O que faz de alguém um cristão?
◆ Cada ano se contribuem milhões de dólares para a promoção da obra missionária em países não-cristãos. Milhares de pessoas, nas partes longínquas do globo, são convertidas para o cristianismo por meio dos benefícios materiais que recebem em resultado destas contribuições. Mas, são tais convertidos verdadeiramente cristãos? É correto o seu motivo para professar o cristianismo como a sua religião? É bastante forte para resistir num tempo de tribulação e prova? Um incidente noticiado no Journal de Otava, Canadá, em 28 de maio de 1960, lança luz sobre a resposta a estas perguntas.
◆ Certo médico missionário, numa região remota das ilhas Filipinas, observou numa ocasião um igorrote desconsolado sentado à beira da estrada. O pobre nativo parecia tão triste, que o médico parou e lhe perguntou o que tinha acontecido. O homem respondeu de modo desanimado que se sentia muito mal. O médico perguntou por quê. Quando o igorrote disse que o bispo vinha no dia seguinte, o missionário reconfortou-o e disse que o bispo era um bom homem e não faria mal a ninguém.
◆ O nativo concordou prontamente e disse calorosamente que gostava do bispo. “Então”, perguntou o médico missionário, “o que está errado?” “Quando ele esteve aqui a última vez”, veio a resposta, “ele me deu um chapéu e eu me tornei membro da Igreja Episcopal”. “Isso é bom. É uma boa religião”, assegurou-lhe o médico.
◆ O nativo começou a explicar, então, que pouco depois veio um sacerdote católico e lhe deu uma calça, e ele se tornou católico. “Bem”, disse o médico, “o catolicismo também é uma boa religião”. O nativo disse então tristemente que o sacerdote católico foi embora e que o bispo estava agora voltando, e que ele não queria que o bispo ficasse triste. O velhinho parecia tão triste ao pensar no seu problema, que o missionário lhe perguntou finalmente qual dos grupos ele escolheria. “Acho”, disse o nativo, “que vou devolver o chapéu ao bispo e a calça ao sacerdote e vou ser novamente pagão”.
◆ Isto talvez pareça como anedota humorística; salienta, porém, o seguinte fato desolador — que muitos aceitaram o cristianismo não por causa de apreciação sincera, mas por causa de sua popularidade e dos benefícios materiais, que traz. Isto se dá não só em países não cristãos, mas também entre os países que professam ser nações cristãs. Quando confrontados por uma situação similar, quantos dos atuais cristãos se pareceriam com o velho igorrote, que queria devolver o chapéu e a calça, e simplesmente ser de novo pagão?