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  • “Escolhi o caminho da fidelidade”
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1974
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  • ESCOLHI “O CAMINHO DA FIDELIDADE”
  • VENCI UMA PROVA PELA BENIGNIDADE IMERECIDA DE JEOVÁ
  • MAIORES PRIVILÉGIOS NA PREGAÇÃO POR TEMPO INTEGRAL
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1974
w74 15/2 pp. 121-125

“Escolhi o caminho da fidelidade”

Conforme narrado por Paul Wrobel

EM AGOSTO de 1914, o mundo foi abalado pela notícia da mobilização para a guerra. Nós morávamos na fronteira alemã, na província da Prússia Oriental. Nós seis filhos tínhamos passado tempos pacíficos com os nossos pais, mas quando meu irmão mais velho foi convocado para a guerra, minha mãe chorou amargamente. Tentei consolá-la, mas ela disse: “Entramos agora em tempos terríveis.”

Visto que, na ocasião, tinha apenas quinze anos de idade, perguntei-me como mamãe podia saber que nos aguardavam tempos de tribulação. Acontece que mamãe baseava seus pontos de vista na profecia bíblica sobre os “últimos dias”. Ela havia sido visitada muitas vezes por um ministro viajante, a quem acolhera hospitaleiramente e que deixara alguns tratados, os quais mamãe guardava na sua Bíblia. Mamãe lia a Bíblia muitas vezes e nos ensinava bons princípios. Também papai lia para nós a Bíblia. De modo que, desde a nossa juventude, fomos criados a temer a Deus.

Ficamos logo cercados pela guerra. Vimos os bombardeiros, ouvimos o estrondo dos canhões, vimos soldados russos, bem como os mortos e os feridos. Tínhamos de fugir. Em 1918, eu também me tornei soldado.

Depois da guerra e da minha dispensa do exército, mudei-me para a região do Ruhr, onde encontrei alguns dos meus parentes e passei a trabalhar nas minas. Nesta região, encontrei também a moça que agora e a companheira da minha vida já por mais de cinqüenta anos.

ESCOLHI “O CAMINHO DA FIDELIDADE”

Com o tempo, vieram à nossa casa os livros A Harpa de Deus e Estudos das Escrituras, da Sociedade Torre de Vigia. Eu os li cabalmente. Por meio destes livros comecei a entender a Bíblia. Isto criou em mim o desejo de servir a Deus e de seguir o caminho de Sua verdade. Senti-me assim como o salmista: “Escolhi o caminho da fidelidade.” — Sal. 119:30.

Fiz todo o empenho para aumentar em conhecimento bíblico. E quando um ministro representante da Sociedade Torre de Vigia nos convidou a uma reunião da congregação cristã, aceitamos. O primeiro discurso público, bíblico, que ouvi cativou tanto meu interesse, que convidei o orador a visitar-nos, e ficamos sentados até altas horas da noite, tirando proveito de seu conhecimento bíblico. Desde então e até hoje, a leitura e o estudo da Bíblia, com a ajuda das publicações da Sociedade Torre de Vigia, tornaram-se parte de meu programa diário.

Entretanto, do ponto de vista humano, senti-me fraco e incapaz de transmitir as verdades bíblicas no ministério de casa em casa. Mas agora que me associava com a congregação cristã e freqüentava regularmente as reuniões, tomei a peito o encorajamento para participar no ministério de campo. Assim, certa manhã, pus a minha Bíblia numa pasta nova, dirigi-me a um irmão cristão e pedi-lhe que me levasse consigo no ministério de casa em casa. Depois de ouvi-lo por cerca de uma hora, pedi-lhe alguns livros. Fui às portas com três livros e algumas revistas, e em pouco tempo coloquei todas estas ajudas para o estudo da Bíblia nas mãos dos moradores.

Daquele tempo em diante, eu ia sozinho ao ministério de campo. Achava que havia vencido uma grande fraqueza. Naquele tempo, eu não tinha idéia alguma de quão abençoada era a porta de atividade que se me abria.

A congregação com que eu me associava, Bochum-Langendreer, era composta de cerca de quarenta pessoas. A associação com esta congregação continuou a edificar-me. Em agosto de 1925 simbolizei minha dedicação a Jeová pelo batismo em água. Em 1928, minha esposa também foi imersa, e desde então viajamos juntos na estrada cristã de atividade e fidelidade, e usufruímos a bondade de Jeová.

Desde o meu batismo, quis entrar na pregação por tempo integral, mas, visto que tínhamos três filhos, tive de ter paciência. Continuei atarefado na congregação, promovendo os interesses do Reino, cuidando de diversas tarefas designadas e aumentando em zelo e capacidade.

