Obras Vãs e Obras Dignas no Conceito do Congregante
“Teme O [verdadeiro] Deus e guarda seus mandamentos. Pois esta é tôda [a obrigação] do homem.” — Ecl. 12:13, NM.
1. Desde o fim da Primeira Guerra Mundial, que duas espécies de congregações têm estado em progresso? E quem tem feito o congregar de cada espécie?
DESDE o fim da Primeira Guerra Mundial, no ano de 1918, os governantes políticos e os exércitos de tôdas as nações têm passado por um ajuntamento, uma congregação, para um “lugar que, em hebraico, se chama Armagedon”.(Apo. 16:14, 16, So; Eze. 38:7, 13) Tem havido também um grande ajuntamento, uma congregação mundial, de homens e mulheres amantes da paz, para um lugar de verdadeira segurança. Êstes já constituem uma congregação que se estende por tôda a terra, e, ainda assim, ajuntam-se-lhes diariamente muitos outros. Neste período dificultoso, desde a primeira guerra mundial, eles têm visto mais e mais evidência de que êste mundo, ou sistema de coisas, não tem futuro, mas findará no conflito universal do Armagedon. Reconhecem agora quão vãs e sem valor são as obras dos homens em apoio dêste velho mundo. Não querem mais desperdiçar as suas vidas indo apenas à cata do vento. Querem doravante usar as suas vidas em obras dignas que dêem agora alegria e satisfação, e que resultem num bem que não será eliminado pelo Armagedon, mas que continue num mundo radiante e novo. Todos os que fazem obras dignas estão sendo ajuntados sob uma potência diferente da que opera sobre êste mundo. Os governantes e seus exércitos estão sendo ajuntados para o Armagedon, pela influência dos demônios sob o controle de Satanás, o Diabo.
2. Como se identifica o congregante? Por que não há objeção a que se use um título feminino referente a si mesmo?
2 Quem é êste congregante? É possível saber quem êle é. Êle foi prefigurado há muito pelo governante mais sábio dos tempos antigos, o Rei Salomão, que governou por quarenta anos na cidade de Jerusalém. Mil anos antes da Era Cristã, o Rei Salomão escreveu um livro de mais do que sabedoria humana, chamado popularmente de livro de Eclesiastes, e no próprio início dêste livro êle fala de si mesmo nesta capacidade de congregante, ou reunidor, dizendo: “As palavras do congregante, filho de Davi, rei em Jerusalém. ’A maior das vaidades!’ disse o congregante, ‘a maior das vaidades! Tudo é vaidade!’ Acontece que eu, o congregante, sou rei sôbre Israel em Jerusalém.” (Ecl. 1:1, 2, 12, NM) O fato é que, na língua em que o Rei Salomão escreveu, o livro é chamado de Qo.hel’eth, que significa “Congregante”. É verdade que a palavra Qo.hel’eth, no idioma hebraico, é no gênero feminino, mas assim também o é a palavra hebraica para “sabedoria”; contudo, o Rei Salomão, por causa da sua sabedoria dada por Deus, foi usado como símbolo da sabedoria, como se êle fosse a sabedoria personificada. Além disso, Aquêle a quem o Rei Salomão prefigurou nos dias de sua sabedoria destaca-se como a personificação da sabedoria celestial. — Pro. 8:12, 22-31.
3. Em que sentido era o Rei Salomão um congregante? A que congregou êle?
3 Mas, em que sentido era o Rei Salomão um congregante, e a que congregava ele? Êle era congregante do povo, de seu povo, de seus súditos, e de outras pessoas amistosas e de boa vontade. Congregava a todos estes à adoração do Deus de paz e felicidade, Jeová. Salomão ocupou-se por sete anos e meio na construção dum templo suntuoso para o nome de Jeová, em Jerusalém, acabando-o no décimo primeiro ano do seu reinado. Para a dedicação dêste templo de adoração, o Rei Salomão convocou ou congregou tôdas as pessoas que estivessem especialmente interessadas. A história diz a respeito disso: “Naquele tempo, Salomão passou a convocar os homens mais idosos de Israel, todos os cabeças das tribos, os chefes dos progenitores, dos filhos de Israel, ao Rei Salomão em Jerusalém, para fazerem subir a arca do pacto de Jeová da cidade de Davi, isto é, de Sião. Então, os sacerdotes trouxeram a arca do pacto de Jeová ao seu lugar, ao quarto mais recôndito da casa, ao Santíssimo, debaixo das asas dos querubins.” (1 Reis 8:1, 6; 2 Crô. 5:2, 7, NM) Assim, congregar Salomão seus súditos para o recém-completado templo de Jeová, iniciou a adoração de Deus, da parte deles, no lugar onde colocara Seu nome.
