A obediência conduz à vida
“Andareis após o Eterno vosso Deus, reverenciá-lo-eis, guardareis os seus mandamentos, obedecereis à sua voz, o adorareis e a ele sereis leais.” —Deu 13:4, Mo.
1. Qual é o requisito de Jeová para que alguém obtenha a vida eterna?
JEOVÁ o Criador é a fonte de toda a vida. Êle a dá a quem êle quiser e a tira dos que não são dignos. Nenhuma criatura na terra pode reclamar a possessão da vida, pois a possuem só enquanto existirem ainda que alguns a possuam mediante promessa. Todas as pessoas sensatas querem continuar vivendo eternamente, e sempre desde que a desobediência do homem causou a pena de morte se tem feito a pergunta semelhante à que um homem bem instruído na lei judaica fêz ao Senhor Jesus Cristo: “Que farei para herdar a vida eterna?” Em resposta Jesus lhe perguntou, “Que está escrito na Lei? Como é que lês?” Respondendo, disse: “Amarás a Jeová teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma e de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento,” e, “ao teu próximo como a ti mesmo.” Disse-lhe: “Respondeste corretamente; ‘continua fazendo isso e obterás a vida.’” (Luc. 10:25-28, NW) Aqui então está declarado de forma concisa e correta o mandamento de Jeová, e os que lhe obedecerem obterão a vida e viverão para sempre. Realmente desejamos a vida eterna? Quanto pagaríamos a fim de obtê-la? Estamos preparados para obedecer aos mandamentos de Deus na plenitude de modo a herdá-la? Nenhuma criatura a adquirirá a não ser que agrade a Deus e receba a Sua aprovação. É também verdade que ninguém será aprovado a menos que seja obediente.
2. Defini obediência, dai exemplos e prova bíblicos.
2 Podemos perguntar, Exatamente o que quer dizer obediência, e que está envolvido na nossa obediência? Realmente significa a concordância com mandamentos, a prontidão em cumprir aquilo que é exigido ou dirigido pela autoridade, o cumprimento com os deveres. A obediência é um requisito divino e abrange a submissão espontânea e alegre em fazer a vontade de Deus. Desde o princípio da criação, Jeová Deus sempre exigiu e recompensou a completa obediência. Quando criou o justo mundo ele operou mediante agentes espirituais sob a direção de Cristo Jesus no seu estado pré-humano. “Êle é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, porque mediante êle foram criadas todas as outras coisas nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, sejam governos, sejam autoridades. Todas as outras coisas foram criadas por meio dêle e para êle.” (Col. 1:15, 16, NW) Também executando a vontade de Jeová havia anjos em número de “uma myriada de myriadas”. (Dan. 7:10, Tr) Contudo entre todas essas criaturas maravilhosas havia perfeita harmonia no princípio. Não é necessário que Deus obrigue a obediência, mas seus mandamentos são obedecidos imediatamente. “Pois ele falou e foi feito; ele ordenou, e ficou estabelecido.” (Sal. 33:9) Isto o registo confirma desde o início: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz.” (Gên. 1:3) Naquela primeira manhã da criação os mandamentos de Deus foram completamente obedecidos; portanto o registo da obediência ao seu propósito expresso continua de um dia criativo a outro. Jeová exige que se faça alguma coisa. Ele ordena, alguém ouve e obedece alegre e prontamente. A cooperação nas obras de Deus é revelada pela declaração: “Façamos o homem.” (Gên. 1:26) Êste não é exemplo de um orador falar de si próprio no plural, dirigindo suas palavras a si mesmo como se fosse a uma pluralidade de pessoas, pois tal pluralidade não se indica nos textos em que Deus fala de si próprio. Mas Jeová se comunica com seu Filho e com as demais criaturas espirituais acêrca dos seus propósitos, interessando-os assim no assunto. Isto quer dizer que Jesus Cristo, como o Logos, e os milhões de criaturas angélicas cooperavam em completa harmonia e perfeita obediência jubilosa ao executarem as obras de Deus. Todos êsses serviços foram completados pontualmente e tal obediência amorosa ocasionou grande prazer a Jeová. “Bemdizei a Jehovah, vós, seus anjos, vós, poderosos em força, que executaes o seu mandado, obedecendo à voz da sua palavra.” –Sal. 103:20.
