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  • Não Há Desculpa para o Traidor!
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
w58 15/9 pp. 548-551

Não Há Desculpa para o Traidor!

Muitos especulam hoje sôbre a sorte de Judas. Mas, não há necessidade disso, em vista do testemunho explícito da Bíblia, conforme mostrará o artigo que segue.

QUANDO nasceu um menino ao Sr. Simão Iscariotes e a senhora, da aldeia judaica de Cariot, no princípio de nossa Era Cristã, êles tinham grandes esperanças quanto a êle. Sendo pais tementes a Deus, deram-lhe o nome de Judas, que significa “Louvado” sendo esta a forma grega do nome Judá. Mas, Judas falhou tanto com respeito às expectativas dêles, que nenhuns pais que conhecem a sua vida pensariam em dar ao seu filho o nome de Judas.

Contudo, há muitos que oferecem desculpas para Judas. Uma opinião típica da tida por muitos cristãos professos é a encontrada na Interprer’s Bible (A Bíblia do Interpretador). Em João 18:2 ela fala do “Mistério de Judas” e passa a dizer que “neste ponto o Quarto Evangelho fica . . . insatisfatório, especialmente quanto a Judas. . . . Não há nem um pouco de esperança para êle no horror insuportável que este homem sentiu de si mesmo e de seu ato?” “O amor de Cristo é bem maravilhoso. E a minha experiência com êle ainda me faz abrigar esperanças para Judas e para mim. — Vol.8, págs. 754-757.

Deveras, a misericórdia é uma virtude que todos nos devemos possuir e mostrar, se é que queremos receber misericórdia. (Mat. 5:7) Mas, visto que Jesus chamou Judas de “filho da destruição” e disse a respeito dele: “Teria sido melhor para ele se tal homem não tivesse nascido”, podemos apresentar desculpas para Judas? Não, não podemos, embora nós mesmos necessitemos de misericórdia. Jesus, que entendeu os corações dos homens melhor do que qualquer outro homem na terra, decidiu o assunto para todos os que crêem na inspiração da Bíblia. Uma consideração cuidadosa de seu testemunho revelará que Judas não constitui mistério nenhum. — João 17:12; Mat. 26:24, NM.

É de interesse notar-se que Judas Iscariotes parece ter sido o único dos doze apóstolos que não era galileu, sendo êle de Judá. Nos dias dêle, a Palestina consistia em Judá, Galileia e Samaria. Os de Judá menosprezavam os galileus, e ambos menosprezavam ainda mais os samaritanos. Também, os galileus tinham um dialeto ou sotaque inculto. Foi por isso que alguns duvidavam da negação de Pedro quanto a Jesus, seu sotaque traindo-o como galileu. É bem provável, portanto, que Judas se considerasse melhor que os outros. Ter êle sido feito tesoureiro pode também indicar que teve melhor instrução do que os outros. — Mat. 26:73; Luc. 22:59.

No entanto, embora tais fatos possam lançar luz sôbre a disposição de ânimo de Judas, não o desculpam de ter-se tornado traidor. Os escritores dos Evangelhos certamente não o desculpam. Mateus e Marcos, ao alistarem os doze, não somente colocam a Judas em último lugar,mas acrescentam “que o traiu”; enquanto que Lucas o expressa ainda mais forte, “que se tornou traidor”. De fato, a sua justa indignação se evidencia quase que em cada referência que fazem a êle. — Mat. 10:44; Mar. 3:19; Luc. 6:16.

JUDAS TORNOU-SE MAU GRADUALMENTE

Nem Jesus desculpou a Judas. Além das precedentes, as únicas referências adicionais a Judas nos relatos dos Evangelhos, até a semana final do ministério terrestre de Jesus, são as palavras fortes de condenação de Judas proferidas por Jesus, conforme registradas em João 6:64, 70 (NM). “Desde o início, Jesus sabia quem eram os que não criam e quem era aquêle que o havia de trair.” Não é que Jesus escolheu deliberadamente um traidor, isso seria completamente inconcebível, antes, é que assim que o coração de Judas tornou-se mau, Jesus o notou. Neste mesmo respeito Jesus disse mais: “Eu escolhi a vós doze; não escolhi? Contudo, um de vós é caluniador.” Sem dúvida, Judas entendeu o sentido destas palavras, mesmo que os outros não o entendessem. Incidentalmente, a palavra traduzida por “caluniador” é diabolos, palavra que, com poucas exceções, é traduzida “Diabo”.

