Disciplinando os filhos para a vida
“A repreensão da disciplina [é] o caminho da vida.” — Pro. 6:23, Fi.
1. Como são admoestados os filhos, e que questão precisamos encarar?
JEOVÁ admoesta os filhos: “Guarda os mandamentos de teu pai e não abandones o ensino de tua mãe. Ata-os perpetuamente ao teu coração; prenda-os em volta de teu pescoço. Quando andares, guiar-te-ão; quando te deitares, vigiarão sôbre te quando acordares falarão contigo. Pois o mandamento é uma lâmpada e o ensino uma luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida.” (Pro. 6:20-23, NR) As vezes, embora os pais deem a instrução correta e estabeleçam o exemplo correto, os filhos recusam-se a obedecer. Isso nos leva ao caso da disciplina e nos força a enfrentar essa altamente controversa questão: bater ou não bater.
2. Que dizem muitos psicólogos de crianças acerca de bater, mas o que diz a Bíblia?
2 Muitos psicólogos de crianças penduram nas crianças a etiqueta “tire as mãos”, semelhantes a um que disse: “Será que vós, mães, não compreendeis que cada vez que bateis em vosso filho dais amostras de que odiais vosso filho?” Jeová diz: “Aquele que poupa a vara quer mal ao seu filho; mas o que o ama corrige-o continuamente.” Por bater nela talvez se salve a vida da criança, pois Jeová diz: “Não retires a disciplina da criança; porque, fustigando-a com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do Seol.” Também: “Os vergões das feridas são a purificação dos maus, como também as pancadas que penetram até o mais íntimo do ventre.” É Jeová que pode olhar no mais íntimo dos homens e das crianças, e, em certa ocasião, tipo de nossos tempos, ele fez isso e viu: “O intento do coração do homem é mau desde a sua mocidade.” Qual é então o remédio? “A estultícia está ligada ao coração da creança, mas a vara da correção a afastará della.” —Pro. 13:24, So; Pro. 23:13, 14; 20:30, Al, margem; Gen. 8:21, Tr; Pro. 22:15.
3. Por que, ás vezes, precisam palavras corretivas ser seguidas por ações corretivas, e quais são os resultados contrastantes entre mimos excessivos e a disciplina?
3 Há ocasiões em que palavras não adiantam para certas crianças e os pais tem de tornar-se homens e mulheres de ação, aplicando a vara para que o filho não se estrague. Embora este entenda suas palavras, talvez não lhes dê ouvidos, conforme diz Provérbios 29:19 (Al) : “O servo não se emendará com palavras; porque, ainda que te entenda, não te atenderá.” Dois versículos depois (Provérbios 29:21, TA) diz: “Aquêle que amima seu servo desde a infância, nada obterá no fim senão ingratidão.” Isso também é verdade quanto aos filhos tratados pelos pais com mimos excessivos. Os filhos não tem respeito por pais complacentes, negligentes ou indulgentes que se refreiam da correção; com estes se tornam cada vez mais exigentes e desrespeitosos. Por outro lado, a disciplina administrada sábia, justa e misericordiosamente ganha respeito, conforme Paulo escreveu aos hebreus: “Tínhamos os nossos pais segundo a carne, que nos corrigiam, e os respeitávamos;. . . Tôda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que tem sido por ela exercitados, fruto de justiça.” (Heb. 12:9, 11, ARA) Tal disciplina é para treinar, não para infligir um castigo doloroso.
4. Quando é administrada em egoísmo a disciplina, e por que se precisa tomar em consideração a criança individual ao se determinar a forma da disciplina necessária?
4 Ao castigar, lembrai-vos do provérbio: “Não é bom proceder sem reflectir; e erra o alvo quem é precipitado.” Bater em ira repentina é evidencia de um motivo fraco, a saber, desabafar a pressão emocional de pais excitados. Tal disciplina tem por fim alívio egoísta e não é dada por amor ao filho. Em muitos casos a solução talvez seja encontrada entre os dois extremos de nunca bater e de bater sempre. Mas, este nem sempre é o caso. Tem de se considerar o temperamento e a disposição da criança individual. Algumas são muito sensíveis e medidas drásticas tais como o surrar não são necessárias. Algumas talvez sejam tão empedernidas que tais medidas drásticas não tenham efeito. Acerca dos homens escreveram-se estes dois provérbios: “Nos lábios do entendido se acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento.” “Uma reprehensão entra mais profundamente no intelligente, do que cem açoites no insensato.” (Pro. 19:2; 10:13, Al; 17:10) Assim é com as crianças. Algumas delas são mais sensatas que outras; algumas são mais mansas que outras. Uma repreensão talvez as discipline mais do que açoites a outras que são mais teimosas e cujo coração infantil esteja cheio de excessiva tolice.