3. (a) Como Deus declarou seus mandados ao primeiro homem e à primeira nação teocrática no seu princípio? (b) Explicai alguns resultados benéficos da obediência.
3 No começo da existência do homem, Deus lhe ordenou a obediência. “Ordenou Deus Jeová ao homem: De toda a árvore do jardim podes comer livremente; mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás: porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gên. 2:16, 17) Durante o curto período da obediência de Adão êle tinha uma consciência livre e pura; não tinha mêdo nem vergonha. A obediência importava em paz, proteção, felicidade, harmonia com Deus, e em vida. Quando foi expulso do Éden pela desobediência então se viu a obediência no querubim que guardava o caminho da árvore da vida, a fim de que o homem não a alcançasse. (Gên. 3:24) Também, na ocasião em que Jeová primeiro criou uma nação êle terminantemente exigiu a obediência. “Eis que ponho eu hoje diante de vós a benção ou a maldição; a benção, se obedecerdes os mandamentos de Jeová vosso Deus, que eu hoje vos ordeno; e a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos de Jeová vosso Deus.” (Deu. 11:26-28) A obediência também traz as bênçãos e a amizade de Deus. “Disse Jeová: Ocultarei eu a Abraão o que faço? Porque o tenho conhecido; afim de que ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, que guardam o caminho de Jeová para praticarem a justiça e o juízo; afim de que Jeová faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.” (Tia. 2:23; Gên. 18:17, 19.) A obediência também traz a salvação, pois no tempo do dilúvio Noé, sua família e os casais de criaturas vivas, receberam ordem de Jeová acêrca do que deviam fazer. Os mandamentos foram obedecidos e em resultado veio a salvação. Além disso Jeová prova seu povo pela obediência. “É o Eterno vosso Deus que vos está experimentando, para saber se realmente amais ao Eterno vosso Deus de todo o vosso entendimento e de todo o vosso coração. Andareis após o Eterno vosso Deus, reverenciá-lo-eis, guardareis os seus mandamentos, obedecereis a sua voz, o adorareis e a êle sereis leais.” (Deu 13:3, 4, Mo) Os que serão o povo de Jeová precisam ser obedientes. “Hoje vieste a ser o povo de Jeová teu Deus. Obedecerás á voz de Jeová teu Deus, e cumprirás os seus mandamentos e os seus estatutos.” Êle promete ajuntar de novo seus dispersos se manifestarem obediência. “Tornares para Jeová teu Deus, e obedecerdes á sua voz . . . Jeová teu Deus mudará a tua sorte, e se compadecerá de ti, e tornará a ajuntar-te de todos os povos, para onde Jeová teu Deus te houver espalhado.” (Deu. 27:9, 10; 30:1-10) Êste mesmo De capítulo 30 promete também trazer de volta os prisioneiros e dispersos para a terra da promissão, e que êle porá maldições sôbre os inimigos. Os precedentes textos revelam com clareza que a obediência redunda em harmonia e amizade para com Jeová, paz, salvação, experimentação para aprovação, liberdade da opressão, e castigo aos inimigos do seu próprio povo. Se então Jeová Deus faria tudo isso para o Israel natural, fará coisas maiores para o Israel espiritual por motivo da sua plena obediência aos seus mandamentos.
