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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
w58 15/11 pp. 685-688

Por Que a Contagem do Tempo Pelos Judeus é Diferente

A CRISTANDADE conta o tempo a partir daquilo que foi supostamente o ano do nascimento de Jesus, o anno domini, A. D., “no ano de (nosso) Senhor, i. e., Jesus Cristo” [época conhecida por Era Cristã, E. C.].a As datas antes daquele ano são chamadas de A. C., “antes de Cristo”. Os muçulmanos contam o tempo desde o ano em que Maomé fugiu de Meca, A. H., que se deu em 622 E. C. Os judeus contam o tempo desde o começo da criação, anno mundi, A. M., “no ano do mundo”. (Webster) Para evitar o reconhecimento subentendido de Jesus como Senhor ou Cristo, alguns, especialmente entre os judeus de língua inglêsa, evitam as abreviaturas B. C. (= A. C.) e A. D., e usam em vez disso B. C. E., que significa “antes da era comum”, e C. E., “era comum”, a qual, Segundo o Novo Dicionário Internacional de Webster, em inglês, equivale à Era Cristã.

Vez após vez, os leitores da Sentinela têm perguntado por que há uma diferença tão grande entre o modo em que os judeus contam o tempo e a contagem do tempo conforme publicada na revista Despertai! de 15 de maio de 1955. Segundo o calendário judaico, passaram-se 3.760 anos desde a criação de Adão até o ano 1 A. C., enquanto que o calendário na Despertai! apresentava 4.024 anos (desde o outono de 4025 A. C. até o outono de 1 A. C.), uma diferença de 264 anos entre os dois. Assim, os judeus chamam hoje o ano 1958 de 5718 A. M., em vez de 5982 A. M. Por quê?

Estranho como pareça, embora a data de 5718 A. M. para 1958 seja amplamente difundida entre os judeus, muito poucos depositam qualquer fé nos 3.760 anos antes de Cristo, em que supostamente se baseia. De fato, há uma grande diferença de opinião entre os próprios eruditos judaicos sôbre os méritos da cronologia bíblica. Neste respeito, o Dr. Edgar Frank, no seu livro Cronologia Talmúdica e Rabínica (1956), publicado em inglês, evita deliberadamente a consideração dos seguintes fatôres todo-importantes, mas controversiais, sôbre a data tradicional judaica. Êle mesmo os alista:

“A prova da exatidão dos dados cronológicos na Bíblia.

“A relação entre o Seder Olam, a base da cronologia judaica, e as datas fornecidas na Bíblia.

“Contradições entre os dados na cronologia judaica e a antiga história estabelecida.”

Não é surpreendente, portanto, verificar que a Jewish Encyclopedia (1925) declare numa nota marginal: “A base da cronologia bíblica sendo ainda um assunto de discussão, parece desejável apresentar os pontos de vista divergentes em artigos separados”; o que ela faz sem tentar harmonizar os pontos de vista em conflito. — Tomo 4, pág. 64.

The Universal Jewish Encyclopedia (1941) é mais definida, pois declara: “A cronologia bíblica não segue um sistema uniforme, mas varia de acôrdo com os escritores dos livros que compõem a Bíblia. . . Os críticos consideram a maioria dêstes algarismos na Tora [Pentateuco] como míticos. As idades dos antediluvianos derivaram-se aparentemente da mitologia babilônica, enquanto as dos patriarcas são consideradas como exageradas.” — Tomo 3, pág. 393.

Não obstante, há exceções. Em nítido contraste com os escritores mencionados há o Dr. Philip Biberfeld. No seu livro inglês, História Universal Judaica, Tomo 1, êle se esforça em reconciliar o período tradicional judaico de 3.760 anos tanto com a cronologia bíblica como com a história secular. Talvez se possa dizer que homens tais como êle usam com lógica a data de 5718 A. M. para 1958 E. C. Por que outros judeus a usam, não está inteiramente claro. Talvez seja apenas para evitar o uso do calendário “cristão”; ou por causa de incerteza; ou por causa de respeito pela tradição; ou por não se considerar o assunto de autenticidade vital. Seja como fôr, será de interesse notar como se chegou em primeiro lugar ao período de 3.760 anos, e como o Dr. Biberfeld se esforça em reconciliá-lo com a cronologia bíblica e a história secular.

DESDE ADÃO ATÉ ABRAÃO

Quem é responsável pela tradição judaica dos 3.760 anos? Quem a compilou primeiro? E em que difere êste cálculo daquele publicado na Despertai! ao ponto de fazer uma diferença de 264 anos? Concorda-se geralmente que a data judaica é o produto de José ben Halafta, erudito talmúdico do segundo século. Chamado de Seder Olam (“Sucessão da História do Mundo”), aparece no Seder Nizikim do Talmude Babilônico.

