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  • Que é Preciso para fazê-lo Feliz?

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  • Que é Preciso para fazê-lo Feliz?
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1958
w58 1/12 pp. 721-729

Que é Preciso para fazê-lo Feliz?

“Felizes são os que estão cônscios da sua necessidade espiritual.” — Mat. 5:3, NM.

1, 2. O que determina as necessidades da pessoa para ter felicidade?

Que é preciso para fazer o pó feliz? Nada, porque o pó não tem a faculdade de sentir qualquer coisa. Mas, o que acontece quando o Criador toma pó e faz dêle um organismo vivente? Neste caso, que é preciso para fazê-lo feliz? Depende do que Deus fêz daquele pó. Se êle fêz um organismo unicelular, requer muito pouco. Um pouco de oxigênio, um pouco de umidade, um pouco de alimento, e as necessidades do organismo já podem estar plenamente satisfeitas.

2 Mas, o que se dá no caso de Deus tomar êsse pó e fazer dêle um homem? Que seria necessário para fazê-lo feliz? Requereria um pouco de ar, água e alimento, mas também seria necessário muito mais do que isso. O homem é mais complicado do que um organismo unicelular e suas necessidades são muito maiores. Deus o fêz com certos apetites, e, se êle há de ser feliz, êstes precisam ser satisfeitos. O homem fabrica automóveis que funcionam à base de gasolina que precisa ser misturada com ar e que precisa duma faísca para ignizar-se. Satisfeitas estas necessidades, o motor funcionará suavemente; deixando-se entrar água na gasolina, o motor falhará e parará completamente. De modo similar, Deus fêz o homem com necessidades que precisam ser satisfeitas se o homem há de funcionar de modo feliz. Isso requer mais do que ar, água e alimento. O homem não vive só de pão, só de provisões materiais.

3. Por que são maiores as necessidades do homem do que as de outras criaturas terrestres?

3 Deus não fêz o homem à imagem e na semelhança de qualquer outra criatura terrestre. Fê-lo segundo um padrão superior: “E Deus continuou a dizer: ‘Façamos o homem à nossa imagem, segundo nossa semelhança, e que tenham em sujeição os peixes do mar, e as criaturas volantes dos céus, e os animais domésticos, e tôda a terra, e todo animal rastejante que se arrasta sôbre a terra.” O homem foi feito à imagem de Deus, significando que êle tem os atributos divinos de sabedoria, poder, justiça e amor. Por causa disso, o homem tem necessidade de elevar-se acima das meras provisões materiais que bastam para satisfazer os peixes, as aves e os animais selváticos e domésticos. — Gen. 1:26, NM.

4. Como se demonstra e se satisfaz melhor o desejo da mente?

4 O fato de Jeová ter dado ao homem o atributo da sabedoria não significa que o homem começou com a cabeça cheia de conhecimento. Significa que ele recebeu um cérebro com a capacidade e o desejo de conhecimento. A avidez do cérebro mostra-se desde o nascimento no olhar intento do bebê e no seu constante movimento das mãos para agarrar algo, pondo as coisas na boca para prová-las mais ainda. Quando a criança chega a falar, sua boca verte uma corrente interminável de perguntas, para a surpresa, o desconcêrto, o exaspêro e o esgotamento dos adultos. Mas, esta barragem tem por fim saciar a curiosidade e o desejo naturais, e não se deve desencorajar esta busca de conhecimento nos jovens, nem deve ser ela perdida pelos velhos. Os nervos transmitem as suas mensagens ao cérebro, e o cérebro tem a faculdade de registrá-las, ponderá-las, digeri-las, pensar nelas de modo abstrato e chegar a conclusões sobre elas. Vivemos em grande parte com os nossos próprios pensamentos, mas estes tem de originar-se em alguma parte. Quanto mais fecundos forem os nossos pensamentos tanto mais fecunda será a nossa vida.