OBEDIÊNCIA DO CORAÇÃO
4. Descrevei a obediência de Abraão com Isaque, e a bênção que resultou a êle e a outros.
4 Jeová sabe se estamos prestando verdadeira obediência ou não, e muitas vêzes êle nos prova para ver se somos sinceros. Um dos exemplos mais salientes disto registado nas Escrituras é o de Abraão. “Experimentou Deus a Abrahão e lhe disse: . . . Toma teu filho, teu único filho, Isaac, a quem amas, e vai á terra de Moriáh; oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.” E Abraão demonstrou a sua obediência espontânea, pois “levantou-se . . . de manhã cedo, e albardou o seu jumento” daí no terceiro dia viu o lugar de que Deus lhe tinha falado. Quando Isaque lhe perguntou onde estava o cordeiro para o holocausto, Abraão respondeu: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto.” Espontâneamente, sem queixa nem dúvida, Abraão executou os mandamentos de Jeová. Sabia que foi Jeová que lhe deu o filho e Jeová lho podia tirar. Portanto Abraão pegou no cutelo para imolar a seu único e bem amado filho, que, atado, estava deitado sobre o altar. Mas antes de dar o golpe, a voz do anjo de Jeová bradou-lhe, certamente como a música mais suave que êle jamais tinha ouvido: “Não extendes a mão sobre o mancebo, e não lhe faça nada; pois agora sei que tu temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, teu único filho.” Mal sabia Abraão que os “olhos” de Jeová o tinham observado todo o tempo, para ver se Abraão ficaria obediente até o fim, e só quando o golpe estava prestes a ser dado êle interveio. Daí declarou Jeová: “Por tua semente se abençoarão todas as nações da terra; porque obedeceste à minha voz.” Por conseguinte, a obediência de Abraão produziu, pela imerecida benignidade de Jeová, esta promessa tão larga e generosa que inclui o mundo inteiro. — Gên. 22:1-18.
5. Oferecei declarações bíblicas para revelar a completa obediência do Filho de Deus e em que importa ser seus seguidores.
5 Ademais, o perfeito exemplo de nosso Senhor Jesus Cristo está apresentado para a orientação de todos os seus seguidores que querem obter favores e vida de Jeová. Está escrito: “Esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de escravo, tornando-se semelhante aos homens. Além disso, quando se achou na forma de homem, humilhou-se a si mesmo e se fêz obediente até a morte, sim, morte sobre o madeiro de tortura.” (Fil. 2:7, 8, NW) “A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar a sua obra.” (João 4:34, NW) “Não procuro fazer a minha vontade mas a vontade daquele que me enviou.” (João 5:30, NW) “Meu Pai, se é possível, passe de mim êste cálice. Todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” (Mat. 26:39, NW) Jesus sempre foi obediente até antes de êle sofrer, mas a prova de que o era tinha de manifestar-se em atos. Êle se tornou o padrão de obediência a ser prestada por todos os que o seguem. Ele sofreu, ainda que fosse o amado de Deus. Quem, então, estará isento de sofrimentos por amor da justiça, e quem se queixará ao sofrer? Nosso Pai celestial se agrada do cumprimento alegre, espontâneo e pronto da sua vontade. “Embora fôsse Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu, e, tendo sido aperfeiçoado, veio a ser responsável pela salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Heb. 5:8, 9, NW) Não se faz exceção de ninguém. Portanto é de suma importância que obedeçamos; senão jamais obteremos a vida.
6. (a) Que ordem deu Jeová ao rei Saul, e como êste a executou? (b) Que grande lição se aprende do comportamento de Saul e da Palavra de Jeová mediante Samuel?
