A espécie correta de ministro
1. De que maneira se torna e prova ser alguém ministro de Jeová?
O TERMO ministro (grego: diákonos), conforme usado nas Escrituras Gregas, significa, literalmente, um servo. (1 Tim. 4:6, NM) Nesse texto se refere àquele que é servo público de Jeová e é ordenado por Ele, tendo primeiro dado o passo de dedicar-se, por acordo solene, para fazer a vontade de Deus. Tal ministro, a fim de provar-se digno do nome e reter o favor divino, esforçar-se-á fielmente de cumprir quaisquer mandamentos e comissões que as “autoridades superiores” lhe impõem. Tal ministro, necessàriamente, provará ser um seguidor íntimo das pisadas de Jesus Cristo, o principal ministro de Deus e, semelhante a êle, reconhecerá a superior obrigação de ser um pregador das boas novas do reino estabelecido de Jeová por Cristo. Dessarte, como Jesus, êle provará ser uma das testemunhas de Jeová, dando testemunho da verdade. — Rom. 13:1; João 18:37; Isa. 43:10.
2. Pode-se dar responsabilidade no serviço de Jeová a um servo ou escravo?
2 Mas, embora o sentido essencial ligado ao têrmo ministro seja o de servo, ou até o de escravo, ainda assim isso não nega a possibilidade de se colocar tal servo em uma posição de considerável responsabilidade, envolvendo a direção e cuidado de outros. Os textos em Mateus 24:45-47, citados no fim do artigo “Jeová Conduz o Seu Povo”, no número precedente da Sentinela, são um bom exemplo disto, junto com o que Jesus disse na parábola que os seguiu imediatamente. — Veja-se Mateus 25:21, 23.
3. Que forma primitiva de sociedade teve a aprovação de Deus, e que se mostrou por meio disto com respeito a liderança?
3 Desde que os homens têm habitado juntos, quer na vida familiar quer na vida nacional ou comunal de qualquer espécie, há necessidade de alguma forma de sociedade organizada. Isto significa que alguns têm sido colocados em posição de autoridade e direção, sendo responsáveis pelo treinamento de outros e por conduzi-los no caminho correto. Tal arranjo tem a aprovação de Deus, pois, começando especialmente com Noé e, seguindo através de Abraão e seus filhos, todos os tratos de Deus com êsses homens e seus associados foram à base de reconhecimento da forma de sociedade patriarcal que então prevalecia. — Veja-se The Watchtower de 15 de julho de 1952.
4. Como foi Noé um exemplo de boa liderança?
4 Tome Noé, por exemplo, como modelo de boa liderança, primariamente com respeito á verdadeira adoração de Jeová. Em adição, êle deve ter feito um serviço esplêndido no sentido de treinar as sete pessoas sob a sua chefia familiar, cada uma em sua respectiva parte, na tarefa estupenda, extraordinária e muito exigente de construir aquêle enorme barco. Lembre-se, também, de todo o escárnio e oposição que deviam ter enfrentado. Que coragem guerreira Noé exibiu por motivo da sua forte fé, e que tenacidade de propósito e terno amor por aquêles que se encontravam sob seus cuidados, enquanto “construiu uma arca para o salvamento da sua casa”. — Heb. 11:7; Gên. 6:9; 8:20.
5. (a) De que modo foi Abraão um bom exemplo neste respeito? (b) Que encargo especial foi confiado ao escravo mais velho de Abraão?
5 Abraão, igualmente, foi um nobre exemplo de fiel liderança, também, em primeiro lugar, com respeito à pura adoração de Jeová. Não só deu o exemplo correto no seu próprio procedimento, mas há prova de que êle treinou bem sua inteira casa, inclusive centenas de escravos, e a conduziu em obediência leal na peleja pela causa justa de Jeová, também em satisfazer os requisitos teocráticos (Gên. 14:13-20; 17:9-14, 22-27) Mas, ao falarmos de escravos, queremos fazer-nos lembrar daquele que era o mais velho da casa de Abraão. Foi-lhe confiada a missão de viajar para a terra dos próprios parentes de seu dono em Harã e, sob direção angélica, de achar e conduzir na volta uma mulher que seria espôsa de Isaac, filho de Abraão. O registro mostra que aquêle servo apreciava profundamente a sua responsabilidade, e estava alerta ao notar estreitamente cada minúcia na execução da sua comissão. Não confiava na sua própria sabedoria, mas, com fé semelhante à de seu dono, aguardava a direção divina no assunto. — Gên. 24:1-27.