Os pensamentos mais fecundos são os de Jeová; portanto, para tornarmos nossas vidas mais fecundas, temos de buscar a sabedoria armazenada na sua Palavra: “Se buscares a sabedoria como a prata, e a procurares diligentemente como a tesouros escondidos; então entenderás ’o temor de Jehovah, e acharás o conhecimento de Deus.” — Pro. 2:4, 5.

5. Como pode o atributo do poder, possuído pelo homem, trazer felicidade?

5 Jeova fêz o homem com o atributo do poder; e, tendo sabedoria para dirigir a obra das suas mãos, o homem tem o poder de fazer muitas coisas que dão felicidade e profunda satisfação. Êle pode plantar flores, cultivar produtos agrícolas, construir casas e inventar máquinas. Pode escrever poesia, pintar quadros ou compor música. Se obtiver de Deus a sua sabedoria e usar seu poder em harmonia com a vontade de Jeová, ele será feliz em ganhar a “paz de Deus, que excede todo o entendimento”. Mas o homem pode abusar de sua sabedoria e de seu poder, e se fizer isso, sua capacidade para proceder de modo errado é muito grande, — Fil. 4:7.

6. Por que é a felicidade afetada pelo atributo de justiça?

6 Para impedir isso, o homem recebeu outro atributo divino, o da justiça. O homem é uma criatura moral, com a capacidade de saber o certo e o errado, e quando o senso de justiça for pisado sob os pés do mal, a consciência fica ferida e clama. Mesmo que a consciência fique cauterizada e calada devido ao habitual proceder errado, há um sentimento íntimo de culpa que perturba e agita, e que pode causar doenças psicossomáticas. Tão entrincheirado está o senso moral no homem, que até mesmo os pecadores crônicos tentam justificar o seu mal como sendo o bem, conforme Isaías escreveu: “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; os quais põem trevas por luz e luz por trevas, e mudam o amargo em doce e o doce em amargo” Eles podem esconder seu mau procedimento fora da vista, mas não fora da mente, e se quiserem ter completa felicidade e contentamento, não podem desconsiderar esta verdade bíblica: “Melhor é o pouco com justiça, do que grandes rendas com injustiça.” — Isa. 5:20; Pro. 16:8.

7. Por que é tão importante o atributo do amor?

7 Mas a qualidade que une perfeitamente todas as faculdades e poderes é o amor. Este equilibra corretamente todos os atributos. Seu alcance e sua importância refletem-se nesta breve declaração. “Deus é amor”. O amor não é passivo, mas é ativo e se expressa em atos agradáveis e úteis aos amados. Visto que amamos a nós mesmos, cuidamos de nós mesmos, nos preocupamos com nós mesmos, fazemos provisões para nós mesmos e nos protegemos. Devemos amar os outros assim como amamos a nós próprios, fazendo também algo para o bem-estar deles. O amor que mostramos aos outros faz que estes mostrem amor a nós, e é necessário que tanto demonstremos como recebamos amor, se havemos de ser felizes. Se não mostrarmos amor aos outros, ficaremos egocêntricos. Se não o recebermos ou aceitamos de outros, podemos ficar esmagados e podemos retrair-nos como a lêsma se recolhe na sua concha, ou podemos rebelar-nos em amargura e lançar-nos na delinquência. Não há felicidade sem amor. — 1 João 4:8.

8, 9. Que impulso natural têm os homens, e como precisa ser satisfeito?

8 Precisamos amar a Jeová, precisamos conhecê-lo e adorá-lo para nos sentirmos seguros. Fomos criados com o impulso de fazê-lo. Na revista Woman’s Home Companion de abril de 1954, o artigo “Nascemos Para Crer”, teve este subtítulo: “Todos nós sentimos um impulso para com Deus, tão poderoso como nossos instintos do sexo e da fome, diz uma nova escola ousada de pensamento psiquiátrico.” Este artigo, escrito por um médico, declarou: “Se os homens e as mulheres reconhecerem sua necessidade duma crença em Deus e num significado da vida além de seus prazeres pessoais, diz esta nova escola, poderão achar paz mental e felicidade. . . . Os homens e as mulheres não são impelidos apenas pelo sexo e pela ambição, mas também pela necessidade sobrepujante de Deus. Precisam vencer a ideia hodierna de que a religião e Deus não são necessidades reais e que não é sofisticado buscar o lado espiritual da vida.”