4. Ao escrever seu livro, por que chamou-se êle de Qo.hel’eth? Em que respeito nos ajuda hoje o estudo do seu livro?
4 Salomão, como congregante de seu povo, agiu em prol do melhor bem-estar dêste, para orientá-los na adoração do Deus com quem fizeram um pacto nacional ou solene acordo de amá-lo, adorá-lo e servi-lo. Mais tarde, ao escrever o livro de Eclesiastes, êle falou de si mesmo como sendo Qo.hel’eth ou “o congregante”. Dava-se êste nome, não apenas porque êle primeiro congregara seu povo e os companheiros de boa vontade dêste para a dedicação do novo templo, mas porque, pelo seu novo livro, procurava congregar seu povo, afastando-o das obras vãs e infrutíferas dêste mundo, para as obras dignas de Deus, a quem a nação se achava dedicada. O propósito do seu livro chamado Qo.hel’eth era impedir que o povo de Deus se afastasse, ou trazê-lo de volta de qualquer afastamento, devido a empenhos materialistas neste mundo. Êste fato é corroborado no último capítulo do livro, onde êle diz: “ ’A maior das vaidades!’disse o congregante: ‘Tudo é vaidade.’ E, além do fato de que o congregante se tornou sábio, êle também ensinou ao povo contínuamente o conhecimento, e meditou e fêz uma pesquisa cabal, para que pusesse em ordem muitos provérbios. O congregante procurou descobrir palavras deleitosas e a escrita de palavras corretas de verdade.” (Ecl. 12:8-10, NM) Nós próprios somos hoje ajudados a achegar-nos mais a Jeová Deus e a têrmos uma apreciação melhor do tesouro do seu serviço pelo estudo do livro de Qo.hel’eth e dos seus provérbios, escritos com palavras tão bem escolhidas e com expressões tão corretas da verdade.
5. Além de têrmos o livro de Qo.hel’eth, o que temos de mais importância? Por que é tão importante que escutemos agora?
5 No entanto, hoje em dia não temos apenas o livro de Qo.hel’eth, que os tradutores gregos chamaram erroneamente de Eclesiastes, mas temos um Congregante maior do que o Rei Salomão. Êle é o Senhor Jesus Cristo, prefigurado pelo Rei Salomão. Era muito importante que o povo escutasse a Jesus Cristo quando estava na terra, pois, conforme disse, “a rainha do sul se levantará no juizo juntamente com esta geração, e a condemnará, porque veiu dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão”. (Mat. 12:42) Hoje é ainda mais importante que escutemos a Jesus Cristo, agora que êle se acha no céu, dominando à destra de seu Pai celestial, Jeová Deus. Somos a geração da humanidade que vive no “tempo do fim” deste velho mundo. Para nós aumentam cada dia mais e mais, desde 1914, as evidências visíveis de que seu reino começou. Achamo-nos no tempo de juízo, não somente da congregação dos santos, dos quais o Rei Jesus Cristo é a Cabeça, mas também das nações dêste mundo, que estão sendo congregadas ao campo de batalha do Armagedon.
6. Como podemos saber se a rainha de Sabá é melhor do que nós somos hoje? A quem prefigurou ela especialmente?
6 O exemplo fiel da rainha de Sabá, vinda do sul, servirá para condenar-nos hoje, se não reconhecermos o Salomão Maior no céu e se não nos chegarmos a êle para aprender a sua sabedoria e as suas obras piedosas. Ela, embora não fosse judia, era melhor do que a maioria dos judeus dos dias de Jesus, por causa do seu reconhecimento de Salomão. Era ela melhor do que nós hoje? Era, se nós deixássemos de reconhecer Aquêle que está presente agora, e que é muito maior do que o Rei Salomão. Uma grande multidão de pessoas de boa vontade, prefiguradas pela rainha de Sabá, está sendo ajuntada hoje pelo Congregante, Jesus o exemplo fiel da rainha de Sabá, vinda do sul, servirá para condenar-nos hoje, se não reconhecermos o Salomão Maior no céu e se não nos chegarmos a êle para aprender a sua sabedoria e as suas obras piedosas. Ela, embora não fosse judia, era melhor do que a maioria dos judeus dos dias de Jesus, por causa do seu reconhecimento de Salomão. Era ela melhor do que nós hoje? Era, se nós deixássemos de reconhecer Aquêle que está presente agora, e que é muito maior do que o Rei Salomão. Uma grande multidão de pessoas de boa vontade, prefiguradas pela rainha de Sabá, está sendo ajuntada hoje pelo Congregante, Jesus
“TUDO É VAIDADE”
