Perseverança mediante esperança
“Regozijai-vos na esperança que está adiante. Perseverai sob tribulação. Persisti em oração.” — Rom. 12:12, NM.
1. Que perspectiva mental distingue o cristão maduro do imaturo. Portanto, quem se beneficia plenamente do poder da esperança?
OS CRISTÃOS maduros olham para a frente. Vêem além do presente sistema de coisas. Procuram fazer a vontade de Jeová, e suas mentes estão em harmonia com o viver segundo o Novo Mundo. Os cristãos imaturos ainda vêem muito que os interessa neste sistema de coisas. Ainda querem fazer o que bem entendem. Suas mentes ainda estão em harmonia com seus próprios interesses. Alcançar a esperança de vida eterna exige madureza, para que o servo de Jeová possa sempre dirigir sua mente para a frente, em direção à esperança que está adiante. É, pois, o cristão maduro que pode usar plenamente o poder surpreendente da esperança, o poder que abrange o futuro e assim governa o presente. E, por governar nossas vidas agora, a esperança se torna um poder que edifica, que produz perseverança: “Se esperamos o que não vemos, continuamos a esperar por isso com perseverança.” Rom. 8:25 NM.
2. Explique o que é a perseverança e por que a necessitamos?
2 Perseverança no escravo de Jeová significa a qualidade de determinação de que, não importa quais as circunstâncias, nunca abandonará a esperança que a Palavra de Deus lhe oferece válidamente. Em outras palavras, significa que nosso navio de fé nunca deve sofrer naufrágio, nunca deve parar antes de atingir o destino, o porto do novo mundo. Nosso mapa de navegação, a Bíblia, nos admoesta: “Tendes necessidade de perseverança, para que, havendo feito a vontade de Deus, recebais o cumprimento da promessa.” (Heb. 10:36, NM) É de valor que aprendamos a edificar e fortificar nossa esperança, para que, junto com fé e amor, produza esta madureza frutífera: “Recordamos incessantemente vosso trabalho devido à fé e vosso esfôrço árduo devido ao amor e vossa perseverança devido à esperança.” — 1 Tes. 1:3, NM, nota marginal.
3, 4. (a) Por meio de que é a esperança uma ajuda para nossa perseverança? (b) Mostre que a esperança ajudou Jesus a passar a prova da perseverança.
3 A esperança fornece uma base para alegria. De fato, a ordem bíblica é que estejamos cheios de alegria: “Regozijai-vos na esperança que está adiante.” (Rom. 12:12, NM) A alegria transborda da nossa esperança. E esta alegria trabalha a favor da nossa perseverança. Cristo Jesus proveu o perfeito exemplo de como a esperança, a alegria e a perseverança trabalham em favor mútuo. A esperança de Jesus colocou o alicerce para a sua imensurável alegria. Sua esperança? Sim, Jesus tinha uma esperança definida: “Glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:5, NTR) Mas a esperança de Cristo era muito mais sublime do que a de apenas recuperar sua existência pré-humana. Pois a sua esperança era a de comprar o ‘tesouro oculto no campo’, o tesouro escondido dentro do âmbito da organização universal de Deus, a saber, a liderança da organização capital de Jeová. Sua esperança impeliu-o a agir com alegria: “Movido de gôzo, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquêle campo.” — Mat. 13:44, NTR.
4 Se Jesus tivesse olhado apenas o presente, nunca poderia ter aturado a prova agonizante que o confrontou. Nunca poderia ter enfrentado com êxito a prova de perseverança. Mas a sua mente era perfeitamente madura; êle se regozijava na esperança que estava adiante. Em resultado disso, seus intensos sofrimentos eram ‘leves e momentâneos’, assim como o são os sofrimentos dos seus seguidores que mantêm a atitude mental que houve em Cristo Jesus. (2 Cor. 4:17; Fil. 2:5, NM) Que a sua esperança produziu alegria e sua alegria perseverança, não há dúvida: “Corramos com perseverança a carreira que está posta diante de nós, ao olharmos atentamente para o líder e aperfeiçoador da nossa fé, Jesus. Pelo gôzo que lhe foi proposto, ele suportou uma estaca de tortura.” (Heb. 12:1, 2, NM) Pela causa da perseverança precisamos ‘olhar atentamente’ para o exemplo de Cristo: sua alegria na esperança que estava adiante.
