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  • Cumprindo Meu Propósito na Vida
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1959
w59 1/8 pp. 476-479

Cumprindo Meu Propósito na Vida

Conforme relatado por Charles Eisenhower

FOI em 1933, num sitio de Pensilvânia, E. U. A., que conheci pela primeira vez as testemunhas de Jeová. Meu pai pediu emprestado o livro Govêrno ao meu professor de escola dominical. Ele gostou tanto do livro, que, ao devolvê-lo, voltou para casa com outro livro intitulado A Harpa de Deus. Meu pai passava quase todas as horas livres lendo estas publicações.

Um dia êle disse à minha mãe e a mim o que tinha estado lendo. “Estes livros”, disse ele, “falam acêrca do reino de Deus. Provam que a terra não será queimada, e que não existe tal lugar como inferno de fogo, como ensinam os clérigos”, e como se nos ensinava na igreja luterana.

O que meu pai disse fêz-me feliz. Ainda que eu fôsse um rapaz de apenas quatorze anos, não podia entender por que um Deus de amor haveria de querer destruir este planeta, nem podia entender por que ele haveria de querer torturar pessoas no fogo para todo o sempre. Segundo meu parecer, a terra era um lugar bonito. Muitas vêzes eu saía a caminhar pelos bosques perto de casa, e a beleza e a serenidade me emocionavam. “Se ao menos a terra toda fosse tão formosa e pacífica como isto”, dizia eu para mim mesmo. De modo que o que meu pai disse me alegrou grandemente. Deu-me ânimo e esperança e aumentou enormemente a apreciação que eu tinha de Deus.

Pouco depois que meu pai nos falou, minha mãe e eu começamos a estudar a Bíblia com as testemunhas de Jeová. Não muito tempo depois abandonamos a igreja luterana e nos tornamos pregadores das boas coisas que havíamos aprendido como testemunhas de Jeová. Falamos primeiro aos nossos vizinhos e depois a outros.

O trabalho no sítio nos mantinha ocupados, mas não deixávamos que isso interferisse com o nosso serviço dominical. Fielmente, todos os domingos, saíamos a pregar, passando quase o dia todo fora. Daí, à noite, viajávamos vinte e cinco milhas para assistir ao estudo da Sentinela.

A primeira vez que preguei numa cidade fui detido e levado à delegacia de polícia. Isto me preocupou consideravelmente, até que cheguei à delegacia e encontrei ali outras testemunhas. Todavia, apenas a pregação dominical não me satisfazia. Queria fazer mais. Foi durante esse tempo que comecei a pensar em fazer do serviço de pioneiro meu propósito na vida.

Passaram-se os anos, porém. Na realidade, minha irmã Viola, que no princípio se opunha à obra das testemunhas de Jeová, já se tinha tornado testemunha e estava fazendo o serviço de pioneiro. Não foi senão em setembro de 1938 que eu fui imerso, e no mês seguinte comecei a cumprir meu propósito na vida como pioneiro.

Com uma só muda de roupa e trinta dólares no bôlso pus-me a caminho para Washington, D. C. Trabalhei ali alguns meses, morando numa casa para pioneiros. Mais tarde dirigi um caminhão equipado com alto-falante, e depois disso vivi num carro-reboque, pregando em distritos rurais e em aldeias. De Washington fui para Texas, onde aprendi realmente o que era ser pioneiro. Algumas noites fomos para cama com estômago vazio. Houve dias em que a única coisa que comemos foram frutas que havíamos trocado por literatura naquele dia. Mas havia sempre um amanhã em que as coisas podiam melhorar um pouco. Estas provas nos ensinaram lições preciosas de fé e de como Jeová provê. Em Texas fui designado pioneiro especial.

