O matrimônio teocrático num mundo alheio
“ Não deveis formar aliança matrimonial com êles. Não deves dar a tua filha a seu filho, e não deves tomar sua filha para teu filho. Pois êle desviará teu filho de me seguir, e êles servirão a outros deuses.“ - Deu. 7:3, 4, NM.
1. Por que é o matrimônio altamente honroso, e o que o torna seguro e garante sua felicidade?
O MATRIMÔNIO humano originou-se dos pensamentos elevados do Deus Altíssimo. Foi iniciado por ele num paraíso terrestre, com um casal perfeitamente harmonizado. Visto que se originou duma fonte pura e divina, é algo altamente honroso. Para ser digno da sua Fonte, deve-se contrair o matrimônio e cumprir seus requisitos segundo a vontade do Deus que abençoou esta união marital. É isso que o torna teocrático ou sujeito às regras de Deus. É isso o que produz a sua bênção, faz que o matrimônio seja seguro e garanta a felicidade.
2. (a) Para ter felicidade marital e sabedoria para manejar os problemas maritais, o que devemos fazer? (b) O que torna o assunto tão complexo, e como podemos dar tanto a Deus como a César o que se lhes deve?
2 A vontade e as regras de Deus acham-se amorosamente escritas em pormenores na sua Palavra inspirada, a Bíblia Sagrada, para tôdas as pessoas casadas ou para todos os que pensam em casar-se. Se procurarmos a verdadeira felicidade no matrimônio ou desejarmos sabedoria para lidar com os problemas maritais de modo correto, recorreremos à Palavra de Deus e aprenderemos os princípios que ela estabelece com respeito ao matrimônio e seremos guiados por eles. Durante os milhares de anos, desde que o matrimônio ficou prejudicado pela invasão do pecado e da morte, o assunto tornou-se muito complexo, por causa de tôdas essas diversas cerimônias, costumes, arranjos e leis que surgiram entre as muitas nações, povos e tribos. Estaríamos confusos ou incertos se não tivéssemos a Palavra de Deus para nos guiar e manter em harmonia com os princípios divinos do matrimônio. Êstes princípios aplicam-se ao seu povo em toda a terra, sem exceção. Por nos apegarmos a eles e os colocarmos acima de todos os arranjos dos homens, daremos a Deus o que pertence a Deus, enquanto ao mesmo tempo podemos dar a César (ou aos governos humanos deste mundo alheio) o que pertence a César. Esta é a regra cristã de ação. — Mat. 22:21.
3, 4. (a) Que espécie de paternidade ofereceu Deus a Jesus? Quando começou Isaías 9:6, 7 a ter seu cumprimento? (b) Em que sentido e por seguir que rumo torna-se Jesus um pai melhor para nós do que Adão?
3 Quando Jesus Cristo estava na terra, há dezenove séculos, êle não se casou. Era o Filho perfeito de Deus, do céu, e não veio a esta terra para casar-se, fixar residência aqui e tornar-se pai humano prêso a esta terra. Jeová Deus apresentara a seu Filho, Jesus Cristo, uma paternidade muito mais grandiosa, que beneficiaria indizível número de pessoas da família humana, vivos e mortos. Quando Jesus nasceu de uma piedosa virgem judia, na pequena cidade de Belém, começou a realizar-se o que Deus predissera a respeito dele, e o povo de Deus na terra podia adotar suas palavras proféticas e dizer: “A nós nos é nascido um menino, e a nós nos é dado um filho: o governo está sobre os seus ombros, e ele tem por nome Maravilhoso Conselheiro, Poderoso Deus, Eterno Pai, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo é dà paz não haverá fim . . . O zelo de Jehovah dos exércitos cumprirá isto.” (Isa. 9:6, 7) Note que êle devia viver à altura dos nomes de Conselheiro e Eterno Pai, além dos outros títulos. Por casar-se com uma noiva humana e criar sua própria família humana não poderia tornar-se Pai Eterno para nós, que somos filhos de nosso primeiro pai Adão, que pecou e nos afundou na morte.