7. Ao exclamar: “Tudo é vaidade!“ que foi que o Rei Salomão incluiu e o que não incluiu nisso?
7 O apóstolo Paulo escreve à congregação que se acha debaixo do Rei Jesus Cristo: “Meus amados irmãos, tornai-vos firmes, inabaláveis, tendo sempre bastante para fazer na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão com relação ao Senhor.” (1 Cor. 15:58, NM) Mas, logo no início do livro de Eclesiastes, o Rei Salomão exclama: “A maior das vaidades! Tudo é vaidade!” (Ecl. 1:2, NM) Ora, se o Rei Salomão é tipo profético do Rei Jesus Cristo, por que diz êle isso? O Rei Salomão não se referia aqui à obra de servir a Jeová Deus e seu Rei ungido. Não incluía isto na sua expressão generalizada sobre “tudo”. Por “tudo” êle queria dizer tudo o que êle inspecionou, tudo o que êle indica diretamente no seu livro, dando um exemplo após outro. Estas coisas têm que ver com êste mundo, não com o reino de Deus, o reino dos céus, que governará para sempre no novo mundo de justiça de Deus. Como rei ungido de Deus, assentado então no “trono de Jeová”, e que pedira especialmente que Deus lhe desse sabedoria para julgar o povo de Jeová, Salomão achava-se na posição mais favorável para estudar o comportamento e as atividades dos homens, até mesmo experimentando-os por si mesmo. Êle mesmo nos diz:
8. Que nos diz êle sôbre as coisas que desfrutava e a conclusão a que chegou?
8 “Acontece que eu, o congregante, sou rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei o coração a buscar e a investigar a sabedoria com relação a tudo o que se fez debaixo dos céus — a ocupação calamitosa que Deus deu aos filhos da humanidade para se ocuparem nela. Eu vi todas as obras que foram feitas debaixo do sol, e, vê! tudo era vaidade e um esforço de alcançar o vento. E tudo o que meus olhos pediram não lhes neguei. Não refreei meu coração de toda sorte de alegria, pois meu coração era alegre por causa de toda a minha labuta, e esta veio a ser minha porção de tôda a minha labuta. E eu, sim eu, voltei-me para todas as obras minhas, que minhas mãos tinham feito, e para tôda a labuta que labutei para realizar, e, vê! tudo era vaidade e um esforço de alcançar o vento, e não havia nada de proveito debaixo do sol. Para o homem não há nada melhor [senão] que coma e deveras beba, e faça a sua alma ver o bem por causa da sua labuta. Isto também tenho visto, sim eu, que isso procede da mão de O [verdadeiro] Deus [Jeová, Versão Siríaca; Targum]. Pois quem come e quem bebe melhor do que eu?” — Ecl. 1:12-14; 2:10, 11, 24, 25, NM.
9. Por que não se referia Salomão, ao falar assim, ao templo e à adoração sincera de Deus?
9 Quando êle diz que as suas experiências pessoais com as diversas coisas mostraram que “tudo era vaidade e um esforço de alcançar o vento”, o Rei Salomão não incluiu nisso sua construção do templo de Jeová, no Monte Mória, em Jerusalém. Esta foi a maior coisa que já fizera Não a menciona ao falar das obras mais extensas em que se empenhava, as casas que construiu, as vinhas que plantou, os jardins e os parques que projetou, as piscinas que fêz para fins de irrigação, o vasto corpo de servos e, servas que adquiriu, pois tudo isso era, conforme êle disse, “para mim mesmo”, e não para Jeová e sua adoração. Estas eram as coisas que o Rei Salomão via outros homens fazer e tentar aproveitar, mas nenhum homem dos seus tempos construiu um templo para o nome de Jeová Deus, assim como o Rei Salomão fêz. Pela construção dêste templo, êle não copiou nem experimentou o que outros homens faziam. Esta, sua maior obra de construção, não era “a maior das verdades”, pois a construção do templo, por parte de Salomão, fôra predita por Deus e foi realizada com a ajuda e a orientação de Deus. Serviu também ao propósito de Jeová por tanto tempo quanto êle decidiu usar êste templo material como tipo do seu mais grandioso templo espiritual.’(2 Sam. 7:12, 13; 1 Reis 8:15-21) Portanto, ao falar de tudo como sendo vaidade e um esforço de alcançar o vento, Salomão não teve em mente o templo e a adoração sincera de Deus; nem devíamos nós pensar assim.