6 O Senhor Jesus foi obediente de coração. Mas as Escrituras fornecem exemplos dos que não obedeceram de coração, e um dos mais salientes é o primeiro rei designado e reconhecido de Israel, Saul. A sua experiência demonstra claramente que é possível haver uma obediência exterior que não é verdadeiro indício da sinceridade do coração e cumprimento da vontade de Deus. Jeová julga o verdadeiro motivo que inspira a pessoa a atuar. Ordenou-se ao rei Saul: “Vai e fere a Amalek, e destrói totalmente a ele e a tudo o que tiver, não lhe perdoes, mas mata homem e mulher, o menino e crianças de mama, boi e ovelha, camelo e jumento.” (1 Sam. 15:3, 19) Ele não executou cabalmente a ordem. Ao interrogá-lo após a batalha, Samuel disse: “Porque não obedeceste à voz de Jeová?” Saul desculpou- se dizendo que poupara o rei, Agag, provavelmente para exibi-lo e daí o matar, e então em parte culpou o povo. “Mas o povo tomou do despojo, ovelhas e bois, que são as primícias do anathema, para as sacrificar a Jeová teu Deus.” (1 Sam. 15:21) Esta era uma desculpa mesquinha, pois com certeza Saul não executara os mandados recebidos, e desagradou a Jeová dizer que o motivo de assim atuar era oferecer-lhe sacrifícios. Por conseguinte disse Samuel: “Tem, porventura, Jeová tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, quanto tem em que se obedeça a sua voz? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrifício, e o atender do que a gordura de carneiros.” (1 Sam. 15:22) O coração de Saul não era reto e êle não era obediente, embora houvesse bastante manifestação exterior. Não podemos enganar a Jeová. Demasiadas vêzes os homens julgam pelas aparências exteriores. Este fato foi bem ilustrado quando Samuel foi à casa de Jesse, belemita, para ungir um dos filhos para ser rei em lugar de Saul. Samuel exclamou: “Por certo está na presença de Jeová o seu ungido,” quando olhou para Eliab. “Disse, porém, Jeová a Samuel: Não olhes para a sua aparência nem para a grandeza da sua estatura, porque o rejeitei. Não vê Jeová como vê o homem; pois o homem olha para o que está diante dos olhos, mas Jeová olha para o coração.” —1 Sam. 16:6, 7.
7. Que espécie de obediência realmente se exigiu, e como é Jesus Cristo um exemplo neste sentido?
7 A nação de Israel andava no mesmo caminho que o rei Saul. Era a obediência do coração que Deus exigia. Israel não manifestava disposição alguma de atender ao seu conselho, e Deus bem o sabia. Nunca aprenderam que Jeová sempre enfatizou mais a obediência sincera e espontânea do que observâncias exteriores. Paulo, escrevendo sôbre o mesmo tema aos hebreus, diz, “Por isso, entrando no mundo diz: “Sacrifício e ofertas não quiseste, mas corpo me preparaste. Não aprovaste holocaustos e oblações pelo pecado.” Então eu disse, “Eis aqui venho (no rol do livro está escrito de mim) para fazer, ó Deus, a tua vontade.” (Heb. 10:5-7, NW) Aqui com rara beleza se expressa a condição do coração de Cristo Jesus e a verdade sublime de que tôdas as observâncias exteriores carecem de valor sem a obediência e o pleno consentimento do servo na vontade de Deus. Cristo Jesus entregou-se por completo para fazer a vontade de Deus. Desde então todo seu entendimento, coração, alma e fôrças seriam dedicados a fazer a vontade de Jeová. Daí em diante não pretenderia direito algum, pois estava inteiramente dedicado ao santo serviço de Deus. Tudo que possuía, tôdas as esperanças e ambições humanas, estavam colocados sôbre o altar de Deus para serem usados no ministério precioso, e os deu com coração grato.