5. Por que precisam particularmente os pais ter paciência, se seus filhos tem temperamento muito indisciplinados?
5 Pais, se este fôr o caso com vosso filho, sede pacientes. Não importa quão pouco lisonjeiro, quão intragável, quão inaceitável isso seja para vós, a criança o aprendeu de vós. Talvez não seja aparente em vós; talvez nunca tenha vindo à superfície; mas existe em alguma parte de vós, pois vosso filho não o aprendeu do nada. Temos de enfrentar o fato: os adultos dão a seus filhos um mau começo. Adão e Eva deram a todo o mundo um mau começo. Por isso diz a Bíblia: “O homem, nascido da mulher, é de bem poucos dias e cheio de inquietação. Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.” “Em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” —Jó 14:1, 4; Sal. 51:5; Rom. 5:12, Al.
O EMPREGO DE AMOR E BOM SENSO NA DISCIPLINA
6. Que se deve ter em mente ao se fazerem e por em vigor regras?
6 Isto mostra que as crianças necessitam de orientação; mostra, também, que não serão perfeitas. Não espereis nem demais nem de menos. As regras de conduta para elas precisam ser claras, equilibradas e ter concessões misericordiosas. Lembrei-vos da idade delas, pois agirão de acordo. Não espereis que ajam como pequenos adultos. Paulo disse que quando era menino, agia como menino. (1 Cor. 13:11) Depois de se estabeleceram regras razoáveis e a criança as conhecer, ponde-as em vigor com prontidão e consistência, para que a criança saiba o que esperar. Mas, se forem postas em vigor espasmodicamente, de acordo com vosso capricho ou disposição do momento, ou se a punição da desobediência demorar muito, a criança sentirá coragem de arriscar-se a violações para ver até onde pode ir, assim como os adultos se tornam atrevidos em fazer o mal quando a retribuição parece tardar: “Porquanto logo não se executa sentença contra uma obra má, por isso o coração dos filhos dos homens os incita a obrar o mal.” Se o castigo não for justo e consistente, o muito apurado senso de justiça que as crianças têm ficará ofendido e haverá ressentimento. Portanto, corrigi-os em equidade e firmeza, temperada com amor e misericórdia Jeová se lembra de que nossa estrutura é pó; lembremo-nos de que a da criança também o é. —Ecl. 3:11, Tr; Sal. 103:13, 14.
7. De que modo violam alguns pais a instrução dada em Efésios 6:4 e Colossenses 3:21, e por que se deve considerar o tempo e o lugar?
7 Alguns pais sempre acham falta com seus filhos, insistindo em coisas que realmente não têm importância, criando assim sentimento de incômodo, irritação e exaspero nos filhos, fazendo que êles sejam rebeldes e fiquem desanimados, tudo em violação da seguinte instrução bíblica para os pais: “Vós, pais, não irriteis vossos filhos, mas continuai a criá-los na disciplina e no conselho autoritativo de Jeová.” “Vós, pais, não exaspereis vossos filhos, para que não fiquem desanimados.” (Efé. 6:4; Col. 3:21, NM) Se os pais seguirem a disciplina e conselho autoritativo de Jeová, não irritarão nem exasperarão seus filhos, nem farão que seus filhos fiquem desanimados com tanto achar falta com coisas de somenos importância. Não cerqueis vosso filho com proibições numerosas e desnecessárias, mas só com as que realmente importam. Restringi-o quando houver motivo justo, mas nunca só para mostrar autoridade. Sempre que possível deixai que êles façam suas próprias escolhas e decisões, elogiando as sábias. Se se saírem bem numa tarefa designada ou no serviço de campo, elogiai-os para encorajá-los. Não faz a Bíblia a mesma coisa quando diz: “Muito bem, escravo bom e fiel“? (Mat. 25:21, NM) Às vêzes é necessário exercer controle, por causa da ocasião ou do lugar, não porque algum ato seja errado em si mesmo. Por exemplo, fazer algazarra durante uma reunião prejudica tanto a criança como os outros. Não há nada errado em brincar, mas a ocasião não é propícia. Há tempo para brincar, tempo para fazer algazarra e também tempo para escutar, tempo para aprender. Portanto, cuidai da ocasião e do lugar, para o bem de todos. —Pro. 29:15.
