considerasse justos. A presença de dez justos teria salvado as cidades. Com certeza havia mais de dez filhos irresponsáveis. Foram mortos por Jeová juntamente com seus pais injustos. —Gên. 18:20-33; 19:1-26.
9. Como opera este principio para à salvação dos filhos?
9 Este princípio de responsabilidade familiar também opera ao contrário, em que poderíamos chamar mérito familiar. Os primogênitos israelitas foram poupados na décima praga porque os chefes de família obedeceram ao mandamento de Jeová de espargir nas ombreiras o sangue do cordeiro pascal. (Êxo. 12:7, 13) Mefiboset foi poupado por ser filho de Jônatas. (2 Sam. 21:7) O prudente caminho de Raab resultou na preservação de sua família. (Jos. 2:12-14) Foi parcialmente por consideração a Abraão que seu sobrinho Ló foi favorecido, e os anjos que visitaram Sodoma permitiram, por causa de Ló, que levasse seus parentes ilesos com ele. Sua recusa e destruição subsequente revela que tem de se haver cooperação com o chefe de família a fim de realizar-se o mérito familiar. (Gên. 19:12-14, 29) As palavras de Paulo são de interesse especial aos pais nestes últimos dias: “O marido incrédulo é santificado em relação à sua esposa, e a esposa incrédula é santificada em relação ao irmão; de outro modo, vossos filhos seriam imundos, mas agora são santos.” (1 Cor. 7:14, NM) “Jeová conhece os que lhe pertencem,” e isto também abrange os pequeninos no Armagedon cujos pais pertencem a Jeová e que procuram criá-los em conformidade com a Palavra de Deus. —Deu. 6:6, 7; Efé. 6:4; 2 Tim. 2:19, NM.
10. Por que é muito vital a correta educação paternal dos filhos?
10 Tais fatos devem incitar as testemunhas de Jeová que são pais a refletir sobriamente na educação teocrática que agora proporcionam a seus filhos. Ordena-se aos pais que instruam seus filhos nos caminhos de Deus, e se nestes últimos dias os pais negligenciarem prestar atenção às instruções divinas, é possível que acarretem destruição não só a eles próprios mas também a seus filhinhos no Armagedon. E se esses filhos pequenos crescerem à madureza e se tornarem responsáveis por si antes de estalar o Armagedon, a educação paternal poderá determinar se eles escolherão o caminho da vida ou o da morte. (Pro. 22:6) Chega a hora em que os filhos que amadurecem assumem a responsabilidade por si próprios, tendo alcançado a idade de serem responsáveis por si e escolhendo de livre arbítrio o caminho que querem seguir. Então saem da responsabilidade ou mérito familiar e se sujeitam ao princípio de responsabilidade pessoal: “A alma que peca, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai nem o pai levará a iniquidade do filho. A justiça do justo será sobre ele, e a impiedade do ímpio será sobre ele.” —Eze. 18:20.
11. Por que Ezequiel 18:20 não se aplica a crianças? Que mostra este texto?
11 Alguns arguirão que este texto refuta a crença de que os filhos pequenos perecerão com seus pais iníquos no fim dos períodos de juiz . Mas este texto não se aplica a pequeninos. O contexto mostra claramente que o filho que está sendo discutido é adulto, não uma criança. Os versículos precedentes dizem que se um homem fizer o que é legítimo e justo ele viverá. Se gerar um filho que for violento, depravado sexualmente, opressor dos pobres e necessitados, ladrão e idólatra, este filho iniquo morrerá pela sua iniquidade. Se o filho evitar todos esses pecados e praticar o bem, socorrer os pobres, não cometer crimes, guardar a lei de Deus, tal filho viverá, quer seu pai seja bom quer ímpio. Cada um responderá por si mesmo, tendo alcançado a idade de responsabilidade pessoal. Dai tudo isso é resumido no versículo 20, acima citado. Os versículos que seguem mostram que se o filho ou o pai iniquo abandonar sua maldade e fizer o bem ele viverá, e se o bom filho ou pai se desviar para a iniquidade ele morrerá por causa disto. Ora, que criancinha ou menino poderia cometer as depravações sexuais ou os crimes ou idolatrias religiosas mencionadas, ou fazer as boas obras citadas, ou ser capaz de pesar seu proceder e decidir mudá-lo? O contexto elimina por completo a aplicação de Ezequiel 18:20 aos pequeninos. Por isso quando se tornar necessário classificar os filhinhos durante um período de juízo, faz-se isto na base de responsabilidade paternal, e não na de responsabilidade pessoal.