6. Em resumo, que se pode aprender dos exemplos já considerados?
6 Destarte, quer consideramos as palavras de Jesus e dos apóstolos, quer remontemos às sombras mais primitivas da história humana registrada na Escritura; seja assunto de obra manual e prática, como na construção de um barco, seja na delicada missão de buscar espôsa para o filho e herdeiro do seu dono, não há dúvida de que os servos e escravos de Jeová muitas vêzes têm sido colocados em posições de grande responsabilidade, requerendo o exercício de excelentes qualidades de liderança. E que se diz do povo hodierno de Jeová?
MINISTÉRIO DE TREINAMENTO
7. Que perguntas pessoais nos confrontam atualmente, e como é possível que sejamos tentados a esquivar-nos delas?
7 Na época atual, como nunca antes na história humana, há uma obra estupenda para se fazer aqui mesmo nesta terra por aquêles que chegaram ao conhecimento da verdade, tendo percebido e dado o passo de dedicação. Já deu aquêle passo, já fêz aquêle voto, dessarte entrando no serviço de Jeová para sempre como escravo teocrático dêle? Talvez diga: ‘Sim, dei êsse passo, mas não sou da classe do restante ungido; e, com as minhas muitas limitações e deveres seculares não descansa sôbre mim nenhuma obrigação além da de freqüentar as reuniões e participar na obra de testemunho, à medida que o ensejo se oferece.’ Ou, pode dizer: ‘Sou uma irmã na congregação em que há irmãos em tôdas as posições de responsabilidade, portanto não é necessário nem seria correto eu atuar como líder de alguma maneira.’ Ora, examinemos o assunto um pouco mais de perto.
8. (a) Que obra tem de ser feita a favor daqueles de boa vontade na cristandade? (b) Está terminada nossa obra quando esses tiverem sido ajuntados à Sião?
8 Conforme mostram claramente os textos já considerados, há uma obra grande e urgente para se fazer nestes últimos dias, na declaração da verdade, a mensagem do Reino, e em soar o aviso da ruína de Babilônia e da necessidade imperativa de fugir agora! Mas, será que isso completa a nossa comissão? De modo nenhum, pois há uma obra adicional a ser feita a favor daqueles que gemem e que suspiram por causa das abominações cometidas na cristandade e que estão dispostos a atender à mensagem de aviso. Como se sabe, tais boas pessoas acham-se, em geral, numa condição espiritual tão confusa e esfomeada que pouco ou nada sabem das verdades fundamentais da Palavra de Deus, e não tem ideia da organização teocrática de Jeová, Sião, como sendo o lugar ao qual tem de fugir para encontrar proteção. Precisamos, portanto, ocupar-nos em ajudar essas pessoas, não só a obter conhecimento da verdade, mas também a apreciar o que elas devem fazer neste respeito, auxiliando-as a subir pela estrada que conduz de Babilônia à Sião, reunidas, finalmente, sob o domínio protetor do Sinal exaltado, Jesus Cristo, o Rei entronizado. Podemos dizer, então, que temos cumprido a nossa comissão a favor destas outras ovelhas que estão, finalmente, dentro do arranjo de “um rebanho e um pastor”? — Eze. 9:4; Isa. 62:10; João 10:16.
