A integridade conduz à vida
1. De que modo foi Jesus o maior exemplo de integridade?
CHEGAMOS, então, ao maior exemplo de todos — o homem que manteve a sua integridade para com Deus sob as provações mais severas. Deus lhe conferiu um encargo sagrado e esperava que mantivesse a sua integridade neste encargo. Tinha trabalho para fazer. Ele devia vir à terra para restaurar a adoração pura e colocar o fundamento para um novo mundo de justiça. Jesus foi um homem exemplar, levava uma vida de devoção a Deus, mantendo a sua integridade, embora fosse provado por Satanás muito além do que um homem normalmente suportaria. Jesus sempre se apegava à Palavra de Deus e vivia de acordo com as suas leis. Em tempos de tentação citava a Palavra de Deus, que era a força mais poderosa existente na terra a favor do bem. Embora Satanás, que controla todas nações deste mundo, oferecesse a Jesus a glória de todas elas, Jesus apoiava o lado certo do debate, dizendo: “Vai-te, Satanás! Porque está escrito: ‘A Jeová teu Deus adorarás e só a ele prestarás serviço sagrado.’” —Mat. 4:10, NW.
2. Que conseguiu Jesus pela sua vida de integridade na terra?
2 Jesus denunciou os falsos adoradores, que introduziram tradições humanas, colocando-as acima da Palavra de Deus. (Mat. 15:7-9) Ensinou aos homens o modo de adorar a Deus e mostrou-lhes pessoalmente como poderiam manter a integridade. Ele estabeleceu claramente a lei superior do amor a Deus e ao próximo, um requisito justo para aqueles que gostariam de ganhar a vida num novo mundo. Jesus treinou seus seguidores para serem ministros genuínos de Deus, homens que pregariam a verdade da Palavra de Deus. Levaria horas para relatar todas as coisas que ele fez em honra do nome de Jeová, mas poderá usar outra ocasião para ler todas elas nos relatos dos evangelhos. Foram muitas as provações que teve de suportar. Por fim acusaram-no falsamente de sedição e ele sofreu a morte em humildade, mas até nisso sustentou a supremacia de Deus. Em recompensa disto Deus o ressuscitou e lhe deu a imortalidade. Ganhou a vida por manter a sua integridade. Proveu, assim, o meio para outros que mantêm integridade obterem a vida, mediante seu sacrifício de resgate. De fato, foi uma derrota para o desafiador, Satanás. Este havia fracassado em desqualificar o Rei do novo mundo. —João 19:12, 15; Fil. 2:5-11, NW.
3. Como e por que seguiram os apóstolos o exemplo de Jesus?
3 Jesus foi seguido por outros. Os cristãos que vieram depois dele, os apóstolos, por exemplo, também mantiveram a sua integridade. Jesus lhes havia mostrado que tinham de seguir-lhe as pisadas e fazer como ele, se quisessem ganhar a vida, e, por isso, se apegavam à pura adoração de Deus. Resistiram a todas as formas de imoralidade e guardaram a sua virtude. Apegaram-se à Palavra da verdade de Deus. Divulgaram as boas novas e edificaram a adoração de Deus em pureza. Por causa disto sofreram encarceramento, vitupérios, espancamentos e o martírio. Não era uma vida fácil. Satanás queria quebrantar a integridade deles e destruir toda adoração de Deus; mas estes homens perseveraram de modo irrepreensível e proveram o meio para o prosseguimento da adoração pura, deixando instruções que outros poderiam seguir. —Atos 8:1, 4; 2 Tim. 4:2; 1 Ped. 4:3, 4.
4. Que proceder adotaram os demais cristãos primitivos?
4 Os primitivos cristãos que seguiram, também foram provados na sua integridade. Mas eles o suportavam de modo imaculado. Iam à toda parte, falando da supremacia de Deus e expandindo a adoração pura, conforme Deus havia ordenado. Naqueles dias era moda entre o povo do império romano adorar Diana e Vénus, uma adoração do sexo. E havia os beberrões, os adoradores de Baco. O povo de Roma o adorava. Paulo descreveu as condições existentes em Roma, em Romanos 1:24-31. Tais condições tornaram impossível a participação dos cristãos primitivos em qualquer espécie de movimento interdenominacional. Há apenas uma adoração pura e eles se apegavam a ela, por ser a forma mais elevada de adoração em existência, a adoração de Jeová Deus. Por se manterem limpos e mostrarem a sua lealdade a Jeová Deus, foram severamente perseguidos.
