BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • w63 1/12 pp. 724-729
  • Como me conservei firme na fé em uma prisão da China comunista

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • Como me conservei firme na fé em uma prisão da China comunista
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • ATIVIDADE RESTRITA
  • PROVA DE FÉ PARA AS TESTEMUNHAS CHINESAS
  • MISSIONÁRIOS PARA A PRISÃO
  • CONSERVANDO FIRME NA FÉ
  • CÂNTICOS DE LOUVOR PARA APOIAR A FÉ
  • DE NÔVO COM O POVO DE JEOVÁ!
  • Sete anos nas prisões da China Vermelha — ainda assim, firme na fé
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1966
  • Livre! Após 20 anos de detenção
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1980
  • Alcancei meu objetivo de constituir uma família cristã
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1980
  • Nunca está sozinho
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1973
Veja mais
A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1963
w63 1/12 pp. 724-729

Como me Conservei Firme na Fé em Uma Prisão da China Comunista

Por Harold King

EM 27 de maio de 1963 um oficial da polícia chinesa andou comigo em direção da ponte que separa Hong-Kong da China. Eu tinha estado nas prisões da China Comunista por quatro anos e meio. Por todo êste tempo não permitiram que nenhum colega cristão me visitasse. Tiraram de mim tôdas as Bíblias e literatura bíblica. Mas era então o dia que eu era pôsto em liberdade! Do outro lado da ponte os irmãos missionários da filial da Sociedade Tôrre de Vigia em Hong-Kong me esperavam para saudar-me. Momentos depois eu estava nos braços dêles, mas falar era impossível. Quão grato eu estava a Deus por novamente poder estar entre o seu povo!

Quando nos dirigíamos para a filial da Sociedade, os que vieram saudar-me perguntavam ansiosamente como eu estava e queriam ansiosamente saber a respeito dos irmãos cristãos que ainda estão na China Comunista. Descarregava-lhes o melhor que eu podia o que tinha acontecido.

ATIVIDADE RESTRITA

Foi em 1954 que as autoridades chamaram Stanley Jones e a mim, que éramos missionários, para comparecermos ao distrito policial, e nos disseram que tínhamos de parar a pregação de casa em casa. Se quiséssemos pregar, disseram-nos, tinha de ser dentro de nossa “igreja” e não fora dela. Embora não proibissem que dirigíssemos estudos bíblicos, pediram o enderêço de todos os a quem visitávamos.

Isto exigiu certo ajuste em nossa atividade de pregação, a fim de podermos continuar pelo menos até certo ponto. Ora a polícia não disse que tôdas as testemunhas de Jeová deviam parar de pregar de casa em casa; disseram que só os missionários deviam parar. Por conseguinte, os irmãos chineses não diminuíram nem um pouquinho o ministério, mas continuaram até mais fervorosamente, demonstrando que o espírito de Jeová estava sôbre êles.

Quanto aos com quem dirigíamos estudos bíblicos, mesmo quando lhes dissemos que a polícia pediu o enderêço dêles, a maioria queria que o estudo continuasse. Mas aumentou-se a pressão. Assim que um estrangeiro entrasse numa vila de casas chinesas, ele era vigiado. Não se lhe proibia entrar, mas quando saía, um “representante da vila” ia diretamente à casa em que êle estivera para indagar o que fora fazer ali. Isto fêz com que alguns ficassem com medo. Houve pressão também de outro lado: havia reuniões políticas às quais tinham de assistir. Cada vez mais o tempo dêles era tomado e alguns começaram a retroceder. Por outro lado, os que tinham fé que Jeová Deus os apoiaria, continuavam a estudar e a freqüentar regularmente às reuniões congregacionais, recusando envolverem-se nas sessões políticas nas fábricas e nas escolas.

PROVA DE FÉ PARA AS TESTEMUNHAS CHINESAS

Então se começou a tomar ação direta contra os zelosos publicadores chineses do Reino. Nancy Yuan foi a primeira de nossas irmãs cristãs a ser prêsa em Xangai, sendo levada dos seus quatro filhos, o menorzinho tendo apenas um ano. Todos os nossos esforços em favor dela foram recusados. Onde foi enviada, não sabemos. Mas sabemos que uma carta dirigida à mãe dela um ano após a sua prisão, mostrava que ela ainda estava forte na fé e não tinha vacilado a sua confiança no poder de Jeová livrar.