5. Por que podem os servos de Jeová suportar provações com alegria?
5 Que alegria exultante os apóstolos tiveram ao entrarem em provações severas! “Tendo chamado os apóstolos, açoitaram-nos e ordenaram-lhes que não falassem em o nome de Jesus, e soltaram-nos. Eles, pois, saíram do Sinédrio, regozijando-se por terem sido achados dignos de sofrer afrontas pelo nome de Jesus.” (Atos 5:40, 41) Como podiam ser açoitados e se alegrar com isso? Por causa da esperança que possuíam, a qual produzia alegria. Havia também razão para alegria, pois passaram por uma severa prova, e por meio disso produziram a perseverança. “Considerai tudo como gôzo, meus irmãos, ao enfrentardes várias provações, pois, como sabeis, esta qualidade provada da vossa fé produz perseverança.” (Tia. 1:2, 3, NM) Visto que Jeová é a Fonte da esperança, ele é também a Fonte da alegria. “A alegria de Jehovah é a vossa fortaleza” (Nee. 8:10) A alegria, um dos frutos do espírito, vem em medida ilimitada ao ‘persistirmos em oração’, pedindo o espírito santo de Deus. Seu espírito enriquece nossa esperança.
FORTIFICANDO NOSSA ESPERANÇA
6. Por meio de que edificamos nossa esperança?
6 Necessitamos de conhecimento e entendimento para edificarmos nossa esperança. Todos os que vivem para o novo mundo devem planejar estudar e ler a Bíblia regularmente cada dia. Isto traz conforto que fortalece nossa esperança: “Tôdas as coisas escritas de antemão foram escritas para nossa instrução, para que, pela nossa perseverança e pelo conforto das Escrituras, tenhamos esperança.” (Rom. 15:4, NM) Além do “conforto das Escrituras” há algo mais que fortalece nossa esperança. Esta é a perseverança. Já dissemos que a esperança produz nossa perseverança. É verdade, mas a perseverança também trabalha a favor da esperança. Elas trabalham de maneira recíproca. A esperança produz perseverança e a perseverança, por sua vez, edifica nossa esperança.
7, 8. (a) Qual é o ponto de vista maduro sôbre as provações e tribulações? (b) Que combinação triunfante, baseada em esperança, tem Jeová provido?
7 São, portanto, sem proveito e sem valor as perseguições e tribulações que vêm sôbre o povo fiel de Jeová? Longe disso! Pois cada provação em que se persiste fortalece e torna mais certa nossa esperança. É por isso que podemos ‘considerar tudo como gozo’ ao nos sobrevirem provações. Mas, de que maneira cada provação fortifica a esperança? Ao mantermos a integridade achamos que nossas mentes estão cheias daquele reconhecimento consciente de que agradamos a Deus. Esta condição aprovada é o que edifica nossa esperança. A esperança é fortificada em resultado duma espécie de processo de “reação em cadeia”:
8 “Exultemos, baseados na esperança da glória de Deus. E não só isso, mas exultemos enquanto estamos em tribulações, visto que sabemos que a tribulação produz perseverança; a perseverança, por sua vez, uma condição aprovada; a condição aprovada, por sua vez, esperança, e a esperança não leva ao desapontamento.” (Rom. 5:2-5, NM) Que combinação vitoriosa Jeová nos tem dado! Sofrimentos e encarceramentos só podem edificar a esperança, caso se mantenha a integridade. E a esperança que se baseia em fé e que é continuamente fortificada com alimento espiritual e pela perseverança, nunca levará ao desapontamento. Por se alegrarem na esperança que está adiante, as testemunhas de Jeová já podem sentir a emoção e a alegria da vitória, a vitória de Jeová no Armagedon. Deveras, já não estamos sendo levados por Cristo no seu cortejo triunfal? — 2 Cor. 2:14, NM.