4 Não, mas Jesus Cristo está agora pronto no céu para tornar-se o Pai Eterno de todos os homens que desejem um pai que dá vida, um pai capaz de prover vida eterna para eles e ser-lhes um pai eterno. Jesus Cristo chegou a esta posição maravilhosa por, não se casar na terra, mas, em vez disso, por deixar de lado a oportunidade de tornar-se pai da sua própria família humana, êle renunciou à sua vida humana a favor de nós. O Deus Todo-poderoso levantou-o dentre os mortos e exaltou-o ao céu, aceitando seu sacrifício humano em nosso favor. Jesus Cristo, na glória celestial, podia assim transmitir-nos a vida eterna, se a quisermos aceitar. Torna-se assim um pai melhor para nós do que foi Adão.
5. Com que espécie de espôsa recompensa Deus a seu Filho?
5 Em adição a dar a Jesus Cristo glória maior no céu, Jeová Deus recompensa também seu amoroso Filho, que sacrificou a si mesmo, com uma noiva, uma “esposa”. Esta não é um anjo, nem qualquer outra criatura individual. Assim como a “mulher” ou “esposa” de Jeová é uma organização de criaturas, sua organização universal, assim a “noiva” que êle dá a seu Filho é uma organização de criaturas fiéis e santas, os 144.000 seguidores das suas pisadas, convocados dentre a humanidade, e que aceitam seu sacrifício a favor deles. São comparados a uma gloriosa cidade celestial, cheia de habitantes. (Apo. 21:2, 9-23) Depois de provarem sua fidelidade virginal a Jesus Cristo, até a morte, Deus os ressuscita à vida celestial e casa-os como companhia com seu Filho. — Apo. 2:10; 19:7; 20:4,
OS TÊRMOS DOS ESPONSAIS (DO NOIVADO).
6. Quem tem tido parte em trazer os membros da noiva de Cristo à associação com sua Cabeça, correspondendo a que costume humano?
6 João Batista apresentou a Jesus seus primeiros seguidores. Sentiu muita alegria em dar este passo inicial para o casamento do Filho de Deus. Disse João: “O que tem a noiva é o noivo; o amigo do noivo que está presente e o ouve [falar à classe da noiva], muito se regozija por causa da voz do noivo. Pois esta alegria já se cumpriu em mim.” (João 3:29, ARA) Assim, João entregou a classe da noiva a Jesus Cristo. O apóstolo Paulo teve também a alegria de trazei membros da classe da noiva à associação com Cristo e de prepará-los para sua união celestial com êle. Tendo-os desposado ou prometido em casamento a Cristo, êle sentiu corretamente profunda preocupação para que se mantivessem imaculados, fiéis e idôneos, para serem juntados a Cristo depois do seu período de noivado. Disse êle: “Tenho ciúme de vós com ciúme piedoso, pois prometi-vos pessoalmente em casamento a um só esposo [não a dois ou mais], a fim de vos apresentar ao Cristo como virgem casta. Mas, receio que, de algum modo, como a serpente seduziu a Eva pela sua astúcia, vossas mentes possam-se desviar da sinceridade e da castidade que se devem ao Cristo.” (2 Cor. 11:2, 3, NM) Isto corresponde bem ao proceder da humanidade em geral, referente à realização dum casamento. Não há roubo de espôsa, mas um noivado, um compromisso, desposar ou prometer a moça ao homem. Segue-se um período de tempo antes que a moça seja realmente dada ao homem e os dois se unam na intimidade do seu próprio lugar de habitação.
7, 8. (a) Que exemplos bíblicos ilustram o cuidado exercido na escolha dum cônjuge? (b) Que razões sensatas e bíblicas há para se fazer isso?