De 1957 em diante o govêrno operou o que foi chamado de campanha de “retificação”. Todos os trabalhadores foram obrigados a escrever uma autobiografia e depois ir a reuniões especiais, onde eram criticados a sua conduta e o seu conceito da vida. Eis onde nossos irmãos entraram em grande dificuldade. Êles tinham estado a pregar aos seus companheiros de trabalho, falando-lhes acêrca do fim dêste mundo ímpio e da esperança do justo nôvo mundo sob Jesus Cristo. Mas então os seus companheiros de trabalho se voltaram contra êles e disseram que tinham estado a pregar que a República do Povo Chinês ia ser destruída por Deus. Os que recusaram aceitar o conceito socialista sôbre as coisas bem como os que recusavam ir a tais sessões eram logo presos. Um por um foram nossos irmãos para a cadeia.

Até então tinha havido um auge de cinqüenta e oito publicadores na congregação de Xangai, e os publicadores que se mudaram espalharam as “boas novas” em outros centros através do vasto território da China. Aos domingos havia 120 ou mais pessoas nas reuniões, só em Xangai. Mas, gradualmente, os temerosos deixaram de se associar conosco. Contudo, a parte central da congregação tornou-se ainda mais resoluta, determinada a continuar o trabalho que Deus lhes tinha dado para fazer. Eram destemidos, pois tinham plena confiança na fôrça todo-poderosa do verdadeiro Deus.

MISSIONÁRIOS PARA A PRISÃO

Em 14 de outubro de 1958, quando se acabava de pôr o desjejum em nosso lar missionário e Stanley Jones ia fazer a oração, ouviu-se uma forte batida na porta. Num momento a polícia tinha entrado e caído sôbre nós de armas em punho e nos algemaram. A princípio Stanley protestou que as armas e as algemas não eram necessárias porque éramos cristãos, mas nada adiantou. Chamados os vizinhos por testemunhas, a casa foi rebuscada de cima a baixo. Mas nada foi encontrado além de Bíblias, literatura bíblica e registros que guardávamos de nosso ministério. Ao meio-dia fomos empurrados para dentro de dois automóveis que estavam esperando-nos e fomos levados para a polícia. Naquela manhã foi a última vez que eu tive a liberdade de falar com Stanley. Êle fôra excelente companheiro no serviço do Senhor. Seu coração sempre estava prêso ao coração dos irmãos chineses. Tinha profunda apreciação pelas coisas espirituais e, pelo que ouvi de modo indireto, êle ainda está firme na devoção a Jeová. Deus, embora ainda permaneça prêso na China Comunista.

Na cadeia começou o interrogatório. A princípio era três vêzes por dia. Depois, duas. Daí, menos. Não se usou violência física. Nenhum sôco foi dado. Havia sòmente um interrogatório persistente e a escrituração de sumários do que era dito naquelas sessões. Eram extremamente provadoras. Eu sabia o que tinha feito enquanto estive em Xangai; eu sabia o que tinha dito. Mas eu não tinha feito nem dito nada com o motivo que o govêrno dava. Por exemplo, tínhamos ensinado às pessoas com a Bíblia que Satanás é o deus dêste mundo e que êste mundo ímpio será destruído na batalha do Armagedon. Mas concordarmos que isto era atividade subversiva contra o Estado era absurdo. Todavia, era isto que as autoridades queriam que disséssemos. Eram resolutas na acusação de que éramos agentes do imperialismo, mas não éramos. Descobrimos que êles chamam “imperialista” a qualquer que não fôr comunista e que êles creiam estar lutando contra o comunismo. Qualquer recusa de admitirmos as acusações era considerada como não querer admitir nossos “crimes”. Contudo, pareciam ficar contentes até certo ponto quando eu dizia que era verdade que se todos atendessem à mensagem que pregávamos (o que òbviamente não o fariam), então poderia resultar na situação que eles viam. Dois anos inteiros, geralmente em prisão solitária, foram gastos em “preparar-me” para o julgamento.

O julgamento pròpriamente dito foi brevíssimo. Leram as acusações e eu só podia responder sim ou não a cada pergunta; não se permitia explicação alguma. Fui sentenciado a cinco anos de prisão, dois dos quais já tinham passado. Stanley, que estivera à testa do trabalho, foi sentenciado a sete anos. Foi esta a última vez que eu o vi, mas mesmo então não pudemos falar um com o outro.