8. Que variedade de formas pode assumir o castigo, e de que modo mudaram de opinião muitos psicólogos de crianças?
8 Então, em resumo do assunto de disciplina, administrai-a com amor, não com gritos ou golpes irados. (Pro. 15:1) A punição talvez varie de acordo com o temperamento de mansidão ou teimosia; Podeis castigar por reter algum sinal de estima, ou recompensar por dar tal sinal. Talvez tenhais de banir o filho desobediente da companhia dos obedientes, ou negar-lhe a participação num divertimento familiar, ou negar-lhe uma sobremesa favorita ou um passatempo favorito, ou, às vêzes, é possivel que tenhais de usar a vara literal para preservar a ordem no lar. A fim de se ilustrar a necessidade dos diferentes métodos, considerei êste caso genuíno. Um pequeno garoto em Brooklyn, E. U. A., teve hora marcada com o dentista. Antes que sua mãe o levasse para lá, uma colega dele, de quatro anos de idade, lhe disse que sempre que ia ao dentista mantinha a boca fechada. De modo que, quando sua mãe o levou, êle recusou abrir a boca. Ao chegar em casa, êle apanhou bastante. A próxima vez, êle recusou de novo abrir a boca. Apanhou por isso ainda mais, mas ainda permaneceu de boca fechada na cadeira do dentista. Mas, êste garoto gostava muito de televisão. Negou-se-lhe totalmente acesso ao aparelho. Depois de dois dias sem televisão, êle anunciou que estava pronto para ir ao dentista com a boca aberta. Mas, quanto à vara, é digno de nota que, em face da crescente delinqüência juvenil, muitos psicólogos de crianças estão modificando sua opinião sobre o bater, muitos voltando à idéia da vara. Muitos dêles se viram forçados a admitir que as lições aprendidas no joelho da mãe não fazem uma impressão tão duradoura como as que se aprenderam deitados sobre os joelhos do pai.
9. No sentido mais amplo, que é a vara de correção e como deve ser brandida?
9 Mas, quando a Bíblia fala da vara da correção, não necessariamente se refere a uma vara literal; num sentido amplo significa a autoridade paternal. Sua influência corretiva pode assumir várias formas. Qualquer que for a forma que assumir, sempre deve ser brandida em amor e misericórdia, nunca em ira ou justiça rígida. Nunca tentai aplicar a plena medida do que a conduta da criança possa exigir corretamente. Já mencionamos Jeremias 10:23, mas leia agora o que diz, junto com o versículo 24: “Eu sei, Jehovah, que não é do homem o seu caminho, não depende do homem que anda o dirigir os seus passos. Corrige-me Jehovah, porem com juízo; não na tua ira, para que não me reduzas a nada.” Portanto, pais, ao corrigirdes vossos filhos, fazei-o segundo a medida do amor e misericórdia, não em ira ou plena justiça. Como cristãos, vos achais não sob justiça estrita, mas sob a misericórdia divina e precisais mostrar misericórdia com outros, especialmente com vossos filhos, cujas imperfeições e falhas podem ter origem em maior ou menor escala em vós e vossos antepassados. Ao brandirdes a vara da autoridade paternal, se tiverdes mais de um filho, evitai a parcialidade, senão fareis que um seja odiado pelo outro. Os irmãos de José achavam que seu pai era parcial para com José e, em resultado, odiavam José. O filho mais velho mostrou ressentimento quando ele pensou que seu pai estava favorecendo o filho pródigo. (Gên. 37:3, 4; Luc. 15:25-30) Se apresentardes um filho como exemplo para outro, é possível que façais com que o filho exemplar seja odiado pelo outro.
10, 11. O que é tão necessário e como deve ser demonstrado?