Aceitando o registro de Gênesis, este calendário concorda com a Bíblia até o tempo do Dilúvio. Naquele ponto, seu compilador fêz o êrro comum de contar o dilúvio como ocorrendo depois que Noé tinha 600 anos de idade, enquanto que veio no segundo mês do 600º ano de Noé. (Gên. 7:11) O calendário judaico, neste ponto, tem um ano mais do que devia ter, marcando o início do Dilúvio em 1656 A. M. em vez de em 1655.

O calendário judaico apresenta a seguir os anos desde o Dilúvio até o nascimento de Abraão como sendo 292 anos, fixando o nascimento de Abraão no tempo em que Terá tinha setenta anos de idade. Mas, segundo Gênesis 11:32 a 12:4, Abraão tinha setenta e cinco anos de idade quando Terá morreu à idade de 205 anos. Terá tinha, portanto, 130 anos, e não setenta, quando Abraão nasceu. Como é que se podia fazer êste êrro de sessenta anos — um êrro bastante comum? Por se entender errôneamente Gênesis 11:26, que reza: “Terah viveu setenta anos, e gerou a Abrão, a Nahor e a Haran.”

Note que êste texto não declara explicitamente que Abraão nasceu quando Terá tinha setenta anos de idade, mas apenas que Terá se tornou pai de três filhos depois de chegar aos setenta anos. Êste texto não diz exatamente quando nasceu cada um dos três filhos, mas, à base de outros textos torna-se claro que Abraão nasceu quando Terá tinha 130 anos de idade. O fato de que Abraão é mencionado primeiro não significa necessariamente que êle era o primogênito. Sem dúvida, foi mencionado primeiro por causa de seu destaque, por ter sido escolhido por Jeová. (Neste mesmo sentido, Jacó é mencionado na frente de seu irmão, embora Esaú fôsse o mais velho.) Neste ponto, o calendário judaico tem cinquenta e nove anos faltando, fixando o nascimento de Abraão em 1948 A. M., em vez de em 2007 A. M.

DESDE ABRAÃO ATÉ A ERA COMUM

O calendário judaico alista a seguir 500 anos desde o nascimento de Abraão até o êxodo do Egito. No entanto, Abraão tinha setenta e cinco anos de idade quando Deus fêz com êle seu pacto, conforme se nota em Gênesis 12:1-4. E outro testemunho bíblico. (Êxo. 12:41; Gál. 3:17) mostra que se passaram 430 anos entre o tempo em que se fêz êste pacto e o tempo em que se fêz o pacto da lei, imediatamente depois do Êxodo. Só podemos concluir que desde o nascimento de Abraão até o Êxodo decorreram 505 (75 + 430) anos, não 500. Especificando esta diferença, verificamos que o calendário judaico atribui 210 anos à estadia dos israelitas no Egito, enquanto que deve ter durado 215 anos. Neste ponto, o calendário judaico perde mais cinco anos, apresentando a data do Êxodo em 2448 A. M. em vez de em 2512 A. M. (1513 A. C.), faltando um total de sessenta e quatro anos.

Ao atribuir 480 anos inteiros ao tempo desde o Êxodo até a edificação do templo de Salomão, o calendário judaico ganha um ano, mas também erra em um ano. (1 Reis 6:1) Em que sentido? No sentido de que o número envolvido é um número ordinal, o 480.°ano, não um número cardinal, 480 anos. Isto significa que se passaram apenas 479+ anos entre os dois eventos em questão. Em razão disso, outro êrro bastante comum, faltam ao calendário judaico sessenta e três anos, sendo que êle apresenta o comêço do templo de Salomão em 2928 A. M., em vez de em 2991 A. M. (1034 A. C.).

No próximo período de tempo, o número dos anos da existência do “primeiro” templo, ou o templo de Salomão, o calendário judaico concede apenas 410 anos, enquanto durou realmente 427 anos, segundo os reinados dos diversos reis de Judá, segundo registrados nos dois livros dos Reis. Esta falta de dezessete anos faz que o calendário judaico erre em oitenta anos neste ponto. Contudo, reconhece o período da desolação como sendo setenta anos, e, portanto, a sua falta de oitenta anos aplica-se também à data que apresenta para a volta dos judeus da Babilônia: 3408 A. M. em vez de 3488 A. M. (537 A. C.).

O algarismo final envolvido no calendário judaico tradicional refere-se ao período de tempo da existência do segundo templo, que conta desde a volta dos judeus do exílio em Babilônia até a sua destruição em 70 E. C. Apresenta isso como sendo 420 anos. Entretanto, há muita confusão entre os eruditos judaicos sôbre se o rabino Halafta, seu compilador, datou corretamente a destruição do segundo templo. Por causa duma falta de dois anos, alguns dizem que êle errou em dois anos; outros dizem que êle considerou o ano da criação de Adão como sendo 3 A. M., em vez de 1 A. M. Em qualquer caso, tem de se acrescentar dois anos, quer antes da criação de Adão, quer ao período desde a volta dos judeus de Babilônia até 1 E. C., para se chegar ao período tradicional de 3760 anos antes da era comum. Êste último período envolve portanto 353 anos. Visto que 537 A. C. é uma data fixa, segue-se que o calendário judaico tradicional está em falta aqui num total de 184 anos. Isto, acrescentado à falta anterior de oitenta anos, dá-nos o total de 264 anos, conforme já mencionado.b

UM ESFORÇO SINCERO MAS FÚTIL

Conforme já mencionado, o Dr. O.Biberfeld afirma ter harmonizado a cronologia tradicional judaica de 3.760 anos antes da era comum com a Bíblia e com a história secular. De que modo tenta fazê-lo? Está êle bem sucedido? Não, não está, conforme mostrará o que segue.