9. Que princípio se aplica a todos os verdadeiros crentes, e como se demonstra isto na Escritura?
9 Recorrendo outra vez à Bíblia para buscar a nossa resposta, encontramos repetidas vezes essa forma de argumento, tanto em preceito como em exemplo, mostrando que os que aceitarem a verdade do evangelho, a mensagem de luz, tem de tornar-se, eles próprios, portadores da luz. Tem de estar prontos a ser como Davi, que era uma das ovelhas de Jeová, mas foi finalmente chamado para ser o pastor de Israel, a herança de Jeová, após ser treinado nas qualidades corretas, cuidando das ovelhas literais de seu pai. (Sal. 23:1; 78:70-72) Ou, para expressá-lo de modo diferente, aqueles que exerceram fé ao ponto de dedicar-se para fazer a vontade de Deus, precisam, daqui em diante, demonstrar essa espécie correta de fé pelas obras apropriadas, “pois com o coração se exerce fé para a justiça, mas com a boca se faz declaração pública para a salvação”. O mesmo princípio foi demonstrado por Jesus no modo de ele tratar com seus primeiros discípulos. A sua aceitação dele como sendo o Messias não era suficiente. Ele não quis que fôssem meramente crentes. Ao invés, ele os chamou imediatamente da sua ocupação costumeira, tal como a pesca, e começou a treiná-los para ‘tornar-se pescadores de homens’. . . . Ele demonstrou que aqueles que ‘ouvem a palavra com coração reto e bom’ precisam, eles próprios, ‘retê-la e dar fruto com perseverança’. Falando da responsabilidade que recai sôbre tais, ele disse: “Vede, pois, como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado”, e frisando o vínculo estreito entre si e esses discípulos receptivos, ele disse: “Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e a observam.” Em suma, todo crente da espécie correta tem de ser treinado para tornar-se a espécie correta de ministro. — Rom. 10:10, NM; Mar. 1:17; Luc. 8:15-21, NTR; Mat. 5:14; Tia. 2:17.
10. Como tem este princípio aplicação especial hoje?
10 Se o princípio que acabamos de declarar se aplicava nos dias de Jesus, e ainda mais depois de ter o espírito santo sobrevindo a esse primitivo grupo de crentes, dando-lhes poder, quanto mais fortemente se aplica esse mesmo princípio nestes dias da realização final da profecia de Joel, conforme citada por Pedro no dia de Pentecostes! Eis aqui, então, a resposta à nossa pergunta. Os que têm respondido à pregação da verdade tem de ser treinados e educados, eles próprios, a fim de tornarem-se pregadores fidedignos e eficientes dessa mesma mensagem do Reino. Em razão da grande obra a ser feita mundialmente, e em razão do benefício que proporcionará a si mesmos, é vital que todos os que entram na verdade aprendam a participar ativamente no “ministério da reconciliação”, e que aprendam a dar exortação eficaz a outros por explicar corretamente a “mensagem da reconciliação”. Ora, em relação a isso mesmo é que Paulo escreve: “Cooperando com ele, também vos exortamos a não aceitar a imerecida benignidade de Deus e desacertar o propósito dela.” — 2 Cor. 5:18 a 6:1, NM; Atos 1:8; 2:17, 18.
11. Cite textos adicionais que frisam a necessidade de uma obra de treinamento hoje.
11 Tudo isso nos impressiona irresistívelmente a necessidade de uma obra intensiva de treinamento a ser feita a favor de todos os que vem à organização de Deus, Sião. Nos dias primitivos, os que se tornaram “concidadãos” e “membros da família de Deus” foram “edificados [treinados e educados] sôbre o fundamento dos apóstolos e profetas, . . . edificados juntos como lugar para Deus habitar pelo espírito”. Usando os mesmíssimos símbolos da casa e cidade de Deus, e falando acerca do programa de treinamento para estes ‘últimos dias’, quando a casa de Jeová será estabelecida no cume dos montes’, Isaías escreveu: “Irão muitos povos e dirão: Vinde e subamos ao monte de Jehovah, á casa do Deus de Jacob; dê-nos ele a lição dos seus caminhos, e andaremos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra de Jehovah.” — Efé. 2:19-22, NM; Isa. 2:2, 3.
12. Se esta obra fôr limitada aos servos designados da Sociedade, que dificuldades se encontram, conduzindo a que conclusão?
12 Mas quem fará todo êsse ensino e treinamento? Seriam apenas os membros varões da congregação, designados pela Sociedade Tôrre de Vigia de Bíblias e Tratados como servos em posições especificas, junto com os representantes viajantes da Sociedade designados como servos de circuito e de distrito? Se fôsse essa a resposta, então, em vista do grande número das outras ovelhas do Senhor que agora respondem à sua voz em todos os países, significaria inevitavelmente que a maior parte destas teria de esperar por muito tempo para receber a ajuda e o treinamento pessoais necessários a fim de habilitá-las a se tornar pregadores e publicadores fidedignos e regulares. Além disso, não é verdade que até entre os que se têm associado com a organização por bastante tempo, há muitos que ainda precisam de considerável ajuda? A resposta correta e prática, portanto, é que todo aquêle que está estabelecido na verdade, seja homem ou mulher, pode ter alguma parte nesta obra vital de treinar outros que não estão tão adiantados como êle.