5. (a) Sob que condições mantiveram os primitivos cristãos a sua integridade? (b) Qual foi a verdadeira razão da sua perseguição?
5 No seu Livro dos Mártires (em inglês), o Dr. John Fox comenta sobre o porquê de ter sido tão violenta a perseguição dos primitivos cristãos. Ele diz que os romanos eram conhecidos como não sendo perseguidores de povos por causa da sua religião, não obstante, quase desde o começo da promulgação do cristianismo iniciou-se uma perseguição implacável. Ele diz, referindo-se ao Dr. Mosheim, que isto se devia à atitude adotada pelos cristãos. Não queriam ter nada em comum com as religiões do império, a adoração dos antepassados ou a adoração do imperador. Antes, mantiveram-se livres disso e falaram com ousadia contra os absurdos da adoração pagã, mostrando quão superior era a adoração pura de Jeová Deus àquela conglomeração de adorações que existia no Império Romano. Alguns dos imperadores pensavam primeiro em adotar o cristianismo como uma das suas religiões de “gabinete” — tiveram muitas — mas depois, quando descobriram que o cristianismo era todo diferente, era superior e não se misturava com as outras religiões, depressa o abandonaram e começaram a persegui-lo. O Dr. Fox diz que esta foi a razão da perseguição. Mas um exame minucioso da Bíblia mostra que a perseguição veio porque o deus deste mundo, Satanás, tentava eliminar a adoração pura do Deus Altíssimo e os que se empenhavam nela tornavam-se alvos para ele. Todas as outras formas de religião foram toleradas. Satanás empregou seus agentes na terra, os regentes daquele tempo, procurando quebrantar a integridade dos servos de Deus naqueles dias. Mas, os servos de Deus não se podiam comprometer. Usando o conhecimento da verdade da Palavra de Deus, sustentavam a supremacia de Jeová Deus até a morte.
6. Por que foram provados na sua integridade os verdadeiros cristãos que viveram depois da queda do Império Romano?
6 Através da Idade Média toda e até agora neste século vinte, as pessoas de justiça e integridade, que procuravam apegar-se à pura adoração de Deus, sofreram perseguição e vitupério. Assim como os romanos mofaram dos primeiros cristãos por causa da sua aderência aos ensinos de Cristo e os escritos da Bíblia, por não terem templos, imagens, sacrifícios oferecidos a ídolos, ordens sacerdotais e outras coisas pagãs desta espécie, assim também, desde o estabelecimento da Igreja Católica Romana em diante, através dos séculos os poderosos líderes religiosos perseguiram os verdadeiros cristãos por sua fidelidade à Bíblia e à adoração pura.
7. Por que se deve esperar a perseguição de cristãos neste século vinte?
7 Agora que estamos no século vinte, podemos esperar algo diferente? Podemos esperar que as pessoas se mostrem mais civilizadas, como se diz, e que se abstenham de perseguição e comecem a levar vidas melhores, por causa da instrução que o mundo recebeu? Lembre-se de que ainda estamos debaixo do sistema de coisas de Satanás. Devíamos, realmente, esperar coisas ainda piores agora. Por quê? Porque é isto o que a Palavra de Deus diz. Aproximamo-nos do clímax daquilo que a Bíblia chama de ‘batalha do Armagedon’. Ali se decidirá a questão da supremacia. Apocalipse 12 nos diz que a guerra começou no céu; e esta profecia se cumpre desde 1914 em diante. Foi predito um tempo de tribulações para a terra e o mar, “porque o Diabo desceu a vós, tendo grande ira” (NW), sabendo que só lhe resta pouco tempo de vida. Isto mostra que Deus havia limitado o tempo da existência de Satanás, que ele não permitirá que Satanás continue assim por tempo ilimitado, pondo à prova a integridade de toda a gente, todos os dias da sua vida na terra; mas, já chegou o tempo para a execução das sentenças justas de Deus. Todas as nações e todas as pessoas estão agora em julgamento perante o Rei de Deus. —Mat. 8:29; 2 Ped. 2:3, 4; Apo. 20:1-3; Mat. 25:31-33.