10 Pais, é tão necessário mostrardes aos vossos filhos que eles são amados e desejados. Recentemente, o jornal Times de Nova Iorque relatou que 34 filhos enjeitados morreram simplesmente por falta de amor maternal. Um livro sobre eficiência fala do treinamento moderno em psicologia, dado agora a professoras, mas acrescenta com pesar: “Embora se tenha de admitir que a antiga professora de escola, que tanto amava as crianças, tenha tido mais êxito em ajudar seus pupilos.“A revista Look disse recentemente que tôdas as regras e “técnicas de lidar com as crianças importam em muito menos do que o espírito e a atmosfera geral do lar”. O clima existente na sociedade do Novo Mundo, focalizando o amor e o espírito de Jeová, é essencial na criação de filhos para a vida eterna.
11 Pais, êste amor não se demonstra por transbordante sentimentalidade ou fala de crianças, tolerando-se cada capricho infantil ou acedendo a cada desejo material. Amar não quer dizer estragar com mimos. Faz que a criança se sinta desejada. Fala-se das crianças como sendo uma herança dada por Jeová, semelhantes a tenras plantas de oliveira à roda da mesa; precisam de terno cuidado para crescer e dar fruto. São o fruto do ventre da mãe. A Palavra de Jeová nos diz que os frutos de nossos lábios deviam louvá-lo, e o fruto do ventre também o deve fazer. (Sal. 127:3; 128:3; Heb. 13:15) Será que vossos filhos louvam a Jeová? Se vós o fizerdes, eles geralmente o farão. Ajudai-vos, mostrai-lhes o caminho, dirigi-lhes os passos, dai-lhes boa instrução, estabelecei exemplos corretos. Corrigi-os quando fôr necessário e guiai-os à vida eterna junto à sociedade do Novo Mundo. Sede exemplos que eles sintam orgulho em reconhecer e felicidade em seguir. Assim como Manoá orou por direção da parte de Jeová para criar Sansão, orai por direção para criar vossos filhos. —Pro. 17:6; 20:7; Juí. 13:8.
UMA PALAVRA ÀS CRIANÇAS
12. Que, talvez, pensem agora as crianças e por que podemos corretamente olhar aos animais por exemplos de instrução?
12 Bem, o que estais agora pensando todos vós, crianças? Que há aqui uma grande multidão de gente grande que se junta contra vós, imaginando mais meios de restringir-vos e fazer a vossa vida miserável? Não, não nos estamos juntando contra vós, mas nos estamos juntando a favor de vós, para sermos fortes a fim de proteger-vos, para manter-vos em nosso meio, servindo a Jeová e salvos de Satanás. Todos os que amam a Jeová precisam juntar-se para ajudar uns aos outros na obra de Deus. Se vós, crianças, fostes o assunto de nossa discussão, é porque sois o objeto de nossa afeição. Talvez digais: Está bem, mas se a gente grande gosta tanto de nós, porque então falam tanto de disciplina e especialmente de bater? Bem, para vós, crianças, isso toca num ponto sensível, não é? Mas, para ajudar-nos a chegar à raiz do assunto, olhemos aos animais de que vós, crianças, gostais tanto. A sabedoria de Jeová se reflete nas suas criações, portanto, olharmos aos animais por instrução não rebaixa nosso nível de pensamento, mas eleva-o aos pensamentos de Deus. Diz-se-nos para ir à formiga a fim de aprendermos a ser industriosos, que tomemos o gafanhoto como exemplo de unidade; portanto, não estamos num desvio não bíblico ao olharmos ao treinamento que alguns animais dão à sua cria e que vem dum instinto dado por Deus. —Rom. 1:20; Pro. 6:6-8; 30:27; Joel 2:7 ,8.