13. Como se satisfêz a necessidade de efetuar a obra de treinamento de maneira teocrática?
13 Contudo, não se deixa, de forma democrática e relaxada, que cada qual decida por si próprio se êle está em posição para treinar outros e julgue por si próprio quanto a quem precisa de ajuda e como deve ser dada. Ao invés, de maneira verdadeiramente teocrática, como os que estavam presentes àquela grande assembléia no Estádio Ianque em 1953 o recordarão, este mesmo problema foi enfrentado e tratado de modo realístico, quando se anunciou um programa intensivo de treinamento de casa em casa. Naquela ocasião se demonstrou convincentemente que cada publicador deve poder pregar as boas novas de modo eficaz de casa em casa e com regularidade. Os novos arranjos foram então explicados, por meio dos quais todos os servos designados poderiam dar a devida atenção a essa obra. Os servos, por sua vez, deveriam convidar outros na congregação, que se achavam estabelecidos na verdade e dignos de confiança no ministério, a assumir o privilégio e responsabilidade de treinar um ou mais desses inexperientes ou fracos que precisavam de auxílio. Visto que êste programa de treinamento já está em funcionamento por algum tempo, há tôda possibilidade, portanto, que foi convidado para participar nesta obra, contanto que seja publicador de confiança, ainda que, talvez não faça parte do restante ungido, ou ainda que seja uma irmã em uma congregação que tem diversos membros varões qualificados.
A RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL
14. Para ser “a especie correta de ministros” quais as coisas que têm de ser observadas e quais têm de ser evitadas?
14 É um dos servos designados diretamente pela Sociedade? Ou é um dos convidados por êsses servos para tomar alguma parte neste ministério de treinamento? Se assim fôr, desejamos rogar-lhe que seja da “espécie correta de ministro”, assim como Paulo instou com Timóteo. Não recuse nem se refreie, tornando-se indolente no tocante ao assunto, pois sabe que Jeová desaprova tal atitude. (Luc. 9:62; Heb. 6:11, 12) Por outro lado, não se torne altivo se lhe fôr dada tal responsabilidade, mas esforce-se a exercer mente sã e obter uma vista equilibrada do assunto. Achará muito apropriada, com relação a isso, a exortação de Paulo em Romanos 12:3-18. Estude-a bem e lembre-se dela. Não cometa o erro dos líderes mundanos que estão inclinados a ir a extremos, ou valentemente dirigindo de uma posição segura na retaguarda ou pavoneando-se na dianteira com espírito de ambição orgulhosa. Lembre-se, antes, do espírito da organização de Deus, o espírito guerreiro a favor dos que precisam de proteção, também do espírito de amor e humildade, demonstrado pelo Mestre e Dono, que lavou os pés dos a quem êle dava a espécie certa de liderança. Assim como Paulo escreveu outra vez: “Em amor fraternal, tende terna afeição uns pelos outros. Tomai a dianteira em mostrar honra uns aos outros. Não sejais remissos na vossa ocupação. Sêde fervorosos no espírito. Sêde escravos de Jeová.” Tendo presente essas coisas, nunca será despótico, exigente ou impaciente com aquêles que estão confiados aos seus cuidados, mas manifestará a mesma firmeza e ternura que foi mostrada pelos grandes Líderes, Jeová e seu Filho amado, Cristo Jesus. — Rom. 12:10, 11, NM; João 13:12-17.
15, 16. (a) Que ajuda e encorajamento dão as Escrituras ao enfrentar-se essa obra de treinamento? (b) Ao mesmo tempo, que responsabilidade deve ser enfrentada?