7 Segundo a Palavra de Deus, o casamento de quaisquer de seu povo era arranjado pelos pais de ambos, do rapaz e da moça, ou por um intermediário, aquêle que João Batista chama de “amigo do noivo”. Para serem a noiva de Cristo, João Batista tinha o cuidado de escolher pessoas dedicadas a Jeová Deus e batizadas — judeus arrependidos que esperavam o prometido Messias ou Cristo. Paulo, o apóstolo, exerceu também cuidado em escolher pessoas dedicadas, batizadas. Escolheu tanto não-judeus como judeus, uma vez que o convite ao casamento fôra autorizado tanto para os gentios como para os judeus. Êste era o proceder teocrático. No Canaã pagão havia muitas moças, mas, Abraão recusou tomar qualquer uma delas para seu filho e herdeiro, Isaac. Êle instruiu o servo mais antigo da sua casa como “amigo do noivo”, para ir fora de Canaã, para o norte, à pátria dos seus parentes à família do seu próprio irmão, e escolher uma moça para Isaac, visto que eram crentes em Jeová Deus.— Gen. 24:1-9, 34-41.
8 Havia uma razão sensata e fiel para isso. Esta era a de resguardar a fé do filho no verdadeiro Deus, por casá-lo com uma concrente. “Más companhias corrompem bons costumes.” (1 Cor. 15:33) A vida marital íntima dum crente com uma descrente poderia chegar a causar dano à fé do crente em Deus e assim trazer sua morte espiritual e sua destruição eterna às mãos do Deus a quem era infiel. Poderia ser influenciado pelo seu cônjuge assim como Adão foi por Eva. Os que dariam origem para êste resultado triste e colocariam o alicerce para êle seriam os que fariam os arranjos para o casamento. Deus previu esta possibilidade, ou antes, esta probabilidade. De modo que, antes de estabelecer seu povo escolhido, a antiga nação de Israel, na terra de Canaã, deu-lhes esta como uma das suas leis, não como apenas um conselho: “Não deves formar aliança matrimonial com [os habitantes pagãos]. Não deves dar tua filha a seu filho, e não deves tomar sua filha para teu filho. Pois êle desviará teu filho de me seguir, e êles servirão certamente a outros deuses.” — Deu. 7:3, 4, NM.
9. Que indica a lealdade quanto a escolher um cônjuge e realizar a cerimônia do casamento?
9 A desastrosa história seguinte dos israelitas mostra a exatidão daquele aviso e da justiça daquela lei. “Não vos ponhais debaixo de um jugo desigual com os incrédulos.” (2 Cor. 6:14) Portanto, seja teocrático e leal a Jeová Deus, ao escolher um cônjuge, quer para si mesmo, quer para seu filho ou amigo. Mantenha-se afastado da responsabilidade pelo naufrágio espiritual. Não imponha as mãos apressadamente, não teocràticamente, a alguém para ser cônjuge de outrem: “nem participes dos pecados de outrem; conserva-te a ti mesmo puro”. (1 Tim. 5:22) Se o agente matrimonial da sociedade ao Novo Mundo solenizará o matrimônio dêsse casal sob jugo desigual, é deixado à sua própria consciência. Se êle decidir realizar a cerimônia no Salão do Reino ou em outra parte, está apenas agindo como agente do govêrno do estado e tem pelo menos a oportunidade de indicar à pessoa mundana ou não dedicada as responsabilidades maritais do cristão e de encorajar tal pessoa a tornar-se testemunha de Jeová, como seu cônjuge.
10-12. (a) Que costume surgiram quanto aos dotes? (b) Que exemplos bíblicos mostram que não estão errados?(c) Mas, o que estaria errado, e por quê?