9. Que procura fazer o Diabo, e como se volta esta estratégia contra ele mesmo ao guardarmos nossa integridade?
9 A sociedade do Novo Mundo deixou para trás um mundo sem esperança. (Efé. 2:12) Satanás, “o deus deste sistema de coisas”, não pode dar esperança; êle mesmo não a tem. (Apo. 12:12) De modo que o Diabo tem inveja da esperança segura e forte que pertence a sociedade do Novo Mundo. Ele procura esmagar nossa esperança dum modo vil, por meio de perseguição. Mas, o Diabo tem sido um miserável fracasso como general; sua estratégia sempre trabalha contra êle quando o povo de Jeová mantém a integridade. Pois nos somos os que ganhamos por causa da tribulação. Ela não só adianta mais ainda as boas novas, mas, conforme disse Paulo: “Continuai a lembrar-vos, porém, dos dias anteriores em que, depois de serdes iluminados, persististes em grande combate debaixo de sofrimentos, às vêzes enquanto estáveis sendo expostos como num teatro, tanto a vitupérios como a tribulações, e às vêzes enquanto vos tornáveis participantes com aquêles que tinham tal experiência.” (Heb. 10:32, 33, NM) Sim, ganhamos tanto em matéria de edificação da vossa esperança que o apóstolo nos diz: “Continuai a lembrar-vos,” dos sofrimentos que suportamos. Todos os da sociedade do Novo Mundo, que agora passam por tribulações, lembrem-se de que após ter passado esta tribulação leve e momentânea, olharão com proveito para trás às provações. Elas lhes trouxeram uma condição aprovada fortificaram a sua esperança.
NOSSA ESPERANÇA — “ANCORA PARA A ALMA”
10. Por que temos “forte encorajamento para lançar mão da esperança” adiante?
10 Uma esperança baseada em testemunho vago e incerto dificilmente poderia dar forte encorajamento para se continuar na obra que incita a ira do mundo controlado pelo Diabo. Quão gratos somos de que a nossa esperança se funda em alguém cujas promessas são seguras, alguém que não pode mentir! “Os homens juram por aquêle que É maior, e seu juramento é o fim de tôda disputa, sendo que lhes é uma garantia legal. Desta maneira, Deus, quando se propôs demonstrar mais abundantemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do seu conselho, entrou com um juramento, a fim de que, por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, os que temos fugido ao refúgio, tenhamos forte encorajamento para lançar mão da esperança que se nos apresenta”,a esperança “da vida eterna”. (Heb. 6:16-18, NM; Tito 1:2) Com nossa esperança ancorada na grande Rocha inabalável do universo, que forte encorajamento temos para nos regozijarmos na esperança que está adiante! (Deu. 32:4) Lembrem-se de que Jeová não jurou por qualquer coisa finita, pois tal coisa poderia falhar e a obrigação chegaria assim a um fim. Mas êle deu uma “garantia legal”, no sentido de que êle jurou por aquilo que é infinito e não pode falhar. Ele jurou pelo maior personagem no universo, sua própria pessoa imutável! — Mal. 3:6.
11. Como descreve Paulo a esperança que está adiante? Por que assim?
11 Com entendimento perspicaz, pois, lemos a próxima referência de Paulo à esperança que está adiante: “Esta esperança temos como âncora para a alma, tanto segura como firme.” O apóstolo fala da esperança em linguagem metafórica como “âncora para a alma”. Quão perfeitamente natural para Paulo, pois sofrera três vêzes naufrágio e certamente conhecia o valor duma âncora! (Heb. 6:19, NM; 2 Cor. 11:25) Ele sabia que se prende uma âncora no fundo do mar para segurar o navio durante uma tempestade, para impedir que o navio seja novamente levado ao mar ou lançado contra os rochedos. (Atos 27:29) Um navio com a âncora firmemente segura pode assim sobreviver à tempestade em confiança. “Âncora para a alma” — que descrição apropriada da nossa esperança que nos capacita a perseverar com integridade inabalável na tempestade mais violenta de perseguição e não sofrer naufrágio quanto à nossa fé!
12. Por que são tormentosos os tempos atuais para nosso navio de fé mas o que impedirá que nossa fé naufrague?
12 Estes são tempos tormentosos. Satanás gostaria de nos afogar no seu “mar”, têrmo simbólico para a massa instável da humanidade alienada de Deus e que escuma o lôdo do pecado e sustenta a organização visível de Satanás. Sim, estas “águas”, mais turbulentas do que jamais antes, são “povos, multidões, nações”. (Apo. 17:15) Desde que o Diabo foi lançado para a terra, êle tem agitado visivelmente o “mar” e tem produzido uma onda gigantesca de tribulações, numa tentativa violenta de afundar nosso navio de fé. Nossa esperança está inseparávelmente ligada à nossa fá e impede que nossa fé seja levada ao naufrágio. (1 Tim 1:19) Com fé forte não se perderá nossa “âncora para a alma”; não levará ao desapontamento.