12. Por que o texto liga pai e filho da maneira que o faz?
12 Ezequiel 18:20 liga pai e filho dessa maneira porque nos dias da antiguidade os filhos adultos muitas vezes permaneciam na casa dos pais sob sua chefia, e isto às vezes depois de casados. Enquanto permaneciam na casa paterna eles reconheciam sua chefia, mas não ficavam de pé ou caiam perante Deus na base do procedimento do pai, da forma que uma vez acontecia com eles quando eram pequenos. Embora ficassem ainda na casa dele, eram responsáveis por si próprios. Escolheram seu caminho relativo à justiça ou injustiça. Lembrai que na rebelião do deserto os filhos de Datã e Abirão pereceram com seus pais, mas os filhos de Corá não morreram com ele. (Núm. 26:9-11) Parece que os filhos de Corá tinham chegado à idade de responsabilidade e não seguiram seu pai na rebelião.
RESPONSABILIDADE COMUNAL
13. Que exemplos estabelecem o princípio da responsabilidade comunal?
13 Em vista de ser eterna a destruição dos que Jeová mata no Armagedon, alguns indagarão acerca dos que por acaso não ouvem a mensagem pessoalmente, sobretudo em certos países que proíbem a obra de testemunho. Além da responsabilidade familiar a Bíblia indica uma responsabilidade comunal, em que uma comunidade apoia ou aprova os governadores que perseguem o povo de Jeová ou são de outra forma perversos. Não sofreram os egípcios as pragas por motivo da dureza de Faraó? (Êxo. 5:1, 2; 9:13-16) Não sofreram os amalequitas por gerações depois em virtude da oposição de Amalec aos israelitas no deserto? (Êxo. 17:8, 14, 16) O rei Saul causou dificuldades a Israel anos após a sua morte. (2 Sam. 21:1) Os pecados de Davi acarretaram castigo ao povo. (2 Sam. 12:10-23; 24:10-17) Alguns relacionam parte disto ao castigo de governador antes que à responsabilidade comunal, não obstante revela como os pecados de alguém podem afetar a muitos. Não há dúvida de que era responsabilidade comunal quando Acan transgrediu, causando derrota militar a Israel. (Jos. 7:5, 13-21) Os homens perversos acarretaram a destruição à cidade inteira de Gibeá, e aqueles que a amparavam ou só se refrearam de ajudar castigá-la também sofreram com ela. (Juí. 19:22-30, 20:40; 21:9, 10) Porque o rei Jeorão de Judá se desviou de Deus, a nação incorreu no mal e foi castigada. (2 Crô. 21:11-15) Se a idolatria principiasse numa cidade de Israel, corrompendo os habitantes, a cidade seria destruída. Também se pode dar mais exemplos. (Gén. 12:17; 20:9, 17; 26:10; Deu. 13:12-18) Mateus 10:14, 15, 23 mostra que famílias ou cidades que não corresponderem à mensagem não suportarão o dia de juízo. O princípio se aplica também em escala nacional.
14. Por que os povos das nações não se podem queixar se Deus opera no princípio da responsabilidade comunal?
14 O povo tem de aceitar a responsabilidade pelos atos de uma nação. Se o governo se torna opressivo demais contra eles, lançam-no fora, seja por votação ou por tiros. Toleram, porém, com placidez a perversidade contra Deus. Para eles a conveniência e liberdade pessoais são mais preciosas do que a piedade. Revoltam-se contra os governadores cruéis, mas apoiam os impiedosos. Carecem do ardente amor pela justiça e do ódio devorador contra a iniquidade, o qual consumiria a corrupção e imoralidade que andam desenfreadas em todos os governos humanos. Os governadores e os governados revolvem-se no gamelo dum colapso moral internacional. (2 Tim. 3:1-5) As nações operam em conformidade com o princípio de responsabilidade comunal. Os governadores talvez comecem as guerras, mas o povo as trava. É sobre o povo em geral, jovem e velho, homens e mulheres, que a nação inimiga derrama a destruição, não sobre os governadores iníquos. As nações nas suas guerras semeiam a morte na base de responsabilidade comunal. Não será justo que a ceifem na mesma base no Armagedon? Terão direito de se queixar se ceifarem assim como semeiam, forem julgados como julgaram, receberem a mesma misericórdia que mostraram? Se o povo ativa ou passivamente ampara o que é corrupto, imoral e assassino, não recai sobre ele alguma responsabilidade por isto? —Mat. 5:7; 7:1, 2; Gál. 6:7; Tia. 2:13.