10 O agente matrimonial de Abraão presenteou muitas dádivas valiosas à moça Rebeca, aos seus irmãos e à sua mãe, antes de tirar Rebeca do seu lar para levá-la a Isaac. (Gên. 24:22, 30, 50-53) Em alguns países e entre, alguns povos desenvolveu-se o costume, e até a lei local reconhece o costume, de pagar dinheiro de noiva pela mulher ou de dar um dote. Entre alguns povos, o dote é dado ao homem pelos pais da sua noiva. Porém, de modo mais geral, o dote é a dádiva ou recompensa que o homem ou seus parentes dão à noiva ou pela noiva como compensação pelo matrimônio. Na África, entre algumas tribos, o preço da noiva, é chamado “lobóla” e é exigido e recebido pelo pai da noiva ou o irmão mais velho dêle, o tio dela. Pode consistir ou em dinheiro ou em gado, ou em ambos. Esta lobóla pode até ser exigida para satisfazer a costumeira lei local, a fim de se obter o registro do casamento no local de registro do vilarejo.
11 Há algo de errado nisso, basicamente? Não. Jacó, filho de Isaac, pagou pelas suas esposas Léia e Raquel com quatorze anos de trabalho para Labão, o pai delas. (Gên. 29:18-28) Davi, o matador do gigante, pagou duzentos prepúcios dos filisteus inimigos pela sua esposa Mical, a filha do Rei Saul. (1 Sam. 18:20-27) Até o próprio Jesus entregou-se a si mesmo pela sua “noiva”, a congregação cristã de 144.000. (Efé. 5:25) Jeová não deu nada pela sua “mulher”, porque êle é o Criador dela, sua santa organização universal. (Isa. 54:5) De modo que não há nada impróprio em dar-se o preço de noiva ao pai, pela perda da sua filha que criou e educou. O que há de errado com o preço de noiva, ou lobola, é o abuso que se tem feito. É errado, anticristão, não-teocrático, tratá-lo, não como compensação, mas como meio de ganhar dinheiro às custas da própria filha ou filhas, e também cobrar excessivamente ou extorquir mais do que é direito ou exigir o que causa dificuldade.
12 Deus odeia todos os extorsores, inclusive os extorsores do preço de noiva, que fazem comércio com suas próprias filhas. Qualquer de tais cobiçosos, que pretende ser cristão, coloca-se na posição de ser excomungado ou desassociado da congregação cristã, cada e tôda vez que cometer extorsão no caso de lobola ou do preço de noiva. Paulo disse: “Agora vos escrevo que deixeis de vos associar com qualquer que, sendo chamado irmão, é fornicador, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou extorsor, nem sequer comais com tal homem. . . . ‘Removei o homem iníquo de entre vós ” (1 Cor. 5:11, 13, NM) O preço do extorsor é excessivamente alto, não toma em consideração as circunstâncias e exige mais do que uma justa compensação pela perda duma filha. A ganância do homem por dinheiro mostrar-se-á especialmente quando seu preço excessivo torna impossível que um cristão procure sua filha, e êle mantiver o preço e a casar com um pagão que o pode pagar. Demonstra falta de amor aos irmãos, mas um amor prejudicial pelo dinheiro. — 1 Tim. 6:10.
13. (a) Por que não deve o pai aceitar dinheiro dum homem mundano pela sua filha cristã? (b) Quando os pais violam a regra cristã, que proceder podem os filhos e filhas adotar? Por quê?
13 Aceitar o dinheiro pela noiva da parte dum mundano, qualquer que seja a importância, a fim de casar com êle a filha cristã dedicada, não é teocrático. Não imita a lei estrita de Jeová dada a Israel. Põe em perigo o bem-estar eterno da filha, sujeitá-la assim a um homem não dedicado, do mundo. Desqualifica o irmão pelo menos para certos privilégios especiais de serviço na congregação cristã. Êle não pode ser excomungado por esta ação, assim como outro pai que permite que o filho ou a filha se case fora da sociedade do Novo Mundo não pode ser desassociado, e nem mesmo o filho ou filha que assim se casa ‘fora do Senhor’, fora da verdade. Mas, tais pessoas não são bom material para superintendentes congregacionais ou servos ministeriais. São exemplos fracos para os crentes. Nos casos em que filhos ou filhas recusaram casar-se com mundanos pagãos, êles não deixaram de obedecer ao mandamento de honrar seu pai e sua mãe, visto que êstes não se mostraram “em união com o Senhor”, ao fazerem uma aliança matrimonial com o mundo. Os filhos e filhas que resistem estão tentando permanecer “em união com o Senhor”, o que é correto. — Efé. 6:1-4, NM.
