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  • A Bíblia e a história egípcia
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1969
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  • RECONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA EGÍPCIA
  • AS RAZÕES DA BÍBLIA
  • SEM NENHUMA COMPARAÇÃO REAL
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1969
w69 1/7 pp. 389-392

A Bíblia e a história egípcia

Ocasionalmente, ouvem-se expressões de preocupação com a dificuldade de se harmonizarem as passagens históricas da Bíblia com o sistema de cronologia que se baseia em registros antigos — por exemplo, nos do Egito. Naturalmente, tal preocupação se pode justificar somente se os anais seculares registrarem os fatos, forem exatos e coerentemente fidedignos. Então, qual é a situação, neste respeito? Oferece a antiga história do Egito uma norma fidedigna? De interesse mais do que passageiro é também a pergunta: Como se compara o registro bíblico com esses anais seculares?

A história egípcia, conforme os leitores da Bíblia sabem, relacionava-se diretamente com a história bíblica durante um período considerável — desde o tempo da primeira visita de Abraão ao Egito até o próprio tempo em que os judeus fugiram para lá após a queda de Jerusalém diante de Babilônia. Este período incluiu a série notável de golpes calamitosos sofridos pelo Egito em rápida sucessão e a subseqüente marcha dos israelitas para a liberdade, apesar do poder sobrepujante de Faraó e seu exército. O relato bíblico é apresentado de modo claro e segundo os fatos. Mas, o que dizer dos registros do Egito?

A HISTÓRIA EGÍPCIA

Com respeito à antiga história egípcia, os historiadores modernos se baseiam principalmente em certos documentos existentes na forma de listas de reis egípcios. Entre estes se encontram a fragmentária Pedra de Palermo, alistando supostamente as primeiras cinco dinastias da história egípcia; o Papiro de Turim, muito incompleto e fornecendo uma lista de reis e de seus reinados desde o tempo do “Antigo Reino” até o “Novo Reino”; e diversas listas inscritas em pedra, nenhuma delas em estado realmente completo. Para coordenar estes registros fragmentários e estabelecer uma seqüência cronológica, os historiadores se baseiam fortemente nos escritos de Maneton, sacerdote egípcio do terceiro século A. E. C.

Mas, a dificuldade é que os escritos de Maneton não existem mais em nossos dias. Temos de basear-nos em referências à sua obra e em citações dela nos escritos de historiadores posteriores, tais como Josefo, do primeiro século E. C., Sexto Júlio Africano, do terceiro século E. C., Eusébio, do quarto século E. C., e Sincelo, do oitavo e do nono século E. C. E o que dificulta a questão ainda mais é que estes historiadores são muitas vezes inexatos nas suas citações. Segundo o Professor W. G. Waddell, suas citações de Maneton são “fragmentárias e muitas vezes deturpadas”, com o resultado de que “é extremamente difícil chegar-se a ter certeza quanto ao que é autêntico e ao que é espúrio ou corruto relativo a Maneton”.

Depois de mostrar que a fonte de informações de Maneton incluía algumas tradições e lendas não históricas, muitas vezes sem consideração para com a ordem cronológica, o Professor Waddell diz: “Desde o princípio havia muitos erros na obra de Maneton: nem todas elas se devem às deturpações de escribas e revisores. Verificou-se que muitas das durações dos reinados são impossíveis: em alguns casos, os nomes e a seqüência dos reis, conforme apresentados por Maneton, mostraram-se insustentáveis à luz de evidência monumental.” — Manetho (Maneton; 1940), páginas vii, xvii, xx, xxi, xxv.

Esta questão das listas dos reis é um problema espinhoso, pois, quando todas elas são tomadas em consideração, os anos da história egípcia são aumentados a um total incrível. The Encyclopædia Britannica (ed. 1965, Vol. 5, págs. 722, 723) diz, portanto, a respeito destas listas: “. . . devem ser usadas com cautela quando se tenta reconstituir a estrutura cronológica da história egípcia; em certas épocas, por exemplo, parece que reis rivais ou até mesmo dinastias inteiras, alistados consecutivamente por Maneton, regiam ao mesmo tempo.”

RECONSTITUIÇÃO DA HISTÓRIA EGÍPCIA

Tornou-se, pois, necessário que os egiptólogos reconstituíssem e revisassem seus conceitos sobre a história egípcia, não uma vez, porém muitas vezes, durante os últimos cem anos aproximadamente. Note, agora, como as diversas autoridades em egiptologia, geralmente contemporâneas, chegaram a conclusões muito diferentes quanto à data da primeira dinastia regente, supostamente iniciada com a unificação do Egito sob o Rei Menés.

Segundo 1.a Dinastia Começou em

Champollion 5867 A. E. C.