Nossa família usufruiu muitas bênçãos por meio da associação com irmãos cristãos maduros. Apreciamos as palavras de 1 Pedro 4:9: “Sede hospitaleiros uns para com os outros, sem resmungar.” Quantas vezes admirei a capacidade de minha esposa de preparar uma refeição deliciosa das poucas coisas que tínhamos. Meus irmãos cristãos sempre se sentiam à vontade conosco e nunca nos faltavam as necessidades da vida.

VENCI UMA PROVA PELA BENIGNIDADE IMERECIDA DE JEOVÁ

Depois de Hitler proscrever as testemunhas de Jeová, tínhamos de realizar nossa pregação às ocultas. Em 7 de outubro de 1934, toda a nossa congregação participou em enviar uma resolução de protesto a Hitler. Depois veio 27 de abril de 1936, quando fui preso pela Gestapo. A Gestapo queria que eu anotasse todos os nomes dos “líderes” das testemunhas de Jeová. Será que eu me manteria firme no “caminho da fidelidade” a Deus em face de tortura? Jeová fortaleceu-me para fazer isso. Resolvi não trair meus irmãos cristãos, nem que tivesse de morrer. O que anotei para a Gestapo foi um testemunho a respeito do reino de Deus.

Durante os meus dois anos de encarceramento, pude fortalecer alguns dos meus irmãos cristãos que estavam em necessidade espiritual. Em maio de 1938, fui solto da prisão, e eu mesmo passei então a sofrer necessidade espiritual. Isto se deu porque, pouco antes de meu livramento, quase todos os meus irmãos cristãos na região haviam sido presos. Eu não parecia ter nenhum contato com a organização de Deus. Havia pouco alimento espiritual disponível.

Eu estava sob vigilância policial e fiquei sem emprego, por me negar a ingressar na “frente dos trabalhadores”. Como desempregado, fui finalmente mandado de volta ao meu antigo lugar de trabalho na mina, pela agência de empregos. Perto do fim da Segunda Guerra Mundial, quando se recrutou a “tropa do povo”, pensei que logo estaria com meus irmãos cristãos nos campos de concentração. No entanto, recebi inesperadamente um certificado de duplo “UK” (unabkoemmlich, indispensável), por causa da importância militar das minas. Funcionários de elevado grau, na mina, começaram a mostrar interesse na verdade bíblica, e eu pude muitas vezes dar um testemunho a respeito do reino de Deus.

No ínterim, porém, esgotei todo o meu estoque de literatura bíblica. Orei assim como o salmista: “Não tires inteiramente da minha boca a palavra da verdade, pois esperei a tua própria decisão judicial.” (Sal. 119:43) Depois dum forte bombardeio, lembrei-me duma antiga Testemunha e decidi visitá-lo e ver como ele estava passando. Depois de percorrer as ruas cheias de escombros, cheguei exatamente quando ele procurava esconder uma grande quantidade de revistas A Sentinela no seu galinheiro em ruínas. Ele ficou feliz quando tomei a carga preciosa de alimento espiritual na minha bicicleta e a levei a um lugar mais seguro.

Jeová havia atendido minha oração. Tínhamos então alimento espiritual. Os artigos da Sentinela “A Teocracia”, “O Pequeno Rebanho”, “O Drama de Ezequiel”, “O Resgate”, “Religião”, “Libertação”, “Governo e Paz” e os artigos que explicavam as profecias de Zacarias e Miquéias, bem como muitos outros, forneceram um rico banquete espiritual da parte de Jeová no meio de nossos inimigos. Eu pude então compartilhar este alimento espiritual com aqueles dos meus irmãos cristãos que consegui alcançar. Como é que poderia retribuir a benignidade de Jeová em todos estes benefícios espirituais? Só por mostrar maior zelo em cumprir a minha dedicação.

No verão de 1945, quando as Testemunhas passaram a agir abertamente, quinze de nós nos congregamos numa reunião feliz para falar sobre o futuro. No domingo, estiveram presentes vinte e sete Testemunhas dispostas a apoiar a obra do Reino de modo organizado. O amor e o apreço mútuos nos unificaram, e Jeová começou a abençoar nossa congregação com grande aumento.

MAIORES PRIVILÉGIOS NA PREGAÇÃO POR TEMPO INTEGRAL

Visto que eu gosto de pessoas e desejo falar-lhes ao coração, gosto muito do ministério de casa em casa. De fato, durante vinte anos foi meu desejo ingressar na pregação por tempo integral. Chegara então o tempo favorável. Nossos dois filhos mais velhos haviam atingido a maioridade e estavam firmes na verdade de Deus. Entretanto, triste é dizer-se que nosso filho mais jovem foi vítima da guerra; até hoje está alistado como desaparecido.

Mas então surgiu um padecimento físico que parecia impedir-me de ingressar no ministério de tempo integral. Meu médico predisse que eu podia esperar dentro de dois anos ficar paralítico no quadril direito. Isto foi em 1946, de modo que decidi usar estes dois anos no ministério de tempo integral e fazer o melhor que podia.

Desde então, já se passaram uns vinte e sete anos! Embora eu nunca pudesse andar sem dificuldades, a paralisia predita não apareceu. Em 1947, fui chamado a Magdeburgo, a fim de ser treinado para o ministério de superintendente viajante da Sociedade Torre de Vigia. Por quase vinte anos, até a ocasião duma séria doença em outubro de 1966, pude servir neste cargo e provar a bondade de Jeová em medida abundante. Minha porção diária era uma abundância de alegria.

A organização de novas congregações e o fortalecimento de grupos pequenos trouxe muitas alegrias e bênçãos. No entanto, era preciso estar disposto a sofrer algumas privações. Por exemplo, certo superintendente presidente duma congregação pequena de sete Testemunhas escreveu-me que a minha visita teria de ser cancelada, visto que ele tinha de se internar num sanatório e a congregação era tão pequena, que não havia lugar onde eu pudesse ficar. Apesar disso, viajei à cidade e procurei outro superintendente da congregação. Ele morava com sua família num quarto muito apertado. Seu senhorio tinha alguma terra de lavoura, de modo que perguntei à Testemunha se podia falar com o senhorio. Em resultado disso, pude dormir num pequeno quarto acima do estábulo das vacas. Havia ali um pequeno catre militar com um colchão de palha em que podia dormir, e compartilhei o quarto com um caixeiro viajante. Visto que era outono, tive de dormir na minha roupa, para não ficar com frio.

Durante a semana, pude conseguir uma sala na escola para um discurso bíblico, público, e visitar todas as Testemunhas, as quais, no domingo, participaram em distribuir convites para o discurso. Domingo à tarde, para o assombro de todos, cinqüenta e seis pessoas enchiam a sala e todos escutavam atentamente. Daquele tempo em diante, a congregação cresceu, e pouco depois tinha seu próprio Salão do Reino.

Outra experiência que tive relacionou-se com uma assembléia de circuito providenciada pela Sociedade Torre de Vigia, a ser realizada em Paderborn, na década de 1950. A cidade nem nos concedeu um salão, nem um terreno em que pudéssemos realizar nossa assembléia. Pudemos, porém, alugar do dono dum restaurante o clube dos carabineiros, cerca de dois quilômetros fora duma pequena aldeia chamada Nauhaus. O sacerdote local, que também era presidente do clube dos carabineiros, procurou exercer pressão sobre o dono do restaurante, ameaçando-o com a excomunhão se não rompesse o contrato. O dono do restaurante, porém, disse que era comerciante e já recebera o aluguel antecipadamente das Testemunhas, ao passo que a Igreja Católica ainda lhe devia dinheiro por duas celebrações de Natal.

Durante a assembléia, o sacerdote amaldiçoou as Testemunhas, o dono do restaurante, as pessoas que deram acomodações às Testemunhas e os comerciantes que nos venderam gêneros alimentícios. A conduta do sacerdote induziu a muitos a abandonar a igreja. O dono do restaurante foi excomungado, mas gozava das simpatias das pessoas da cidade. Hoje podemos ter assembléias de circuito em Paderborn e há ali uma congregação florescente de mais de cem Testemunhas.

APESAR DE FRAQUEZAS — AINDA ATAREFADO

Em outubro de 1966, estive na filial da Sociedade na Alemanha, cursando a Escola do Ministério do Reino para superintendentes, quando peguei pneumonia. Até poder voltar para casa, usufruí os cuidados amorosos da família de Betel. Visto que alguns dos meus órgãos internos deixaram de funcionar, minha condição física piorou, e cheguei à conclusão de que meu serviço terreno acabaria em breve. Mas depois de algum tempo, restabeleci-me e pude pôr-me novamente de pé, pelo menos com metade da minha força, o que me satisfazia. E pude continuar na pregação por tempo integral.

Durante os últimos quatro anos, tive o privilégio de servir como superintendente na minha própria congregação original, Bochum-Langendreer, e usufruir a associação cordial e o apoio amoroso de meus irmãos cristãos na promoção dos interesses do Reino.

Quando olho para trás, depois de cerca de quarenta e oito anos de serviço dedicado a Deus, apercebo-me de que Jeová me ajudou a andar no caminho da fidelidade; ele me deixou ter parte na bondade mostrada a seu povo. Olhando para a Fonte da força e da salvação, minha decisão permanece: “Escolhi o caminho da fidelidade.” “Vou cantar a Jeová, pois lidou comigo de modo recompensador.” — Sal. 119:30; 13:6.

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