Os Filipinos não se Esqueceram
O povo das Ilhas Filipinas sofreu quase que continuamente, por três séculos, sob o domínio da igreja estatal da Espanha católica. Foi liberto de tal domínio pelos Estados Unidos, no ano de 1898 e foi-lhe concedida plena liberdade em 4 de julho de 1946. Para que os filipinos não se esquecessem da sua luta contra o domínio da igreja estatal, domínio este corruto e intolerante, o legislativo votou, em 28 de maio de 1958, um projeto de lei (N.° 1425), e o presidente Ramon Magsaysay, agora falecido, assinou-o em 15 de junho de 1956, tornando obrigatória a leitura, em todas as faculdades e universidades, de duas das novelas escritas por Rizal, filipino amante da liberdade. O teor do protesto destes livros pode ser visto pelos seus títulos, “Câncer Social” e “O Reinado da Ganância“. Embora a Hierarquia Católica, nas Filipinas, se opusesse vigorosamente a aceitação deste projeto de lei, alegando serem os livros heréticos e ímpios, ela não se atreveu a afirmar que não eram segundo os fatos. Os defensores deste projeto de lei argumentaram que o estudo destes livros inculcaria o amor pela liberdade e o amor pela pátria. Diga-se de passagem que o autor original deste projeto de lei, é católico, bem como cerca de oitenta por cento de todos os filipinos.