Libertação Pela Integridade Para com Deus
“Não tires a minha alma juntamente com os pecadores, nem a minha vida com os homens culpados de sangue, em cujas mãos há conduta desenfreada e cuja direita está cheia de peitas. Quanto mim, andarei na minha integridade.” — Sal. 36:9-11, NM.
1. Quais são as muitas coisas das quais queremos ficar libertos?
LIBERTAÇÃO! Há tantas coisas das quais queremos ser libertos — as tristezas e os sofrimentos, as injustiças e as opressões, a ignorância e as incertezas, os perigos para paz e prosperidade, o desespero, a morte e todas as associações más e indesejáveis dum velho mundo decrépito!
2. Quando e como virá esta libertação? Como será garantido e resguardado o futuro feliz
2 Quão grandioso é então que a libertação de todas estas coisas há de vir em nossos dias! Isto significará o estabelecimento dum novo mundo justo em gloriosa realidade. No seu próprio tempo, que se aproxima rapidamente, o Criador do céu e da terra livrará a humanidade deste velho mundo com todas as suas aflições. Êle substituirá o velho mundo com um mundo inteiramente novo, no qual a terra será abençoada com alegria e saúde, justiça e soerguimento, conhecimento e confiança, paz, segurança, esperança, perfeição de vida e com tôdas as boas associações que se possam desejar. Para garantir e resguardar esta condição feliz na terra, haverá o todo-poderoso governo celestial, nas mãos do Filho amado do Criador. Há muito tempo atrás, quando estava na terra como homem perfeito, seu Filho ensinou aos que esperavam por um novo mundo a orar a seu Pai celestial: “Venha o teu reino; seja feita a tua vontade, assim na terra, como no céu.” — Mat. 6:9, 10.
3. Em recompensa de que virá a nossa libertação? Por quanto tempo tem sido êste requisito assunto de interêsse?
3 A libertação de qualquer um de nós das garras deste velho mundo e das suas aflições vem como recompensa da parte do Deus e Criador do novo mundo. Por vivermos em fidelidade a Êle como o único Deus verdadeiro e vivo; por nossa inabalável obediência a êle como Dominador Supremo de todo o universo; e por nos mantermos constantemente imaculados dêste velho mundo corruto, vivendo em harmonia com as regras para a vida no seu novo mundo justo. Em outras palavras, por mantermos a integridade para com Deus. Hoje em dia, muito poucas pessoas na terra sabem o que é integridade. Nunca houve muitas pessoas de integridade na terra. No entanto, a integridade é algo que tem estado nas considerações desde tempos bem remotos. É algo desejável, em que o Deus Supremo tem estado interessado desde o tempo em que criou o primeiro homem e a primeira mulher, há quase seis mil anos.
4. Como se tornou a integridade um problema para todos nós? Que exemplo feliz temos de como Deus nos recompensa por ela com a libertação?
4 Êste primeiro casal, Adão e Eva, não guardou a sua integridade para com Deus. Êles estragaram a sua perfeição por violarem a lei dele e assim pecarem. Todos nós nascemos deles imperfeitos e inclinados ao pecado. Isso tem feito que a integridade fôsse tal problema para todos nós. Mil seiscentos anos antes da Era Cristã, numa época em que o Egito estava em vias de se tornar potência mundial, Deus observou a família humana, procurando homens de integridade. Êle viu um homem desta espécie lá no Oriente Médio, ou no sudoeste da Ásia. O nome dêste homem era Jó. Assim, Deus disse ao seu principal inimigo, Satanás, o Diabo: “Acaso notaste o meu servo Job? pois não ha ninguém semelhante a ele na terra, homem integro e recto, que teme a Deus e que se desvia do mal. Ele ainda conserva a sua integridade embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.” (Jó 2:3) Apesar de tudo o que Satanás, o Diabo, fêz a Jó, servo de Deus, este homem manteve a sua integridade, manteve sua vida imaculada e sua devoção completa para com Deus. Em recompensa, Deus libertou a Jó das perseguições de Satanás, o Diabo. Por isso, Jó é exemplo encorajador de como Deus pode libertar e liberta os homens do deus iníquo deste velho mundo, Satanás, o Diabo, em recompensa da sua integridade para com seu Criador, Jeová Deus. — Tia. 5:11.