13. Que exemplos mostram que o treinamento deve ser gradual, reconhecendo-se as limitações dos menores?
13 Quando pais animais treinam seus filhos eles percebem as limitações dos seus filhos, que no começo os pequenos não podem fazer coisas grandes. Portanto, iniciam sua cria naquilo que se poderia chamar de jardim de infância animal e dali para cima. Por exemplo, a andorinha cata insetos em vôo. Isto é demasiado difícil para as pequenas andorinhas, portanto os pais apanham os insetos velozes, balançam-se no ar perto do ninho ou poleiro onde estão os filhotes, deixam cair os insetos, e os filhotes saem voando e apanham os insetos que caem vagarosamente. Não demora muito até que eles apanhem seu próprio alimento no ar. A raposa, depois de os filhotes serem desmamados, traz dentro da cova camundongos capturados e outro alimento. Mais tarde deixa o alimento na entrada, e, conforme os filhotes ficam maiores, ela o deixa mais e mais longe, para ensinar os filhos a caçar seu alimento. Perto do fim deste treinamento, a rapôsa até esconde a presa debaixo de folhas e entulho, forçando assim os filhotes a usar o olfato bem como a vista. Nestes e em muitos outros casos, quanto mais os filhotes aprendem, tanto menos os pais fazem. Assim também É convosco, crianças. Precisais ser treinadas por vossos pais, e, conforme aprendeis mais e ganhais mais experiência, recebereis permissão de fazer mais e mais. Conforme aumentardes em capacidade, o controle dos pais diminuirá.
14. Que exemplo mostra a aplicação de disciplina quando o filho persiste em incomodar os mais velhos?
14 Mas, que se pode dizer da disciplina no mato? Bem, não podemos senão reconhecer o fato de que as mães entre os animais são antiquadas e parecem não ter lido quaisquer livros modernos sôbre psicologia infantil, porque certamente espancam seus filhotes Uma fêmea de tigre estava aborrecida porque um dos seus filhotes continuamente tocava nela. Ela tentou desperceber estes avanços, mas, finalmente, tomou a cabeça inteira do filhote na boca, apertou-a e a sacudiu, enquanto o filhote surpreso choramingou. É capaz que vós, crianças, nunca experimentastes que vossa mãe vos tomasse a cabeça na boca, mas, provavelmente, já fostes sacudidas quando a aborrecestes e não parastes quando vos mandou.
15, 16. Que exemplos mostram a aplicação de correção em caso de desassossego e de excessivo espírito aventureiro?
15 Algumas de vós, crianças, já tivestes dificuldades por não ficar quietas, talvez durante uma reunião? Devíeis ir à corça, vós desassossegadas, e considerar os modos dela e ser sábios. A corça-mãe esconde seu filhote e o instrui de ficar imóvel, e ele ficará por horas sem se mexer. E raro os filhotes de corça desobedecerem e se mexerem, mas se o fizerem, apanham com os cascos afiados da mãe.
16 Já apanhastes por terdes sido muito aventureiros, por fazerdes alguma coisa nas brincadeiras que a mãe pensou que poderia resultar em ficardes feridos? Se apanhastes, então não estais sozinhos no vosso apuro. Um pequeno coala, isto é, um ursinho que se parece muito com um de brinquedo, estava em cativeiro com sua mãe. Havia uma árvore na jaula e o filhote trepava em galhos finos onde a mãe não lhe podia seguir. Na primeira oportunidade ela o apanhou e o espancou tanto que seus gritos se podiam ouvir de longe. Depois disso nunca mais trepou nos galhos finos.
17. Que ilustra o uso de disciplina para preservar a vida?
17 Alguns anos atrás, no Parque Nacional da Sequóia, no oeste dos Estados Unidos, costumava-se jogar lixo numa clareira do mato e os ursos costumavam vir em grandes números para comer. Certa vez, uma ursa saiu do mato com dois filhotes, mas, antes de ela descer para onde estavam os ursos comendo, ela mandou os filhotes subir numa árvore. Um deles desceu e a mãe correu para lá e lhe deu uma boa surra com a pata, que o mandou rolar. Muito depressa subiu na árvore e os dois filhotes ficaram lá até que ela tinha terminado sua refeição e voltado ao pé da árvore, mandando-os descer. Lembrai-vos do texto que já apareceu antes neste estudo, em que se dizia aos pais que batessem em seu filho, que o bater não o mataria, mas o livraria da sepultura? Bem, era isso que a ursa-mãe estava fazendo. Ela bateu no filhote; isso não o matou, mas salvou-o da morte. Se tivesse ido para o lugar onde os ursos grandes comiam, algum grande urso malvado o poderia ter matado.