Visto que êle concorda com a cronologia tradicional judaica até o tempo da entrada dos judeus, ou, antes, dos israelitas, na terra de Canaã, ate aquêle ponto já faltam na sua cronologia sessenta e quatro anos, conforme já demonstramos. A seguir, êle objeta aos 480 (479+) anos que decorreram segundo 1 Reis 6:1 entre o Êxodo e a construção do primeiro templo. Segundo êle, não viviam um número suficiente de gerações — conforme alistadas na genealogia de Davi — para explicar um período tão longo, e por isso êle conclui que o escritor de Reis se referia à morte de José, cêrca de 140 anos antes. Em vez de 479 anos, êle conta apenas 341 anos, faltando 138 anos, faltando ao seu calendário, neste ponto, 202 anos.

Será que Biberfeld tem nisso um argumento sólido? Não, não tem; pois, conforme já anteriormente indicado nas publicações da Tôrre de Vigia, parece que, devido à inimizade da semente da Serpente, a linhagem de descendência da semente da mulher passou por muitas dificuldades para permanecer intata, ocorrendo muitas vêzes que o filho nascia quando o pai já era bem idoso.c Note, por exemplo, que Sem, filho de Noé, nasceu quando Noé tinha mais de 500 anos de idade, enquanto que a média da idade dos pais nas nove gerações anteriores era de apenas 110 anos antes de nascer o próximo descendente. Depois, também aparece que Terá recebeu seu primeiro filho quando tinha setenta anos de idade, mas Abraão nasceu-lhe quando Terá tinha 130 anos. Assim, também, foi quando Abraão estava muito além da idade de poder gerar um filho que ele gerou a Isaac, pelo poder do espírito santo de Deus. Também é de interêsse notar que se pulou uma geração pela semente de Judá por meio de sua nora Tamar, em vez de por um dos filhos de sua esposa legal. (Gên. 38:1-30) Outros exemplos poderiam ser dados, mas o precedente deve ser suficiente para mostrar que não há base para se duvidar que houve 479 anos entre o Êxodo e o primeiro templo, só por causa das poucas gerações alistadas na ascendência de Davi.

Biberfeld concede a seguir 385 anos à duração do primeiro templo, em vez de 427 anos, perdendo assim mais quarenta e dois anos, perfazendo um total de 244 anos menos. Ele reconhece o período de desolação como sendo de setenta anos, mas dá a duração do segundo templo, ou desde a volta dos judeus da Babilônia até a destruição do segundo templo em 70 E. C., como período de 586 anos. Contando-se para trás, a partir de 70 E. C., 586 anos nos levam a 517 A. C. Visto que tanto a história bíblica como a secular se combinam para provar que os judeus voltaram em 537 A. C., faltam aqui a Biberfeld mais vinte anos, perfazendo o total de 264 anos de diferença entre a sua cronologia e a da Bíblia. Assim se vê que êle fracassou em harmonizar a cronologia judaica tradicional com a Bíblia ou com a história secular.

Recapitulemos. Os dois calendários judaicos que se baseiam no período de 3.760 anos antes da era comum, ou Era Cristã, diferem daquele baseado na Bíblia e publicado na literatura da Tôrre de Vigia nos seguintes aspectos:

Período Involvido Torre de Vigia Halafta Dif. Biberfeld Dif.

Adão até o Dilúvio 1655 1656 1 1656 1

Até o nascimento de Abraão 352 292 60 292 60

Até o Êxodo 505 500 5 500 5

Até o primeiro templo 479 480 1 341 138

Até a desolação 427 410 17 385 42

Até a volta dos exilados 70 70 — 70 —

Até 1 E.C.(outuno) 537 353 184 517 20

Até o corrento ano 1957 1957 — 1957 —

Totais 5982 5718 264 5718 264

[Notas de Rodapé]

a Como já se publicou anteriormente nesta revista, Jesus nasceu por volta de 1º de outubro de 2 A.C.

b Na computação do total de anos desde qualquer ano A. C. até qualquer data da E. C. não basta apenas somar os dois números, mas tem de se subtrair um ano visto que não há ano 0 A. C. ou 0 E. C. De modo que, desde 1 A. C. até 1 E. C. não são dois anos, mas apenas um ano. Segue-se daí que, retrocedendo-se 420 anos desde a destruição do templo 70 E. C., chega-se a 351 A. C., e não a 350 A. C. É bastante provável que alguns cronologistas judaicos despercebessem este fato.

c Veja Preservation, página 333.

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