9 Em realidade, é este impulso de adorar um poder superior que explica o desenvolvimento de tantas religiões, mesmo entre os selvagens. A necessidade existe, e elas tentam satisfazê-la. Entregues a si próprios e ao seu próprio modo de pensar, ou a líderes cegos, os homens satisfazem-na de modo errado, com as religiões erradas, adorando talvez imagens, ou recorrendo a médiuns espíritas, ou aos astros do céu, em busca de orientação. Nos tempos modernos, este impulso de adorar a Jeová foi pervertido para a idolatria de astros do cinema, atletas, políticos ou cientistas. Muitos fazem do dinheiro um deus; sua religião é a busca de prazeres. Mas, nenhum de tais substitutos satisfaz devidamente nosso desejo inerente de Deus. Apenas por usarmos a nossa mente para aprender os mandamentos de Deus e para entender os seus princípios, pondo-os então em prática, podemos satisfazer corretamente este impulso e mostrar nosso amor a Deus, pois “é isto que significa o amor de Deus, que observemos os seus mandamentos”. Se não satisfizermos esta necessidade, não atingimos a completa felicidade, pois Jesus falou a verdade quando disse: “Felizes são os que estão cônscios da sua necessidade espiritual.” — 1 João 5:3; Mat. 5:3, NM.

QUE É MATERIALISMO?

10. Que é materialismo?

10 O grande inimigo de nossa necessidade espiritual é o materialismo. Que queremos dizer por materialismo? Não o alimento, a roupa e o abrigo. “Vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas”, disse Jesus. Não é materialismo prover para si bom alimento, boa roupa e um lar confortável. Não é necessariamente materialismo ter um aparelho de televisão, ou um belo carro, ou uma conta substancial no banco. Mas, se amarmos o alimento ao ponto de ficar glutões, se amarmos a roupa ao ponto de ficar vaidosos, se amarmos nosso lar ao ponto de ficarmos orgulhosos; se ficarmos tão aficionados à televisão, que isso consome o nosso tempo, se desejarmos um carro dispendioso para ostentação impressionante, se amarmos o dinheiro ao ponto de sermos avarentos, então caímos vítimas do materialismo. As coisas materiais são corretas, mas quando se tornam um ismo para nós, elas são erradas. “Ismo” significa, segundo o dicionário de Webster, “uma distintiva doutrina, ideal, sistema ou prática; usualmente depreciativo”. Quando as coisas materiais se tornam nosso principal objetivo ou ideal, e a busca delas se torna para nós uma doutrina orientadora, estamos praticando o materialismo. — Mat. 6:32, NM.

11. Que dano pode advir de se ter demasiado pouco?

11 Visto que temos uma necessidade inerente tanto de coisas materiais como de espirituais, temos de achar o equilíbrio correto. Tanto provisões materiais excessivas como demasiado poucas podem causar-nos dano espiritual: “Não me dês nem a pobreza nem as riquezas, dá-me o alimento que me é necessário, para não suceder que, estando eu farto, eu te negue, e diga: Quem é Jehovah? Ou que, estando pobre, me ponha a furtar, e, profano o nome do meu Deus.” Algumas religiões transformam a pobreza em virtude, mas as durezas físicas deliberadas são simulacro e zombaria: “Estas mesmas coisas, de fato, possuem uma aparência de sabedoria, numa forma de adoração e falsa humildade, imposta pela própria pessoa, um tratamento severo do corpo, mas elas não têm valor algum em combater a satisfação da carne.” Se não se satisfizerem as necessidades materiais, há sofrimento, semeia-se a amargura e aumenta a hostilidade, e o fruto produzido é culpar a Jeová pelas dificuldades, amaldiçoá-lo pelas aflições e recorrer ao roubo para satisfazer as necessidades. A falta material pode levar à pobreza espiritual. — Pro. 30:8, 9; Col. 2:23, NM.