14. (a) Quando seria correto que o cristão pague pela noiva? (b) Contudo, por que é aconselhável que os pais renunciem à exigência de dinheiro pela noiva?
14 Deve o cristão pagar dinheiro pela noiva? Sim, se êste fôr o costume prevalecente e êle ou seus pais não puderem obter a moça por nenhum outro meio. Se alguma dádiva, segundo as posses do que procura noiva, fôr aceita em símbolo ou sinal de apreciação e devoção à noiva, isso também é aceitável. Não deve haver roubo de noiva. Portanto, pague aquilo que deseja obter, se não puder explicar sua posição de cristão e obter alguma concessão ou obtê-lo livremente. A pessoa paga geralmente o preço do mundo pelos bens que compra. O fato de que o preço de noiva, ou lobola, está sendo abusado, não o torna errado em si mesmo. Paulo, como ministro de tempo integral, tinha direito ao apoio da congregação que servia, mas não o aceitou ou exigiu, a fim de não abusar do seu privilégio e perder a aprovação de Deus. Êle aceitou uma dádiva da congregação de Filipos. (1 Cor. 9:6- 18; Fil. 4:15-18) Paulo recusou fazer uma dádiva monetária ao governador romano Félix, porque não queria rebaixar-se ao suborno, mas desejava ser liberto pela própria justiça clara. (Atos 24:26, 27) De modo que é aconselhável que os pais cristãos deixem de exigir o preço de noiva ou o dote, a fim de se guardarem de imitar este mundo e de abusar do privilégio e causar dificuldades espirituais. Mas, precisamos deixar que a consciência de cada um o guie.
15. (a) Que ponto de vista deve a espôsa cristã africana adotar sôbre o dinheiro da noiva? (b) Se fôr negado o registro na vila, por não se ter pago o dinheiro pela noiva, o que deve ser feito?
15 A esposa cristã, casada com um descrente que exige o preço de noiva pela filha, não pode controlar a questão, mas pode fazer-lhe sugestões. Nos casos em que noivas cristãs foram ganhas pelo pagamento do dinheiro de noiva, elas não devem orgulhar-se ou sentir-se humilhadas pela grande quantidade ou a pequena quantidade paga de dinheiro de noiva. Nenhuma esposa cristã deve humilhar outra por lembrar-lhe que ela é uma noiva barata, nem deve o marido cristão fazer isso para envergonhar sua esposa. Êle acha-se sob o mandamento divino de amar sua esposa, e ela a êle. (Efé. 5:25, 28-33; Tito 2:4) Se houver amor pelos nossos irmãos, tal comparação insensata de nós mesmos com outrem, ou tal zombaria de outrem não será feita. O número de esposas que foram tomadas sem o pagamento do preço de noiva ultrapassa cada vez mais o número das que são obtidas por um preço, e êste grande número de esposas não deve ser vituperado por êste fato. Quando se realizou um casamento africano sem o pagamento de lobola ou preço de noiva, e o registro civil da vila não registrar o casamento por esta razão, o casal não deve preocupar-se. Podem e devem registrar seu casamento na congregação local. É especialmente vital fazer isso ali, para os casados terem boa reputação na sociedade do Novo Mundo.
NAO HÁ MATRIMÔNIO EXPERIMENTAL, MAS NOIVADO PURO
16. (a) Quão duradouro é o matrimônio baseado no dinheiro dado pela noiva? (b) Portanto, o que não pode fazer o pai da noiva, salvo em que condições?