5. Que espécie de governante põe Deus no govêrno do Novo Mundo? Que quadro fêz êle de tal governante escolhido?
5 Visto que Jeová Deus propôs estabelecer um governo para dominar sobre seu novo mundo justo, devemos esperar que ponha um governante de integridade no trono desse governo do Novo Mundo. Êle jurou fazer isso. Há cerca de três mil anos, êle formou para nós um quadro disso. Estabeleceu no Oriente Médio, na encruzilhada entre a Ásia e a África, um reino representativo e colocou no trono deste um homem de provada integridade. Há um cântico que relata como Deus escolheu êste homem, que era anteriormente menino pastor, e diz: “Escolheu a David, seu servo, e o tirou dos currais das ovelhas: tirou-o de andar atraz de ovelhas e suas crias, para apascentar a Jacob, seu povo, e a Israel, sua herança. Assim ele os apascentou segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a pericia das suas mãos.” (Sal. 78:70-72) O Rei Davi, como governante da nação escolhida de Deus, procurava sempre manter seu coração puro, leal e fiel para com Deus, nosso Criador. Por esta razão, Davi foi um bom governante. Como tal foi usado para representar Aquêle a quem Deus faz governante do Novo Mundo justo, o Filho celestial de Deus, Jesus Cristo.
6, 7. (a) Que tentou Davi fazer arduamente com respeito a êle? (b) Por que estava Davi ansioso de ser julgado por Deus, e qual era a sua determinação?
6 Por sua fidelidade a Deus, Davi teve muitos inimigos, homens ruins de coração, homens hipócritas que amavam a falsidade. Êstes malfeitores sentiam-se insultados porque o Rei Davi não preferiu fazer-lhes companhia e tornar-se semelhante a êles. Por isso fizeram grandes esforços para desviá-lo da vereda da inocência para com Deus, para que o Rei Davi pudesse passar para a adoração do deus iníquo dêste velho mundo. Mas Davi sabia no seu íntimo de que era fiel e honesto nos seus esforços de andar de modo imaculado perante Deus.
7 Estava por isso disposto a comparecer perante o trono de julgamento de Deus e ser examinado quanto às suas intenções puras e honestas e seus esforços fieis de adorar somente a Jeová como Deus e de servir exclusivamente a Êle como sendo o Soberano Supremo de todo o universo. Esta disposição de ser julgado pelo tribunal divino mostra-se nas seguintes palavras de Davi: “Julga-me, ó Jeová, pois eu tenho andado na minha própria integridade, e tenho confiado em Jeová, para não vacilar. Examina-me, ó Jeová, e põe-me à prova; refina meus rins [ou: minhas mais profundas emoções] e meu coração. Pois a tua benevolência está diante dos meus olhos, e eu tenho andado na tua verdade.” Sem tomar em consideração o que outros homens faziam, sem considerar a oposição e a perseguição por parte dos seus inimigos, o Rei Davi estava decidido a prosseguir na sua sinceridade para com Jeová Deus. Êle disse em oração: “Quanto a mim, andarei na minha integridade. Oh redime-me e mostra-me favor. Meu pé estará certamente posto em lugar plano; no meio das multidões congregadas bendirei a Jeová.” — Sal. 26:1-3, 11, 12, NM margem; VB.
8. (a) O que devemos realmente a Deus, e por quê? (b) Em que temos de andar então, e como somente podemos fazê-lo?
8 Atualmente, tão próximo do fim deste velho mundo, se desejarmos ser remidos, receber o favor de Deus pela proteção através da guerra universal do Armagedon e continuar a viver no seu novo mundo, nós também temos de andar em integridade para com Deus, assim como Davi. Não devemos a Deus manter integridade para com êle, sendo êle nosso Criador que promete ser nosso eterno Preservador no seu novo mundo reto? Sim, pois êle nos deu a vida, e, segundo seu propósito que revelou na Bíblia Sagrada, êle nos deu uma razão para viver. Qual é esta? Êsse prometido novo mundo, sob o govêrno perfeito de seu Filho Jesus Cristo. Não podemos andar em integridade para com nosso Criador e Preservador, a não ser por andarmos segundo a verdade e os princípios que Êle estabeleceu para nós na sua Palavra escrita. Sabemos que tôda a sua criação se move e opera segundo leis que êle estabeleceu. Por isso, êle tem de ser em tudo um Deus de princípios. A fim de obtermos seu favor para uma vida feliz no seu interminável novo mundo, temos de provar que somos pessoas de integridade.