13, 14. Como podemos evitar grande perigo para nosso navio de fé?
13 Mesmo com cabo forte, porém, se a âncora não fôr bastante resistente, o navio pode ser novamente arrastado ao mar e ficar balançando desastrosamente. Assim é com nosso apoio espiritual, a “âncora para a alma”. Temos a melhor base para firmar nossa “âncora” — nas promessas de Jeová. Mas, se a nossa “âncora para a alma” fôr frágil, nem mesmo a boa base pode manter firme nosso navio de fé durante as tempestades violentas da tribulação. Portanto, uma palavra de cautela: Nunca pense que podemos assistir aos estudos da Sentinela e então, durante a reunião, toscanejar e adormecer, pensando que “tirar uma soneca” não enfraquecerá nossa “âncora da alma”. Se alguém estiver toscanejando quando se explicam verdades vitais, o seu navio de fé não está sendo edificado; está afundando. Depois, também, como pode alguém defender seu navio de fé, prêso à sua esperança, a menos que use tôdas as armas no arsenal das verdades reveladas da Palavra de Deus? “Vistamo-nos das armas da luz.” “[Estai] sempre preparados para fazer uma defesa perante todo aquêle que vos exigir a razão da esperança que há em vós.” — Rom. 13:12; 1 Ped. 3:15, NM.
14 Nem devemos pensar que podemos assistir a qualquer reunião teocrática e esperar edificar a nossa esperança, se deixarmos a mente vagar em interêsses pessoais, nas “ansiedades dêste sistema de coisas”. (Mar. 4:19, NM) Nunca permita que os pensamentos tenham rédeas soltas, mas dirija a mente de modo a poder concentrar-se na mensagem que está sendo proferida. Mentes sonolentas não se podem concentrar bem. Portanto, desperte a mente. Ela tem a tendência de ser preguiçosa. E se não estar alerta nos estudos do povo de Jeová é um decidido perigo, então o que acontecerá à esperança daqueles que se tornarem negligentes em assistir às festas espirituais? Apenas isso: Sua “âncora” não segurará. Procurarão seus próprios interesses, deixando-se finalmente levar de volta ao mundo. Êles podem sofrer naufrágio irreparável. (2 Pedro 2:20) “É por isso que é necessário darmos mais do que a costumeira atenção as coisas que ouvimos, para que nunca nos desviemos.” (Heb. 2: l, NM) Não se esqueça de que a atenção costumeira não é bastante. Precisamos dar a máxima atenção “às coisas que ouvimos” “para que não mais sejamos meninos, jogados de um para outro lado e levados ao redor por todos os ventos de doutrina, pela fraudulência dos homens”. — Efé. 4:14.
“ÂNCORA” FRACA LEVA AO NAUFRÁGIO
15. Por que é hoje tão sério o assunto de guardarmos nossa fé e esperança?
15 Após o Armagedon não haverá mais “mar”. (Apo. 21:1) Mas, enquanto existir o “mar” agitado pelos demônios, podemos esperar que nosso navio de fé seja atacado de todos os lados. Em tempo de guerra, os navios hoje estão sendo atacados por baixo, por submarinos. Deve-se esperar que Satanás use de todos os subterfúgios que puder para torpedear nosso navio de fé, visto que esta é uma guerra. “O dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra aos demais da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” (Apo. 12:17, NM) É só por travar a espécie certa de guerra, que não é carnal, que nosso navio de fé pode repelir os ataques do Diabo. “[Continua] a travar a guerra certa, conservando a fé e uma boa consciência, a qual alguns rejeitaram, naufragando no tocante à fé.” — 1 Tim. 1:18, 19, NM.