8. Quais são alguns dos mandamentos de Deus para nós hodiernos, e por que precisamos obedecer?
8 Assim como êle sempre executou o mandamento de Jeová, assim nós também o precisamos executar. As Escrituras dirigem a nossa atenção aos mandamentos aos quais neste tempo do fim precisamos obedecer a fim de ter a sua aprovação. Se os desatendermos, incorreremos no seu desprazer. Por exemplo, se nos ordena a “declarar boas novas aos pobres, . . . pregar libertação aos cativos”; a ‘cantar louvores a Jeová’; a ‘anunciar boas coisas, a pregar a paz e a salvação’ ; a ‘pregar estas boas novas do reino por toda a terra habitada’; a ‘preparar um caminho para os exilados que voltam, aterrar uma estrada, tirar as pedras; dar sinais às nações’; a ‘dissuadir ao ímpio do seu caminho, . . . para que não morra na sua iniquidade’; e a dizer “aos que estão em cadeias: Saí; aos que estão em trevas: Mostrai-vos”. (Luc. 4:18, 19; Mat. 24:14, NW; Isa. 12:5, 6; 52:7; 62:10, AS; Eze. 2:3-5; 33:7-9; Isa. 49:9) Êstes são apenas alguns dos muitos mandamentos que Jeová Deus e Cristo Jesus impuseram aos fiéis. Não podemos desobedecer. É obrigatório o fiel cumprimento. O Altíssimo expressa as instruções mediante o Rei Cristo Jesus, e êste, o maior do que Moisés, verificará que se faça a vontade de Deus. A palavra do trono de Jeová nos céus divulga-se a todo o povo de Deus hoje: ‘Ouvi-o!’ Pedro enfatizou isto, dizendo: “Moisés na verdade, disse: ‘Jeová Deus vos produzirá dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim. A êste ouvireis segundo tudo quanto vos disser. Deveras, toda alma que não ouvir a êsse profeta, será destruída completamente do meio do povo.’” —Atos 3:22, 23, NW.
OBEDIÊNCIA ALEGRE E ESPONTÂNEA
9. De quem Jeová se agrada, e que deveríamos perguntar a nós mesmos?
9 Os que obedecem ao mandamento de Jeová com espírito alegre e espontâneo sem murmurar são aquêles que lhe agradam. Tal pessoa mantém seus ouvidos abertos aos mandamentos de Jeová e aguarda oportunidades de serviço. “Eis como os olhos dos servos estão fitos na mão do seu senhor, como os olhos da serva estão fitos na mão da sua senhora, assim os nossos olhos estão fitos na mão de Jeová, nosso Deus.” (Sal. 123:2) Tais corações que correspondem são deleitosos. Os pais terrestres deleitam-se na obediência pronta e alegre, porque a aceitam corretamente como a medida do amor filial. A sua obediência forçada não é expressão do amor. Estritas penas disciplinares por mau comportamento compelem os soldados nos exércitos a obedecer aos seus superiores, quer gostem quer não. Os servos têm de ser obedientes a seus senhores, do contrário resulta alguma forma de castigo. Jeová dotou as suas criaturas humanas com a liberdade de obedecerem ou desobedecerem a fim de que por êsse meio êle as prove, e as recompensas dependerão da obediência alegre. Cada qual, portanto, deve perguntar a si próprio, Estou eu obedecendo alegre e espontâneamente aos mandamentos de Jeová?