12. Que dano pode advir de se ter demais?

12 Mas a abundância pode eliminar nossa espiritualidade, pode até eliminar a Jeová de nosso coração e introduzir um deus falso: “O fim dêles é a destruição, e o deus dêles é o ventre, e a glória deles consiste na sua vergonha, e fixam as mentes nas coisas da terra.” Tais pessoas fizeram de sua carne o seu deus e o materialismo é o seu credo. Idolatram a si mesmas, são culpadas de idolatria, pois Paulo falou da “cobiça, que é idolatria” e da “pessoa avarenta — o que significa ser idólatra”. Portanto, podemos ter demais em sentido material e podemos começar a sentir-nos independentes, mesmo com relação a Jeová, pensando que não precisamos dêle. Podemos deixar de reconhecê-lo como nosso Provisor e perguntar no espírito de Faraó da antiguidade: “Quem é Jeová?” Se isso acontecesse, que vergonha seria para nós gloriarmo-nos nas coisas materiais! — Fil. 3:19; Col. 3:5; Efé. 5:5, NM.

13. Que aviso deu Jeová a Israel a respeito do materialismo?

13 “Jeová avisou Israel que a riqueza material os cegaria espiritualmente: “Comerás e te fartarás, e louvarás a Jehovah teu Deus pela boa terra que te deu. Guarda-te não te esqueças de Jehovah teu Deus, deixando de observar os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; para não suceder que, depois de teres comido e fores farto, depois de teres edificado boas casas, e morado nelas; depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prata, e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, se eleve o teu coração, e te esqueças de Jehovah teu Deus, que te tirou da terra do Egypto, da casa da servidão, . . . . Não digas no teu coração: A minha força e a fortaleza das minhas mãos me conseguiram estas riquezas. Antes te lembrarás de Jehovah teu Deus, porque é ele o que te dá forças para conseguires riquezas.” E Moisés foi usado para avisar Israel em canto poético, dirigindo-se àquela nação com o título honorífico de Jesurum: “Mas Jeshurun engordou, e deu coices: (Tu te engordaste, te engrossaste, te fartaste!) Abandonou a Deus que o fez, e tratou com desprezo a Rocha da sua salvação.” — Deu. 8:10-14, 17, 18; 32:15.

A ÂNSIA DO DINHEIRO

14, 15. Que razão falsa apresenta-se às vezes para se fazer do dinheiro um deus? Qual é a verdadeira razão?

14 Por que transformam os homens o dinheiro em deus? Os que servem às riquezas negarão que êste é o seu deus? Dizem que precisam do dinheiro para viver. Requer dinheiro para se comer, para se comprar roupa e para se ter um lar. Isto é verdade e é a razão para se ganhar dinheiro, mas os que adoram o dinheiro não param nisso. Se o dinheiro não fôsse mais do que um meio de prover as coisas necessárias e até mesmo algumas coisas adicionais para recreação, então, quanto mais dinheiro ganhar, tanto mais necessidades poderá satisfazer, e tanto menos dinheiro adicional desejará. Mas, quantos pensam dêste modo? Há alguns anos atrás, sociólogos norte-americanos entrevistaram centenas de norte-americanos de todos os níveis de vencimentos, perguntando se estavam contentes com a quantidade de dinheiro que ganhavam. A maioria dêles não estava satisfeito com os vencimentos dêles. Aquele que ganhava 5.000 dólares por ano, queria ganhar 10.000, o que ganhava 10.000 dólares, queria ganhar 20.000, e o que ganhava 20.000 queria ganhar 50.000. Mesmo os que ganhavam milhões, queriam outros milhões. Relataram os entrevistadores: “Em geral é verdade que quanto mais dinheiro a pessoa tem tanto mais deseja ter.”