É óbvio que Judas, dia após dia, vivia em fingimento. No início de sua vocação, êle se regozijava com as boas novas do Reino que Jesus pregava. E, semelhante aos outros, esperava um reino terrestre. Mas, no seu caso, na luta entre o amor pela justiça e o amor por lucro egoísta, o amor por lucro egoísta venceu. Ao descobrir que seguir Jesus significava tomar a vereda estreita e apertada da abnegação, Judas começou a enganar. Recusou pagar o preço, mas recompensou a si mesmo do fundo comum que se lhe confiara, razão pela qual João o chama diretamente de ladrão. Os avisos de Jesus contra a ganância e o amor do dinheiro caíram em ouvidos surdos no que se refere a Judas. Nem viu êle nada de incoerente em apropriar-se do dinheiro do fundo comum que fôra contribuído em apreciação para as curas espirituais e físicas recebidas, enquanto ao mesmo tempo Jesus, seu Mestre, não tinha onde reclinar a cabeça”. Neste respeito, Judas pode ser comparado a Geazi, servo de Eliseu, que procurava lucrar da cura de Naamã por parte de seu senhor e que ficou atacado de lepra. O egoísmo de Judas fêz que ficasse atacado duma lepra espiritual incurável, o pecado deliberado. — Mat. 8:20; 2 Reis 5:1-27; Heb. 10:26-29.

Mas, “não ha cousa occulta, que não venha a ser manifesta; nem cousa secreta, que se não haja de saber”. E assim, as circunstâncias tornaram finalmente claro a todos que, embora Judas se associasse com Jesus e seus apóstolos, ele, no coração, não era um dêles. Era a época da páscoa do ano 33 E.C., e “os principais sacerdotes e os phariseus tinham dado ordens que se alguém soubesse onde ele estava, o denunciasse, para o prenderem”. (Luc. 8:17; João 11:57) Jesus e seus discípulos eram hóspedes no lar de Simão, o leproso, quando Maria, irmã de Lázaro e de Marta, veio e, “tomando uma libra de perfume de nardo puro, mui precioso, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos”. Os relatos de Mateus e de Marcos dão a entender que ela derramou êste óleo perfumado também sôbre a cabeça de Jesus. — João 12:1-3.

Mas, isto era demais para o cobiçoso, desonesto e desamoroso Judas. Conforme continua o relato: “Judas Iscariotes, um de seus discípulos, aquele que o havia de trair, perguntou: Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários e não se deu aos pobres? Isto disse ele, não porque cuidasse dos pobres; mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se deitava. Respondeu Jesus: Deixai-a, afim de que guarde isso para o dia da minha sepultura; porque os pobres sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.” — João 12:4-8.

Ao passo que tanto Mateus como Marcos dão a entender que outros participavam nesta objeção, o relato de João torna aparente que estes apenas se juntavam a Judas no que pensavam ser um ponto razoável, não suspeitando nenhum motivo ulterior. A ferroada desta repreensão, por ter feito uma objeção ostensivamente razoável, conforme notada pelos outros que tomaram o lado dêle, fêz que Judas permitisse que a amargura, o ódio e o próprio Diabo entrassem no seu coração. “Então”, conforme Mateus o conta, “Judas Iscariotes . . . foi ter com os principais sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E êles lhe ofereceram trinta moedas de prata. E desde então buscava ele oportunidade para o entregar”. — Mat. 26:14-16, NTR; Mar. 14:3-11.

O papel que a ganância desempenhava no proceder de Judas será melhor apreciado quando notarmos exatamente o que estava envolvido em matéria de valores. Realmente, as trinta moedas ou siclos de prata, o preço dum escravo, talvez tivessem sido tão pouco como o equivalente de 12 dólares. (Êxo. 21:32) E os 300 denários são calculados em 51 dólares. Mas nos dias de Jesus, o denário, segundo Clarcke’s Commentary, era o salário comum de um dia. Nesta proporção, a soma que Judas recebeu equivalia a dois meses e meio de salário, enquanto que o precioso óleo perfumado representava o salário de um ano inteiro, considerando-se que eles não trabalhavam nem no sábado, nem num dia de festa. — Mat. 20:2.

Indicando ainda mais a profundeza da depravação de Judas há o fato de êle ser capaz de se reunir com os doze, para celebrar a páscoa anual, fingindo hipocritamente participar do espírito da ocasião, como faziam os outros. Note-se também a sua temeridade naquela noite, a de perguntar, depois de Jesus ter anunciado que um dêles o trairia: “Acaso sou eu, Rabi?” A resposta de Jesus: “Isso cabia a ti dizer”, pode ter soado enigmática para os outros, mas, sem dúvida, Judas entendeu o pleno significado dela, assim como ele entendeu também a observação adicional que Jesus lhe fêz: “O que fazes, faze-o mais depressa.” — Mat. 26:25; João 13:21-30, NM.