10. Que é a dádiva de Deus para nós, segundo Salomão em Eclesiastes?
10 Jeová Deus, o Criador, deseja que suas criaturas humanas sejam felizes e gozem da vida na terra. Esta é a sua dádiva para nós, se a aceitarmos. Note como o Rei Salomão chama atenção a esta dádiva de Deus: “Cheguei a saber que não há nada melhor para êles do que alegrar-se e fazer o bem durante a vida, e também que todo homem coma e deveras beba, e veja o bem por tôda a sua labuta. Esta é a dádiva de Deus.” Também: “Vê! A melhor coisa que eu mesmo tenho visto, que é bela, é que a pessoa coma e beba, e veja o bem por tôda a sua labuta em que labuta debaixo do sol, pelo número dos dias de sua vida que O [verdadeiro] Deus lhe deu, pois esta é a sua porção. Também, a todo homem a quem O [verdadeiro] Deus tem dado riquezas e bens materiais, êle tem autorizado a comer dela, e a levar a sua porção, e a alegrar-se com a sua labuta. Esta é a dádiva de Deus. Pois, não se lembrará muitas vêzes dos dias de sua vida, porquanto O [verdadeiro] Deus [o] preocupa com a alegria de seu coração.” Novamente: “Eu mesmo elogiei a alegria, porque a humanidade não tem nada melhor debaixo do sol do que comer, e beber, e alegrar-se, e isto devia acompanhá-los na sua labuta durante os dias de sua vida, que O [verdadeiro] Deus lhes deu debaixo do sol.“ — Ecl. 3:12, 13; 5:18, 20; 8:15, NM.
11. Como podemos usufruir agora esta “dádiva de Deus“? Contradiz isso o fato de que Deus deu uma “ocupação calamitosa“ aos homens?
11 Podemos agora gozar desta “dádiva de Deus“ como súditos fiéis e obedientes do Rei reinante, Jesus Cristo, o Congregante, agindo em harmonia com a sabedoria celestial que ele dá aos humildes e aos dóceis. Por que, então, diz Salomão que ele procurou investigar e obter a sabedoria em relação à “ocupação calamitosa que Deus deu aos filhos da humanidade para se ocuparem nela“? Não há nisso contradição? Não! Em que sentido, então, deu Deus uma “ocupação calamitosa“, e a quem?
12. Segundo Salomão, o que colocou o alicerce para a “ocupação calamitosa“e como foi que Deus a deu aos homens?
12 O próprio Salomão explica isso, dizendo: “Olha! Só isso é o que descobri, que O [verdadeiro] Deus fez a humanidade reta, mas eles mesmos inventaram muitos planos.“ (Ecl. 7:29, NM) Há cerca de 6.000 anos, no jardim do Éden, Jeová Deus fêz o homem reto, perfeito, na imagem e semelhança do Deus perfeito. Deu também uma esposa a Adão. Sob a tentação da Serpente original, Satanás o Diabo, eles inventaram outros planos para se tornarem ’sábios como Deus’, sem morrerem. Mesmo quando Jeová Deus destruiu o velho mundo com o dilúvio dos dias de Noé, ele preservou viva uma família reta, Noé e sua esposa, e seus três filhos casados, para que a humanidade tivesse um novo início em retidão e piedade. Mas, com o passar do tempo, a humanidade inventou novamente muitos planos em oposição à vontade e às ordens de Deus. Por esta razão, apenas pela execução do seu juízo sobre a humanidade pecaminosa e desencaminhada, Deus. trouxe , o que se mostrou calamitoso nas suas vidas egoístas. Êle informou Adão que a punição pelo pecado seria a morte; e quando Adão pecou, a condenação à morte veio também sobre seus descendentes, ainda por nascer, nos seus lombos. (Gên. 2:16, 17; Rom. 5:12) Começaram a morrer como os animais.