15 O dinheiro tem-se tornado símbolo do sucesso na vida. Acha-se que o dinheiro traz segurança, reconhecimento, prestígio, amigos e amor. Estas são necessidades do homem, mas são satisfeitas apenas parcial e inadequadamente pela adquisição de dinheiro. Se fôr pelo dinheiro que temos segurança ou alguma posição na comunidade, então, quando o dinheiro se fôr, também se vão a segurança e o reconhecimento. Se tivermos amigos porque temos dinheiro, se formos amados por nosso dinheiro, nossos amigos e os que nos amam desaparecerão junto com nosso dinheiro. Queremos ser amados pelo que somos, não pelo que temos. O dinheiro não é o alimento para satisfazer êsses apetites humanos, e é por isso que, não importa quanto os banqueteemos com dinheiro, nunca estão satisfatoriamente nutridos. A Bíblia registrou esta verdade há três mil anos: “Quem ama a prata, não será saciado pela prata; nem o que ama a riqueza, pelo ganho: também isto é vaidade.” — Ecl. 5:10.

16. Por que não há descanso para os que estão aflitos com o materialismo?

16 Irmos em busca da felicidade por irmos em busca do dinheiro é como correr atrás do arco-íris e cavar na sua extremidade, na expectativa de encontrar ali uma panela cheia de ouro: nunca será encontrado. Mas, as pessoas iludidas assim nunca param de correr atrás do arco-íris do materialismo, não entendendo que a necessidade que elas acham que o dinheiro satisfará não está sendo satisfeita por ele. Aquilo que é honrado numa sociedade é o que é cultivado pelas pessoas desta sociedade, dinheiro neste século materialista êste que tantos buscam. Medem o valor do homem pelas suas posses. Vêem um carro novo e o desejam, e vão comprá-lo. Enquanto o pagam vêem um novo lar que também querem. Compram-no, mas fazem os pagamentos em prestações, por um longo período de tempo. Ainda não satisfeitos, vêem alguma mobília nova que simplesmente tem de ter, e se comprometem num plano de ‘usá-la enquanto vão pagando’. Então já passou um ano, e já saiu um novo modelo de automóvel. Êles tem de comprá-lo. Ele não anda melhor. Qualquer diferença está mais na sua cabeça do que debaixo da capota do carro. Mas eles tem de ter o carro mais novo, o último modelo, o melhor, e depois de o comprarem, pensam rapidamente em outra coisa que desejam e a sua vida degenera em correram no círculo vicioso do materialismo. São apanhados no redemoinho do mundanismo: “O desejo da carne, e o desejo dos olhos, e a exibição ostentosa dos meios de vida da pessoa.” — 1 João 2:16, NM.

17. Que padecimento têm muitos, e a que conduz?

17 Sua ânsia do dinheiro é como a coceira. Quanto mais se coçam, tanto mais coça, e quanto mais coça, tanto mais se coçam. A coceira nas palmas das mãos não fica curada por se coçá-las, antes, ficam inflamadas. Não se coçar é o meio de diminuir a coceira. Mas, eles tem o dinheiro na mente e o amor deste está nos seus corações, e esta é a raiz do seu mal. Não é o dinheiro, mas o amor do dinheiro, não os prazeres mas o amor dos prazeres, não a casa, a mobília ou o carro, mas o amor da casa, da mobília ou do carro. É este amor pelas coisas materiais que elimina a espiritualidade da mente e do coração, que ocupa a vida e esgota a força, até que não reste mais nem tempo nem força para satisfazer as necessidades espirituais. É neste amor do dinheiro que está arraigada a ruína de muitos: “Pois não trouxemos nada ao mundo, nem podemos levar qualquer coisa daqui. Portanto, tendo sustento e com que nos cobrir, estaremos contentes com estas coisas. Mas, os que estão resolvidos a tornar-se ricos caem em tentação, e em laço, e em muitos desejos loucos e nocivos, os quais submergem os homens na destruição e na ruína. Porque o amor de dinheiro é raiz de todas as sortes de coisas prejudiciais, e alguns, ao se lançarem em busca deste amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” — 1 Tim. 6:7-10, NM.