16. Que parte de “toda a armadura de Deus” é a esperança que está adiante? De que maneira é um poder protetor?
16 O apóstolo achou a esperança tão poderosa que falou dela não só como “âncora para a alma”, mas também como capacete de proteção para o soldado. Ponha “por capacete a esperança da salvação”. (1 Tes. 5:8) A esperança é um poder que protege; portanto, por que não a pôr como capacete? O capacete dum soldado protege a cabeça, portanto a mente. A esperança do cristão, pois, realmente faz parte de “toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do Diabo”, pois a ordem de batalha é “tomai o capacete da salvação”. (Efé. 6:11, 17) Deveras, Jeová pôs o “capacete da salvação”, e agora a ordem se aplica às suas fiéis testemunhas. (Isa. 59:17) Como pomos o capacete? Por pensar na esperança que está adiante, por encher a mente com idéias teocráticas, por estudar os textos diários e os comentários na Sentinela, por falar sôbre as atividades teocráticas. A esperança provê assunto para meditação e assim protege a mente do pensamento do velho mundo. A esperança da salvação faz que pensemos para a frente, assim ‘esquecendo as coisas que ficam para trás’. — Fil. 3:13.
17. É possível que afundemos nosso próprio navio de fé? Como?
17 Travamos a espécie errada de guerra e minamos nossa esperança ao entretermos pensamentos retrospectivos. O possível “náufrago” quanto à fé tira seu capacete e começa a alegrar-se com as atrações e luxos dêste mundo ao invés de com a esperança que está adiante. Esquece que o “mar” está cheio de redemoinhos de enlaçadores empreendimentos comerciais e cativantes prazeres. Tome o caso de Demas, companheiro de trabalho do apóstolo Paulo. Demas não era novo na verdade; êle até havia estado com o apóstolo durante seu primeiro encarceramento. (Col. 4:14) Mas algo aconteceu a Demas. Ele tirou seu “capacete”; não mais teve mente progressiva. Disse Paulo: “Demas me abandonou porque amava o presente sistema de coisas.” (2 Tim. 4:10, NM) Evidentemente Demas se tornou “náufrago”. E por quê? Porque Demas parou de pensar na esperança que estava adiante e desenvolveu uma esperança atrás, no velho mundo. Sem dúvida Demas pensou que ter apenas as necessidades da vida era “demasiado difícil”. As coisas “boas” da vida se tornaram uma atração sobrepujante, sua própria esperança. Esta esperança retrospectiva impeliu Demas ao “naufrágio”.
18. Conforme mostrou Jesus, qual é um dos maiores perigos para nosso navio de fé? Por isso, que conselho deu Paulo?
18 Quanto nos temos de guardar, então, contra pensamentos retrospectivos! Não nos podemos alegrar na esperança adiante e ao mesmo tempo tentar alegrar-nos nos interesses do velho mundo. Hoje em dia poucas coisas põem em perigo nosso navio de fé tanto quanto aquilo que Jesus chamou de as “ansiedades pelo sustento”. (Luc. 21:34, NM, margem) Se a nossa esperança se fundar realmente no novo mundo, não permitiremos que essas “ansiedades pelo sustento” minem nossa esperança. Tentativas de se sentar no colo do luxo podem resultar num curso semelhante ao de Demas. “Tendo alimento e vestuário, deveremos ficar satisfeitos com isto”, reconhecendo o perigo de nos esforçarmos por alcançar mais: “Os que querem tornar-se ricos, caem em tentação e em laço e em muitos desejos insensatos e nocivos, os quais arrastam os homens à ruína e à perdição.” (1 Tim. 6:8, 9) O perigo do naufrágio é iminente ao deixarmos de travar a espécie certa de guerra: “Nenhum soldado em serviço se embaraça com os negócios desta vida, para que possa agradar àquele que o alistou.” — 2 Tim 2:4.
MINANDO A ESPERANÇA PELOS “PRÓPRIOS INTERÊSSES”
19. Que tendência que mina a esperança, observou o apóstolo em certos cristãos, e que significa isso para nós hoje em dia?
19 A preciosa esperança de vida eterna pode ser minada bem facilmente por nós próprios, por querermos as coisas a nosso jeito. O Rei Salomão deu ênfase a êsse perigo. (Pro. 14:12; 16:25; 21:2) Isso era um obstáculo comum para a madureza nos dias dos apóstolos. Poucos eram os que de todo o coração punham os interesses do Reino em primeiro lugar. Paulo observou isso, e, ao falar de Timóteo, comentou: “Pois não tenho a ninguém mais de disposição tal qual a dele, que genuinamente cuidará das coisas com relação a vós. Pois todos os outros buscam seus próprios interesses, não os de Cristo Jesus.” (Fil. 2:20, 21, NM) Imagine se! De certos cristãos que Paulo conhecia naquele tempo em Roma, todos exceto Timóteo tinham tendências de buscar os próprios interesses que interferiam com a obra de Cristo Jesus. Quando Timóteo se dedicou a Jeová, ele submergiu completamente a sua própria vontade, para que a obra de Deus tivesse precedência na sua vida. Disse sinceramente: “Eis-me aqui; envia-me a mim.” (Isa. 6:8) Visto que prevaleciam nos dias de Paulo as tendências de buscar os próprios interesses, quanto mais provável é que surjam hoje, quando os interesses mundanos e as coisas “boas” da vida são tão variados e muitos! Pioneiros, servos, publicadores de congregação — qual é sua atitude para com os seus “próprios interesses”? Estão estes no seu lugar teocrático, para não interferirem com a obra de Cristo Jesus? “Prossegui, pois, buscando primeiro o reino.” — Mat. 6:33, NM.