15. Por que é necessário que o povo aceite a responsabilidade pelos atos dos seus governadores?
15 Quando os israelitas desejavam um rei humano, foram avisados das opressões que isso lhes acarretaria. (1 Sam.8:4-22) Mas eles insistiram em ter um governo humano, e de direito se lhes acarretou a responsabilidade pelo mal que o rei humano praticava, visto que eram responsáveis por ser ele posto numa posição em que podia praticar seus pecados desenfreados em escala nacional. Atualmente por voto o povo empossa políticos reconhecidos como sendo corruptos, e assim os habilita a aproveitar a oportunidade de praticar o mal. Que a responsabilidade perante Deus recai sobre o povo se mostra não só no caso acima citado de Israel mas também pelo conselho de Paulo a Timóteo acerca de designações na congregação crista: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos, nem participes dos pecados alheios, conserva-te a ti mesmo puro.” Além de ser avisado contra designações precipitadas, Timóteo foi informado quanto às qualificações a exigir dos designados aos cargos de serviço. (1 Tim. 3:1-13; 5:22; 2 João 10, 11 NTR) Qual é a razão de toda essa precaução? A fim de que evitasse ‘participar dos pecados alheios’. Se ele fizesse designações impróprias se tornaria responsável pelos pecados desses designados, visto que os colocou em posição para cometer os pecados que danificaram a congregação perante Deus. De modo que as pessoas que votam em governadores iníquos, instalando-os nos postos, ou permitem que tais permaneçam no poder, têm de aceitar a responsabilidade pelos atos oficiais desses governadores e seus pecados contra Deus e contra o homem.
16. De que carece a maioria do povo hodierno?
16 Com efeito, a maioria do povo hodierno carece de amor pela justiça e ódio à injustiça. Sabem que o mundo é absolutamente corrupto. Contudo parece que estão satisfeitos com ele. Pelo menos aderem a ele, e zombam quando as testemunhas de Jeová o expõem. Parece que eles ‘assim o querem’. (Jer. 5:31; 6:13) A corrupção ao redor deles lhes dá licença para suas próprias concupiscências, amortece quaisquer protestos fracos de consciência anêmica, afoga todos os escrúpulos que restam. Eles têm medo só de castigo, não de praticar o mal: “Porque a sentença não se executa logo contra uma má obra, por isso o coração dos filhos dos homens é inteiramente disposto a praticar o mal.” (Ecl. 8:11) Não ‘buscam a justiça’ com zelo nem “suspiram e . . . gemem” por causa de qualquer ofendido sentimento de justiça, mas apenas quando as injustiças os restringem ou impedem de seguir seus fins interesseiros. (Eze. 9:4; Sof. 2:3) São repelidos pela mensagem de Jeová porque esta exige uma separação deste mundo imoral e corrupto, louco por prazeres.
17. De quem se dessemelham? Que farão os sinceros até sem mensagem específica de Deus?
17 Não são como Noé, pois ele foi repelido pelo seu semelhante, de quem a Escritura diz que “toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má continuamente”. Não são como Ló, pois “este justo, pelo que via e ouvia quando habitava entre eles, atormentava a sua alma justa, cada dia, por causa das obras iníquas daqueles”. Não são como aqueles que estão marcados para ser preservados no Armagedon, que “suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se fazem.” Não são como os hodiernos homens de boa vontade para com Deus que alegremente se separam do mundo porque não têm nada que ver com sua corrupção. (Gên. 6:5; Eze. 9:4; Tia. 1:27; 4:4; 2 Ped. 2:8, ARA) Não lhes é necessário ouvir uma mensagem específica de Deus a fim de serem repelidos pela iniquidade deste mundo, não se amarem a justiça e odiarem a injustiça. Até sem a Palavra de Deus os homens pela natureza e pela consciência podem notar a justiça e a injustiça. (Rom. 2:12-16) Os que têm coração sincero se cansarão deste mundo, cada vez mais ao aproximarmo-nos do Armagedon, pois até esse mesmo tempo “os homens perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados”.—2 Tim. 3:13, NM.