8. Qual é a razão da crescente violência e delinquência no mundo?
8 Visto que Satanás sabe que o seu tempo é curto, ele está procurando dominar a raça humana e fazer que todos o adorem, desqualificando-os assim de obter a vida eterna. Se não puder governar, quer arruinar. Eis a razão da crescente violência e delinquência no mundo. Isto mostra por que o padrão moral do povo hoje está deteriorando tanto. É por isso que há tanta violação de leis, opressão, pessoas faltando à palavra e aos acordos e há tantos homicídios e guerras. É por isso que a maioria das pessoas não quer tomar a sério a Palavra de Deus; são induzidos a outras coisas pelos laços de Satanás.—2 Tim. 3:1-7.
9. Como podemos saber quem é responsável pela prova de integridade e como podemos alcançar a vitória neste tempo de prova final?
9 A prova final de integridade está em progresso. A questão é: Quem viverá em retidão e integridade? Quem resistirá aos ataques do Diabo, nestes últimos dias em que ele procura arruinar toda a humanidade? Quem sobreviverá à crise mundial? De que modo podemos enfrentar o sistema de coisas de Satanás e as pressões malignas que ele exerce contra nós? A chave da vitória está na Palavra de Deus e no reconhecimento da procedência das nossas provas. Satanás é o responsável. Nem por um minuto devemos pensar que o Todo-poderoso Deus seja responsável pelo sofrimento que vem sobre nós ou sobre qualquer criatura humana hoje na terra. A Bíblia mostra-nos os exemplos daqueles que se provaram fiéis e de alguns que se mostraram infiéis. Revela como no passado homens e mulheres resistiram aos ataques de Satanás e sua organização iníqua e como Jeová lhes ajudou a manter-se em pé. Do exemplo deles podemos ver de que modo também nós podemos manter a integridade para com Deus e temos de manter a integridade para com Deus se quisermos ganhar a vida eterna. —Heb. 12:1-3.
10. Para com quem temos de guardar a integridade agora e qual deve ser a nossa atitude?
10 Temos de confiar em Jeová para nos ajudar. Temos de recorrer a ele em oração. Davi, um dos que mantiveram a integridade perante Deus, escreveu no Salmo 26:9-11 a sua oração ao grande Jeová, o Dador da vida: “Não leves a minha alma juntamente com os pecadores, nem a minha vida com os sanguinários, em cujas mãos há crimes, e cuja direita está cheia de peitas. Quanto a mim, porém, andarei na minha integridade; resgata-me, e compadece-te de mim.” O julgamento está na mão de Jeová, temos de manter a nossa integridade para com ele. Admite-se que é bom sermos pessoas de integridade para com os nossos patrões, nossos cônjuges ou amigos, mas estes atos sozinhos não bastam para nos dar vida. Levar o que as pessoas do mundo em geral chamam de “uma vida exemplar”, não nos pode dar vida eterna. Temos de ir além deste ponto. Temos de manter a integridade para com Jeová Deus e crer em seu Filho. Isto deve ser feito porque amamos a justiça, porque desejamos fazer aquilo que é certo. Manter a integridade ou dar as aparências de integridade, por causa de orgulho ou daquilo que os vizinhos possam pensar, certamente não nos ganhará a aprovação de Deus. Temos de amar a Deus e seus princípios justos. Por agradar-lhe, podemos ganhar a vida eterna.
11. Deve-se seguir à maioria como tendo razão?
11 O caminho que a maioria das pessoas segue, não é o caminho que conduz à vida. Jesus tornou isso claro. O caminho que conduz à vida é o de seguir a verdade da Palavra de Deus. Jesus disse, em Mateus 7:13, 14 (NTR): “Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela, e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.”