18. Por que é a disciplina, mesmo o bater, tão vital na floresta?
18 Não há delinquência juvenil no reino animal, porque não há ali mães delinquentes. Elas não se refreiam de usar a pata nem mimam seus filhotes, mas batem para preservar a cria. Morreriam lutando pelos filhotes, assim como vossos pais morreriam por vós; contudo batem nos filhotes, assim como é possível que vossos pais batam em vós. No mato, o primeiro erro é muitas vezes o último, e se os pequenos animais desobedecessem às mães, se tornariam o prato principal no cardápio da floresta e terminariam no estômago de outro animal. Portanto, embora não seja agradável para eles apanhar, é melhor ser batido do que comido.
19. Que criatura animalística procura devorar todos os que amam a Jeová?
19 Ora, talvez vós, crianças, não acheis que seja assim, mas há uma criatura animal, selvagem, que gostaria de devorar-vos. Pedro admoestou a todos nós: “O vosso adversário, o Diabo, anda ao redor de vós, como leão rugindo, buscando a quem possa devorar.” (1 Ped. 5:8) Êsse alguém sois vós, porque amais a Jeová. O Diabo odeia á Jeová e gostaria de devorar todos os que amam a Jeová no ambiente mau do velho mundo dele. Portanto, assim como as mães entre os animais do mato disciplinam seu filhotes para que não sejam comidos, assim vossos pais vos disciplinam para que não sejais devorados pelo mundo do Diabo. As mães entre os animais treinam e disciplinam seus filhotes em harmonia com o instinto que Deus lhes dá; vossos pais vos treinam e disciplinam em harmonia com a instrução bíblica que Deus lhes dá.
20. Que exemplos de delinquência juvenil regista a Bíblia?
20 Se vossos pais vos amam teocráticamente, vos guiarão no caminho dos jovens Samuel, Jeremias, Timóteo e Jesus. Eles vos dirigirão para que vos afasteis dos maus exemplos, tais como os dos garotos malvados que vieram junto com a turba em Sodoma para atacar os anjos de Deus e cometer atos imorais. (Gen. 19:4) Vossos pais vos guiarão para longe da adoração falsa, para que não sejais como as crianças de Israel que provocaram Jeová á ira, conforme disse: “Os filhos ajuntam lenha, os paes accendem fogo, e as mulheres preparam massas para fazerem tortas á rainha do céo, e offerecerem libações a outros deuses, afim de me provocarem á ira.” (Jer. 7:18) Certamente não quereis zombar dos servos de Jeová, como fizeram certos garotos com Jó. Disse êle: “Até os rapazes me desprezam: e, levantando-me eu, falam contra mim.” (Jó 19:18, Al) Se mofardes dos servos de Deus o estais blasfemando, assim como fêz a turma de garotos que zombaram de Eliseu dizendo: “Sobe, calvo.” Jeová fêz que ursas despedaçassem quarenta e dois dêsses delinquentes juvenis. —2 Reis 2:23, 24.
21. Qual foi a verdadeira ofensa dos jovens que zombaram de Eliseu, e que mostra que apenas a juventude não salva os transgressores?
21 Isso pode parecer um tratamento severo para alguém que chamou outro de calvo, mas ali estava envolvido mais do que desrespeito. Foi o insulto “sobe” que exigiu vingança divina. Foi por dizerem a Eliseu que subisse, assim como relatou que o fizera Elias. (2 Reis 2:11) Mostrou descrença no milagre de Jeová no caso de Elias e era um desafio, a fim de que Eliseu o provasse por reproduzi-lo. Também, poderia indicar que Eliseu deveria subir, como fêz Elias, e que, dêste modo, a comunidade ficaria livre dêle. Sugeria que sua presença era indesejável e que ele deveria sair daquela zona. É provável que os adultos eram responsáveis por esta delinquência, a zombaria infantil sendo um reflexo da atitude dos adultos, se não tivesse sido diretamente instigada por adultos religiosos, opostos. De qualquer forma, as crianças foram punidas por sua blasfêmia. Conforme diz Provérbios 20:11: “Até a criança dá-se a conhecer pelos seus actos, se a sua conducta é pura, se é recta.” A juventude por si só não salva os delinquêntes que blasfemam, conforme mostra a ordem de Jeová, dada às forças executoras do Armagedon: “Passae pela cidade após elle, e feri. Não poupem os vossos olhos, nem mostreis piedade: matae o velho, o moço e a donzella, meninos e mulheres, até os exterminardes. —Eze. 9:5, 6.