10. Deve alguém examinar-se a si mesmo? Como? Oferecei exemplos e mostrai qual deve ser o resultado.
10 Lembramos também que é necessário muito equipamento a fim de executar êste serviço de pregação mundial. Por exemplo, usam-se literatura e todas as formas de publicidade, o que exige máquinas de imprimir e de outras espécies para produzi-las. Uma organização criada para operar em todas as partes do mundo superintende e dirige a obra do Senhor que é executada agora por centenas de milhares de cristãos que escaparam dêste condenado mau sistema de coisas, já formando uma grande congregação unificada. Por conseguinte alguns estão convidados a participar em tal trabalho como servir mesas, limpar assoalhos, janelas, roupa, ou operar as máquinas, despachar a literatura para outras partes do campo, manutenção geral, ou nas fazendas do Reino. Precisa-se de tudo isto porque êsses fiéis escravos do Senhor têm de se alimentar, abrigar, vestir, preparar para outros deveres e se responsabilizar pelos serviços que é necessário executar no campo. As vêzes a utilidade da pessoa poderia ser dificultada pela sua própria atitude para com a obra do Senhor que se lhe confiou. É possível que permitisse que sua designação se tornasse comum, como qualquer outro emprêgo que a pessoa poderia obter no mundo. Perdendo de vista o grandioso privilégio que tem de demonstrar seu amor para com Jeová mediante serviço espontâneo e alegre, seria inclinado a murmurar e queixar-se, ou começar a pensar que ninguém mais trabalha tanto quanto êle ou tem tão pouco tempo para si próprio. Talvez seja aconselhável tal pessoa examinar-se. Por que ter pena de si? Não é verdade que dedicou tudo que tinha a Jeová? Então, não se alegra que sua vida está cheia de privilégios de serviço a Jeová? Depois de consideração séria, ficará grato que tem muito para fazer. Não é melhor assim do que ter muito pouco? Certamente! Venha mais, pois a única coisa que queremos fazer é servir a Jeová e não permitir que falta de confortos nem inconvenientes pessoais interfiram. Somente então podemos responder Sim à pergunta, Estou obedecendo com alegria aos mandamentos de Jeová?
11. Quando se nos dão mais serviços, como devemos considerá-los? e como nos expressamos a Jeová por êles?
11 É possível que ministreis como um dos servos numa congregação e vos fossem dados privilégios adicionais de serviço pelo povo de Jeová. Como os considerais? Será que os chamais “cargas adicionais”? E estais sobrecarregados com essas “cargas”? Talvez penseis, “Se ao menos os outros servos fizessem mais, então a minha ‘carga’ seria mais fácil,” e vos achais que tendes tanto para fazer, não é verdade? Parece que os outros deixam tudo para vós fazerdes, e começais a achar que isso não está certo. Vós não deveríeis ter tanto, enquanto outros aparentemente têm tão pouco. Por que não perguntais a vós mesmos primeiro, Quais são essas “cargas”? Não são os muito preciosos privilégios de serviço do Reino confiados a vosso cuidado neste grandioso e glorioso ministério? Não é verdade que em vosso próprio coração prezais êstes serviços confiados a vós mediante a administração do “escravo fiel e discreto”, e que realmente quereis prestar obediência alegre e espontânea? Quando considerais os vossos privilégios à luz correta então realmente não são “cargas”, mas privilégios, e Jeová nos prova pela maneira em que os aceitamos e executamos. Se fôr assim que entendeis o assunto, então como podeis fazer outra coisa senão agradecer ao Senhor tudo que êle vos dá para fazer, e prestar obediência espontânea e alegre com gratidão?
12. Por que é necessário obter uma perspectiva clara no tocante às provas domésticas?
12 É possível que não presteis obediência espontânea e alegre no serviço por motivo de problemas domésticos. Talvez vosso cônjuge não veja ôlho a ôlho convosco na verdade, e se manifestem muitas desavenças. Possivelmente a questão tenha ido além desta fase e em casa experimentais oposição, ciúmes pela vossa devoção à verdade, ameaças grosseiras, linguagem obscena, ameaça de romper o lar, até brutalidade tanto mental como física. Talvez tenhais concluído que absolutamente não é possível render obediência alegre e espontânea a Jeová em vista destas coisas. Contudo, é possível, e ainda mais do que isto, é absolutamente necessário que os que estão suportando tal dificuldade e prova obtenham uma lúcida perspectiva da sua posição. De outra sorte não poderão servir a Jeová de modo correto.
