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  • Eu desejava ‘andar com Deus’

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  • Eu desejava ‘andar com Deus’
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1965
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1965
w65 1/7 pp. 406-408

Eu desejava ‘andar com Deus’

CONFORME NARRADO POR ENOK ÖMAN

NASCI na região setentrional da Suécia, próximo da fronteira com a Finlândia, há oitenta e cinco anos atrás. Tenho vivido como cristão dedicado os sessenta e um anos passados, e agora, como homem de cabelos grisalhos, sinto-me feliz de rememorar os cinqüenta e quatro anos de serviço de tempo integral no ministério de Jeová Deus.

Ainda me lembro de que costumava sentar no colo da mamãe, enquanto ela me ensinava sobre Deus e seu poder. Quando tinha treze anos, minha sede de conhecimento foi despertada, e comecei a ler muito. Pareciam vazios para mim os prazeres do mundo. Como jovem, fiquei muitíssimo impressionado quando li na Bíblia que “Enoque andava com Deus”. Eu desejava fazer a mesma coisa.

Assim aconteceu que, ao atingir vinte e dois anos de idade, eu estava do lado de fora de nossa casa, numa noite estrelada e contemplava a Via-Láctea, e naquela noite me dediquei ao Criador deste universo maravilhoso e impressionante. Mas, isto se deu alguns anos antes de eu realmente aprender a ‘andar com Deus’.

Quando tinha vinte e quatro anos, estudava num colégio na parte setentrional da Suécia. Nessa mesma localidade havia uma escola de agronomia, e seu diretor era dirigente de ambas as escolas. Quando, em 1905, tornei-me agrônomo, o diretor me disse: “Eu quero voltar para a Suécia meridional. Durante muitos anos, tenho esperado encontrar um aluno que pudesse ajudar com estudos adicionais e então passar-lhe meu cargo de diretor de ambas estas escolas. Agora encontrei tal aluno. É você, Öman. Vou-lhe dar algum tempo para refletir sobre o assunto, e então terei prazer de receber sua resposta.”

Pensei seriamente sobre o assunto, visto que me havia decidido a ‘andar com Deus’. Orei a Deus, pedindo orientação. Depois de refletir sobre o assunto durante três dias, a decisão estava bem clara na minha mente. Disse ao diretor que eu queria retornar para minha casa como fazendeiro. Ele baixou a cabeça, desapontado, mas disse: “Öman, é digno de todo o meu respeito, e creio que entendo seu ótimo motivo. Desejo-lhe as maiores bênçãos.”

Visto que desejava ter meu próprio lar, construí uma casa numa fazenda próxima da do meu pai. Isto me levou seis anos, pois eu mesma a construí. Mas, durante esses anos, não desprezei a Bíblia. Amiúde, estudava a Palavra de Deus, bem como os livros religiosos, na esperança de achar a verdade sobre o modo correto de ‘andar com Deus’. A doutrina do tormento eterno me causava grande angústia. Quando perguntava aos líderes religiosos a respeito dela, não me davam respostas satisfatórias. Diziam: “Enok, você é jovem, não deve pensar nestas coisas.”

APRENDO A ‘ANDAR COM DEUS’

Em 1911, um jovem pioneiro ou pregador de tempo integral das testemunhas de Jeová, August Abrahamson, trouxe-me a mensagem da verdade de Deus, e obtive dele o primeiro volume dos Estudos das Escrituras, “O Plano Divino das Eras”. Li o livro e entendi que chegara o tempo mencionado pelo profeta Daniel. O livro me ajudou a ver a falsidade da doutrina do tormento eterno. Depois de eu ter estudado este primeiro volume, firmei propósito de ‘andar com Deus’ por usar todo meu tempo para levar às pessoas o conhecimento de Deus e de seu reino; seria pioneiro.

Da filial sueca da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, dos E. U. A., então em Örebro, obtive os outros cinco volumes e fiz uma assinatura de A Sentinela em sueco. Obtive também o endereço do irmão Abrahamson. Viajei de bicicleta cerca de cento e vinte quilômetros para chegar à casa dele. A esposa dele e quatro outros amigos estavam presentes ao meu batismo no Rio Lule, em setembro de 1911.

Falei com meus pais a respeito desta gloriosa luz da verdade que tinha achado. Tanto o papai como a mamãe ficaram muito contentes de ouvir falar dela, e meu pai disse: “Tem de ser como você disse; o Deus de amor tem de ser assim.” Eu lhe disse: “De agora em diante, darei todo meu tempo a fim de ‘andar com Deus’ como pioneiro de seu reino. Pode vender a sua casa da fazenda e de agora em diante morar na minha nova casa; é um presente meu para o senhor e para minha querida mãe.”

Quando comecei a trabalhar de pioneiro, meus pais ficaram na varanda, com lágrimas nos olhos, dizendo o papai: “Sei que está servindo o Senhor; que ele lhe abençoe.”

Assim, nos seis anos seguintes viajei pela parte setentrional da Suécia e parte da Finlândia setentrional. Certa noite, esquiei oitenta e três quilômetros, e em outra ocasião, num trenó movido como um patinete (sparkstötting), viajei oitenta e seis quilômetros num só dia. No verão, viajava de bicicleta. No inverno, esquiava com minha sacola cheia de publicações bíblicas até as famílias isoladas que moravam atrás das montanhas. Via de regra, não sabia onde é que dormiria quando chegasse a noite, mas jamais aconteceu-me ficar sem cama para dormir. Colocava muitas publicações bíblicas com as pessoas. Todas as pessoas bondosas e hospitaleiras que eu encontrei e as muitas experiências que tive são mui prezadas e alegres recordações da minha vida.