18. Como arguem alguns relativo à ignorância, e por que não têm razão?
18 Alguns arguem que a ignorância é desculpa que granjeará uma ressurreição para muitos dos mortos no Armagedon, tais como os que perecerem por motivo de responsabilidade comunal. Citarão o caso de Paulo. Este, que outrora era perseguidor, disse: “Alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância e falei com falta de fé.” Mas se lhe mostrou essa misericórdia durante um período de juízo, e ele não a rejeitou. Usou-a para eliminar sua ignorância e edificar sua fé. Esta demonstração de misericórdia tinha outro objetivo, o de revelar a longanimidade divina. (1 Tim. 1:12-16, NM) Consequentemente é errado dizer que Paulo foi salvo por causa da sua ignorância. Porque atuou em ignorância lhe foi possível o arrependimento, e não tinha pecado imperdoavelmente contra o conhecimento nem contra a manifestação do espírito santo. O mundo está cheio de Bíblias, em mais de 1.125 idiomas, e um relance a suas páginas basta para condenar o proceder do mundo. Mas as massas do povo permanecem ignorantes “de propósito”. (2 Ped. 3:5, NM) Nalgumas épocas no passado Deus não levou em conta a ignorância, mas isto não sucede durante um período de juízo, quer seja o do dia de Noé, o do dia de Ló, o do dia de Jesus, o do nosso dia, ou seja o durante o milênio. Foi este o ponto que Paulo esclarecia quando disse: “Com efeito, Deus não levou em conta os tempos de tal ignorância, agora, porém, notifica à humanidade que todos em toda parte se arrependam.” Por quê? “Porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar a terra habitada.” (Atos 17:30, 31, NM) Conforme declarado previamente, aquele dia para a maioria dos homens será o reinado milenário; outros, porém, tiveram ou estão tendo seu período de juízo mais cedo. Tais períodos não são tempos de ignorância, mas sim de arrependimento.
POR QUE TESTEMUNHAMOS AGORA
19. Por que não conduz ao testemunho zeloso agora a idéia de que a ignorância desculpará muitos dos mortos no Armagedon?
19 Se a ignorância durante este presente período de juízo fosse desculpa e importasse numa ressurreição dos ignorantes no reinado milenário, não seria vantajoso deixar todos permanecer ignorantes agora? Se todos os a quem não se prega pessoalmente agora e que forem mortos por Jeová no Armagedon voltarão na ressurreição da humanidade, por que se faz qualquer pregação atual? Até aqueles que se opõem à opinião de que todos os mortos no Armagedon estarão mortos para sempre admitirão que os que ouvem o testemunho agora mas não o aceitam perecerão eternamente no Armagedon. Com o único fim de arrazoarmos, adotemos a sua opinião por um momento. Pregamos a mil pessoas agora, e talvez uma aceite a verdade, ao passo que os demais a rejeitam e morrem para sempre no Armagedon. Mas se não tivéssemos pregado aos mil, todos morreriam no Armagedon, mas todos voltariam numa ressurreição, não tendo ouvido a mensagem. Certamente quando voltassem naquele novo mundo muito adiantado na direção ao paraíso perfeito, não havendo presente corruptores humanos alguns e tendo passado a influência demoníaca, assim seriam inclinados a pensar e dizer os nossos opositores, muito mais de um desses mil se conformariam aos requisitos do novo mundo. Talvez apenas um recusaria. Se for assim, por que pregarmos agora, salvando um dentre mil? Por que não ficarmos calados agora e salvarmos 999 dentre mil?
20, 21. (a) Por que seria insensato tal proceder? (b) Como João 5:28, 29 e Jeremias 25:33 confirmam a opinião de que os mortos no Armagedon permanecerão mortos?
20 Isso, naturalmente, seria tolice. Importaria na destruição eterna da testemunha que ficasse calada. Significa que as pedras clamariam o aviso, se a classe de vigia deixasse de fazê-lo. (Eze. 33:7-9; Luc. 19:40) Pregar-se-á o evangelho por toda terra, pois Jeová o diz. E quer seja feito na base de responsabilidade pessoal, familiar ou comunal, os povos de todas as nações serão separados nas classes de “ovelhas” e “cabritos”, pois assim diz Jeová. Os que ele matar no Armagedon permanecerão mortos para sempre, pois seus quadros proféticos encenados no tempo do Dilúvio e no de Sodoma e Gomorra assim dizem, também a parábola das ovelhas e dos cabritos. Este parecer é corroborado por João 5:28, 29 (NM): “Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão.”