13. Como é possível alguém sofrer por causa de Cristo em seu lar?
13 É verdade que não podeis ficar contentes com o proceder daqueles que vos ferem. Tão pouco podeis alegrar-vos com o mal que realmente vos foi feito. Mas por que acontece? Pode haver motivo para tais experiências? Penetremos as imediatas dificuldades presentes, procurando averiguar o motivo, e qual será o resultado. Suponhamos que viésseis a sofrer essa perseguição cruel e rigorosa de alguém do mundo enquanto realmente vos empenháveis no serviço da pregação. Qual seria a vossa reação? Sem dúvida determinaríeis que essas são as perseguições que o Senhor Jesus disse que teríeis, e vos sentiríeis gratos que fostes considerados dignos de suportar êsses vitupérios, “pois foi-vos concedido o privilégio, por amor de Cristo, não somente de depositar nêle a vossa fé, mas também de padecer por êle.” —Fil. 1:29, NW.
14. Para sermos obedientes, por que nos convém ter uma base cristã bíblica para as nossas ações?
14 Se, então, esta perseguição injusta vos sobrevier, é necessário terdes a mente clara e equilibrada, dirigida pelo espírito do Senhor; do contrário alguma ação impetuosa ou insensata poderá ser lamentada profundamente porque esta não se conformou com a vontade expressa de Jeová para seus filhos. Uma pessoa espiritualmente imatura poderia concluir não ser necessário suportar perseguição por parte do cônjuge, e que isto constituiria justificação para livrar-se da situação. Tais pessoas tirariam proveito se considerassem o assunto de novo, procurando obter o ponto de vista cristão. (Mat. 19:9; 1 Cor. 7:10-13) Talvez haja motivo justo para a separação, tal como divórcio por causa de adultério, ou porque o cônjuge que não é da verdade abandona o que é. Como, então, se deve proceder? O Senhor Jesus disse, “Felizes os perseguidos por causa da justiça, porque a eles pertence o reino dos céus. Felizes sois vós quando vos injuriarem e perseguirem . . . porque assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós.” (Mat. 5:10-12, NW) Não é questão de quem é que vos trata assim, quer seja em casa quer fora no mundo, mas antes, qual é o motivo de eles o fazerem, e como vós tratais tanto a êles como a perseguição.
15. Como aprendemos obediência pelo sofrimento? Por que é necessário?
15 Se Jeová Deus vos prova, como podereis ser plenamente experimentados a não ser que permanecêsseis na experiência, aprendendo obediência pelo sofrimento assim como nosso Grande Mestre? A norma bíblica é que quando perseguidos não podemos perseguir em retaliação. Quem nos ferir não poderá ser ferido por nós em vingança. Quando se falam palavras perversas e mentirosas contra nós não podemos pagar na mesma moeda. Por que não? Porque a atitude mental correta sob tais circunstâncias é descrita por Paulo da seguinte maneira: “Quando perseguidos, o suportamos; quando difamados, exortamos”. Ademais, Pedro aconselhou, “De fato, para esta carreira fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos modelo, para seguirdes estritamente as suas pisadas. Ele não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua bôca. Quando injuriado, não injuriava. Quando padecia, não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga retamente.” Paulo também disse: “Prossegui abençoando aos que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis.”—1 Cor. 4:12, 13; 1 Ped. 2:21-23; Rom. 12:14, NW.