13. Como mostra Salomão que os homnes são semelhantes aos animais neste respeito?
13 Salomão disse: “Eu, sim eu, disse no meu coração quanto aos filhos da humanidade, que O [verdadeiro] Deus há de selecioná-los, para que vejam que eles mesmos são animais. Pois há uma eventualidade com respeito aos filhos da humanidade e uma eventualidade com respeito ao animal, e eles têm a mesma eventualidade. Assim como morre um, assim morre o outro; e todos êles têm, apenas um só espírito, de modo que não há superioridade do homem sobre o animal, pois tudo é vaidade. Todos vão para um só lugar. Todos vieram a ser do pó, e todos ao pó voltarão. Quem há que conhece o espírito dos filhos da humanidade, se êle ascende para cima; e o espírito do animal, se êle desce para a terra?“ — Ecl. 3:18-21, NM.
CALAMIDADES
14. Por que não puderam os homens usufruir continuamente os benefícios de suas obras pessoais?
14 A morte é uma calamidade, mas Adão podia ter-se poupado a ela, tanto a si mesmo como a seus descendentes, por temer a Deus e guardar seus mandamentos. A morte é um inimigo (1 Cor. 15:26), mas Adão podia ter-nos mantido fora das garras dêste inimigo por continuar amigo de Deus pela obediência amorosa a Êle. Por causa da morte, nenhum homem, nem mulher, pôde gozar dos benefícios de suas obras e labores pessoais, continuamente, sem interrupção. Toda a humanidade ficaria exterminada perpetuamente, como os animais, se não fosse o fato de que Deus, por me.io do Congregante, Jesus Cristo, proveu uni meio de retirar a punição da morte e ressuscitar todos os que se acham mortos nos túmulos, memoriais. (1 Cor. 15:17-24) Os que por amor do pecado escolherem desobedecer deliberadamente a Jeová Deus, perecerão para sempre, como os animais brutos. Preferem, como animais, comer, beber e viver segundo seus desejos animalescos, em franco materialismo, sem pensamento ou consideração de Deus. Já que preferem viver como animais, nem mesmo servindo aos propósitos de Deus, como fazem os animais, que pereçam como animais. Por que devíamos ser animalescos, vivendo apenas egoistamente como animais e perecendo com eles? Se ainda morrermos, por que não tentarmos agora mostrar-nos dignos duma ressurreição à vida no novo mundo de Deus, assim merecendo algo melhor do que os animais?
15. Como pode haver uma calamidade quanto à herança para um filho? Em que sentido podemos agir de modo mais sábio ao legarmos uma herança?
15 É desnecessário dizer-se que a invasão da morte na humanidade resultou em muitas coisas calamitosas e irônicas para os que não conhecem ou preferem não conhecer a Jeová Deus. O pai de mentalidade materialista talvez trabalhe arduamente para acumular uma herança para seu filho, digamos, dinheiro no banco ou alguma espécie de propriedade. Depois acontece que o banco entra em falência ou há outro desastre, e o pai perde tudo e não tem mais nada para deixar para o filho. Não seria isso considerado uma calamidade por um homem de mentalidade terrena? Salomão diz: “Há uma grave calamidade que tenho visto debaixo do sol: riquezas guardadas para seu ilustre dono, para a calamidade dele. E estas riquezas pereceram por causa duma ocupação calamitosa, e êle tornou-se pai dum filho, quando não há absolutamente nada na sua mão.” (Ecl. 5:13, 14, NM) Quão passageiras e incertas são as riquezas terrestres, e quão repentinamente podem ser perdidas ou até mesmo ser espiritualmente prejudiciais para seu dono ou para o filho a quem lega tais riquezas! Muito melhor e mais sábio é então procurar transmitir aos filhos as riquezas espirituais, que são permanentes: um bom nome, um exemplo fiel de piedade, da parte dos pais, boa criação disciplinar até a madureza, educação domiciliar na verdade de Deus e um treinamento teocrático na maneira de servir esta verdade a outros, como ministro de Deus. Nenhuma calamidade material pode tirar-nos estes valores espirituais e, mesmo se morrermos, não deixamos filhos que não tenham uma herança de verdadeiras riquezas.
16. De que modo descreve Salomão outra calamidade que virá com certeza sôbre os materialmente ricos? Assim, por que não deve a pessoa tornar-se escrava das Riquezas?