9. Portanto, temos de ser pessoas de que princípios?
9 No entanto, para fazermos isso, não podemos ser pessoas que se estribam nos seus próprios princípios estabelecidos. Temos de ser pessoas que se estribam nos princípios de Deus. Não nos referimos a coisas elementares, isto é, às coisas básicas ou os ensinos fundamentais da Palavra escrita de Deus, tais como as mencionadas em Hebreus 5:12 {NM): “Tendes novamente necessidade de que alguém vos ensine desde o comêço os princípios elementares das pronunciações sagradas de Deus.”
10. (a) Que queremos dizer aqui especialmente por “princípio“? (b) Dêste ponto de vista, que disseram Tiago e Paulo aos cristãos?
10 Temos de lembrar-nos que um princípio é também uma regra estabelecida de ação, uma lei vigente de conduta, uma regra de comportamento orientando coerentemente as ações da pessoa, uma crença ou atitude que exerce uma influência orientadora sôbre a vida e o comportamento. (Webster) Visto que princípio refere-se assim a uma vida ordeira, Tiago podia dizer ao apóstolo Paulo: “Andas ordeiramente, e tu mesmo observas também a Lei.” (Atos 21:24, NM) Paulo podia também dizer a seus irmãos em Cristo: “À medida que temos feito progresso, continuemos a andar ordeiramente nesta mesma rotina”; e, “todos os que andam ordeiramente segundo esta regra de conduta, sôbre êstes haja paz e misericórdia, sim, sôbre o Israel de Deus”. (Fil. 3:16; Gál. 6:16, NM) Viver de acordo com os princípios de Deus requer que andemos de modo ordeiro; em harmonia com as regras que êle estabeleceu para nossa orientação e para nosso govêrno. Seu Filho, Jesus Cristo, enquanto estava na terra, deu-nos um exemplo perfeito de como viver segundo os princípios de Jeová Deus, seu Pai. Avisa-se-nos, portanto, contra andarmos “segundo as coisas elementares do mundo e não segundo Cristo; porque é nêle [Cristo] que reside tôda a plenitude da qualidade divina”. — Col. 2:8, 9, NM.
PRINCÍPIOS TEOCRÁTICOS
11. (a) Por que têm de aplicar-se os princípios de Deus a tôdas as criaturas? (b) De que modo ficamos todos nós muito sujeitos à paixão?
11 Ao mantermos nossa integridade por pensarmos, falarmos e agirmos em harmonia com os princípios ou as regras de conduta de Jeová, então somos realmente teocráticos. Jeová é o único e exclusivo Teocrata, no sentido de ser o supremo Deus Governante. Êle domina e exerce poder sôbre todas as criaturas e coisas, no céu e na terra, porque êle é o único Deus verdadeiro e vivo. É por isso que seus princípios ou regras de conduta e de govêrno têm de aplicar-se a tôdas as criaturas inteligentes, humanas e espirituais. Como nosso Criador, êle fêz o primeiro homem Adão perfeito, à imagem de Deus e na semelhança de Deus. Esperava-se corretamente que o homem perfeito fôsse pessoa de princípios, igual a seu Pai celestial, não controlada ou movida pelo mero instinto ou pelos sentimentos da sua carne. Quando a espôsa de Adão foi enganada pela Serpente original, Satanás, Adão agiu de modo não teocrático, preferindo agradar à sua esposa errante do que agradar a seu Pai celestial e apegar-se à Sua lei, em integridade e perfeição de conduta. Por causa de Adão, todos os seus descendentes, inclusive nós hoje, têm decaído grandemente dos princípios, e têm ficado muito sujeitos à paixão. Não nos referimos apenas à paixão sexual, como entre homem e mulher, mas ao forte apêgo a qualquer coisa que nos faça sentir bem ou que seja egoistamente para nosso próprio proveito e prazer pessoal, sem consideração da vontade de Deus.
12. (a) Que espécie de princípios são os de Deus? (b) Como fêz Êle que êsse conhecimento dos seus princípios não ficasse perdido para os homens?