22. Como podem os filhos considerar obediência aos pais?
22 Talvez obedeceis a vossos pais porque êles querem que o façais. Esta é uma boa razão; mas, eis aqui uma melhor — obedecei-os porque Jeová o quer. Ele vos diz diretamente: “Filhos, obedecei a vossos paes no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pae e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa), para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.” (Efé. 6:1-3) Os pequenos animais precisam obedecer para viver muito tempo, aqui Jeová vos diz que sejais obedientes, se quiserdes ter longa vida sôbre a terra. Amais a Jeová? Então lhe obedecei. (1 João 5:3) Ele diz: Obedecei a “paes no Senhor”; portanto, obedecei aos vossos que são testemunhas de Jeová. Se fôr às vêzes difícil de fazer, fazei-o assim mesmo, mas o considerei como obediência prestada a Jeová. Deus diz à espôsa para ser obediente ao marido e ao escravo para ser obediente a seu amo. Como deviam considerar a esposa e o escravo a obediência prestado ao marido e ao amo? À esposa se diz que o faça “como ao Senhor”. Ao escravo se diz que o faça “como a Cristo”. Vós, crianças, obedecei aos vossos pais “como a Jeová”, fazendo-o de toda a alma por Sua causa. (Efé. 5:22; 6:5-8; Col. 3:23, 24, NM) Portanto, nisso também estareis servindo a Jeová, do mesmo modo como quando sais na obra de testemunho. Dar atenção à reprovação e disciplina significa vida, enquanto os que são “desobedientes aos paes” são “dignos de morte”. —Pro. 15:10; 29:11; Rom. 1:30, 35.
ESCOLHENDO O CAMINHO DE JEOVÁ
23. Que testes reforçam a verdade de que os pais são obrigados a ensinar seus filhos?
23 O caminho de Jeová é que os pais sejam guiados pela Sua Palavra e que os filhos sejam treinados por tais pais. Não é esta verdade reforçada pelos seguintes textos? “Não as occultaremos a seus filhos, narrando ás gerações vindouras os louvores de Jehovah, e a sua força e as maravilhas que elle tem obrado. Porque elle estabeleceu um testemunho em Jacob, e instituiu uma lei em Israel, as quaes cousas mandou a nossos paes que as fizessem conhecer a seus filhos, para que a soubesse a geração vindoura, a saber, os filhos que houvessem de nascer, os quaes se levantassem e as contassem a seus filhos; afim de que pozessem a sua confiança em Deus, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos.” “O pae fará notoria aos filhos a tua verdade.“ “Fazei sobre isto uma narração a vossos filhos, e vossos filhos façam o mesmo a seus filhos, e os filhos destes á geração futura.” “Applicae o vosso coração a todas as palavras que hoje testifico contra vós, para que ordeneis a vossos filhos que cuidem de cumprir todas as palavras desta lei. Isso não é para vós cousa de somenos importância; pois é a vossa vida.” —Sal. 78:4-7; Isa. 38:19; Joel 1:3;Deu. 32:46, 47.
24. Por que não nos devemos deixar influenciar pelos método do velho mundo?
24 Precisamos deixar que Jeová dirija nossos passos e escolha nossos caminhos. A sociedade do Novo Mundo nunca se pode deixar influenciar pelos métodos do velho mundo, que encheram o mundo com os frutos podres de delinqüência, crime e morte. Que falem acêrca de não inibir, frustrar ou impedir o desenvolvimento da personalidade; estão completamente cegos com a tola sabedoria do velho mundo moribundo, se não puderem enxergar que os sexualmente imorais, os ladrões e assassinos, os mentirosos, os blasfemos e os idólatras devem ser frustrados. Se os homens não mortificarem e se despirem da velha personalidade da carne decaída e se revestirem da nova personalidade de piedade, êles e suas personalidades serão aniquilados no Armagedon. (Efé. 4:22-24; Col. 3:5-10) É melhor ser frustrado e ficar vivo, do que não inibido e morto. Os que pertencem à sociedade do Novo Mundo precisam agora frustrar, inibir e deixar para trás o mal inerente nêles. Seria para nos suicídio deixar-nos atrair aos caminhos do velho mundo, aos seus modos, seus passos. Assim que eles saem cambaleando de uma dificuldade, já entram noutra. No Armagedon entrarão numa dificuldade da qual nunca sairão. Então os caminhos opiniáticos, escolhidos pelos homens, terminarão todos num beco sem saída.