16 Os ricos em sentido material deviam lembrar-se de outra calamidade que há de vir sobre eles com certeza. Salomão descreve-a do seguinte modo: “Assim como a pessoa saiu do ventre de sua mãe, nua há de partir outra vez, assim como veio; e não poderá levar absolutamente nada pela sua labuta, que possa levar na mão. E esta também é uma grave calamidade: exatamente assim como veio, assim partirá; e que proveito há para aquele que continua labutando para o vento? Também, todos os seus dias êle come na própria escuridão, com grande vexação, com doença da sua parte e [causa para] indignação.” (Ecl. 5:15-17, NM) Por que, então, devia a pessoa fazer-se escrava das riquezas egoístas, de Mamon, em vista de todas as trevas quanto ao propósito de Deus, de todo o vexame, de todo o desapontamento, de todas as tentações e laços, e de todas as dores agudas que isso causa? Não podemos ser escravos de Deus e ao mesmo tempo ser escravos das riquezas ou de Mamon. (Mat. 6:24, NM) Um homem pode tornar-se egoistamente riquíssimo, multimilionário, e, ao morrer êle, talvez ponham no seu túmulo toda espécie de mobília, jóias valiosas e vestimentas, e um barco celeste, e até os cadáveres de escravos, mortos para serem enterrados com êle, contudo, não poderá levar nada consigo para usufruir dêle. Não trouxe nada ao mundo e não pode levar nada dele. Morreu como qualquer animal, e não lançou os alicerces para a verdadeira vida e liberdade num mundo vindouro. Que calamidade para tal homem que não foi escravo de Deus! “Pois, que aproveitará ao homem se ganhar o mundo inteiro, mas perder a sua alma? Ou, que dará o homem em troca da sua alma?” Esta pergunta de Jesus Cristo responde a si própria. — Mat. 16:26, NM.
17. Que calamidade a respeito da gratificação de si mesmo alista ainda Salomão? Como foi isto ilustrado no caso de Nabucodonosor?
17 Salomão continua com sua lista de calamidades: “Há uma calamidade que eu vi debaixo do sol, e ela é frequente entre a humanidade: um homem a quem O [verdadeiro] Deus dá riquezas, e bens materiais, e glória, e quem, para a sua alma, não tem necessidade de nada que ele mostre desejar, e, contudo, O [verdadeiro] Deus não lhe faculta comer disso, embora um simples estrangeiro possa comê-lo. Isto é vaidade e um grave mal.” (Ecl. 6:1, 2, NM) Obter a posse de alguma coisa e não podendo aproveitá-la é confrangedor para aquele que pensa apenas em si mesmo. Ter alimento gostoso e, no entanto, não poder comê-lo, devido a algum desarranjo estomacal ou intestinal, é como ser mofado. Jeová Deus permitiu que Nabucodonosor se tornasse dominador mundial em Babilônia; contudo, quando Deus o humilhou por causa de seu orgulho, da sua jactância e exaltação de si próprio, e êle ficou louco, pensando que se tornara animal, o alimento opulento e as bebidas do seu palácio imperial não lhe agradaram. Preferiu comer capim como o boi. Que calamidade, que grave mal isso era para Nabucodonosor, por sete anos! — Dan. 4:28-37.
18. O natimorto acha-se em melhor situação do que quem, segundo Salomão? De que se deriva tudo isso?
18 A vida longa, sem que a pessoa possa aproveitar pessoalmente aquilo que possui, chegando ela até desejar o túmulo, deixa a pessoa insatisfeita, com sentimento de frustração, havendo tanto para se desejar. “Se um homem se tornasse cem vezes pai e vivesse muitos anos, embora se tornem numerosos os dias dos seus anos, contudo, a sua própria alma não está satisfeita com as coisas boas e até o túmulo não se tornou dêle, tenho de dizer que aquêle que nasceu prematuramente está em melhor situação do que êste. Pois êste [nascido prematuramente] veio em vão e em escuridão êle parte, e seu próprio nome será coberto de escuridão. Até o próprio sol êle nem viu, nem conheceu. Êste é o que tem descanso, em vez de o anterior [que tem longa vida]. Mesmo supondo-se que êle tenha vivido duas vêzes mil anos e ainda não tenha visto o que é bom, não é apenas a um só lugar que todos vão?” (Ecl. 6:3-6, NM) Sem outra esperança do que esta vida, melhor é nascer prematuramente e não se iniciar neste mundo de materialismo, do que sobreviver a uma longa vida e não tirar dela nenhuma satisfação real, mas apenas padecer mortificação e vexame. Tudo isso é resultado de não se aproveitarem outras coisas que não sejam os benefícios materiais desta terra ou os empreendimentos egoístas dêste mundo.