As dificuldades, as provações e as tribulações fizeram com que o ano de 1940 se destacasse. Fui detido pela polícia várias vêzes e interrogado quanto ao estado jurídico do meu ministério. Até mesmo o meu sobrenome atraiu a lei sobre mim. Meu sobrenome é Eisenhower, nome alemão. Devido a êste fato as autoridades de Texas me tomaram por espião nazista. Isto ainda me diverte. O nome Eisenhower não era ainda bem conhecido em todo o mundo como chegou a ser quando Dwight D. Eisenhower se tornou comandante das Forças Aliadas na Europa e, mais tarde, presidente dos Estados Unidos da América, dos quais Texas é parte.

Em duas ocasiões, enquanto seguia meu propósito na vida como pioneiro em Texas, as autoridades me ordenaram abandonar a cidade em vinte e quatro horas. Mas eu permaneci e continuei a trabalhar. Numa noite, a polícia veio e disse-me que abandonasse a cidade senão seria levado à força. Deram-me o prazo de duas horas. Estava concluindo um estudo bíblico quando voltaram. Vendo que eu não ia de minha própria vontade, levaram-me até o meu automóvel, escoltaram-me até os limites da cidade e disseram-me que seguisse o meu caminho. Eu fiz isso, mas, para a grande consternação dêles, voltei, não sozinho, mas com um grande grupo de testemunhas e trabalhamos na cidade. Formou-se um motim. Oitenta e nove de nós foram postos na cadeia durante setenta e duas horas, sem fiança. Acusaram-me de ser o chefe.

Enquanto estava prêso fui apresentado a uma linda irmã que, cêrca de três meses mais tarde, se tornou minha esposa. Já que não podia trabalhar nessa cidade, foi-me dada outra designação. Todavia, em 1942, voltamos para essa cidade onde havíamos sido presos, atacados por amotinados e lançados fora, e trabalhamos ali. Os citadinos nos expulsavam de alguns lugares, as mulheres corriam atrás de nós com vassouras, outras gritavam ameaças. Mas permanecemos e trabalhamos, e, finalmente, formamos uma pequena congregação. De lá, minha esposa e eu fomos designados a ir a Dallas, Texas, o que foi uma bênção, em contraste.

O mês de novembro de 1942 foi um mês memorável em nossa vida, porque naquele mês recebemos os formulários de petição para cursar a Escola Bíblica de Gilead da Watchtower, que havia de começar em fevereiro de 1943. Sentimo-nos extremamente inadequados, mas gratos pelo privilégio. Nossas petições foram aceitas. Vendemos nosso automóvel e carro-reboque e dirigimo-nos para a escola.

Aquela era a primeira classe de Gilead. A escola era nova, as classes eram novas, os instrutores e os estudantes eram novos. Tudo ali em conexão com a escola estava sucedendo pela primeira vez. Tanto nos metiam na cabeça, que, às vêzes, parecia impossível conter tudo. Com o tempo ficamos acostumados e Gilead ganhou um lugar muito querido em nossa vida. Durante os cinco breves meses que estivemos em Gilead aprendemos muito que nos ajudou a continuar no serviço.

Três meses depois de sair de Gilead, minha esposa e eu, junto com um grupo de dez outros missionários, fomos designados a ir a Cuba. Nós fomos os primeiros missionários da Torre de Vigia a sair dos Estados Unidos. As coisas em Cuba eram diferentes. A primeira noite dormimos no chão. No dia seguinte compramos camas e fizemos armários e camiseiras, tudo de caixas de maçã. Não possuíamos muito dos bens dêste mundo, mas éramos um grupo feliz.

Depois de estarmos estabelecidos, havia serviço de pregação para fazer. Atrever-se a sair num país estranho exigiu tremenda quantidade de coragem e fé. Os cubanos falavam espanhol de modo rápido. Eu não entendia nem uma palavra do que diziam. Felizmente para mim, tinha um fonógrafo e um sermão gravado em espanhol. Em Gilead tinha decorado alguns têrmos teocráticos e um curto sermão em espanhol, que repetia com certa destreza. De modo que, ao terminar o discurso gravado, eu fazia o melhor possível para explicar em espanhol o que estava fazendo. As pessoas ficavam penadas quando eu lutava com as palavras e massacrava seu belo idioma. Mas eram pacientes e bondosas, o que me animou grandemente. Quando não tinha mais coisas a dizer, simplesmente dizia adiós e seguia meu caminho.