12 Deus não se desvia dos seus próprios princípios, apenas para agradar às suas criaturas. Seus princípios são perfeitos e imutáveis, e em todos êles foram tomados em conta seu amor, sua justiça, sua sabedoria e seu poder. Seus princípios morais e religiosos não são conhecidos ou reconhecidos pelos homens em geral, pois êles seguem a filosofia e os princípios dêste velho mundo. Para que o conhecimento dos Seus princípios não fôsse perdido, mas fôsse adquirido por todos os que amam princípios corretos, o grande Teocrata, Jeová, fêz que seus princípios fossem assentados por escrito nas suas Escrituras Sagradas. Ali podem ser lidos e estudados. O próprio Deus, pelo seu poder, escreveu, no ano 1513 antes da Era Cristã, dez princípios básicos em tábuas de pedra. Deu-os ao seu profeta Moisés, para que Moisés os exibisse e ensinasse aos irmãos dêle, a nação de Israel. Êle acrescentou muitos outros princípios à coleção de leis que deu à nação por meio do seu mediador, Moisés. Mediante profetas posteriores, Jeová Deus declarou muitos outros princípios, bem como profecias para o futuro. Os escritos desta história sagrada e de tais princípios e profecias constituem as Escrituras Sagradas, que antigamente eram de propriedade exclusiva dos judeus ou israelitas. Estas Escrituras foram também os únicos escritos sagrados que a igreja ou congregação cristã possuía no início da sua existência, no ano 33 da Era Cristã.
13. De acôrdo com 2 Timóteo 3:16, 17, que espécie de livro são as Sagradas Escrituras? Que consideração temos de dar ao seu conteúdo, conforme mostram Pedro e os outros apóstolos?
13 Com respeito a tais escritos sagrados, o apóstolo Paulo escreveu: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja inteiramente idôneo, completamente equipado para toda boa obra.” (2 Tim. 3:16, 17, NM) Isto significa que as Escrituras Sagradas são um livro de princípios. Seus princípios registrados são uma regra orientadora e uma força justa para os cristãos que se encontram neste velho mundo sem princípios ou de princípios não teocráticos. Para podermos ganhar a vida em qualquer parte do novo mundo de Deus temos de colocar os princípios e os mandamentos da Palavra escrita de Deus acima dos dêste velho mundo debaixo de Satanás, “o deus dêste sistema de coisas”. (2 Cor. 4:4, NM) Tomem todos nota que foi Pedro, o apóstolo cristão, e seus co-apóstolos, quem declarou esta regra de ação. Quando o supremo tribunal religioso de Jerusalém ordenou a Pedro e aos outros apóstolos que parassem com a pregação dos recém-aprendidos ensinos fundamentais do cristianismo, todos os apóstolos responderam ao tribunal religioso: “Precisamos obedecer a Deus como dominador, antes que aos homens. O Deus de nossos antepassados ressuscitou a Jesus, a quem vossas mãos mataram, pendurando-o numa estaca. Deus exaltou a êste como Agente Principal e Salvador à sua destra, para dar arrependimento a Israel e perdão de pecados. E nós somos testemunhas destes assuntos, e assim também o é o espírito santo que Deus deu àqueles que obedecem a ele como dominador.” — Atos 5:29-32, NM.
14. (a) Por que não eram sediciosos ou subversivos êstes apóstolos, ao responderem e agirem da maneira como o fizeram? (b) Por isso, o que fizeram quanto à ordem seguinte do supremo tribunal?
14 Pedro e os outros apóstolos cristãos não eram sediciosos ou subversivos ao responderem e agirem desta maneira. Eram teocráticos ao declararem que Deus é o Dominador superior aos tribunais e governantes humanos e ao obedecerem a Deus como Dominador Supremo. Os fiéis apóstolos defenderam assim o primeiro dos princípios cristãos. Por fazerem isso, mantiveram sua integridade para com o Soberano universal, Jeová Deus. O tribunal religioso recusou aceitar este princípio e mostrou sua recusa pela punição dada aos apóstolos: “E chamaram os apóstolos, açoitaram-nos e lhes impuseram que parassem de falar baseados no nome de Jesus, e deixaram-nos ir.” Obedeceram Pedro e os outros apóstolos a esta ordem daquele supremo tribunal? A própria Palavra escrita de Deus nos dá a resposta, dizendo: “Êstes, portanto, retiraram-se do Sinédrio, alegrando-se porque tinham sido considerados dignos de ser desonrados por causa do seu nome. E todos os dias, no templo e de casa em casa, continuavam sem cessar [note: sem cessar] a ensinar e a declarar as boas novas acerca do Cristo, Jesus.” — Atos 5:40-42, NM.
15. (a) Como expressou Deus êste mesmo princípio mediante Moisés, muito antes de Pedro? (b) Como foi o princípio desta declaração reafirmado por Jesus Cristo em resposta a uma pergunta?