16 Quando o pai aceita dinheiro pela noiva e dá a filha em casamento, o matrimônio resultante é permanente. A menos que a noiva se torne adúltera, em violação das suas obrigações de espôsa, o matrimônio não pode ser cancelado só porque o marido fica dessatisfeito e decide livrar-se da môça, e a envia de volta ao pai e exige a devolução do dinheiro de noiva. Segundo a lei da Palavra de Deus, o matrimônio não pode ser cancelado por apenas aceitar-se de volta a môça e se devolver o preço de noiva. Por isso, o pai cristão não pode considerar-se livre para casar de novo sua filha com outro homem, quer por lobola, quer sem exigir o preço de noiva. Fazer isso seria induzir a filha a cometer adultério, a menos que, no ínterim, seu esposo, que renunciou a ela, tivesse casado de novo, ou tivesse tido relações sexuais com outra mulher, ou tivesse morrido.
17, 18. (a) Caso não pagar de uma vez o dinheiro pela noiva, quando somente pode o homem ter relações com a mulher? (b) Que ação da parte da congregação traz consigo a fornicação? Como distinguiu a lei de Deus entre as virgens prometidas em casamento e as virgens não prometidas? (c) Que resultados traz a sedução de uma virgem? Por quê?
17 Um homem talvez não concorde com certo preço de noiva ou dote, e faz então um pagamento parcial, sentindo-se autorizado a tomar sua futura espôsa e ter relações sexuais com ela, contraindo com ela um matrimônio experimental. Se não estiver satisfeito, não está autorizado pela lei de Deus a devolver a môça e receber de volta o pagamento parcial do preço de noiva. Até que tenha acabado de pagar o dote, êle não tem direito de ter relações sexuais com ela. É apenas noivo dela, e para unir-se com ela sexualmente, durante o período do noivado, significa profaná-la e cometer imoralidade, fornicação. No antigo Israel, quando uma moça estava prometida em casamento a um israelita, ela era considerada como santificada a êle e era tratada como se estivesse casada com êle. Era tratada diferente duma virgem não prometida, que tinha relações com um homem. “Se alguém seduzir uma virgem que não está desposada, e se deitar com ela, sem falta a dotará e a terá por mulher. Se o pai da virgem recusar terminantemente dar- lh’a, pagará ele em dinheiro conforme o dote das virgens.” — Êxo. 22:16, 17: Deu. 22:28, 29.
18 Mas, não era assim com uma moça prometida: “Caso houver uma moça virgem, noiva de um homem, e um homem a tiver encontrado na cidade e coabitado com ela, então tendes de levar a ambos para fora, ao portão da cidade, e tendes de apedrejá-los, e eles têm dê morrer, a moça, em razão de ela não ter gritado na cidade, e o homem, em razão de ter humilhado [a quem?] a esposa de seu próximo.” (Deu. 22:23, 24, NM) Assim foi que, quando a virgem Maria foi achada grávida durante o tempo do seu noivado com José, êle desejava deixá-la ou divorciar-se dela secretamente, para impedir que fosse apedrejada como virgem noiva infiel. (Mat. 1:18, 19) No México e em Singapura, o casamento pode ser anulado ao se descobrir que a mulher cometeu imoralidade durante seu noivado. O homem seduzir uma virgem e violar sua virgindade, fazendo-a então sentir-se obrigada a casar-se com êle, não é um passo puro e cristão em direção ao matrimônio. É base para a desassociação do violador da congregação cristã, e também da virgem, se ela consentiu apaixonadamente à violação.
19, 20. (a) Por que não podem os noivos ter relações sexuais entre si? Que responsabilidade recai sôbre os pais nesse sentido? (b) Daí, em que caso somente podem tais casar-se religiosamente?