Certa ocasião, por volta de 1915, cheguei a um lugar chamado Bergsjö. Queria obter um quarto para passar a noite. Havia ali muitas casas, mas de algum modo escolhi certa casa. Quando disse à senhora da casa algo a respeito do meu trabalho ministerial, ela respondeu imediatamente: “Eu e meu marido estamos na verdade, e nos sentimos muito contentes em vê-lo; teremos muito prazer que fique conosco enquanto estiver aqui.” Estes dois amigos, o irmão e a irmã Brodin, ficaram felizes por eu ter colocado oito livros e alguns folhetos na vizinhança. Deveras, o tempo em que fiquei na casa deles foi abençoado. Muitos anos depois, no congresso em Estocolmo, em 1955, um irmão chegou perto de mim e disse: “Eu sou um filho adotivo de seus velhos amigos Brodins. Tinha quatro anos quando trabalhou em Bergsjö, e me lembro quando me disse que eu deveria ser testemunha a favor da verdade de Deus. Nunca me esqueci das suas palavras.”

Durante 1914-1915, passei algum tempo na filial sueca da Sociedade Torre de Vigia. Em setembro de 1914, começamos mostrando na Suécia o “Foto-Drama da Criação”, um filme que representava o propósito de Deus para com a terra e a humanidade. Desde então, até maio de 1915, muitos milhares de pessoas o viram gratuitamente. Suscitou grande interesse pela Bíblia e pela obra das testemunhas de Jeová.

PARA A NORUEGA

Durante o inverno de 1916-1917, passei algum tempo na filial da Sociedade em Örebro e dali vim para Oslo, para servir como servo da filial. Era dia sete de fevereiro de 1917, e pensei: “Conheço outros irmãos mais capazes do que eu.” Mas, Hebreus 10:38 me ajudou: “Se ele retroceder, minha alma não tem prazer nele.”

Por diversos anos, a filial sueca tinha supervisão sobre a obra na Noruega, mas em 1921 recebi uma carta do presidente da Sociedade, irmão Rutherford, em que me disse que deveria trabalhar diretamente sob a direção do escritório do presidente.

Em 1922, tornei-me cidadão norueguês e naquele ano a irmã Maria Dreyer se tornou minha esposa. Maria aprendeu a verdade em 1911, no mesmo ano que eu. Ela morreu em 1944, com setenta e um anos, tendo a esperança “do prêmio da chamada para cima, da parte de Deus, por meio de Cristo Jesus”. — Fil. 3:14.

OS NAZISTAS PROSCREVEM A OBRA

A obra do Reino cresceu na Noruega; e em 1940 havia sete de nós que trabalhavam na filial. Poucos dias depois de os alemães ocuparem a Noruega, eles me prenderam. Depois de passar algum tempo na prisão, obtive permissão de ir para casa, mas amiúde era levado de novo e tinha de responder a suas muitas perguntas. Em 8 de julho de 1941, os nazistas proscreveram nossa obra, confiscando todas as propriedades da Sociedade. Apenas eu e minha esposa obtivemos permissão de ficar na casa; os outros cinco tiveram que partir. Morávamos na casa debaixo de condições muito difíceis. Pouco depois, os nazistas noruegueses também visitaram a casa, e sofri mais interrogatórios. Durante os cinco anos de ocupação, os alemães e os nazistas noruegueses me levaram mais de cem vezes a seu escritório. Cada vez, que eu levava meus documentos e saía de casa, tanto eu como minha esposa achávamos que talvez fosse a última vez, visto que milhares de noruegueses eram levados para campos de concentração na Alemanha ou eram mortos na Noruega.

Durante a guerra, trabalhamos “às ocultas”. De muitos modos maravilhosos, A Sentinela nos era enviada da Dinamarca e da Suécia, e as Testemunhas na Noruega fizeram cópias de modo que muitos pudessem obter o alimento espiritual. Eu tinha sempre contato com os irmãos; eles me escreviam indiretamente, visto que a Gestapo me mantinha sob observação constante.

As experiências dos anos de guerra exauriram muito do meu vigor físico, e pensei que seria melhor para a obra do Reino que um irmão mais jovem tomasse meu lugar. Quando o presidente da Sociedade, N. H. Knorr, visitou-nos em Oslo, nos últimos dias de 1945, ele me disse que poderia ficar aqui em Betel por quanto tempo quisesse. Outro irmão foi designado servo da filial.

Durante os anos de guerra, certa irmã Haldis veio para Betel a fim de ajudar a mim e minha esposa. Ela era muito prestimosa e cuidava do lar de Betel e também da minha esposa doente até a morte desta. Anos depois, em 1953, pedi a irmã Haldis em casamento, e nos casamos, mudando-nos para uma casa particular e continuando a executar nossa obra a favor do reino de Deus. Tornei-me pioneiro e Haldis trabalhava como enfermeira e também muitíssimo no ministério do Reino.

Ainda sou pioneiro. É preciosíssimo privilégio estar no serviço de pioneiro. Também me traz grande alegria estar nas reuniões da congregação, e sinto que perdi muito quando não me é possível estar presente. Foi realmente grandioso privilégio assistir à Assembléia “Boas Novas Eternas” das Testemunhas de Jeová em Estocolmo, em 1963. Com oitenta e cinco anos de idade, posso olhar para trás com alegria e gratidão, e ver o cumprimento de meu ardente desejo de ‘andar com Deus’, servindo aos interesses do seu glorioso reino.

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