15 Desde então têm passado dezenove séculos, mas aquilo que Pedro e seus coapóstolos disseram àquele tribunal religioso, lá naquele tempo, permanece ainda de pé como princípio governante em nossos dias. Muito antes dos dias de Pedro, o próprio Deus declarara este mesmo princípio à nação de Israel, por meio de Moisés, nas seguintes palavras: “Não te inclinarás diante de outro deus, porque Jeová está exclusivamente devotado ao seu nome. Êle é um Deus que exige devoção exclusiva.” (Êxo. 34:14, NM) Esta não é apenas uma de tantas outras leis contidas no acordo escrito do pacto que Deus fizera com Israel. É a declaração dum princípio ou duma regra de conduta que é eterna e universal, aplicando-se a todas as criaturas, no céu e na terra. Êste princípio foi novamente declarado pelo próprio Jesus Cristo, em resposta à pergunta: “Instrutor, qual é o maior mandamento na Lei?” Jesus respondeu: “‘Tens de amar a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de toda a tua mente.’ Êste é o maior e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a êste, é:‘Tens de amar a teu próximo como a ti mesmo.’ Dêstes dois mandamentos dependem tôda a Lei, e os Profetas.” (Mat. 22:35-40, NM) Assim somos informados do princípio básico que percorre todas as Escrituras Sagradas, inclusive a Lei e os Profetas.
16. (a) Como temos de amar a Deus em comparação com nós mesmos e nosso próximo? (b) De que modo vem sob êste mesmo requisito a resposta de Jesus à pergunta sôbre o impôsto?
16 As criaturas humanas que são teocráticas nos seus princípios amam a Jeová como Deus e Dominador, como O Teocrata. Para têrmos seu amor e sermos favorecidos com vida eterna no seu novo mundo temos de amá-lo. De acordo com seu maior mandamento, conforme declarado pelo seu Filho Jesus, temos de amar a Jeová, não como amamos a nós mesmos ou como amamos nosso próximo. Temos de amá-lo mais do que a nós mesmos ou ao nosso próximo, sim, mais do que toda a nação de nossos próximos. Jesus disse que temos de amar a Jeová Deus com nosso tudo. Êste fato nos dá maior entendimento daquilo que Jesus queria dizer quando respondeu à pergunta capciosa: “É lícito pagar tributo a César, ou não?” Visto que a moeda do tributo tinha a efígie de César gravada nela, Jesus disse: “Pagai, pois, de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” (Mat. 22:15-21, NM) Ora, no que se refere a estes dois governantes, qual deles deu a nós criaturas o coração, a alma e a mente? Foi o César político? Ou foi Deus? Não foi César, mas foi Deus quem nos deu estas coisas essenciais para nossa vida inteligente. Portanto é a Deus, não a César, que temos de pagar de volta estas coisas, as quais são muito mais valiosas e incluem muito mais do que o imposto de César.
17. (a) Como pagamos de volta as coisas de César, e como as coisas de Deus? (b) Em harmonia com a ordem de Deus, qual tem de ser nosso lema?
17 É correto pagar a César impostos, em troca dos serviços que o estado político presta aos seguidores de Cristo. Como, porém, podemos devolver a Deus as coisas de Deus? Por obedecermos teocraticamente ao mandamento supremo do universo, amando a Jeová, nosso legítimo Deus, de todo o coração, alma e mente. Assim, em harmonia com o princípio básico dos dois maiores mandamentos, conforme declarados por Jesus Cristo, nosso lema tem de ser, não: Por Deus e pátria, mas: Por Jeová e por nosso próximo como por nós mesmos. Não por nosso próximo em primeiro lugar, mas por Jeová, nosso Deus, em primeiro lugar. Não por nosso próximo mais do que por nós mesmos; mas por Deus mais do que por nós mesmos e por nosso próximo.
18. (a) Ao pagar o impôsto, estava Jesus deificando a Tibério César? (b) Que ordem deu Jesus a seus seguidores para não deificarem o Estado?
18 Não esqueçamos que o César romano tinha sido feito deus na terra, tinha sido deificado pelos romanos. Mas quando Jesus Cristo pagou imposto a César, como judeu ou israelita segundo a carne, êle não estava com isso reconhecendo a Tibério César como deus. Jesus não deificou o imperador romano, nem o estado político. Os seguidores de Jesus são ordenados por êle a não deificarem a qualquer estado político deste velho mundo. Êste mandamento foi declarado por Jesus na noite antes de êle ser pregado na estaca pelos soldados do império de César. Naquela noite êle estabeleceu a refeição noturna do Senhor com o pão e o vinho, daí disse aos seus fiéis apóstolos:“Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm autoridade sôbre elas são chamados de ‘Benfeitores’. Vós, porém, não deveis ser assim. Mas, aquêle que é maior entre vós torne-se como o mais jovem, e aquêle que age como principal, como o que ministra. Pois, quem é maior, aquêle que se reclina na mesa ou aquêle que ministra? Não é aquêle que se reclina? Mas eu estou no meio de vós como aquêle que ministra.” — Luc. 22:25-27, NM.