21 Notai que João 5:28, 29 limita as ressurreições aos que estão “nos túmulos memoriais”. Isto quer dizer que serão ressuscitados apenas os cuja existência Jeová guarda em sua memória, que é indicada ou simbolizada pela expressão “túmulos memoriais”. Por isso os criminosos julgados indignos duma ressurreição eram jogados incerimoniosamente no vale de Hinom ou Geena, em que seus corpos eram consumidos, sem serem lamentados nem enterrados, e sem túmulo para lembrar ou memoriar sua existência anterior. Portanto os que não estão “nos túmulos memoriais” ou que não são simbolizados desta forma como estando na memória de Deus, não serão lembrados no tempo da ressurreição. O que isto importa a nós hoje é que os que vivem agora neste tempo de juízo e que por um motivo ou outro não se definirem por Jeová, portanto serão mortos por ele na batalha do Armagedon, não serão guardados na sua memória para obterem uma ressurreição. Que esse grupo abrangerá a maior parte dos humanos que agora vivem na terra se mostra em Jeremias 25:33: “Os mortos de Jeová se estenderão naquele dia desde uma á outra extremidade da terra, não serão pranteados, nem recolhidos, nem enterrados, servirão de esterco sobre a face da terra.” Estes vastos números mortos por Jeová e assemelhados a esterco espalhado sobre a terra mal podiam ser considerados como estando “nos túmulos memoriais” para serem lembrados por Cristo e chamados para saírem durante o milênio. Ele não se lembra de esterco.
22. Que batismo espera este mundo?
22 No Armagedon Jeová batizará este mundo com fogo destrutivo: “Os céus e a terra que agora existem se guardam para o fogo, estando reservados para o dia do juízo e da destruição dos homens ímpios . . . Virá, entretanto, como ladrão o dia de Jeová, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, mas os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra e as obras que nela há, serão descobertas . . . os céus incendiados se dissolverão e os elementos, ardendo, se derreterão.” (2 Ped. 3:3-13, NM) Notai que este período dos últimos dias culminando no Armagedon se chama “dia de juízo e da destruição”, após o qual vem o prometido novo mundo da justiça, o reinado milenário.
23. Que outros batismos de fogo menciona a Bíblia?
23 Esse beatismo de fogo foi prefigurado por um da antiguidade, quando se “fêz,. . .chover sobre Sodoma. . .enxôfre e fogo do céu; e destruiu. . .todos os habitantes”. Mais tarde Jeová “incendiou a Jacob como um fogo chamejante” e “em Sião acendeu um fogo”, quando em 607 A.C. usou Nabucodonosor para imergir Jerusalém e Judá num batismo de fogo por causa dos seus crassos pecados. (Lam. 2:3, 4; 4:11) Quando Cristo veio à terra João Batista mencionou a aproximação de um batismo de fogo sobre a nação de judeus naturais descrentes, quando se assemelhariam a uma árvore “cortada e lançada no fogo” e que Cristo “queimará a palha em fogo inextinguível [pelo homem]”. (Mat. 3:10-12, NM) Este batismo de fogo veio em 70 E.C.,quando as legiões imperiais de Roma destruíram a Jerusalém e mataram 1.100.000 judeus, levando 97.000 cativos. Um beatismo final de fogo virá sobre aqueles que se definirem ao lado de Satanás no fim do reinado milenário: “Desceu fogo do céu, e os devorou.” (Apo. 20;9, NTR ) Semelhante a outros batismos de fogo, este vem no fim de um período de juízo, de mil anos. Certamente não há ressurreição desse batismo de fogo, pois está ligado com a segunda morte, o lago de fogo e enxofre. Assim o fogo é sem dúvida o símbolo da destruição que é final, quer seja usado em relação ao Armagedon ou ao fim do reinado milenário.