20, 21 (a) Ilustre o que se quer dizer pelos “próprios interêsses” da pessoa?(b) Podem os “próprios interêsses” da pessoa levar ao naufrágio? Explique.
20 Não entenda mal. O que Paulo chamou de “próprios interesses” podem ser empreendimentos perfeitamente legítimos; se não forem contra as Escrituras, são ‘lícitos’. “Tôdas as coisas são lícitas, mas nem tôdas as coisas edificam.” (1 Cor. 10:23, NTR) O desejo das coisas “boas” e os interesses na diversão (televisão, rádio, cinema, etc.) podem subverter nossa esperança, se não se exercer cuidado; pois certamente não a edificam. Precisamos fortificar nossa esperança para que se torne nosso próprio “gôzo”, assim como era para Jesus. Muitos outros interesses não-teocráticos abundam no mundo, tais como os chamados “passatempos”. Estes talvez forneçam prazer e recreação, até mesmo lucro em bens materiais. Mas os passatempos, iguais aos empreendimentos comerciais, podem fàcilmente enlaçar a pessoa e minar sua esperança.
21 Os passatempos são tão variados hoje em dia que abrangem desde o sossegado colecionar de selos até os vigorosos exercícios atléticos. Para ilustração, tomemos o passatempo comum chamado “fotografia”. Certo irmão acha que este passatempo lhe dá muito prazer. Sua máquina fotográfica registra muitas assembleias teocráticas agradáveis e experiências pessoais. Seus “próprios interesses” lhe dizem que precisa manter-se em dia com todos os aspectos deste passatempo. Ele compra numerosas revistas e as lê. Não demora muito que ele comece a ler livros sôbre este passatempo, gastando mais e mais tempo num empreendimento ‘lícito’. Talvez perca reuniões para se manter em dia com as últimas revistas sôbre “fotografia”. Pode até achar que precisa associar-se com os de fora da verdade, para aprender mais acerca do seu passatempo. O interesse ‘lícito’ deste irmão aumentou ao ponto que ameaça minar sua esperança. Se o seu “próprio interesse” não fôr controlado e pôsto no seu lugar teocrático, enfrentará o naufrágio.
22. (a) Que valor deu Paulo à esperança que está adiante? (b) Que perigo, que enfraquece a esperança, está associado com procurar os “próprios interêsses“ da pessoa?
22 Paulo prezou tanto sua esperança em Cristo que podia dizer: “Perdi todas as coisas, e considero-as como refugo.” (Fil. 3:8) Se nossa esperança for uma fôrça igualmente poderosa em nossas vidas, jamais permitiremos que “ansiedades pelo sustento”, passatempos ou nossos “próprios interesses” arruínem nossa esperança de salvação. Outro perigo associado com procurar seus próprios interesses é que, mais cedo ou mais tarde, a pessoa achará razão para se misturar com os mundanos. A pessoa mundana, não interessada na verdade, não pode edificar nossa esperança, porque não tem nenhuma. Minará nossos úteis costumes teocráticos e nossa própria esperança. Associe-se com os que se ‘regozijam na esperança que está adiante’, os que têm a mente posta no Novo Mundo. “Não vos deixeis enganar: Más companhias corrompem bons costumes.” — 1 Cor. 15:33.