15 Mas, talvez ainda sinta que não esteja à altura da tarefa de ajudar a treinar outrem, achando que a obra é muito complicada, tendo presente o uso correto de todos os itens de equipamento fornecidos pela organização, também a oposição e as perguntas espinhosas que provavelmente sejam encontradas na obra de casa em casa. Em réplica, lhe fazemos lembrar a palavra final de Jesus aos discípulos: “Portanto, ide e fazei discípulos de pessoas de todas as nações, batizando-as . . . [e] ensinando-as a observar tôdas as coisas que eu vos tenho mandado.” Não deviam desviar-se independentemente, mas, assim como tinham sido bem ensinados a fazer o ministério, em obediência aos mandamentos de Cristo, assim também deveriam ensinar outros a observar exatamente essas mesmas coisas; nada mais, nada menos. Certamente não deveria ser demasiado difícil ajudar alguém da mesma maneira que o próprio irmão foi treinado, sobretudo quando se lembrar de que hoje, assim como nos dias primitivos, há os servos, em várias posições, designados pela organização em especial “tendo em vista o treinamento dos santos para a obra ministerial”. Naturalmente, não deve tentar fazer esta obra em sua própria força e sabedoria. Até Jesus, o Servo perfeito, confiava inteiramente no espírito e na Palavra de seu Pai para o sustentar e dirigir no cumprimento da sua comissão. — Mat. 28:19, 20; Efé. 4:12, NM.
16 Para ajudá-lo a conservar a atitude correta e equilibrada do seu ministério, gostaríamos de indicar também que não é questão de comparar uma posição com outra na obra de treinamento. Seja missionário, ou servo de circuito ou de distrito, seja uma irmã a quem o servo da congregação pediu para que auxiliasse outra irmã menos experimentada, as devidas qualidades de liderança são idênticas em todos os casos. O irmão é semelhante a um despenseiro, e “o que se requer nós despenseiros é que cada um seja encontrado fiel”. Confirmando o mesmo princípio, Jesus disse: “A pessoa que é fiel no mínimo é também fiel no muito, e a pessoa que é injusta no mínimo é também injusta no muito.” — 1 Cor. 4:2, NTR; Luc. 16:10, NM. Veja-se também Mateus 25:14-30.
17. (a) Como se devem entender as palavras de Paulo em 1 Coríntios 4:15? (b) Neste intuito, que pode ser aprendido com respeito a Timóteo?
17 Ao aproximarmo-nos da conclusão deste estudo, desejamos fazer-lhe lembrar das palavras de Paulo aos Coríntios: “Ainda que tenhais dez mil tutores em Cristo, certamente não tendes muitos pais, pois em Cristo Jesus, eu é que me tornei vosso pai pelas boas novas.” (1 Cor. 4:15, NM) Qual é a diferença entre um tutor e um pai? Um tutor pago se preocupa principalmente com o cumprimento das suas obrigações, dando a instrução ou treinamento que se exige dele, ainda que não esperasse ter de repetir uma lição muitas vezes por razão da demora do aluno em compreender as coisas. Feito seu dever, ele fica satisfeito, e, o tendo terminado, aguarda o pago. Por outro lado, o pai verdadeiro se preocupa principalmente, não consigo, mas em ajudar seu filho a fazer verdadeiro progresso e pelo amor, ainda mais do que pelo dever, está preparado para ter interminável paciência e clemência, dando do melhor que tem com alegria e altruísmo. Quanto à maneira de o apóstolo provar ser pai daqueles irmãos em Corinto, referimo-lhe as suas palavras prévias em 1 Coríntios 4:11-13. É interessante, também, notar suas palavras subseqüentes nos versículos 16 e 17 com referência ao Timóteo bem treinado, para quem Paulo era como genuíno pai. Com respeito aos métodos de ensino mencionados, se pode obter uma boa idéia destes pelo estudo das duas cartas do apóstolo ao amado Timóteo, nas quais notamos o são conselho bíblico que ele deu de admoestação e aviso, com pormenores práticos para ajudar esse jovem ministro a cumprir bem com as suas próprias responsabilidades de treinar outros. Conforme diz Paulo: “Por dar estes conselhos aos irmãos, serás a espécie ‘correta’ de ministro de Cristo Jesus, nutrido pelas palavras da fé e do ensino correto que tens seguido estreitamente.” Sim, Timóteo seguiu fielmente a direção estabelecida para ele e assim foi ensinado a tornar-se um bom líder de outros no ministério. Nós, também, queremos aceitar a imerecida benignidade de Deus no dia atual e cumprir seu objetivo, sendo bem treinados para ajudar outros a tornar-se estabelecidos como pregadores das boas novas. — 1 Tim. 4:6, NM.