19. De que modo estaríamos deificando a César ou o Estado, e que obrigações para com Jeová Deus estaríamos violando?
19 Assim, Jesus não tentou deificar-se, nem falar da deificação do César que cobrava impostos. Os fiéis seguidores de Jesus, a fim de manterem a integridade para com Jeová, têm de imitar a Jesus, apegando-se a êste mesmo princípio e não deificando a César, a quem temos a obrigação de pagar impostos agora. Os cristãos que imitam a Cristo estariam violando sua dedicação a Jeová Deus se deificassem a César ou o estado político por darem a César seu tudo e assim dando a César o lugar de Deus na sua adoração e nas suas afeições.
ADORANDO A BÊSTA-FERA
20, 21. (a) Quem cumpre hoje o quadro de Apocalipse 14:6? Como? (b) Depois daquele quadro, que aviso se dá contra a deificação de César ou do estado político?
20 Há mais de dezoito séculos, Apocalipse 14:6 representou profeticamente como, em nossos dias, as “boas novas eternas” seriam declaradas como boas notícias a toda nação, tribo, língua e povo na terra. Neste sentido, hoje em dia, as testemunhas de Jeová em toda a terra obedecem à ordem de Jesus em Mateus 24:14. Sim, pregam as boas novas de que o reino de Deus foi estabelecido em 1914, com a entronização de Cristo e a sua coroação nos céus. Em resultado desta pregação de tais boas novas, em toda a terra habitada, todas as nações recebem um testemunho antes que venha o fim de todas estas nações na vindoura guerra universal do Armagedon. Depois de se apresentar o quadro da proclamação das boas novas eternas a todas as nações e povos, apresenta-se outro quadro profético, em Apocalipse capítulo 14, admoestando os cristãos para não deificarem a César ou o estado político. Lemos ali:
21 “E outro anjo, um terceiro, seguiu-os, dizendo em voz alta: “Se alguém adorar a bêsta-fera e a sua imagem, e receber um sinal na sua testa ou na sua mão, êle beberá também do vinho da ira de Deus, que é derramado, sem ser diluído, no cálice da sua ira, e êle será atormentado com fogo e enxofre à vista dos santos anjos e à vista do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento ascende para todo o sempre, e êles não têm descanso, dia e noite, os que adoram a bêsta-fera e a sua imagem, e todo aquêle que receber o sinal do seu nome. É nisto que se requer perseverança dos santos, dos que observam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus.“ — Apo. 14:9-12, NM.
22. Que espécie de animal é esta “bêsta-fera”? Que fazem os que perdem a salvação, para com esta bêsta-fera?
22 Segundo o capítulo precedente, ou segundo Apocalipse 13:1-8, a bêsta-fera sai do mar. No entanto, não é um animal marinho, mas sim um animal terrestre, com aspecto de leopardo, de urso e de leão, tudo junto. Não pode ser realmente uma combinação de animais, visto que se diz que tem o trono dum governante e usa diademas. Fala também blasfêmia contra Deus e contra seu nome e residência, e contra os habitantes do céu, e trava guerra contra os santos de Deus e obtém autoridade sobre tôda tribo, todo povo, toda língua e tôda nação. É esta a razão por que os habitantes humanos da terra adoram esta bêsta-fera, mas todos os que fizerem isso não alcançarão a salvação no novo mundo de Deus.
23, 24. Segundo comentários de autoridades católicas romanas, que simboliza a bêsta-fera de Apocalipse 13:1?