Mariette 5004 “

Lauth 4157 “

Lepsius 3892 “

Breasted 3400 “

Meyer 3180 “

Wilkinson 2320 “

Palmer 2224 “

Acrescente a esta variedade a data atualmente popular entre os historiadores, de aproximadamente 2900 A. E. C.

Os egípcios desenvolveram em certo grau a astronomia, e possuímos textos egípcios que tratam das fases lunares e da ascensão da estrela Sírio (Canícula; Sótis). Estes foram aproveitados em combinação com outros dados fragmentários para a elaboração de uma tabela cronológica de datas aproximadas para as diversas dinastias, como segue:

Culturas pré-dinásticas c. 3000-2850 A. E. C.

Dinastias I a VI c. 2850-2200 “

Dinastias VII a XII c. 2200-1786 “

Dinastias XIII a XX c. 1786-1085 “

Dinastias XXI a XXXI c. 1085–332 “

Embora fosse de esperar que o uso de dados astronômicos fornecesse uma cronologia precisa, não se dá tal coisa. A ascensão de Sírio (usada para calcular os anos de um “período sotíaco”) não é constante na retardação. Um ligeiro erro de cálculo de um só dia pode mudar uma data em cerca de cento e vinte anos. As observações baseadas na observação a olho nu dos egípcios certamente não eram tão exatas como as observações telescópicas exatas dos dias modernos e poderia ter havido facilmente um erro de um dia.

Por que não fornecem os registros egípcios nenhuma informação sobre o Êxodo e os eventos emocionantes que o precederam? Isto realmente não é surpreendente, pois, conforme declara o Professor de Egiptologia J. A. Wilson: “Os registros egípcios eram sempre positivos, destacando os sucessos do faraó ou do deus, ao passo que nunca se mencionavam fracassos e derrotas, exceto em algum contexto do passado distante.” (The World History of the Jewish People, 1964, Vol. I, págs. 338, 339) Os egípcios não eram incapazes de destruir registros dum reinado anterior, se a informação não agradasse ao faraó então em poder. Assim, após a morte da Rainha Hatxepset, Tutmés III fez que se obliterassem seus nomes e suas representações dos relevos monumentais.

O faraó que regia por ocasião do Êxodo não é mencionado por nome na Bíblia; portanto, os esforços de identificá-lo baseiam-se em conjecturas. Isto explica, em parte, por que os cálculos modernos da data do Êxodo, entre os historiadores seculares, variam de 1441 A. E. C. até 1225 A. E. C. — uma diferença de mais de duzentos anos. E, torna-se bastante evidente que, no seu atual estado, os cálculos seculares relativos à cronologia egípcia de modo algum podem constituir um sério desafio para a contagem bíblica do tempo.

AS RAZÕES DA BÍBLIA

Toda a maneira de os escritores bíblicos encararem o assunto atesta que estavam cônscios da importância da medida do tempo. Queira notar, por exemplo, o registro genealógico no quinto capítulo do livro bíblico de Gênesis. Quão cabalmente cada geração está entreligada com a próxima! Nada é deixado entregue ao acaso. Ficamos sabendo da idade de cada um dos alistados, tanto no tempo de ele se tornar pai de seu herdeiro como no tempo de sua morte. Nos anais egípcios não existe nada que se compare com isso.

Em contraste com a laboriosamente elaborada cronologia do Egito, a Bíblia fornece uma história notavelmente coerente e pormenorizada, que se estende por milhares de anos. Apresenta a narrativa vívida, segundo a vida real, da nação de Israel, a partir do seu começo, retratando com candura suas forças e suas fraquezas, seus bons êxitos e seus fracassos, sua adoração correta e sua flagrante apostasia para a religião pagã, suas bênçãos e suas calamidades. E, embora tal honestidade, em si mesma, não assegure a exatidão de sua cronologia, fornece, não obstante, uma base sólida para se ter confiança na integridade de seus escritores.

Muitas vezes se despercebe o fato de que os escritores bíblicos, em apoio de alguns dos seus fatos, citam anais históricos tais como o “livro das Guerras de Jeová” (Núm. 21:14, 15), o “livro dos assuntos dos dias dos reis de Israel” (1 Reis 14:19; 2 Reis 15:31), o “livro dos assuntos dos tempos dos reis de Judá” (1 Reis 14:29; 2 Reis 24:5), o “livro dos assuntos de Salomão” (1 Reis 11:41), bem como quatorze, ou mais, referências a anais ou registros oficiais similares citados por Esdras e Neemias. Portanto, os escritores bíblicos não dependiam da memória ou da tradição oral. Há evidência de que os seus dados foram cuidadosamente pesquisados e documentados.