16. Que proceder seguiu Jesus quando sofria? e que segurança se nos dá?
16 Não pode haver dúvida alguma quanto ao sentido dêstes textos e o procedimento que se deve seguir. Então se ‘continuarmos a amar aos nossos inimigos e orar pelos que nos perseguem; para que provemos que somos filhos de nosso Pai’ como podemos queixar-nos e comunicar as nossas dificuldades ao mais próximo ouvido que escuta? Não tínheis pensado em suportar a provação vós próprios? Já lestes alguma vez que Cristo Jesus queixou-se aos seus companheiros mais íntimos acerca das provas que seu Pai lhes permitiu sobrevir? Ou revelou desprazer e aborrecimento contra a vontade de Deus? Não, jamais fêz isso! E por que não? Porque “entregava-se àquele que julga retamente”. É necessário, portanto, que todos os do povo de Jeová reconheçam que nosso serviço exige perseverança paciente, e paciência significa alegre constância. As vêzes as provas que tendes parecerão muito difíceis para suportar; tende confiança, porém, pois não será assim se prosseguirdes obedientemente, entregando-vos àquele que julga retamente. Paulo sabia o que significava e ele consolava seus irmãos com as seguintes palavras preciosas: “Não vos sobreveio nenhuma tentação senão a que é comum aos homens. Mas fiel é Deus e êle não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também, o meio de saída, para que a possais suportar.” (1 Cor. 10:13, NW). Notai claramente que Paulo não diz que será providenciado um caminho de sairdes das vossas provas, mas para as suportardes. Não fujais, portanto, destas experiências nem procureis evadi-las. Antes tende paciência para suportá-las.
17. Se as provas forem suportadas corretamente, o que se produz, e que ensinam Tiago, Pedro e Paulo relativo a elas?
17 Os dêste iníquo sistema de coisas não podem entender tal atitude, pois para eles é uma atitude fraca. Eles diriam, “Lutai até o fim” ou “Safai-vos da situação!” Não, o mundo jamais compreenderá o que realmente estais fazendo, mas vós sabeis. Apreciais como vos prova e que, se não fosse vosso amor para com Jeová, Cristo Jesus e Seu povo, não teríeis essas perseguições, e é esta compreensão que vos proporciona suave conforto, alegre sossego e calma assegurança. O Senhor Jesus expressou as promessas de Deus que ‘herdarão a terra’, ‘verão a Deus’, ‘serão chamados filhos de Deus e grande será o galardão.’ A provação, porém, tem de vir primeiro e é necessário suportar a disciplina. Paulo diz, “Considerai pois, atentamente, aquêle que suportou as tamanhas contradições dos pecadores contra seus próprios interesses, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossas almas. Mas já vos esquecestes da exortação que, como a filhos, se vos dirige: ‘Filho meu, não menosprezes a disciplina de Jeová, nem desmaies quando por ele és corrigido; porque Jeová disciplina a quem ama, de fato açoita a todo que recebe por filho.’” —Heb. 12:3, 5, 6, NW; vide também Hebreus 12:11, 1 Pedro 1:6, 7, e Tiago 1:2-4.
18. Como se relacionam essas provas com a obediência e com a vida? e de que forma é Jesus um modelo?
18 Então, que faremos quando encontramos as muitas provações hodiernas, em vista de tal admoestação bíblica? Ousamos queixar-nos? Devemos procurar fugir destes problemas e perseguições, ou dirigir-nos a nossos irmãos e dizer-lhes incessantemente quão dura é a nossa sorte? Certamente que não. Lembrai-vos da palavra transmitida por Pedro: “Humilhai-vos, portanto, sob a mão poderosa de Deus, para que ele, em tempo oportuno, vos exalte, lançando sôbre ele tôda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.” (1 Ped. 5:6, 7, ARA) Cada um deve ter a satisfação cônscia profunda de que se está fazendo a vontade de Jeová, e que no coração há completa submissão a ela. Há possibilidade de que, ás vezes, por causa das vossas provas haja lágrimas nos olhos, mas intimamente no coração estais gratos e até no meio do sofrimento não pediríeis que se desse doutra maneira. Sede espontâneos e alegres na vossa completa obediência aos propósitos de Jeová. Quando o Senhor Jesus sofria tão cruelmente perante Herodes e perante os romanos não teria um sorriso no rosto, porque estava sendo ferido, mas ele sabia que bebia o cálice que seu Pai lhe designou a beber, por conseguinte “como o cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha que é muda diante dos que a tosquiam; assim não abriu ele a boca.” (Isa. 53:7) Ele não murmurou, nem se queixou, foi obediente até a morte, e a obediência o conduziu à vida. Êle é o nosso padrão.