DÊ LUGAR AO ESPÍRITO

18. Que textos mostram o conflito entre a carne e o espírito, e a que conduz cada um?

18 O apóstolo Paulo não se deixou enganar pela sua carne decaída: “Eu sei, que em mim, isto é, na minha carne, não reside nada bom; porque a capacidade de desejar está presente em mim, mas a capacidade de produzir o que é correto não está presente. Porque o bem que quero, não o faço, mas o mal que não quero, é o que pratico. Deleito-me realmente na lei de Deus, segundo o homem que sou no íntimo, mas, vejo em meus membros outra lei, que guerreia contra a lei da minha mente e me leva cativo à lei do pecado, que está em meus membros.” A carne significa a criatura humana decaída, com suas tendências, inclinações, impulsos e desejos pecaminosos. Esta carne acha-se vendida sob o pecado, como escravo do pecado, sendo que seu amo, o pecado, a lança contra a lei espiritual de Deus, que penetra em nossa mente pelo estudo da Palavra de Jeová. A carne pecaminosa opõe-se ao espírito e nos induz a fazermos coisas que gostaríamos de evitar: “Pois a carne é contra o espírito no seu desejo, e o espírito é contra a carne, pois estes se opõem um ao outro, de modo que as coisas que gostaríeis de fazer, estas não fazeis.” Se o nosso espírito, ou disposição mental, estiver de acordo com o espírito de Jeová e com a sua Palavra,ele nos dirigirá de modo certo, e o espírito tem de vencer a nossa carne opositora, se havemos de viver; em vez de morrer: “Os que estão de acôrdo com a carne, fixam a mente nas coisas da carne, mas os que estão de acôrdo com o espírito, nas coisas do espírito. Porque atentar à carne significa morte, mas atentar ao espírito significa vida e paz.” – Rom. 7:18, 19, 22, 23; Gál. 5:17; Rom. 8:5, 6, NM.

19. O que se tem de incluir no cálculo do custo total do materialismo?

19 Com a ajuda do espírito de Jeová, e por mantemos o nosso em acôrdo com o dele, podemos vencer a carne decaída. Mas, isto significa que temos de dar lugar às coisas do espírito. Buscarmos as coisas materiais, que em si mesmas não são más, pode levar à nossa ruína por consumir todo o nosso tempo. Se não puder desligar o aparelho de televisão quando devia ser desligado, ele lhe custa mais do que o preço da compra. Custa-lhe o tempo que gasta com ele. Pode custar sua assistência às reuniões, ou suas revisitas, ou seus estudos bíblicos. Seu carro dispendioso ou seu belo lar talvez sejam pagos as custas do privilégio de ensinar a alguém a verdade ou de treiná-lo a servir a Jeová. Calcule o custo total do materialismo. Calcule mais do que os cruzeiros e centavos na etiqueta do preço. Calcule também o custo em espiritualidade. Não havia nada de errado com a riqueza do jovem governador rico, mas ela o impediu de seguir a Jesus, o que era errado. Não havia nada de errado em se considerar a compra de bois, ou em se estar com a nova espôsa, ou em ir ver um terreno que se acaba de comprar; mas se coisas inócuas impedem que sirva a Jeová, elas se tornam prejudiciais. Pode acontecer que permita que se tornem espinhos que sufocam o que é bom: “Há ainda outros, semeados entre os espinhos; estes são os que ouviram a palavra, mas as ansiedades deste sistema de coisas, e o poder enganoso da riqueza e os desejos do resto das coisas, intrometem-se e sufocam a palavra, e ela se torna infrutífera.” — Mar. 4:18, 19, NM.