CONSERVANDO FIRME NA FÉ

Quando fui para a prisão, a cela estava infestada de insetos nocivos, todos pareciam extremamente famintos. Não havia meio de fugir dêles. Atacavam a noite toda e eu não podia dormir. O arroz e a água que me deram, deu-me indigestão. Na manhã seguinte o carcereiro veio à minha cela e viu que eu estava muito mal e mandou-me ao médico da prisão. Naquele dia limparam e pulverizaram a cela e mudaram a minha alimentação. Na cela não havia nada; apenas um balde coberto de madeira que servia de privada. Eu tinha que sentar-me no chão, comer no chão e dormir no chão, muito embora se permitisse alguma roupa de cama e eu a podia estender sob mim. Não se permitia nenhum material de escrita em meu poder, exceto para escrever o sumário das sessões do interrogatório. Virtualmente a única coisa de ler que eu vi foi uma revista periódica chinesa. Não me permitiam fazer qualquer outro trabalho além de limpar a minha cela. Não me deixaram qualquer outra alternativa além de me sentar e pensar.

Desde o início eu compreendi que tinha de dar passos para permanecer firme na fé. Logo que fui trancado na cela, no dia que fui prêso, caí sôbre meus joelhos e comecei a orar em voz alta, mas quase de repente fui interrompido pelo guarda que abriu a janela de inspeção e perguntou com quem eu estava falando. Expliquei-lhe que estava orando ao meu Deus, como um cristão deve fazer. “Ora, o senhor não pode fazer isto aqui”, ordenou êle. Então me sentei e continuei a orar menos percepti̇̀velmente.

Para manter viva a minha apreciação pelas coisas espirituais eu arranjei um programa de atividade de “pregação”. Mas a quem se pode pregar numa prisão solitária? Resolvi preparar sermões bíblicos apropriados com o que eu podia recordar e pregar a pessoas imaginárias. Então comecei a trabalhar por assim dizer, batendo em portas imaginárias e dando testemunho a moradores imaginários, indo a diversas casas durante a manhã. Com o tempo encontrei-me com uma imaginária Sra. Carter, que mostrou algum interêsse e depois de algumas visitas, organizamos um estudo regular da Bíblia. No decorrer dêste estudo decorremos sobre os principais temas do livro “Seja Deus Verdadeiro”, conforme eu podia recordar-me dêles. Fazia tudo isto em voz alta para que o som destas palavras as gravasse ainda mais em minha mente. Estou certo de que os carcereiros pensavam que eu estava ficando doido, mas eu estava realmente era conservando-me firme na fé e são mentalmente. Isto ajudou a manter-me equipado para trabalhar novamente no ministério quando fôsse sôlto. Eu tinha confiança que Jeová, o nosso Deus, pode preservar e livrar os seus servos, se simplesmente se mantiverem fiéis a êle. Não, eu não achava que êle precisava tirar-me da prisão para fazer isto; eu esperava ser liberto no nôvo mundo. Sentia-me como certos fiéis hebreus da antiguidade. Quando foram julgados perante o rei por causa de não olvidarem a adoração de Deus, êles disseram: “Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, êle nos livrará da fornalha de fogo ardente, e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.” — Dan. 3:17, 18, ALA.

Depois do meu julgamento, quando fui transferido da casa de detenção para a prisão de Xangai, minhas condições de vida melhoraram. Embora eu fôsse mantido numa cela isolada e não me permitissem unir-me aos outros prisioneiros, com o tempo recebi um pouco mais de liberdade de movimento. Foi-me permitido passar algum tempo durante o dia num pátio junto à minha cela; e, embora não houvesse móveis na cela, havia uma pequena mesa e um banquinho no pátio, os quais eu podia usar. Também me permitiram usar material de escrita e eu usei-os imediatamente.