19. Que calamidade quanto ao govêrno descreve Salomão? Por que resultará isso em calamidade, no Armagedon, para os que apoiam tais governos?
19 Outra coisa calamitosa que Salomão descreve é o caso em que um homem ou uma forma de govêrno chega a ter o domínio sobre um país. Assume então a responsabilidade de ditar ao povo o que fazer e de mantê-lo afastado de Deus, conduzindo o povo a um caminho errado. As pessoas que se sujeitam a tal liderança falsa, e lhe obedecem em vez de obedecer a Deus, assumem uma responsabilidade pelos enganos governamentais e pelas lutas governamentais contra Deus. Tornam-se responsáveis pela tolice no govêrno, juntamente com seus governantes. Diz Salomão: “Há algo calamitoso que eu tenho visto debaixo do sol, como quando há um engano em razão daquele que está no poder: A tolice foi colocada em muitos postos elevados, mas os próprios ricos continuam habitando apenas numa condição baixa. Tenho visto servos montados em cavalos, mas príncipes andando na terra semelhantes a servos.” (Ecl. 10:5-7, NM) Neste “tempo do fim”, as nações deste mundo estão em juízo perante o reino estabelecido de Deus. Por isso, o conselho que êle deu por meio de sua Palavra e de suas testemunhas tem sido que os governantes políticos e os juízes agissem sabiamente, temendo a Jeová e beijando seu, Filho em obediência. Mas, os governantes e os líderes do povo continuam a agir tolamente para com Jeová Deus, e seus governos serão despedaçados no Armagedon, pelo Filho de Jeová, Jesus Cristo. Isto será uma calamidade mundial, não somente para os governos e seus governantes, mas também para o povo que apoiou os severos enganos de seus governos, na luta contra Jeová Deus e contra seu reino por Cristo. — Sal. 2:1-12.
20. Visto que a morte é o fim comum do todos, qual é a condição do coração dos homens e como se colocam êles numa situação desamparada e desconsolada?
20 Visto que os homens não têm esperança duma ressurreição dos mortos, mas acham que a morte é o fim de tudo para todos, êles promovem outra calamidade debaixo do sol: “Isto é o que é calamitoso em tudo o que tem sido feito debaixo do sol, que, visto haver uma só eventualidade para todos, o coração dos filhos dos homens está também cheio do mal, há loucura no seu coração durante a sua vida, e depois — vão para os mortos.” (Ecl. 9:3, NM) Os governos democráticos do Ocidente olham para a Hungria e chamam aquilo que lhe aconteceu desde 1956 de terrível calamidade. Mas há também opressões em outras partes do mundo. Os pobres acham-se em si mesmos indefesos. No entanto, se não se voltarem para Jeová Deus e seu reino, que outra fonte de ajuda há para êles? O congregante da antiguidade comentou esta situação calamitosa, dizendo: “Eu mesmo voltei para ver todos os atos de opressão que estão sendo praticados debaixo do sol, e, vê! as lágrimas dos oprimidos, mas êles não têm consolador; e do lado dos seus opressores havia poder, de modo que não tiveram consolador. E eu felicito os mortos que já morreram, em vez dos vivos que ainda vivem. Portanto, melhor do que ambos os dois [é] aquêle que ainda não veio a existir, que ainda não viu a obra calamitosa que está sendo feita debaixo do sol.” — Ecl. 4:1-3,AM.
21. Por que podia Salomão comentar bem as condições existentes sob os governos de homens que não adoram a Jeová?
21 O Rei Salomão não descrevia aqui o que estava acontecendo no seu domínio, no reino típico de Deus na terra. Enquanto êle governava como rei sábio, não havia opressão governamental: “Comiam e bebiam e se alegravam”, e “habitava cada qual em segurança, debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dan a Beer-Sheba”. (1 Reis 4:20-25) O reino do antigo congregante tinha aspecto diferente dos governos opressivos dos homens que não adoravam a Jeová. Por isso; Salomão podia muito bem comentar a situação calamitosa debaixo dêles.
22. Por causa de que conhecimento não se lamentam as testemunhas de Jeová, que vivem sob tais governos opressivos? E como expressam sua lástima para com os lastimáveis?