20. Que devem considerar os que tentam renunciar ao materialismo? Que disse Paulo sobre o assunto?

20 Extirpe o materialismo para dar lugar ao espírito. “Não estingais o fogo do espírito”, acautelou Paulo. O fogo precisa de ar; quando se empilha muita coisa sobre ele, sufoca. Não sufoque o fogo do espírito com uma sobrecarga de cuidados e posses materiais, “não podeis ser escravo de Deus e das Riquezas”. O que escolherá? É difícil decidir-se a renunciar ao materialismo? Então considere o seguinte. Iniciou estudos bíblicos com certas pessoas, e estas pararam quando viram as obrigações do serviço. Sabia que eles estavam errados, que não se deviam ter preocupado com tais coisas, pois com o tempo, ao aprenderem mais, teriam ficado fortes e teriam desejado pregar. Eles podiam ver a que deviam renunciar, mas eram demasiado novos para apreciar o que ganhariam. Pois bem, alguns das testemunhas são iguais a estes no que se refere ao materialismo. Eles veem a que teriam de renunciar, mas não apreciam o que ganhariam em sentido espiritual. Mas, eles podem aceitar a palavra de Paulo, visto que ele era inspirado: “Considero também, deveras, todas as coisas como perda, por causa do valor superior do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele aceitei a perda de todas as coisas e considero-as como uma porção de refugo, para que possa ganhar a Cristo.” Portanto, olhe além da perda material, para ver o lucro espiritual que faz a perda parecer como nada. — 1 Tes. 5:19; Mat. 6:24; Fil. 3:8, NM.

21. Como tentam alguns justificar seu materialismo, mas, por que deixa este seu sinal neles?

21 O materialismo deixa seu sinal na pessoa: Observe o homem que é atraído para as coisas materiais. Ele dá agora mais atenção à sua roupa, à sua habitação, ao seu carro e aos divertimentos. Ele talvez argumente que a sua posição exige que mantenha certas aparências, que o mundo espera isso dele. Mas espere: É a posição dele mais elevada do que a de Jesus quando estava na terra? Permitiu ele que o mundo formulasse a sua orientação pelo seu modo materialista de considerar as coisas? Teve ele os cavalos mais belos para montar ou um palácio luxuoso onde deitar a sua cabeça? Não, ele repudiou o materialismo tanto em palavras como em atos. Deu um exemplo de humildade por lavar os pés dos seus discípulos. Em vez de a sua posição requerer certas aparências, ele achava que exigia exatamente o contrário. Ele estava interessado em força espiritual, não em ostentação. Mas, note o homem que se torna cada vez mais materialista. São os seus comentários tão bons como antes, são os seus discursos tão edificantes, sua conversação tão discernentes em sentido espiritual como antes? Se não o forem, então o seu materialismo se está tornando notável, quer tenha olhos para ver isso, quer não. Seus irmãos podem ver isso, e ele pode estar certo que Deus o pode ver: “Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará: porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará corrupção; mas o que semeia no espírito, do espírito ceifará vida eterna. Não nos desanimemos de fazer o bem; pois a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos.” — Gál. 6:7-9.

22. Qual é o grande mal do materialismo, e o que lhe pode custar este mal?

22 Jesus disse: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue.” Um grande mal do materialismo é que suas vítimas não se negam a si mesmos. Ele rói invisivelmente, como cupim na madeira, todo o vigor e força de vontade. Atentar à carne rói as fibras morais e nos rouba o fruto do espírito chamado autocontrôle. Devemos exercitar diariamente a capacidade de dizer não a nós mesmos nas coisas pequenas, pois sem o exercício diário da faculdade do esforço, perdemos a faculdade de fazer esforço. Por negarmos a nós mesmos as coisas pequenas, desenvolvemos a força para dizer não a nós mesmos quando surgem questões maiores. Por sermos fiéis no pouco, seremos fiéis no muito. Nosso fracasso em coisas pequenas estabelece o padrão para o fracasso em coisas grandes. A incapacidade de negar a si mesmo pode custar-lhe a vida: “Que aproveita ao homem, ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Não perca a cabeça tentando progredir. Não poderá andar com Deus e ao mesmo tempo correr com o mundo. O dinheiro é um dos deuses dêste mundo moderno, e para ele o dinheiro fala. Os homens estão surdos quando Jeová fala, mas ficam logo atentos quando o dinheiro fala. Podem ouvir o dinheiro sussurrar no porão, mas não podem ouvir a pregação desde os eirados. O dinheiro não tem voz, mas pode induzi-los a renunciarem a tudo, pode induzi-los a renunciarem à sua vida, pode induzi-los à morte; É melhor que escutemos os céus sem voz proclamarem a glória de Jeová. — Mar. 8:34, 36, ARA; Sal. 19:1-4.