12. Como podemos encontrar o caminho que conduz à vida? Temos de afiliar-nos a uma igreja?
12 Portanto, a tarefa não é fácil. Mas, podemos cumpri-la se primeiro aprendermos o que a Palavra de Deus tem a dizer, se aprendermos o que o livro contém e qual o caminho a adotar e daí procurarmos segui-lo. Precisamos esforçar-nos para sermos cristãos genuínos, em todo sentido da palavra. Significa isso que temos de nos afiliar à organização de alguma igreja da cristandade? Pergunte-se a si mesmo agora: Jesus Cristo, que estabeleceu para nós o exemplo e nos ordenou seguir o exemplo dele a fim de ganharmos a vida, afiliou-se ele a qualquer organização eclesiástica do seu dia? Não, Deus não requer que façamos isto; mas ele requer que o adoremos, que preguemos as boas novas do Reino, que sejamos cristãos, que sigamos o exemplo que Jesus nos deu, vivendo em devoção inalterável a Jeová Deus; requer que louvemos a Deus e respeitemos a sua supremacia, que resistamos a todos os esforços de nos desviar da decência e da nossa firmeza na fé. Temos a Bíblia para nos mostrar o caminho correto. Certamente não é necessário tornar-se membro duma igreja para ganhar a vida eterna. —João 3:16-18; 17:3.
O FRACASSO DO CLERO
13. Que condições gerais existem agora entre os líderes da cristandade?
13 Os lideres religiosos admitem que fracassaram em “cristianizar” o povo da América, como o chamam, e não tiveram mais êxito no resto do mundo. Através do mundo todo a frequência às igrejas é baixa, embora a população cresça. O povo está perdendo a confiança nos clérigos. Está perguntando: Por quê? O próprio clero leva a culpa. A religião pretende representar a Deus. Neste caso os clérigos deviam estar na dianteira quanto à integridade. Deviam ensinar a adoração pura de Deus. Cristo é o exemplo deles, bem como o nosso. Devia haver uma mensagem consistente em todos os tempos, uma mensagem consistente com a Bíblia, a Palavra de Deus. Também nisto Cristo é o nosso exemplo e o deles. Ele pregava consistentemente de acordo com a Palavra de Deus e sustentava a sua veracidade todo o tempo. Mas o que fez o clero? Que mostra o passado? Como classe quebrantaram a sua integridade para com o encargo sagrado. Se pretendem ser ministros de Deus, então deviam pregar o que a Palavra de Deus diz e obedecer-lhe. (Rom. 6:16) Mas o que estão eles ensinando?
14, 15. Como demonstrou o clero, pelo seu ensino, que não manteve a integridade para com Jeová?
14 Ensinam uma multidão de doutrinas contrárias à verdade da Bíblia. Falam ao povo dum lugar de tormento eterno num fogo ardente; e, crei-o ou não, aquilo não se ensina na Bíblia. Alguns deles ensinam um purgatório, uma ideia pagã que nem mesmo é mencionado na Bíblia. Procuram induzir o povo a crer numa trindade de três deuses iguais em um só; mas a Bíblia diz que Jeová é supremo e Cristo Jesus é, não igual a ele, mas seu Filho. Empregam imagens, iguais aos pagãos. Proclamam que os regentes das nações possuem direito divino, o que significaria que mesmo os ditadores de hoje têm a aprovação de Deus e foram designados por Deus. Há uma tendência reconhecida nestes tempos modernos e os clérigos a seguem, ensinando ao povo que não há Diabo. Dizem que o Diabo não existe e que é fora de moda crer nele. Sobre este ponto a Encyclopaedia Britannica (nona edição), volume 7, página 138, comenta que, se houver uma crença no Diabo, é “mantida com uma confiança muito duvidosa em qualquer setor da igreja cristã”. E a Encyclopaedia Americana (edição de 1942), volume 9, página 38, relata: “A tendência moderna é de considerar o Diabo corporal como parte da mitologia dos tempos primitivos.” Os líderes religiosos da cristandade são responsáveis pela falta de crença naquilo que a Bíblia definitivamente ensina.