18. Como temos de ser cuidadosos em formar um quadro mental de Jesus quando estava na terra?
18 Já demos alguma atenção à visão profética do Servo e Líder de Jeová, Cristo Jesus, conforme revelado mediante o profeta Isaías. Visto que, porém, ainda estamos na carne, formemos finalmente um breve retrato da espécie de homem, da espécie de líder que Jesus foi quando estava na terra com seus discípulos. Temos de tirar da mente quaisquer impressões falsas adquiridas de livros ou quadros religiosos em que se transmite, muitas vezes, a ideia de que Jesus era incomum na aparência física, tendo sorriso magnético que ninguém podia resistir e um olhar dominador ao qual ninguém ousava desobedecer. Ao contrário, parece evidente, pela opinião depreciativa acerca dele que os do seu território nativo esposaram, que Jesus não exibiu ou forçou as suas qualidades perfeitas à atenção de outros. Não, ele exerceu perfeito bom juízo e modéstia. — Mat. 13:54-56.
19. Que espécie de líder provou Jesus ser, e como mostram isso suas próprias palavras?
19 Mas, pensando mais em termos modernos, será que imaginamos a Jesus como sendo um líder, andando para frente a passos largos, a última palavra em eficiência e organização, impaciente com as faltas e falhas dos outros? Dificilmente. Lembre-se de que não havia dúvida quanto às suas habilidades perfeitas em todos os aspectos. Não havia erros, não havia desperdício e jamais uma palavra incorreta. Mas seus seguidores, embora o reconhecessem como seu Mestre, não ficaram intimidados por sua personalidade, sentindo que ele estava muito na sua frente, como se fôsse de categoria separada. Pelo contrário, tanto em espírito como em ação, ele era muito íntimo com seus seguidores, amável e acessível, exceto quando, às vezes, a ocasião exigia um modo diferente. E este pensamento de proximidade íntima é uma das idéias principais relacionadas com a liderança, como quando um pai conduz o filho, ou um cachorro conduz um cego. Que disse Jesus quando convidava alguns a tornar-se seus discípulos? Note suas palavras cheias de graça: “Vinde a mim, tôdos vós que estais fatigados e sobrecarregados, e eu vos reanimarei. Tomai sôbre vós o meu jugo e vos tornei meus discípulos, porque sou de temperamento manso e humilde de coração, e achareis reanimação para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Isto quer dizer que ele era de temperamento manso, razoável, misericordioso e que mostrava consideração àqueles a quem treinava. Não ficava perturbado por bagetelas. Era de disposição humilde nos seus tratos com êles, não tendo idéias grandes a respeito de si mesmo, nem criando a impressão de superioridade, ainda que fosse perfeito. Foi sempre um companheiro reanimador, pois tinha, em verdade, personalidade sumamente amorosa e amável. Os fariseus não receberam essa impressão, naturalmente, mas, para o momento limitamos nossa opinião de Jesus à de líder e treinador de seus amigos, os discípulos. — Mat. 11:28-30, NM.
20. Ao prosseguirmos na obra de treinamento, quais as coisas que devemos ter presente?
20 Embora Jesus não esteja visivelmente conosco hoje, sabemos que, no tocante à personalidade, êle não mudou nem um iota. (Heb. 13:8) Ele é nosso exemplo e modêlo, e os que têm o privilégio de tomar parte, quer grande quer pequena, em dar direção correta a seus irmãos, farão bem em seguir estreitamente êsse exemplo. Então o irmão, semelhante a Jesus, sempre reanimará seus irmãos e dessa maneira, também, dará do melhor que tem e atrairá o melhor dos outros. Para nosso proveito e exemplo, tenhamos sempre presente aquela descrição inspiradora da liderança agora sendo cumprida por Jeová mediante- seu “servo”, Cristo Jesus: “Como pastor, ele apascentará o seu rebanho; entre os seus braços ajuntará os cordeirinhos, e os levará no seu seio, e guiará meigamente as paridas.” — Isa. 40:10, 11.