23. Por que devemos cultivar gostos simples, e como se treinou Paulo?

23 Para ser feliz, satisfaça as necessidades. Para satisfazer as necessidades, mantenha-as simples. Não prenda a felicidade às posses. Muitas coisas consideradas como necessidades não são absolutamente necessidades. Pode-se cultivar o gosto por um entorpecente, e o hábito é difícil de vencer, mas pode ser vencido e o viciado liberto. Se cultivarmos o materialismo, as necessidades se expandem além de nosso poder de satisfazê-las. “Não labutes para ganhar riquezas. Desiste de teu próprio entendimento.” Cultive gostos simples que não o escravizem, Paulo treinou-se a estar contente em qualquer circunstância em que se encontrasse: “Aprendi a ser auto-suficiente em todas as circunstâncias em que estiver. Eu sei, deveras, como viver com poucas provisões, eu sei, deveras como ter abundância. Em tudo e em todas as circunstâncias aprendi o segredo, tanto de estar saciado, como de ter fome, tanto como ter abundância, como padecer falta.” Alguma falta não o tornou amargurado, nem o lançou a abundância na armadilha do materialismo. Ele seguiu o seu próprio conselho: “Seja a vossa maneira de vida livre do amor do dinheiro, ao estardes contentes com as coisas presentes.” Paulo estava contente, quer houvesse pouco, quer muito. Suas necessidades materiais eram simples, suas riquezas espirituais eram grandes. — Pro. 23:4; Fil. 4:11, 12; Heb. 13:5, NM.

24. Em que coisas abundantes podemos achar prazer? Quais são as coisas mais vitais que são necessárias para fazer-nos felizes?

24 Para ser feliz, lembre-se de como Deus o criou, da terra, para a terra. Os verdadeiros prazeres estão nas coisas que Deus criou: a abóbada escura na qual brilham e lampejam miríades de estrêlas, o calor do sol, o frescor das brisas, a fragrância das flôres, o canto dos pássaros, a graça dos animais, as colinas ondulantes e os penhascos elevados, as torrentes apressadas e os rios vagarosos, os prados opulentos e as densas florestas, o brilho da neve no sol e o tamborilar da chuva no telhado, o cricri dos grilos no porão, o grasnar das rãs no açude e o barulho do peixe saltando na água, criando ondas circulares sob o luar. Ainda maior prazer se encontra nas pessoas sociáveis, pois o homem foi feito criatura sociável. Um pensamento bondoso, um toque benigno, um gesto ou expressão suave, um sorriso caloroso e um ato amoroso, o riso duma criança que brinca e o balbuciar do bebê no berço, a dignidade e a sabedoria duma pessoa idosa, rica em experiências da vida — estas são as coisas que satisfazem. O que vale é o que somos, não o que parecemos ser. É o amor que temos, não a posição social. É o que podemos dar, não o que podemos obter. É o tesouro que temos no céu, não o acúmulo de ouro na terra. O que importa é o contentamento com pouco, antes do que a ansiedade com muitas coisas. O que satisfará as necessidades e saciará o desejo que Deus colocou em nós é conhecermos os seus pensamentos para fazer-nos sábios, usando esta sabedoria para orientar nosso poder, seguindo os seus princípios para garantir a justiça, copiando-o na demonstração de amor. E requer tudo isso para fazer-nos felizes.

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