23 Entre os comentários interessantes a respeito de que esta bêsta-fera representa em nossos dias, há os das autoridades católicas romanas. Na tradução inglêsa chamada “O Novo Testamento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, de F. A. Spencer, O. P., editado por C. J. Callan, O. P., e J. A. McHugh, O. P. (1946), sua nota marginal sobre Apocalipse 13:1 reza: “Esta primeira Bêsta parece representar o poder político enfileirado contra o cristianismo.” Outra tradução inglêsa, “O Novo Testamento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, traduzido da Vulgata Latina”, editada por eruditos católicos sob o patrocínio da Comissão Episcopal da Confraternidade da Doutrina Cristã, em 1941, diz na sua nota marginal sobre o mesmo versículo: “O quadro da primeira bêsta baseia-se no capítulo sete de Daniel. Esta bêsta é a figura dos reinos do mundo, reinos fundados na paixão e no egoísmo, os quais, em todas as eras, são antagônicos a Cristo e procuram oprimir os servos de Deus. A Roma imperial representa êste poder.”
24 Cuthbert Lattey, S. J., e Joseph Keating, S. J., editores gerais da “Versão Westminster das Escrituras Sagradas”, Volume IV, em inglês, de 1931, dizem na sua nota marginal sôbre Apocalipse 13:1: “No Apocalipse, ‘a bêsta’ combina os poderes das quatro ‘bêstas’ ou impérios diferentes descritos por Daniel. Simboliza o poder político, a força material que o mundo põe à disposição do dragão, para oprimir os servos de Deus. Este poder é representado pelo incorporado no Império Romano.” Ainda outro comentário católico romano sôbre êste versículo acrescentará o seguinte testemunho: A edição Murphy da Bíblia Sagrada, Versão Douay, em inglês, aprovada pelo Cardeal James Gibbons, e editada pela John Murphy Company, editores da Santa Sé, diz na sua nota marginal: “Esta primeira bêsta de sete cabeças e dez chifres é provavelmente a companhia inteira de infiéis, inimigos e perseguidores do povo de Deus, desde o princípio até o fim do mundo. As sete cabeças são sete reis, isto é, sete reinos principais de impérios, que têm exercido, ou exercerão, poder tirânico sôbre o povo de Deus; dentre êstes, cinco já tinham caído então, a saber: as monarquias egípcia, assíria, caldéia,a persa e grega; um deles achava-se presente, a saber, o império de Roma: e o sétimo e principal ainda havia de vir, a saber, o grande anticristo e seu império. Entende-se que os dez chifres representam dez perseguidores menores.“
25. Que representa, portanto, a adoração da bêsta-fera? Para quem é isso aviso?
25 Segundo todos os comentários católicos romanos mencionados acima, a adoração da bêsta-fera de Apocalipse 13:1-8 e 14:9 não podia significar nada menos do que a adoração do estado político. A bêsta-fera não simboliza qualquer sistema político específico, mas reune-os ou amalgama-os todos num único sistema mundial. Êste quadro da adoração do estado aplica-se, portanto, em toda a terra, quer certos sistemas políticos estejam diretamente incluídos na simbólica “bêsta-fera” ou sejam apenas aliados políticos dela. Êste é consequentemente um aviso às pessoas em toda a terra, que desejam ser verdadeiros cristãos, e nós mesmos o aceitamos em toda a seriedade.
26. Manterá alguém a sua integridade por recusar adorar a bêsta-fera e receber um sinal? Como sabemos isso?
26 Haverá alguém que mantenha a sua integridade para com Jeová Deus, recusando adorar a bêsta-fera e sua imagem e recusando receber o sinal marcado a ferro nas suas testa ou na sua mão? Nem todos os homens que apenas alegam ser cristãos manterão a integridade por se apegar ao princípio de adorar o único Deus verdadeiro e vivo e de amá-lo de todo o coração, alma e mente. Apocalipse 20:4 diz quem manterá a. integridade e será recompensado, nestas palavras: “Vi as almas daqueles que foram executados com o machado por causa do testemunho que deram de Jesus e por falarem respeito de Deus, e aquêles que não tinham adorado nem a bêsta-fera, nem a sua imagem, e que não haviam recebido o sinal na sua testa e na sua mão. E vieram à vida e dominaram como reis junto com Cristo, por mil anos.” (NM) O versículo 6 acrescenta: “Feliz e santo é todo aquêle que tiver parte na primeira ressurreição; sobre êstes a segunda morte não tem autoridade, mas serão sacerdotes de Deus e do Cristo, e dominarão como reis junto com êle, por mil anos.” Êstes são os santos que perseveram até o fim, observando os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Êles têm nestes últimos dias uma grande multidão de companheiros de boa vontade.