25. Que nós dizemos quanto ao velho mundo e a criação de filhos?
25 E quanto á educação de filhos, este mundo foi um miserável fracasso. Colhe a ceifa podre de delinqüência semeada pelos seus métodos modernos, contrários a Deus. Que o velho mundo faça o que quiser com seus filhos, mas que tire as mãos dos filhos da sociedade do Novo Mundo! Escolham os mundanos seu próprio caminho e dirijam os seus próprios passos. Seu caminho terminará na morte, os passos escolhidos por êles os levarão ao túmulo aberto; e, em caminho à morte e ao túmulo, sua vereda está cheia de degradação e delinqüência inominàvelmente chocante. Não queremos nada com os caminhos dêles, nem com os seus passos, nem com as suas degradações, suas delinqüências, nem com a sua parte na morte, nem com seu lugar reservado no túmulo! Não, nada disso para nossos filhos da sociedade do Novo Mundo!
26. Que nós dizemos quanto aos nossos próprios filhos e seu treinamento?
26 Para nossos filhos queremos caminhos retos, o que significa os caminhos de Jeová; passos retos, o que significa os passos de Jeová; e, em caminho ao novo mundo, queremos que sua vereda seja marcada por retidão moral, em vez de degradada e má conduta, e por obras de louvor, em vez de desatinos de delinqüência. E, no meio da crescente impiedade, não vamos só ficar sentados sem jeito e torcer as mãos, roer as unhas, preocupando-nos e esperando ansiosamente que nossos filhos não se afundem nos mares sórdidos do velho mundo. Fazemos que naveguem junto com a sociedade do Novo Mundo por dar-lhes boa instrução, estabelecer exemplos corretos e por administrar a necessária disciplina. Que digam os pedantes mundanos que, se disciplinarmos nossos filhos, os odiamos. Seus filhos indisciplinados morrerão com êles no Armagedon, mas os nossos disciplinados viverão conosco para sempre na sociedade do Novo Mundo de Jeová. Quem, pois, realmente odeia seus filhos e quem realmente os ama? Quem leva os seus para a morte e quem os leva para a vida? Por que treinar nossos filhos nos caminhos do velho mundo, só para morrerem com êle? Nós os treinaremos nos caminhos da sociedade do Novo Mundo, de modo que possam sobreviver com ela para sempre. Esquecei os caminhos que ao homem parecem certos; aprendei o caminho que para Deus é correto. Que nos importa se o caminho que para Deus é certo para os homens parece errado? A quem queremos agradar, a Deus ou aos homens? A Jeová Deus, em primeiro e em último lugar, e para sempre!
27. Portanto, qual é a nossa conclusão?
27 Vós, pais, sabeis o que tendes de fazer. Vós, filhos, sabeis o que tendes de fazer. Jeová sabe o que ele fará se obedecermos a êle, êle fará algo para nós. Se desobedecermos a ele, êle fará algo contra nós. Lembrai-vos, os mansos herdarão a terra; os rebeldes voltarão à terra. Esforcemo-nos para habitar nela não para voltar a ela. Este é o dia da decisão. Temos de fazer nossa decisão, o velho mundo precisa fazer a sua, e o destino eterno está na balança. Portanto dizemos em conclusão: Se lhes parecer mal escolher o caminho de Jeová, que escolham neste dia de Jeová a direção de quem tomarão e o caminho de quem escolherão; mas, quanto a nós e toda a família da sociedade do Novo Mundo, faremos que Jeová, nosso Deus, seja quem dirige nossos passos e quem escolhe nossos caminhos, tudo para o bem eterno dos milhares de crianças em nosso meio, e dos milhares mais que ainda virão a estar entre nós antes de se desencadear o Armagedon, e das multidões que ainda nascerão para as outras ovelhas no mundo novo sem fim, agora tão próximo! Que Jeová ajude a todos os pais dentro da sociedade do Novo Mundo a criar seus filhos para a sociedade do Novo Mundo.