CÂNTICOS DE LOUVOR PARA APOIAR A FÉ

Comecei a escrever alguns temas bíblicos numa forma em que pudessem ser usados como versos de um cântico e então eu murmuraria várias combinações de notas até que encontrasse um tom que combinasse. Com o tempo eu compus uma coleção considerável de cânticos para ajudar-me a manter na memória os propósitos de Deus. Alguns dos cânticos tinham apenas alguns versos, mas outros tinham tantos quantos 144 versos, traçando as promessas bíblicas desde Gênesis até Apocalipse. Êstes ajudaram-me a recapitular trechos da Bíblia e a arranjar temas que passavam por tôda a Escritura. Por exemplo, eu tinha cânticos intitulados: “Selecionando a Semente”, “A Resposta à Chamada de Jeová”, “O Memorial”, “O Maior Dêstes É o Amor”, “Mais de um Milhão de Irmãos” e “De Casa em Casa”. Que fôrças êles me davam ao passo que eu cantava:

Que poder ou fôrça do velho Satanás

Pode jamais nos impor separação

Do Deus de nosso amor, profundo e veraz,

Sim, que amamos de todo coração.

Derrubar o monte Sinai poderi̇́eis,

E o plantar nas profundezas do mar?

Embora mais fácil, nunca tenteis

Do alto Jeová vos separar!

Ao continuarmos a Jeová leais

Com um rijo amor como vínculo

Do inimigo desesperado demais

Desafiamos firmes e com afinco.

Se indo ao máximo limitado,

E nos matar por nossa firmeza então

Cristo, nosso Rei, estará ao nosso lado

Com as chaves da sepultura na mão.

Tôdas as manhãs, antes do café, eu cantava cêrca de cinco de meus cânticos e, à noitinha, outros cinco.

Embora minha primeira tentativa de orar na prisão tenha sido rudemente interrompida, eu compreendi a importância de permanecer achegado a Jeová. Eu podia ficar isolado de meus companheiros, mas ninguém poderia separar-me de Deus. Quando me mudaram para a prisão de Xangai, determinei orar mais abertamente. Compreendi que êste era um dos modos que eu podia dar testemunho aos à minha volta. Assim, à vista de quem passasse por minha cela, eu me ajoelhava três vêzes por dia e orava em voz alta, tendo em mente o Daniel em quem fala a Bíblia. Mesmo quando era proibido por lei, “três vêzes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus”. (Dan. 6:10, ALA) Eu orava para que Deus me desse a sabedoria de dizer e fazer as coisas certas, para a honra dêle. Orava para que seu propósito glorioso triunfasse. Orava de todo o coração pelos meus irmãos em tôdas as partes do mundo. Parecia que em tais ocasiões o espírito de Deus orientava a minha mente nas questões mais benéficas e me dava um espírito de serenidade. Que fôrça espiritual e confôrto me proporcionava a oração! E assim todos vieram a me conhecer como ministro cristão.

Contudo, às vêzes eu era tomado pelas dúvidas quanto a se eu tinha realmente feito tudo o que devia fazer no serviço de Jeová, antes de minha prisão. A princípio eu me preocupava com isto, mas depois vi que me beneficiava por recapitular a situação, vendo onde eu tinha falhado e onde eu podia melhorar no futuro; e resolvi que faria um serviço muito melhor no futuro, se tivesse a liberdade de assim fazer. Orando sôbre isto a Jeová, senti-me revigorado e o resultado foi que meus dias em prisão fortaleceram a minha convicção e determinação de prosseguir no serviço de Jeová.

Eu fazia anualmente arranjos para celebrar o Memorial da morte de Cristo da melhor maneira que pudesse. Da janela da prisão eu via a lua a tornar-se cheia perto do ini̇́cio da primavera. Calculava tão cuidadosamente quanto podia a data da celebração. Ora, eu não podia obter os emblemas, o pão e o vinho, os carcereiros não mos davam. Por isso, nos dois primeiros anos eu pude apenas passar pelas moções, usando emblemas imaginários, assim como eu pregava a pessoas imaginárias. Então, no terceiro ano eu achei algumas latas de passas na minha parte de alimentos da Cruz Vermelha e disto eu pude fazer vinho, ao passo que arroz, que é sem fermento, serviu de pão. Êste ano eu tive ambos, meu vinho e alguns biscoitos sem fermento da Cruz Vermelha, para usá-los como emblemas. Cantei, orei e dei um discurso regular para a ocasião, mesmo como teria feito em qualquer congregação do povo de Jeová. Assim, todo ano sentia-me unido com meus irmãos em todo o mundo nesta ocasião importante.