15 Muitos dos clérigos não têm fé no sacrifício de resgate de Cristo Jesus. Muitos ensinam que a terra vai ser queimada e toda a vida nela destruída. Alguns deles até ensinam a evolução, não a criação, que é ensinada pela Bíblia. A mensagem deles é de confusão e desacordo entre si. Uma declaração clássica, acerca do que eles pensam sobre os ensinos da Palavra de Deus, é a do Bispo de Bradford (Grã-Bretanha), em 29 de maio de 1952. O Press & Journal de Aberdeen, Escócia, de 30 de maio de 1952, noticiou: “’Renunciamos a idéia do inferno e perdemos a fé no céu, a não ser como um desejável, mas provavelmente fictício bairro residencial’, declarou ontem o Bispo de Bradford numa conferência diocesana.” Ele é nada menos do que um bispo da Igreja Anglicana.
16. Que atitude para com a religião se relata agora como se manifestando na Grã-Bretanha? Por quê?
16 Conforme é de se esperar, depois de lermos a declaração do Bispo de Bradford, encontramos a Igreja num mau estado. Comentando as suas dificuldades, o semanário londrino Everybody’s (17 de maio de 1952) publicou um artigo chamado: “Está Moribunda a Igreja Anglicana?” A revista refere-se à condição perigosa de todas as igrejas da Grã-Bretanha e mostra que apenas dez por cento da população do país tem alguma ligação com qualquer das igrejas. Ela cita a apatia e indiferença existentes e refere-se a um relatório compilado e publicado pela firma Rowntree and Lavers, intitulado “A Vida e os Lazeres do Inglês”, citando: “Encontramos de tal maneira difundida a aversão pelos ministros de religião da Igreja Anglicana e da Igreja Livre, que só pode ser descrita como anticlericalismo.” O artigo prossegue então a citar as ideias do Arcebispo de York sabre as causas do declínio da frequência à igreja. Ele se refere ao criticismo destrutivo de escritores proeminentes que não crêem na Bíblia e também na psicanálise. Há deuses substitutos, diz ele, os deuses do mamom ou dinheiro e a procura de riquezas; a democracia, que faz do povo um deus; e o totalitarismo, que coloca o estado no lugar de Deus. Êle diz, também, que a guerra é uma das razões. O escritor, Sr. Joad, critica a análise do Arcebispo de York, dizendo:
“Eu acho que o comportamento da Igreja durante a guerra contribuiu mais do que o Arcebispo quer conceder para o declínio da sua reputação na mente do homem comum. Quando vem uma guerra, as várias igrejas nacionais fundem-se com as nações em guerra. Os púlpitos se tornam centros amadores de recrutamento e os bispos benzem os canhões. Estas coisas são feitas em nome do Príncipe da Paz, que abjurou a violência e instou com seus seguidores para que se amassem uns aos outros. . .
“Ora, tudo isso talvez seja bem natural, . . . mas quando o acesso de ira passa e a nação está outra vez em paz, a Igreja não pode esperar que o povo aceite sua pregação de religião, uma religião de paz, com a seriedade que gostaria.
“ . . . que é que ela tem para oferecer aos homens que o Estado não tem também?”
17, 18. Mostre como alguns clérigos americanos demonstraram falta de integridade para com Jeová.
17 Na América, os clérigos fazem proclamações públicas tais como a declaração do Bispo Auxiliar Joseph F. Flannelly, administrador da catedral de São Patrício, sobre o conflito na Coréia: “Sem dúvida foram os nossos pecados que trouxeram sobre nós este novo castigo.” (Times de Nova Iorque, 24 de julho de 1950) Fazem assim a tentativa de mostrar que Deus está causando estas guerras. Se o Bispo Flannelly tivesse razão, então o povo tem de considerar os comunistas como instrumentos na mão de Deus.