23. Por que temos razões impelentes para cultivarmos mentalidades progressivas?
23 O proceder seguro a adotar é o de cultivar mentalidades progressivas. A esperança nos ajuda a fazer isso. Há tanto em que ter esperança, tanto para manter a mente olhando à frente; para o restante ungido: a glória celestial, a incorrutibilidade e o sublime privilégio de reinar como reis, sacerdotes e juízes, por mil anos, junto com o Rei do novo mundo, Cristo Jesus, vendo-o exatamente “como ele é”! (1 João 3:2, 3; 1 Cor. 15:53, 54; Apo. 20:4, 6) Para as outras ovelhas : vida eterna na terra, participar no trabalho de transformar a terra num paraíso global, partilhar no cumprimento representativo do mandato de procriação exercer domínio sôbre a criação animal, testemunhar a ressurreição geral dos mortos! (Gên. 9:1; Osé. 2:18; Mar. 10:30; Luc. 23:43; João 5:28) E a esperança suprema, tanto para o restante espiritual como para as outras ovelhas: ver a destruição total de todos os inimigos de Jeová, para que o glorioso nome e palavra de Jeová sejam eternamente vindicados. (Juí. 5:31; Rom. 3:4) Deveras, a esperança da sociedade do Novo Mundo se resume nisso: Para que ‘esperemos em Jeová desde agora e para sempre’. — Sal. 131:3.
24. Que benefício sadio resulta de nos regozijarmos na esperança que está adiante?
24 Portanto, ponha o capacete da salvação. Regozije-se na esperança que está adiante. Pense na sua esperança; ela é verídica, é um assunto sério, é justa e é para ser amada. (Fil. 4:8) Quanto mais vêzes nos regozijarmos na esperança adiante, tanto mais vêzes pensaremos no Deus de esperança, Jeová. Isto é sadio: “Jehovah escutou e ouviu, e um livro de memória foi escrito deante dele para os que temeram a Jehovah, e para os que pensaram no seu nome.“ — Mal. 3:16.
PLENA GARANTIA DE ESPERANÇA
25. Que é necessário para que se realize a esperança que está adiante?
25 Quando é válida a nossa esperança? Ela é válida agora, se dela fizermos declaração pública. A fé sem obras é morta. Assim também a esperança sem ser expressa é nula: “Com a bôca se faz declaração pública para a salvação.” “Seguremos firme a declaração pública da nossa esperança, sem vacilar.” (Rom. 10:10; Heb. 10:23, NM) De modo que a nossa esperança, apoiada pelo espírito de Jeová e tornada válida pela nossa declaração pública, é um poder. Ajuda-nos a pensar adiante, viver adiante e trabalhar pela esperança adiante: “Pois para isso é que trabalhamos e lutamos, porque temos posto a nossa esperança no Deus vivo.” (1 Tim. 4:10) Nosso trabalho árduo e esforços incansáveis de pregar as boas novas asseguram-nos que nosso trabalho não é em vão e que as nossas esperanças se realizarão. — 1 Cor. 15:58; Heb. 6:11, 12.
26. Resuma o poder da esperança. Com a ajuda dela, que podemos fazer?
26 Portanto, proteja essa “âncora para a alma”. Ela impedirá o naufrágio. Nossa esperança produz perseverança. Traz alegria. Encoraja-nos a persistir em oração. Faz que nós pensemos no nome de Jeová. Assim, pois, regozijem-se triunfantemente os da sociedade do Novo Mundo. A esperança do velho mundo é tenebrosa; nossa esperança é brilhante. A esperança do mundo cai em pedaços; a nossa esperança aproxima-se do cumprimento. A esperança do mundo se baseia em credulidade; nossa esperança se baseia em fé. A esperança do mundo leva ao desapontamento; nossa esperança leva ao bom êxito. Pois oh, com o novo mundo tão próximo, as nossas esperanças mais ternas, quer celestes quer terrestres, em breve serão realizadas para a nossa eterna satisfação. Por isso, com perseverança inabalável, podemos “viver com mente sã, e justiça, e devoção piedosa, no meio dêste presente sistema de coisas, enquanto aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e de nosso Salvador, Cristo Jesus”. — Tito 2:12, 13, NM.
RETIFICAÇÃO
Na “Sentinela” de 1 de maio de 1955, página. 67, parágrafo 3, a quarta sentença deve rezar como segue:
“Por esta razão, atualmente, todos os vinte e sete livros das Escrituras Gregas Cristãs pertencem ao rebanho cristão de Deus e não a qualquer pessoa; e êstes livros, junto com os trinta e nove livros das Escrituras Hebraicas, formam a Bíblia completa e inspirada.”