Perguntas dos Leitores
● Como se explica o fato de que, embora os residentes temporários tivessem de ser obedientes a muitas das leis e requisitos de Jeová, do mesmo modo que os israelitas, todavia, os residentes temporários podiam comer da “carne de um animal que morre por si”, enquanto que os israelitas não o podiam, e que esta podia também ser vendida a um estrangeiro, conforme mencionado em Deuteronômio 14:21? Se era impura para os israelitas, por que não o era para o residente temporário e para o estrangeiro? — L. R., Estados Unidos.
Não resta dúvida de que Jeová declarou repetidas vezes que havia de ter uma só lei para os israelitas e para os de origem estrangeira, mas esta regra aparece invariavelmente em certos contextos e circunstâncias, aplicando-se a certas leis, tais como as que se referem à retaliação, à páscoa e ao homicida não propositado. Veja-se Êxodo 12:49; Levítico 24:22; Números 15:29. A justiça exigia que não houvesse discriminação.
Não obstante, Jeová, como Supremo Legislador, escolheu considerar os israelitas numa classe à parte, de modo que impôs certas restrições somente a êles, e lhes deu certas vantagens correspondentes que não deu a outros. Assim, “porque és povo santo a Jehovah teu Deus”, não se lhes permitia que comessem da carne de animal que morresse por si só. E, também, podia-se exigir juros dos outros, mas não de irmãos israelitas. Além disso, somente alguém que tivesse nascido israelita podia ser escolhido para ser rei sôbre Israel. — Deu. 14:21; 17:15; 23:20.
Certos países modernos reconhecem a justiça dêste princípio. Todos os que residem dentro de suas fronteiras se beneficiam das garantias constitucionais; e espera-se dêles que obedeçam às suas leis. Contudo, os cidadãos têm certos benefícios e obrigações que lhes são próprios, enquanto que só um cidadão nato é elegível para a presidência.
● Entendemos que o batismo de João era para a remissão dos pecados cometidos contra a lei mosaica, mas, que o batismo em água, em nome de Jesus, não é para a remissão dos pecados. Simboliza a dedicação que a pessoa faz para fazer a vontade de Jeová. No entanto, os que agora crêem que o batismo em água lava os pecados citam Atos 2:38 como prova disto. Apoia êste texto a afirmação dêles? — A. H., Estados Unidos.
Assim reza Atos 2:38 (NM): “Pedro disse-lhes: ‘Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão de vossos pecados, e recebereis o dom gratuito do espírito.’”
O batismo de João era para os judeus que estavam debaixo do pacto da lei, e indicava seu arrependimento pelos pecados que haviam cometido contra aquela lei. O fato de êles serem batizados no batismo de João demonstrava seu arrependimento, e Jeová perdoou-lhes os seus pecados. Mas, o caso em Atos 2:38 foi diferente. Pedro falava ali a oponentes. É duvidoso que êles se tivessem submetido ao batismo de João, em preparação para receber a Cristo; de qualquer modo, êles não o aceitaram, mas opuseram-se a êle e tinham de levar a responsabilidade por terem-no pendurado no madeiro, visto fazerem parte da casa de Israel, sôbre a qual o sangue de Jesus recaiu. Quando os ouvintes de Pedro souberam da responsabilidade dêles pela morte de Jesus, quer responsabilidade pessoal, quer responsabilidade comunal, ficaram profundamente amargurados, perceberam seu êrro, e perguntaram o que podiam fazer para remediar a situação. Pedro disse que deviam arrepender-se e ser batizados no nome de Jesus, a fim de obterem perdão dos seus pecados. Êstes não eram pecados contra o pacto da lei, senão pecados contra Jesus. Eram pecados dos quais tinham de se arrepender. Como podiam mostrar tal arrependimento e obter o perdão?
O meio de se obter perdão não era mais por intermédio de sacrifícios de animais, oferecidos no templo em Jerusalém. Aquela provisão da lei para o perdão por meio de sacrifícios no templo não estava mais em vigor. O sacrifício era então Jesus, seu sangue derramado, e não havia outro nome dado em que os homens pudessem ser perdoados e salvos. Aceite-o e obtenha o perdão de Deus por intermédio dêle, Jesus, por meio do mérito do seu sangue derramado. Tal arrependimento de pecados e aceitação de Jesus e de seu sangue purificador, deviam ser demonstrados por meio do batismo em nome de Jesus. O batismo era apenas um símbolo. A imersão em água, por si só, não efetuou o perdão de pecados, purificando-os dos mesmos como o banho tira a sujeira. Se tal fôsse o caso, então a pessoa teria de ser batizada muitas vêzes, purificando-se dos pecados vez após vez, assim como a pessoa toma banho para ficar limpa, e mais tarde tem de se banhar de novo. Os sacrifícios de animais, sendo apenas representativos e tendo de ser repetidos vez após vez, não tiraram realmente os pecados de modo eficaz. É o sangue de Jesus que lava os pecados, não a água, e “sem derramamento de sangue não há remissão”. — Heb. 9:22.
Atos 22:16 diz: “Agora, porque te demoras? levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o seu nome.” Não por mera imersão em água, mas por invocar o seu nome é que os pecados são lavados. Cornélio invocou o nome de Jeová e aceitou a Cristo Jesus e foi batizado com espírito santo. Para que isto acontecesse, os pecados dêle devem ter sido perdoados, no entanto, tudo isto se deu antes de êle ser batizado em água. Se a pessoa se arrepender, aceitar a Cristo e confiar no Seu sangue derramado, os pecados de tal pessoa podem ser perdoados. A imersão em água, em nome de Jesus, é importante, mas é apenas símbolo e demonstração pública de que a pessoa se arrependeu dos seus pecados, aceita a Jesus e se dedica a fazer fielmente a vontade de Jeová, assim como Jesus a fêz.
“Tua palavra é a verdade; cada um dos teus justos juízos dura para sempre.“ — Sal. 119:160.