18 Poucas semanas depois, deste mesmo púlpito, deu-se uma reviravolta. Não mais se fez a lamentação de que a guerra é um castigo de Deus, mas ela foi proclamada como uma bênção Dele. Citamos do Times de Nova Iorque, de 11 de Setembro de 1950: “Pais tristes, cujos filhos foram convocados ou realistados para o serviço de combate, receberam ontem a informação, na catedral de São Patrício, que a morte na batalha fazia parte do plano de Deus para povoar ‘o reino do céu’. ‘É um pensamento nem sempre lembrado’, continuou ele [o Mons. W. T. Green], ‘mas é a primeira responsabilidade dos pais cristãos fazer tudo o que estiver em seu poder para devolver os seus filhos a Deus, em qualquer tempo, lugar e circunstâncias que ele quer chamá-los, para que se tornem verdadeiros cidadãos do reino eterno do céu’.” Se a guerra faz parte do plano de Deus para povoar o reino do céu, por que ter paz e frustrar o plano de Deus, deixando o céu despovoado? Não há na Bíblia nenhuma declaração que concorde com a de Green; a guerra na Coréia não é uma bênção da parte de Deus, nem faz parte do plano de Deus para povoar o reino dos céus. Este tipo de pregação culpa o Deus Todo-poderoso pelos males que sobrevieram ao mundo da parte do adversário, Satanás, e demonstra a falta completa de integridade para com Deus.
19. Que ações e atitudes do clero em geral o desqualificarão para ganhar o favor de Deus?
19 Num esforço de segurar a maioria do povo e mantê-la contente, o clero trata de agradar a todos, agradar aos governos, agradar aos generais, agradar aos homens de negócios, agradar aos trabalhadores — agradar a todo mundo. Pregam aquilo que lhes for conveniente conforme a época, não importa o que diga a Bíblia. Mas nunca obterão o favor de Deus com este proceder. Nem ganharão o favor de homens e mulheres cristãos, sinceros. Vemos, realmente, que o clero se tornou parte integrante deste mundo. As atuais religiões organizadas da cristandade incorporaram-se de tal maneira a este mundo, que está debaixo do controle de Satanás, que não mais têm determinação nem a capacidade de se virarem para os caminhos claramente definidos da adoração pura, ensinada na Bíblia. Estão preocupadas quando sentem a pressão dos políticos e da opinião pública. Não mostram confiança absoluta em Deus. Parecem estar dispostas a comprometer-se com qualquer um, se isso resultar em lucro material. Verifique o proceder das igrejas católica, luterana e ortodoxa da Europa Oriental. Fracassaram em fazer uma frente sólida contra o ímpio comunismo. Ao serem coagidas, estão até dispostas a acompanhar o programa comunista, mesmo pregar o comunismo dos seus púlpitos. E estão dispostas a assinar acôrdos de cooperação com os comunistas. Se não fizerem isso, acham eles, as suas igrejas seriam fechadas; e isso bem pode ser. Em 17 de agosto de 1952, o Departamento de Estado, em Washington, publicou um estudo das táticas empregadas pelos governos comunistas em “capturar a juventude e agrilhoar as igrejas ao estado nos seus esforços de matar toda a religião”. “ ‘Este alvo foi parcialmente atingido na România, Albânia e Hungria’, diz o artigo. “Na Tchecoslováquia fez-se algum progresso nesta direção. Na Polônia o governo não teve tanto êxito . . . ’
“Quando as organizações eclesiásticas são postas sob o controle do estado, o estudo diz ‘as designações para postos eclesiásticos, desde os mais altos até os mais baixos, vêm do estado ou de organizações aprovadas pelo estado.’
“‘Só os sacerdotes que se provaram leais ou amicais para com o comunismo têm qualquer chance de serem escolhidos. Os temas de sermões, discursos e outras atividades que se relacionam com os paroquianos, muitas vezes são supridos pelo estado.’” —Post de Boston, EUA, 18 de agosto de 1952.