19 Durante o período do noivado, se o rapaz e a moça, que são noivos, tiverem relações sexuais entre si, seria isso uma relação ilegal, porque o matrimônio ainda não foi legalizado, nem o casal declarado marido e mulher, com plenos privilégios maritais. Não importa que limitem o ato sexual apenas a si mesmos; ainda assim é impureza moral, fornicação. Significa tomar a liberdade de fazer algo sem obter o consentimento legal. Significa incontinência ou falta de autocontrole sôbre o apetite sexual. É um relaxamento da conduta por parte dos noivos, portanto, uma obra da carne que guerreia contra o espírito. Se os pais permitirem isto ou até consentirem nisso e o arranjarem, êles são delinqüentes, falhando aos seus deveres teocráticos. Há nisso boa razão para se desassociar o casal de noivos, por terem cometido fornicação, resulte disso gravidez ou não, e também os pais, por darem à fornicação sua sanção e aprovação. — 2 Ped. 1:6; Gál. 5:19-21.
20 O agente matrimonial da congregação não pode realizar o casamento de tais noivos impuros enquanto estiverem desassociados. É um passo para a cura espiritual que os noivos imorais confessem seu pecado a Deus e daí à comissão da congregação, e expressem arrependimento, provando seu arrependimento por se refrearem de quaisquer relações impuras entre si mesmos e se submeterem ao período de prova e aos requisitos que a comissão da congregação lhes imponha, antes que se lhes possa permitir um casamento religioso.
21. A fim de não expor os jovens à fornicação, o que não devem permitir os pais?
21 É contra o bom juízo, portanto, que os pais permitam ou até animem a filha de quinze ou dezesseis anos a ir longe de casa, obter um emprêgo e alugar um quarto, apenas para estar perto do seu namorado de quem é noiva. Assim também significa expor os jovens à fornicação quando os pais permitem que um casal de solteiros, um rapaz e uma moça, façam juntos uma viagem de férias ou uma excursão de bicicleta, acampando ao ar livre, por uma semana ou duas. Acamparem juntos ao ar livre coloca os dois excursionistas em tentação e muitas vezes leva à fornicação. Diz o apóstolo Paulo: “Abstende-vos de toda a forma do mal.” — 1 Tes. 5:22.
22. Quando há tentação especial de casar-se fora da união com o Senhor, mas, com que responsabilidade e culpa?
22 É o dever de cada um cuidar zelosamente deste conselho divino de casar-se somente dentro das fileiras do povo dedicado de Jeová Deus, os que são fiéis seguidores do seu Filho Jesus Cristo. Em lugares onde as moças são mais em número do que os irmãos elegíveis, existe a tentação de casá-las com pessoas mundanas, apenas para que tenham marido ou para que os pais estejam livres do encargo. Por outro lado, onde há menos moças elegíveis do que irmãos, existe uma pressão apaixonada de desconsiderar a lei e o aviso de Deus, e de casar-se ‘fora da união com o Senhor’, fora da sociedade do Novo Mundo. Todo aquele que fizer isso ou arranjar isso para outrem, tem de aceitar a responsabilidade perante o Deus do matrimônio puro e teocrático e precisa considerar sua culpa por quaisquer conseqüências más que advenham deste jugo desigual.
23. (a) Para garantir um matrimônio teocrático feliz, que passos devem ser dados? (b) Como deve ser mantido o matrimônio, uma vez contraído?
23 Porque há tantas coisas sérias envolvidas no arranjo solene do matrimônio, cada um deve investigar cabalmente os antecedentes da pessoa com que pretende casar-se, e daí determinar se seria teocrático ou levaria a laços felizes propor casamento ou aceitar proposta de casamento. Se a pessoa entrar num compromisso marital, então deve mantê-lo limpo pela conduta moral pura, para que se lhe apresente um cônjuge imaculado, como no caso de Jesus e da sua noiva: “para que pudesse apresentar a congregação a si mesmo em seu esplendor, não tendo mancha, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas para que fôsse santa e sem defeito”. — Efé. 5:27, NM.