Tendo despedido a Judas como sendo indigno de estar presente, Jesus instituiu o memorial de sua morte, “a refeição noturna do Senhor”, ou “a ceia do Senhor”, como é geralmente chamado. Depois desta refeição e do conselho de despedida que Jesus lhes deu, êle e os onze saíram para o jardim de Getsêmani, onde Jesus orou. Pouco depois, veio Judas . .. e com êle uma grande multidão, com espadas e com varapaus, da parte dos principais sacerdotes e dos homens mais idosos, de influência, do povo. E, dirigindo-se diretamente a Jesus, disse: ’Bom dia, Rabi? e beijou-o mui ternamente. Mas Jesus disse-lhe: ‘Companheiro, com que propósito estás aqui?’” “Judas, com um beijo trais o Filho do homem?” — Mat. 26:47, 49, 50; Luc. 22:48, NM.

NÃO MERECE PIEDADE

Um assassino talvez mate a sangue frio, e depois, vendo os resultados de seu crime, sinta remorsos. Assim foi com Judas. Seu ato não foi feito impulsivamente, devido à pressão e à fraqueza carnal, como era o caso quando Pedro negou ao seu Senhor três vêzes. Não, no caso de Judas estava envolvido malícia, orgulho, hipocrisia, premeditação e seguir o proceder premeditado. É também necessário ter em mente que, por causa da condição má de seu coração, Satanás pôde penetrar nêle e instigá-lo. O fato de que depois sentiu remorsos, por causa do fardo de culpa ou da sua penalidade, não o desculpa. Semelhante a Esaú, chorou em vão. Ele mesmo reconheceu este fato, e, incapaz de viver mais consigo mesmo, cometeu suicídio, admitindo a bancarrota moral. Assim lemos: “Então Judas, aquêle que o traíra, vendo que Jesus fôra condenado, devolveu, compungido, as trinta moedas de prata.” Quando os sacerdotes recusaram o dinheiro, então Judas, “tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se, e foi enforcar-se”. — Mat. 27:3-10, NTR.

Note-se, de passagem, que, embora os críticos dêem grande destaque ao fato de que o relato de Mateus, apresentado acima, difere do que Pedro disse sobre Judas, que “precipitando-se de cabeça para baixo, arrebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram” êles não se contradizem. Sugeriu-se que Judas se enforcou numa árvore em terreno escarpado. Rompendo-se a corda ou o galho, o fim de Judas pode ter-se dado exatamente como descrito por Pedro. — Atos 1:16-18.

Assim, os fatos registrados nas Escrituras ajudam-nos a entender por que Jesus chama Judas de “filho da destruição”, e por que êle disse que “teria sido melhor para êle se tal homem não tivesse nascido”. Não há justificativa para se formarem teorias sôbre , “o mistério de Judas”; e a tentativa de desculpá-lo nos levaria ao laço duplo da rebelião e da negligência.

Visto que a sentença de Deus deixa o caso de Judas sem esperança, é rebelião da nossa parte mostrar-lhe compaixão. Esta regra foi declarada repetidas vêzes por Deus nos seus tratos com seu povo, Israel. Por isso, quando Nadab e Abiú foram mortos por Jeová por oferecerem um fogo ilegítimo, Jeová avisou que Aarão e seus outros filhos não os deviam lamentar. Quando Samuel lamentou a rejeição de Saul como rei, Deus repreendeu-o por isso. E lemos repetidamente que se disse a Jeremias a respeito do seu povo que era deliberadamente iníquo: Tu pois não ores por êste povo, nem levantes por êle clamor ou oração, nem me importunes, porque eu não te ouvirei.” Nossa atitude, em todos os tempos, deve ser como está expresso: “Grandes e maravilhosas são as tuas obras, Jeová Deus, o Todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, Rei da eternidade.” — Jer. 7:16, Al; Apo. 15:3, NM.

E, se tivéssemos esperança para Judas, isso nos encorajaria a tornar-nos descuidados. Se houver esperança para um arquitraidor, aquêle que traiu o Filho de Deus, então haverá também esperança para nós, não importa o que façamos, visto que simplesmente não poderíamos descer tão baixo, já que o Filho de Deus nunca mais vem à terra como homem. Antes, temos de reconhecer que Judas deve ter começado, de modo correto, ou Jesus não o teria escolhido. Mas, êle permitiu que o egoísmo o vencesse e entregou-se finalmente ao Diabo. Seu fim, portanto, enfatiza-nos fortemente o conselho encontrado em Provérbios, 4:23: “Guarda com toda a diligência o teu coração, pois dele procedem as fontes da vida.”

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