AQUELES QUE NÃO SE COMPROMETEM
20. Que proceder diferente seguem os verdadeiros ministros de Deus ao manterem a sua integridade?
20 Quão diferentes são os verdadeiros ministros cristãos. As testemunhas de Jeová estão proscritos em todos os países comunistas da Europa Oriental. Não se inclinarão diante da regência de ditadores, nem pregarão o comunismo como a esperança do povo. Apegam-se à adoração limpa de Deus. Os políticos podem proscrever as testemunhas de Jeová e dizer que não se pode servir a Deus e manter a integridade para com ele, mas as testemunhas de Jeová permanecem firmes, não estão amedrontadas e não pararão agora, nem jamais, a pregação do reino do Deus Altíssimo como a esperança para este mundo, a não ser que Deus as mande parar. A vontade de ditadores não pode ser colocada acima da vontade de Jeová Deus. Quando os ditadores tentam contaminar a verdadeira organização cristã, os ministros de Deus resistirão completamente e continuarão a pregar a verdade da Bíblia, mesmo que tenham de fazê-lo clandestinamente. Isto significa uma luta pela justiça; e a esperamos agora, ao se decidir o grande debate da dominação mundial. A integridade de cada cristão está sendo cabalmente provada. —Apo. 14:6-12.
21. Como é possível as testemunhas de Jeová tomarem tal posição firme pela justiça?
21 Perguntará talvez: Como é possível que as testemunhas de Jeová adotem tal atitude? É possível unicamente por terem um conhecimento acurado da verdade, uma forte fé em Jeová Deus e a ajuda que o Deus Todo-poderoso, Jeová, dá àqueles que confiam nele e o servem. Algumas pessoas do mundo, que não apreciam o grande debate, tentarão argumentar a favor da conveniência em tempos de apuros, dizendo que Deus o perdoará, porque as coisas são tão difíceis. Mas, que texto apoia este argumento? Fez Cristo compromissos quanto aos princípios de Deus quando lhe veio uma prova? Procederam assim os apóstolos ou os homens fiéis que viveram antes de Cristo? A resposta é: Não. Os verdadeiros cristãos adotam hoje a mesma atitude de integridade que Cristo adotou. Amam a vida e tratam de ser leais ao Dador da vida.
22. Podemos ganhar a vida eterna se nos comprometermos? Que devemos fazer?
22 Jesus Cristo advogou um ponto de vista mais amplo nesta batalha de integridade, não um compromisso míope para ganho egoísta ou alívio em tempos de prova. “Se a tua mão ou o teu pé te servem de pedra de tropeço, corta-o e lança-o de ti, melhor é entrares na vida manco ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno. Se o teu olho te serve de pedra de tropeço, arranca-o e lança-o de ti, melhor é entrares na vida com um só dos teus olhos, do que, tendo dois, seres lançado na Geena de fogo.” (Mat. 18:8-10) Jesus ilustrou aqui que seria melhor sofrer uma perda material, mesmo que seja uma coisa tão preciosa como um olho ou uma mão, para o povo a quem se dirigia, do que perder a integridade. Este é o tempo em que devemos avaliar as coisas corretamente. É o tempo em que temos de dar a Deus o primeiro lugar em nossa vida. Não devemos ceder aos esforços de qualquer espécie para nos desviar da nossa integridade, quer sejam ofertas sutis de riquezas pela violação da ética, quer a aplicação de perseguição cruel e penosa.
23. De que modo podemos ser uma ativa influência benéfica neste mundo degenerado?
23 As testemunhas de Jeová lutam hoje confiantemente debaixo do seu Chefe e Comandante, Jesus Cristo, apagando-se à sua integridade. Mas ao fazerem isso, não se tornam completamente introvertidas nem adotam uma vida de reclusão num mosteiro. É agora ou nunca que se tem de dizer às pessoas de boa vontade que precisam voltar-se para o Deus Todo-poderoso e seu reino por Cristo, que precisam buscar a justiça e procurar ganhar a vida. Esta é a época em que se deve ser uma ativa influência benéfica neste mundo degenerado. Por mantermos a nossa integridade mostramos a outros que é possível fazê-lo; encorajamos também outros a empenhar-se no serviço de Deus. Por nossa fidelidade a Deus, pela nossa pregação das boas novas e por sustentarmos a supremacia de Deus, podemos ajudar outras pessoas a ganhar a vida eterna. Milhões de pessoas da cristandade buscam hoje a justiça. Muitos dos que estão nas organizações eclesiásticas procuram hoje uma esperança, um caminho. Nós podemos ajudar-lhes. Temos de ajudar-lhes. Precisamos sustentar o lado de Deus no debate, neste tempo do fim. —Rom. 10:13-15.