24. Que pontos devem lembrar os perturbados?
24 Quem fica perturbado por esta opinião das coisas deve lembrar vários pontos. Primeiro, se Jeová destruísse todos não seria envolvida injustiça alguma, visto que ninguém tem direito inerente à vida. Em segundo lugar, a obra de testemunho será executada até o ponto que ele julgue necessário para separar todos os povos e ele não cometerá erro. Não sabia antes de Noé pregar ou edificar que nenhuns outros se reuniriam a Noé e sua família na arca? Não sabia antes de Ló pregar ou os anjos fazerem milagres que nem havia sequer dez justos lá? Muito antes de podermos determinar a inclinação ovino ou caprina da mente do homem, Jeová e Cristo podem julgar e dividir sem equívoco. E são eles os juízes, não nós. Em terceiro lugar, a divisão ainda não está completa, não findou o período do juízo. Não é a divisão incompleta agora existente que vale, mas a completa que prevalecer no princípio do Armagedon. Ainda que estejamos num período de juízo, não é necessário que consideremos como sendo finalmente destruídos todos os que morrerem por vários motivos antes da execução do juízo no Armagedon. É possível que sejam ressuscitados alguns do mundo pré-diluviano que morreram antes do dilúvio, há possibilidade de que voltem alguns sodomitas que morreram antes de chover fogo e enxofre, talvez vivam de novo alguns judeus do dia de Jesus e dos apóstolos que não foram destruídos pelas forças execucionais romanas. Mas não os que foram mortos pelo Senhor no Dilúvio, nem na chuva de fogo sobre Sodoma, nem nos juízos executados em 70 E.C., tão pouco durante o Armagedon. É capaz que alguns morram durante o Armagedon sem serem mortos por Jeová, tais como alguns do seu povo cujo organismo físico não puder suportar o ordálio; mas a grande maioria serão “os mortos de Jeová” espalhados sobre a terra como esterco. Permanecerão mortos para sempre.
25. Que está adiante conforme indicam as profecias bíblicas?
25 Lembrai-vos também de que as profecias bíblicas indicam que os homens e as nações intensificarão seus assaltos contra o povo de Jeová e contra a obra que fazem. Os capítulos 38 e 39 de Ezequiel mencionam forças inspiradas pelos demônios que vêm contra a organização teocrática restaurada de Jeová: “Subirás, virás com uma tempestade, e tornar-te-ás como uma nuvem para cobrir a terra, tu, e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo . . . Nos últimos dias te trarei contra a minha terra, para que me conheçam as nações.” Quando suceder esse assalto violento, Jeová diz: “A minha indignação subirá às minhas narinas.” A sua indignação e ardor da sua ira é tão terrível que todas as coisas que viverem tremerão, os montes serão deitados abaixo e os precipícios cairão por terra. Os povos são lançados em confusa matança de si próprios e Jeová acrescenta as suas forças destrutivas para aniquilar este mundo iníquo. Intensas perseguições e conspirações sem dúvida virão contra as testemunhas de Jeová antes de subir a ira de Jeová ao ponto de lançar a sua destruição do Armagedon.
26. Como se efetuará uma divisão ainda maior e bem definida, e com que responsabilidade acrescentada ao povo?
26 Que oportunidade sem precedente dá a fiel perseverança das testemunhas de Jeová em tudo isso aos semelhantes a ovelhas demonstrarem favor e aos semelhantes a cabritos manifestarem indiferença! Assim como agora muitos veem nossas enormes assembleias e se maravilham da admirável unidade que o espírito de Deus possibilita, assim também nesse tempo verão mais que nunca a resoluta integridade exibida por nós com a ajuda do espírito de Jeová. A obra de pregação que ainda será feita, os aumentos que ainda virão, as perseguições que ainda serão suportadas — tudo isso constituirá manifestação adicional da operação do espírito de Jeová sobre seu povo e efetuará uma divisão ainda maior e bem definida da humanidade antes de estalar o Armagedon. Não é por nossa força e poder que trabalharemos, aumentaremos e perseveraremos, mas pelo espírito de Deus. Os que lutam contra a organização visível de Jeová, sobre a qual se manifesta seu espírito, pecam contra o espírito santo, de forma imperdoável. Os que não participam desta oposição mas se condoem dela ou não se importam com ela se ajustam àqueles que a parábola representa como sendo cabritos. Quer acompanhem o mundo ativa, passiva ou indiferentemente nos seu assaltos contra as testemunhas de Jeová, as pessoas se sujeitam à responsabilidade ou pessoal ou comunal por causa disto.—Zac. 4:6.
27. Que devemos saber agora?
27 Então saibam todos que este tempo do juízo das nações não é mero ensaio para um segundo juízo decisivo que virá no futuro, por isso fazendo que a destruição das pessoas no Armagedon não valha para a eternidade. Saibam que todos que viverem até o Armagedon serão batizados, ou com fogo para a destruição com os iníquos ou com salvação para a vida com a organização teocrática. Saibam que a sentimentalidade desequilibrada no tocante à salvação de criaturas não alterará a Palavra de Deus nem desviará a ele do seu propósito. Saibam que os que realmente se preocupam com seu semelhante de forma prática não desperdiçarão tempo preocupando-se com a duração da destruição no Armargedon, mas com zelo pregarão a fim de salvar tanto a si próprios como a outros. (1 Tim. 4:16) Em suma, saibam que Deus tencionou o que disse quando avisou: “Saí dela, povo meu.”