Embora minhas atividades em prisão fôssem extremamente limitadas, eu me empenhei a dar testemunho mediante exemplo. Tinha em mente a fidelidade do judeu Neemias, que, estando em cativeiro, foi mordomo tão fiel do rei da Pérsia, que êste lhe permitiu voltar para Jerusalém para atender às questões que envolviam a sua adoração a Deus. Várias vêzes eu pedi um trabalho para fazer, mas mo negaram. Todavia, requeria-se que todos os prisioneiros limpassem as suas próprias celas e eu procurei fazer da minha um modêlo. Gradualmente ampliei meus esforços, limpando a área em frente de minha cela durante o tempo que me permitiam ficar fora e, depois, as celas vazias perto da minha. Com o tempo eu estava limpando e polindo as mesas dos carcereiros. Eu era sincero no meu desejo de fazer algo útil e com o tempo isto me granjeou a confiança dos carcereiros. E um dêles me disse: ‘Tudo o que você faz sai bem feito, quer fazer limpeza ou estudar a língua. Eu espero que quando voltar à Inglaterra, utilizará êste zêlo a serviço do povo.’ Assegurei-lhe que isto era exatamente o que eu esperava fazer.

Nunca senti ódio por êstes homens designados a guardar-me. Parecia-me que eram muito semelhantes aos oficiais do exército que receberam a incumbência de pregar Jesus na estaca de tortura; êles não sabiam o que estavam fazendo. Por isso eu orei para que Deus os perdoasse e só punisse os que eram realmente repreensíveis e maliciosos no ódio a Êle e ao seu povo.

DE NÔVO COM O POVO DE JEOVÁ!

Quando, por fim, foi-me dito que a hora de eu sair estava perto, e cinco meses antes do tempo, que alívio! Depois de me levarem a passeio por Xangai e pelos territórios circundantes para ver o que os comunistas fizeram pelo povo em sentido material, finalmente me mandaram através da ponte, para os braços dos irmãos cristãos que me esperavam, no dia vinte e sete de maio. Que coisa maravilhosa é estar de volta ao povo de Deus!

Os irmãos de Hong-Kong foram tão amorosos que foi realmente difícil nos separar. Mas em 1.° de junho tomei um avião para casa, para a Inglaterra. A primeira parada foi no Japão, onde um grande grupo de Testemunhas me esperava para me saudar. Êles não sabiam de meus planos de viagem, mas tinham acompanhado nos jornais as notícias sôbre a minha saída da prisão e calcularam que eu devia estar naquele avião. Queriam estar lá para me saudar.

Em Nova Iorque fiquei contentíssimo em ver o presidente da Sociedade Tôrre de Vigia, o irmão Knorr, no aeroporto para me saudar e êle foi o primeiro a me abraçar em amorosas boas-vindas. O Betel e a imprensa de Brooklyn mudaram muito desde que eu os vi pela última vez em 1947, antes de embarcar para a China, mas eis aqui o mesmo espírito de amor, simplesmente em escala mais ampliada.

Ali, também, os irmãos queriam saber as minhas experiências e eu fiquei contente em lhas relatar e em assegurar-lhes com convicção de que, a despeito dos eventos dos últimos quatro anos e meio, jamais em meus vinte e cinco anos de ministério de tempo integral a minha fé foi tão firme como está agora. Por quê? Porque não há armas, nem paredes, nem cadeias que possam impedir que o espírito de Jeová chegue até ao seu povo! Tendo-nos dedicado ao estudo de sua Palavra e permitido que ela se aprofunde em nosso coração, não há nada a temer. Não permanecemos em nossas próprias fôrças. Mas com a sua todo-poderosa fôrça Deus pode fazer até o mais frágil de nós sair vitorioso em face de perseguição.

● Quão firme é a sua fé? Poderia confrontar-se com constante interrogatório e anos de isolamento numa prisão sem contudo fracassar? Lembre-se de que as Escrituras dizem que “todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos”. (2 Tim. 3:12) O tempo de fortalecer-se é antes da perseguição. Como? Empregando sabiamente agora o seu tempo, estudando e meditando a Palavra de Deus para que ela se enraíze profundamente em seu coração, pela associação regular com o povo de Jeová e pelo uso do que aprende no serviço de Jeová. Então estará entre os que “pelo uso têm as suas faculdades perceptivas treinadas para distinguir tanto o certo como o errado”. (Heb. 5:14) Esta percepção é vital quando confrontado com oposição. Mas se confiar em Jeová agora, aproveitando-se das provisões que êle fêz, estará em condição de ser fortalecido nêle em tempo de crise e êle o susterá. — Os Editôres.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar