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  • O desenvolvimento da Trindade nos Credos

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  • O desenvolvimento da Trindade nos Credos
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1970
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  • DESCONHECIDA AOS PRIMITIVOS ECLESIÁSTICOS
  • O CREDO DOS APÓSTOLOS
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1970
w70 15/1 pp. 37-40

O desenvolvimento da Trindade nos Credos

É PROVÁVEL que a maioria dos freqüentadores das igrejas, hoje em dia, crê que foram Jesus Cristo e os seus apóstolos os que desenvolveram a doutrina da Trindade. No entanto, o Professor E. Washburn Hopkins explica no seu livro Origin and Evolution of Religion (Origem e Evolução da Religião), na página 336: “A doutrina da trindade era evidentemente desconhecida a Jesus e a Paulo; de qualquer modo, não dizem nada sobre ela.” Não formularam nenhum credo definindo a Trindade.

De fato, a palavra “trindade” não ocorre nenhuma vez na Bíblia Sagrada. Tampouco se encontram na Bíblia expressões tais como “um só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo”, num “consubstancial com seu Pai”. Ao contrário, a Bíblia fala de Cristo como sendo “o princípio da criação de Deus”, e diz que “a cabeça do Cristo é Deus”. (Rev. 3:14; 1 Cor. 11:3) Portanto, a Nova Enciclopédia Católica, em inglês, diz a respeito da Trindade: “Não é, conforme já se viu, direta e imediatamente a palavra de Deus.” — Volume 14, página 304.

DESCONHECIDA AOS PRIMITIVOS ECLESIÁSTICOS

Tampouco se desenvolveu o conceito de ‘três pessoas em um só Deus’ logo após a morte de Jesus e dos seus apóstolos. Isto foi observado pelo professor episcopal de história eclesiástica James Arthur Muller, que escreve: “Esta falta de uma doutrina formulada da Trindade reflete o pensamento teológico do segundo século. Nas obras de Justino, o Mártir, que escreveu por volta de 150 A. D., enfatiza-se a pré-existência do Filho, no entanto, em relação ao Pai, fala-se Dele como estando ‘em segundo lugar’.” — Creeds and Loyalty, página 9.

Mesmo perto do fim do segundo século, o destacado clérigo Ireneu fala de Cristo como estando subordinado a Deus, não igual a ele. — Veja Irenaeus Against Heresies, Livro 2, capítulo 28, seção 8.

De modo que a Trindade era desconhecida aos primitivos eclesiásticos. Realmente foi uns 400 anos ou mais após a morte de Cristo que o conceito de ‘três pessoas em um só Deus’ foi finalmente formulado por homens e introduzido na igreja.

O CREDO DOS APÓSTOLOS

“Mas”, objeta talvez alguém, “não foram os próprios apóstolos que compuseram o Credo dos Apóstolos? E não ensina este credo a Trindade?”

Por séculos se ensinou que os doze apóstolos escreveram este credo, e isso foi crido piamente. Mas esta afirmação se mostrou inverídica. Na realidade, a evidência revela que o “Credo dos Apóstolos”, ou “Símbolo dos Apóstolos”, foi formulado por homens que viviam centenas de anos depois deles!

The Faith of Christendom (A Crença da Cristandade), livro que é fonte de informações sobre credos e confissões, editado por B. A. Gerrish, observa: “Até agora, portanto, quanto a ter sido composto pelos Apóstolos em pessoa, não temos motivo para presumir que o Credo que leva seu título tenha aparecido menos de quinhentos anos após o tempo deles.” Examine o Credo ou Símbolo dos Apóstolos, conforme apresentado a seguir:

“Creio em Deus Pai onipotente, Criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor, o qual foi concebido do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria; tendo sofrido sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos, no terceiro dia ressuscitou dos mortos; subiu aos céus, está assentado à direita de Deus Pai onipotente, donde há de vir julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.”a

Conforme pode ver, aqui não se diz nada sobre Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo serem “um só Deus”. No entanto, no decurso dos anos em que se formulou o Credo dos Apóstolos, surgiu grande controvérsia sobre a natureza de Cristo. Qual era exatamente a sua relação com Deus? Era inferior a Deus e distinto dele, ou era Jesus o próprio Deus?

O CREDO DE NICÉIA

Por volta do quarto século, alguns eclesiásticos, inclusive o jovem arcediago Atanásio, argumentavam que Jesus e Deus eram a mesmíssima pessoa. Por outro lado, homens tais como o presbítero Ário apegavam-se à posição bíblica, de que Jesus fora criado por Deus e era subordinado ao seu Pai. Em 325 E. C., reuniu-se em Nicéia, na Ásia Menor, um concílio eclesiástico convocado pelo imperador romano Constantino para resolver tais questões. Neste concílio, o imperador pagão Constantino favoreceu o lado de Atanásio. Portanto, os conceitos expressos por Ário, embora firmemente baseados na Bíblia, foram declarados heréticos.

Seguiu-se então um ‘experimentar palavras e afiar frases’ para projetar um credo como instrumento a ser usado contra os que afirmavam que Cristo teve início e não era consubstancial com seu Pai. O Credo ou Símbolo de Nicéia, na sua forma original, destinava-se claramente a combater a posição de Ário. Concluía com a seguinte declaração, que mais tarde foi excluída do credo:

“Mas os que dizem que houve tempo em que não existia; ou que não existia antes de ser gerado; ou que foi feito daquilo que não teve princípio; ou que afirmam que o Filho de Deus é de qualquer outra substância ou essência, ou criado, ou variável, ou mutável, estes são anatemizados [amaldiçoados] pela Igreja Católica e Apostólica.” — Cyclopedia de M’Clintock & Strong, Volume 2, páginas 559-563.

Digno de nota é também o fato de que o credo original redigido em Nicéia não atribuiu personalidade ao Espírito Santo. Todavia, adições posteriores, que se crê terem sido feitas pelo Concílio de Constantinopla, em 381 E. C., fizeram isso. O credo ou símbolo redigido em Nicéia, em 325 E. C., com as suas alterações posteriores, passou para a história como o Credo de Nicéia. Reza do seguinte modo:

“Creio em um só Deus, Pai onipotente, Criador do Céu e da Terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um só Senhor Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos; Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro do Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial com seu Pai, por quem todas as coisas foram feitas; o Qual, por causa de nós homens e por causa da nossa salvação, desceu dos céus e, por virtude do Espírito Santo, tomou carne da Virgem Maria e foi feito homem. Também, por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, sofreu e foi sepultado; e ressuscitou no terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu para o céu; está assentado à direita de seu Pai e outra vez há de vir, com glória, para julgar os vivos e os mortos; e do seu Reino não haverá fim. E (creio) no Espírito Santo, Senhor e vivificador, que procede do Pai e do Filho; o qual simultaneamente com o Pai e o Filho, é adorado e conglorificado; o qual falou pelos profetas. E em uma só Igreja Santa, Católica e Apostólica. Confesso um só batismo para a remissão dos pecados e espero a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.”

Depois de se ler cuidadosamente o Credo de Nicéia, é interessante notar que ainda não se define nele completamente a Trindade. Afirma-se que o Pai e o Filho são da mesma substância, e o Espírito Santo é chamado de “Senhor e vivificador”, mas não se diz que estes três são “um só Deus”. Ainda havia de haver mais ‘experimentar palavras e afiar frases’.

O CREDO DE ATANÁSIO

É no Credo ou Símbolo de Atanásio que se define finalmente a Trindade. Conforme deve lembrar-se, Atanásio foi o jovem arcediago que se destacou em apoiar os conceitos apresentados no Credo de Nicéia. Foi também ele quem compôs este credo que leva seu nome?

Foi isto o que se acreditou por séculos, mas, por fim, provou-se definitivamente que não é verdade. The Faith of Christendom observa, na página 61: “A atribuição do Credo a Atanásio foi exposta no século dezessete pelo erudito holandês G. J. Voss. Argumentou-se, à base de evidência interna, que o documento pode datar do período entre 381 e 428 A. D.”

No entanto, não existe nenhuma evidência certa para uma data tão antiga para o credo. De fato, até centenas de anos depois, não existe nenhuma referência a ele na forma completa! John J. Moment, no seu livro sobre os credos, declara por isso decididamente: “Atanásio já estava morto por quinhentos anos quando apareceu.” (We Believe, página 118) Veja como o Credo Atanasiano define a Trindade:

“. . . que adoremos um só Deus em Trindade e a Trindade na Unidade, nem confundindo as Pessoas, nem separando a Substância. Na verdade, uma é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma só é a Divindade do Pai, do Filho e do Espírito Santo; igual a glória, coeterna a majestade. Qual é o Pai, tal o Filho, tal o Espírito Santo. Incriado é o Pai, incriado o Filho, incriado o Espírito Santo. Imenso é o Pai, imenso o Filho, imenso o Espírito Santo. Eterno é o Pai, eterno o Filho, eterno o Espírito Santo. E, no entanto, não (há) três eternos, mas um só Eterno; assim como não (há) três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.

“Igualmente onipotente é o Pai, onipotente o Filho, onipotente o Espírito Santo; e, no entanto, não (há) três onipotentes, mas um só é o Onipotente. Assim, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus; e, no entanto, não são três deuses, mas Deus é um só. Assim, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor; e, no entanto, não são três senhores, mas um só é o Senhor. Pelo que, assim como somos obrigados, na verdade cristã, a confessar cada uma Pessoa, singularmente, como Deus e Senhor, assim nos é proibido, pela religião católica, dizer três Deuses ou três Senhores.

“O Pai por ninguém foi feito, nem criado, nem gerado. O Filho só pelo Pai foi: não feito, nem criado, mas gerado. O Espírito Santo, pelo Pai e pelo Filho: não foi feito, nem criado, nem gerado, mas deles procede. Um só, portanto, é o Pai; não três Pais; um só, o Filho; não três Filhos; um só, o Espírito Santo; não três Espíritos Santos. E nesta Trindade nada é primeiro ou posterior; nada maior ou menor; mas todas as três Pessoas são a si coeternas e coiguais. Portanto, por tudo, assim como acima já foi dito, deve ser adorada a Unidade na Trindade e a Trindade na Unidade. Portanto, quem quiser se salvar, assim sinta (pense) da Trindade. . . .”

Portanto, a doutrina da Trindade foi finalmente formulada muitas centenas de anos após a morte de Jesus Cristo. Nas palavras do teólogo N. Leroy Norquist, os homens “experimentaram palavras, afiaram frases, até que definiram a relação das três ‘pessoas’ da Trindade de tal modo, que finalmente podiam dizer: ‘A menos que creia nisso, não é verdadeiro crente.’”

Assim se formulou, portanto, o conceito sobre Deus adotado agora na maioria das igrejas.

AMPLA ACEITAÇÃO

Pode ser, porém, que não creia que a sua igreja aprove realmente estes credos. É verdade que tem havido a tendência de nem mesmo tentar ensinar aos paroquianos o conceito perplexo sobre Deus que é adotado. Mas isto não quer dizer que os credos tenham sido rejeitados pelas igrejas. Ao contrário, quase todas as igrejas ainda se apegam ao seu conceito confuso sobre Deus.

Que a Igreja Católica Romana o faz é claramente declarado em The Catholic Encyclopedia sob o verbete “Trindade”. Depois de citar parte do Credo Atanasiano, ela declara: “Isto é o que a Igreja ensina.”

A Igreja Anglicana também endossa os credos dos Apóstolos, de Nicéia e de Atanásio. A Igreja Episcopal, protestante, também o faz, explicando que “está longe de pretender afastar-se” da Igreja Anglicana “em qualquer ponto essencial de doutrina”.

Os grupos luteranos também adotam estes credos. A constituição da Igreja Luterana da América, Artigo II, seção 4, diz: “Esta igreja aceita os credos dos Apóstolos, de Nicéia e de Atanásio como declarações verazes da fé da Igreja.” De modo similar, a constituição da Igreja Unida de Cristo declara: “Reivindica como sua a fé da Igreja histórica, expressa nos antigos credos . . .”

Os presbiterianos adotam o Credo de Nicéia, e o mesmo fazem os grupos grandes dos metodistas. Estas religiões adotam oficialmente o conceito trinitarista. Embora os grupos batistas, em geral, não aprovem credos, o Secretário Geral Adjunto da Convenção Batista Americana observou a respeito do Credo Atanasiano: “Estou certo de que a maioria dos batistas americanos estaria em substancial acordo com o seu conteúdo.”

É verdade que certas igrejas da cristandade não endossam oficialmente nenhum credo, mas, quase todas elas adotam o dogma trinitarista que estes desenvolveram. Quanto a isso, John J. Moment escreveu no seu livro We Believe (Cremos) a respeito do Credo Atanasiano: “Suas definições estereotípicas continuaram a ser aceitas no Protestantismo, mais ou menos conscientemente, como norma de ortodoxia.”

CONCEITO ANTIBÍBLICO

A Palavra de Deus, porém, está em oposição direta a este conceito de ‘três pessoas em um só Deus’. A Bíblia diz que Deus é “Rei da eternidade”, e não tem nem princípio nem fim. (1 Tim. 1:17; Sal. 90:2) Mas a Bíblia diz que, dessemelhante de seu Pai eterno, Jesus é “o princípio da criação de Deus”. (Rev. 3:14) Prova adicional de que Jesus e Deus não são a mesmíssima pessoa, nem iguais, se vê no fato de que, na ressurreição de Jesus dentre os mortos, “Deus o enalteceu a uma posição superior”. (Fil. 2:9) Se Jesus, antes de seu enaltecimento, tivesse sido igual a Deus, não poderia ter sido enaltecido ainda mais, pois isso o teria feito superior a Deus. Quão evidente é que a doutrina da Trindade não foi ensinada pelos cristãos do primeiro século!

O ensino bíblico é claro. Jeová é o Deus Todo-poderoso que ‘criou todas as coisas’. (Rev. 4:11) Jesus Cristo é “Filho de Deus”, não o próprio Deus Todo-poderoso. (Luc. 1:35) E o espírito santo não é nenhuma pessoa, mas é a força ativa de Deus, que pode encher pessoas. (Atos 2:4) Visto que as igrejas obviamente não têm ensinado estas verdades bíblicas, é vital, se quiser agradar ao seu Criador, que se separe completamente de tais organizações religiosas. — Rev. 18:4.

Jeová é verdadeiramente Deus. Ele é o Deus vivente e o Rei por tempo indefinido. — Jer. 10:10.

[Nota(s) de rodapé]

a Os credos, conforme aparecem neste artigo, são citados da Exposição da Doutrina Católica, por Cyro Nunes Ferreira, 1.a edição, Edições Paulinas.

[Foto na página 38]

Constantino, imperador romano pagão, convocou um concílio eclesiástico em Nicéia, em 325 E.C. Ele influenciou ali a adoção do Credo de Nicéia, com o seu ensino da Trindade.

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