Para dirigir um estudo em espanhol levava duas coleções de livros comigo, uma em inglês e outra em espanhol. Depois de algum tempo, vi que seria melhor tentar esquecer completamente o inglês e tentar pensar em espanhol. Aos poucos, podia notar que estava fazendo progresso. Isto me emocionava, porque sabia que estava aprendendo o idioma!

A obra prosseguiu bem. Várias das pessoas com quem tinha estudo se tornaram publicadores. Cuba havia chegado a ser meu lar. Após o Irmão Knorr, presidente da Sociedade Torre de Vigia, visitar Cuba em 1945, foi estabelecido um lar missionário. Debaixo de um novo arranjo que começou naquele tempo, vivíamos e comíamos melhor e fazíamos um trabalho melhor. Havia apenas 500 publicadores em Cuba quando nos chegamos em 1943. Depois de cinco anos, êsse número havia aumentado para 5.000. Tem sido uma felicidade para nós testemunhar êste aumento e sentirmo-nos parte dêle.

O Irmão Knorr nos disse que permaneceríamos em Cuba até que houvesse 5.000 publicadores. Visto que tínhamos êsse número, imaginamos se algum dia seríamos mudados para outro lugar. Mais cedo, porém, do que esperávamos, a Sociedade nos enviou uma carta perguntando se gostaríamos de ir para a Argentina. Não foi agradável pensarem deixar Cuba, porque tínhamos tantos amigos queridos. Mas, tendo resolvido fazer do serviço de pioneiro o nosso propósito na vida, avançamos.

Em 6 de outubro de 1948, seis de nós embarcamos com rumo a nosso novo país, a Argentina. É desnecessário dizer que estávamos emocionados e esperançosos. Agora, depois de nove anos no país, nos temos tornado bem parte do solo. Tomamos mate, comemos asado e nos sentimos muito apegados ao povo. Por mais de três anos servi como servo de circuito, visitando todas as congregações do país. Os publicadores têm-se tornado maduros e as congregações têm prosperado em número. Em 1953 fui designado servo da filial, e dou graças a Jeová por êste privilégio adicional de serviço e oro para que êle me oriente neste cargo de responsabilidade.

São quatorze anos que venho levando a vida de pioneiro missionário. Nem todos êsses anos têm sido fáceis. Não quero que pense assim. A vida de missionário não é sempre um mar de rosas. Há muitos obstáculos, mas, com fé em Jeová, podem ser vencidos. — 1 João 5:4.

Quando comecei o serviço de pioneiro em 1938, não tinha quase nada no que se refere a bens dêste mundo. Ainda não possuo muito, mas o que possuo não pode ser comprado com as riquezas do mundo. Tenho paz mental, gôzo de coração e contentamento genuíno — um tesouro nada pequeno — possuo todos êles. O glorioso tesouro de serviço de tempo integral tem-se tornado mais precioso para mim com cada ano que passa. Durante êsse tempo adquiri experiência de valor inestimável. Aprendi a confiar em Jeová e a fiar-me na sua organização, e a esperança de ganhar a vida eterna, que Jeová dá, arde em mim mais brilhante que nunca antes. Ser um servo de tempo integral do Rei dos reis e membro da sociedade do Novo Mundo é deveras algo digno em que se empenhar na vida.

Sentado aqui, escrevendo, não posso deixar de perguntar-me, porém, por que mais publicadores capacitados não se empenham no ministério de tempo integral. É minha esperança que esta experiência minha o inspire a pôr de lado o peso que lhe tem impedido fazer o serviço de pioneiro seu propósito na vida — a meta gloriosa que há.

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