22 Mas, as testemunhas de Jeová que vivem atualmente sob tais governos opressivos de homens materialistas, sem fé, não se lamentam. Têm um consolador. Sabem que Jeová lhes ajuda diariamente. Entendem que a sua integridade para com Jeová, cujas testemunhas são, acha-se agora sob prova debaixo de tais condições opressivas. Conhecem o que o congregante da antiguidade disse: “Se vires qualquer opressão de alguém de poucos meios e tirarem-se violentamente o juízo e a justiça num distrito judicial, não te surpreendas com o negócio, pois aquêle que é mais alto do que os altos está observando, e há os que estão muito por cima dêles.” (Ecl. 5:8, NM} Sabemos que acima do Conselho Administrativo Supremo, ou do Tribunal Supremo, ou daquilo que os homens chamem supremo na terra, há os que são infinitamente mais altos, Jeová Deus, o Altíssimo, e seu Rei Jesus Cristo, que governa à sua destra. São os Juízes Divinos, que nenhuma Cortina de Ferro ou Cortina de Bambu pode impedir que observem e vejam, e êles exercerão juízo, no Armagedon, sobre todos os opressores. As testemunhas de Jeová, que estão sendo oprimidas, esperam com paciência confiante pela ação por parte destes Juízes do Tribunal mais alto do universo. Sustentadas pela Palavra e pelo espírito de Deus, o amor de Deus enchendo seus corações, lastimam os pobres que se acham desesperançados e desamparados em tal condição calamitosa. Pregam corajosamente ao que têm ouvidos atentos as boas novas do reino de Deus como a única esperança e a única ajuda para a humanidade.
UMA ESPÉCIE ODIADA DE VIDA
23. Por causa de que incerteza quanto ao futuro expressou Salomão ódio da vida, devido às suas calamidades?
23 Lembrando-se de todas as calamidades humanas encontradas fora do reino de Deus, e não sabendo nem mesmo que espécie de sucessor êle, o homem mais sábio na terra, teria no seu trono, o Rei Salomão disse: “Eu odiei a vida, porque o trabalho que foi feito debaixo do sol era calamitoso do meu ponto de vista, pois tudo era vaidade e um esforço de alcançar o vento. E eu, sim eu, odiei toda a minha labuta em que labutei [experimentalmente] debaixo do sol, que eu havia de deixar para o homem que viria depois de mim. E quem é que sabe se há de mostrar-se sábio ou tolo? No entanto, assumirá o controle sobre toda a minha labuta em que labutei e em que mostrei sabedoria debaixo do sol. Isto também é vaidade. E eu mesmo voltei-me para fazer meu coração desesperar de toda a labuta em que eu labutara debaixo do sol. Pois há o homem cuja labuta tem sido em sabedoria, e em conhecimento, e em proficiência, mas a um homem que não labutou com tal coisa será dada a parte daquele. Isto também é vaidade e uma grande calamidade.” — Ecl. 2:17-21, NM.
24. Como consideram os hindus a vida? E, se a vida so for cheia das calamidades descritas por Salomão, que atitude teríamos razão em adotar para com a vida?
24 Os hindus professam odiar a vida, porque sua ideia religiosa é que a vida no meio dum mundo material, físico, significa nada mais do que um sofrimento contínuo. Por isso procuram ser riscados da existência por serem absorvidos numa eterna não-existência, num nirvana, no momento em que acham estar na sua melhor condição e tendo o maior mérito. Se a vida neste velho mundo só consistisse em tais calamidades como Salomão descreveu, então êle teria razão para odiar tal vida mundana e materialista. Não haveria propósito na vida. A vida da pessoa não serviria para nada de valor eterno. A existência da pessoa na terra, com a repetição de calamidades menores de uma espécie ou de outra, acabaria na maior calamidade, de morrer como todos os outros e como os animais, o túmulo tornando-se o lugar comum para onde vai o corpo. E que oferece a sepultura, o sepulcro comum, ou Seol, aos mortos? Ouça:
25. Segundo Salomão, qual é a diferença entre os vivos e os mortos? E o que oferece o Seol aos mortos?
25 “Um cão vivo está em melhor situação do que um leão morto. Pois os vivos estão cônscios de que morrerão; mas, quanto aos mortos, não estão cônscios de absolutamente nada, nem têm. êles mais salário, porque a memória dêles foi esquecida. Também seu amor, e seu ódio, e seu ciúme já pereceram, e êles não têm mais parte, para tempo indefinido, em nada do que tem sido feito debaixo do sol. Tudo o que a tua mão achar para fazer, faze-o com todo o teu poder, pois não há obra, nem engenho, nem conhecimento, nem sabedoria no Seol, o lugar para onde tu vais.” — Ecl. 9:4-6, 10, NM.