AJUDA E LIBERTAÇÃO DIVINAS
24. Que garantia possuímos da parte de Jeová de nos ajudar a manter a integridade sob prova?
24 Verifica-se hoje que as testemunhas de Jeová em todas as partes do mundo, mantêm a sua integridade sob provações severas. A Palavra de Deus nos assegura que é possível os cristãos resistiram a todas as tribulações e tentações que lhes sobrevenham, pois está escrito em 1 Coríntios 10:13: “Não vos tem sobrevindo tentação que não seja comum aos homens; mas Deus é fiel, o qual não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas também com a tentação proverá o meio de saída para poderdes suportá-la.” Deus conhece os seus e nunca os abandona. Embora vejamos as organizações religiosas fracassar e as condições mundiais piorar cada vez mais — devíamos esperar isso visto que a Palavra de Deus o predisse — não há razão para os crentes em Deus perderem a esperança. Lembre-se de que Jeová é supremo e todo-poderoso. Seu propósito ajuramentado é destruir a Satanás, remover toda a sua organização iníqua e todos os que introduziram práticas iníquas na terra. Os perversos parecem florescer agora mais do que nunca, e a Palavra infalível de Deus diz: “Quando brotarem, como erva, os perversos, e florescerem os que obram a iniquidade, é que serão destruídos para sempre. Tu, porém, Jeová, estás nas alturas para todo o sempre.” —Sal. 92:7, 8.
25. De que modo trará o governo justo do Reino de Deus bênçãos para todos os homens que amam a justiça e mantêm a integridade?
25 Isto significa o fim de todas as tribulações para todos os que viverem na terra, porque os que sobreviverem àquele tempo de destruição viverão sob o reino de Deus, gozando as suas muitas bênçãos. Jesus nos ensinou a orar por aquele tempo. Ele nos ordenou orar pelo reino de Deus, pois então se fará a vontade de Deus na terra. Não haverá então lugar para a corrupção, violência e insegurança, nem para preocupações. Não haverá então mais ódio, nem desonestidade nem declínio moral. Estas coisas nunca mais surgirão na mente. (Apo. 21:1-5) Será uma regência justa, a regência de Deus. Aquele governo teocrático permanecerá como evidência da supremacia de Jeová, da sua bondade, amor e pureza. Debaixo daquela regência, os fiéis nos túmulos, que morreram na sua integridade, serão trazidos de volta à vida. De modo que os que agora mantêm a integridade — ainda que morram por causa disso — têm a garantia de vida em felicidade eterna. E muitos viverão através da batalha do Armagedon nesta geração e entrarão num novo mundo de verdadeiro gozo, justiça e vida eterna. —João 5:29.
26. Que devemos fazer agora?
26 Hoje vemos que há grande recompensa pela guarda da integridade. Tome, portanto, sua posição ao lado das testemunhas de Jeová. Estude a Palavra de Deus e, obedecendo-lhe, evite a apostasia da cristandade. Una-se no louvor a Deus. Dedique-se inteira, completa e integralmente a Jeová, sem reservas, e não ceda por razão alguma às tentações que o cercam. Creia na Palavra infalível de Deus e siga-a. Ela diz: “A integridade dos retos os guiará, mas a perversidade dos ímpios os destruirá.” “Pois para isto fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando-vos exemplo, para que sigais as suas pisadas. Ele não cometeu pecado, nem tão pouco foi achado engano na sua boca, sendo injuriado, não injuriava, padecendo, não ameaçava, mas entregava-se aquele que julga justamente.” “Não temas as coisas que estás destinado a sofrer. Eis que o Diabo continuará a lançar alguns de vós na prisão, para que sejais cabalmente postos à prova e para que tenhais tribulação por dez dias. Prova-te fiel, até sob o perigo de morte, e eu te darei a coroa da vida.” (Pro. 11:3; 1 Ped. 2:21-23; Apo. 2:10, NW) A integridade conduz à vida!