Havia também fatores que contribuíam a manter os escritores bíblicos, e realmente todos os israelitas, sempre cônscios da contagem do tempo. A lei mosaica destacava muitos eventos que exigiam uma contagem exata do tempo: o Dia da Expiação, os numerosos dias festivos, os anos sabáticos e de jubileu. Dias, meses, anos, períodos de sete e cinqüenta anos, foram todos observados cuidadosamente enquanto a nação aderia à Lei. Afinal de contas, israelitas individuais, que tivessem ficado pobres e sido obrigados a abrir mão de sua propriedade de terra, podiam recuperar tal propriedade naquele qüinquagésimo ano. — Lev. 25:2-5, 8-16, 25-31.

Outra forte razão para os escritores bíblicos e o povo em geral se manterem em dia com as particularidades do tempo eram as freqüentes proclamações de profecias inspiradas por seu Deus — profecias que se relacionavam com alguma data no futuro. O povo marcaria e aguardaria o cumprimento de tais eventos. Podemos estar certos de que, no tempo do nascimento de Jesus, o homem Simeão não era o único de quem se poderia dizer que “era justo e reverente, esperando a consolação de Israel”. — Luc. 2:25.

Mas, alguns talvez objetem dizendo que os documentos originais da Bíblia não estão disponíveis, que, com o decorrer do tempo, fazerem-se muitas cópias e revisões pode ter seriamente influído na exatidão do registro. Neste particular, faremos bem de nos lembrarmos de quão extremamente meticulosos foram os copistas e escribas da Bíblia, que multiplicavam os exemplares existentes das Escrituras. Para eles, era uma questão que envolvia o favor ou o desfavor de Deus, a vida ou a morte. Tinham de verificar e reverificar, indo até o ponto de contarem linhas, palavras e letras em cada página da cópia.

Para ilustrar — vividamente a exatidão essencial dos livros bíblicos, conforme nos foram transmitidos neste século vinte, temos o recente achado de rolos nas cavernas de Qumram, perto do Mar Morto. Um destes é uma cópia bem conservada do inteiro livro bíblico de Isaías, registrado em dezessete pedaços de pergaminho. Antes de seu descobrimento, o mais antigo texto hebraico de Isaías remontava ao décimo século E. C. Agora havia à disposição um rolo do primeiro século E. C., aproximadamente, e, não obstante, o fato notável era que, quando comparado com os nossos textos modernos de Isaías, apareciam apenas diferenças muito pequenas, diferenças de somenos importância.

SEM NENHUMA COMPARAÇÃO REAL

Devia ser evidente que os anais seculares do Egito, na forma em que nos foram transmitidos, não estão à altura para servir de norma para se medir a exatidão da marcação do tempo pela Bíblia. O cuidado, a veracidade e a integridade dos escribas egípcios não estão além de suspeita. Diz o Professor J. A. Wilson (em The World History of the Jewish People, 1964, Vol. I, págs. 280, 281): “É preciso que se faça uma advertência sobre o valor histórico exato das inscrições egípcias. Aquele era um mundo de . . . mitos e milagres divinos.” Daí, após sugerir que os escribas não eram incapazes de alterar a cronologia dos eventos para aumentar o louvor ao monarca específico no poder, ele acrescenta: “O historiador aceitará seus dados segundo o seu valor aparente, a menos que haja uma razão clara para desconfiança; mas, ele precisa estar pronto para modificar a sua aceitação assim que alguma nova matéria coloque a interpretação anterior numa nova luz.”

A estrutura cronológica que os historiadores modernos elaboraram à base das fontes egípcias ainda é muito instável. Conforme observou o egiptólogo E. A. Wallis Budge: “A informação que se obteve dos monumentos egípcios nativos quanto a datas é, atualmente, insuficiente para nos habilitar a corrigir os erros nos algarismos da Lista de Maneton, que se devem ao descuido ou à ignorância dos copistas, e, até que se encontre outro meio de fazer isso, é em vão que se procure reagrupar e torcer seus algarismos, assim como muitos escritores da cronologia egípcia gostam de fazer.” (A History of Egypt, 1902, Vol. I, Prefácio, p. xvi) Meio século depois, os historiadores admitem que “a cronologia egípcia ainda está num estágio fluídico, . . .” (Ancient Near Eastern Texts de Pritchard, 1955, Introdução, p. xvii) O Professor J. A. Wilson declara que é só depois de 663 A. E. C. que a cronologia egípcia se torna “razoavelmente precisa” e que, “quanto mais se retrocede, tanto maior se torna a margem do desacordo [entre os eruditos]”. — The World History of the Jewish People, 1964, Vol. I, p. 268; The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 1962, Vol. II, p. 43.

Portanto, não há nenhuma razão para se duvidar da exatidão da cronologia bíblica só porque certos registros seculares não se harmonizam com ela. Ao contrário, só quando a cronologia secular se harmoniza com o registro bíblico é que podemos corretamente sentir certa medida de confiança na antiga maneira secular de datar. Isto certamente é assim com os registros do antigo Egito.

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