27. De que são libertos por manterem a integridade, e em serviço de quem sacrificam suas vidas?
27 Por manterem a integridade, todos êstes ficam desobrigados de beber do simbólico “vinho da ira de Deus” e de serem “atormentados com fogo e enxofre [simbólicos], dia e noite, à vista dos santos anjos e à vista do Cordeiro’. Recusam submeter-se à compulsão aplicada para fazer os homens violar o princípio da devoção exclusiva a Deus, como predito em Apocalipse 13:15-17. Êles sacrificam as suas vidas por Deus e pelo Cordeiro Jesus Cristo, não no serviço da bêsta-fera e da sua imagem. Esta bêsta-fera, representada pela sua sexta cabeça, matou a Jesus Cristo e depois perseguiu os verdadeiros cristãos através do seu império, executando-os com o machado ou torturando-os e matando-os de outros modos cruéis. As relíquias modernas do império romano continuam a manifestar o mesmo espírito perverso para com os cristãos que imitam a Cristo.
28. No serviço de quem estava o centurião Cornélio quando chegou pela primeira vez em contato com o cristianismo? Pediu êle baixa do serviço militar depois de ter sido batizado?
28 Cornélio, como “oficial do exército [ou centurião], da “corte italiana’, como era chamada”, estava a serviço da sexta cabeça da bêsta-fera quando veio a conhecer o cristianismo. Não se achava no serviço de campo, mas estava orando na sua casa, em Cesaréia, quando lhe apareceu em visão um anjo de Deus e lhe disse que mandasse buscar a Pedro, o apóstolo. Foi também na casa de Cornélio que Pedro pregou, quatro dias mais tarde, tanto a êle como aos seus parentes e amigos íntimos. Foi sob estas circunstâncias que Deus derramou seu espírito sôbre Cornélio e sôbre os outros que criam na mensagem, junto com êle. À ordem de Pedro, Cornélio e os outros crentes novos foram batizados em água, assim como tinham sido batizados com espírito santo. (Atos 10:1-48, NM) O livro dos Atos dos Apóstolos não declara o que o centurião Cornélio fêz depois disso, se êle pediu baixa do serviço militar como centurião romano, ou não.
29. (a)Se Pedro tivesse instruído Cornélio a pedir baixa, o que poderia ter acontecido? (b) Se a Bíblia desse instruções diretas nisso, o que teria acontecido?
29 Sem dúvida, Cornélio, sob a operação do espírito santo de Deus, aplicou aos seus negócios e relações pessoais os princípios do cristianismo, sôbre os quais palestrou com Pedro “por alguns dias” depois disso. Cornélio não era judeu circunciso, e, como centurião romano, não estava empenhado numa guerra teocrática assim como Josué, filho de Nun, e Davi, o matador do gigante Golias, muitos séculos antes daquele tempo. (Jos. 10:1-11:23; 1 Sam. 17:4-54; 2 Sam. 8:6-14) Se Pedro tivesse dito a Cornélio que pedisse baixa, Pedro poderia ter sido acusado de obstruir o programa militar da sexta cabeça da “bêsta-fera”, e poderia ter sido executado por essa ação, em vez de pela pregação da mensagem de Deus, sem transigência nem diminuição. Assim também, se a Palavra escrita de Deus, especialmente o chamado Novo Testamento, escrito por cristãos sob inspiração, dissesse diretamente aos cristãos dedicados o que deviam fazer quando confrontados pela convocação para o serviço militar por parte da sexta e da sétima cabeça da simbólica bêsta-fera, sem dúvida, a Bíblia Sagrada teria sido proibida ou proscrita em todo país sob controle da “bêsta-fera”, especialmente por suas instruções sôbre a questão militar.
30. Portanto, que ajuda fornecem as Escrituras Sagradas aos cristãos neste assunto? Quem tem de assumir a responsabilidade pela decisão?
30 Portanto, na sabedoria de Jeová Deus, suas inspiradas Escrituras Sagradas refreiam-se de dar conselho direto. Suas Escrituras declaram apenas os princípios teocráticos que deviam governar os cristãos e daí deixa entregue aos cristãos dedicados, semelhantes a Cornélio, aplicar êstes princípios coerentemente ao seu caso pessoal, sob a sua própria responsabilidade, a fim de manterem a integridade para com Deus. Além de explicar os verdadeiros princípios cristãos, bíblicos, na Palavra de Deus, nenhum cristão ou corpo de cristãos tem a comissão ou a responsabilidade divina de instruir outro cristão diretamente sôbre que deve fazer neste assunto. Cada um tem de decidir por si mesmo o que deve fazer.
[Nota]
a Ou, babilônica.