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  • Deu-se-nos um objetivo na vida
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1977
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  • A IMPORTÂNCIA DOS ASSUNTOS ESPIRITUAIS
  • NOSSA VIDA FAMILIAR
  • UM OBJETIVO POSTO DIANTE DE NÓS
  • COMEÇO DUMA CARREIRA
  • NOVAS DESIGNAÇÕES
  • DANDO A OUTROS UM OBJETIVO NA VIDA
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1977
w77 15/9 pp. 552-556

Deu-se-nos um objetivo na vida

Conforme narrado por Russell Cantwell

TENHO observado que poucos jovens, hoje, realmente parecem saber o que querem fazer com a sua vida. Não pensam em nenhuma carreira específica, nem em qualquer outro objetivo, pelo qual se empenhem. Sou grato aos meus pais, de que isto nunca se deu comigo.

Meus pais ainda vivem, embora papai já tenha noventa e nove anos e mamãe, mais de oitenta. Os dois, somados juntos, passaram mais de noventa anos como “pioneiros”, conforme as Testemunhas de Jeová chamam os pregadores da Bíblia por tempo integral.

Foi por volta de 1908 que papai e mamãe começaram seriamente a estudar a Bíblia. Uma das minhas primeiras lembranças é a de ver o Fotodrama da Criação, uma projeção de diapositivos e filmes, da história da Bíblia. Isto aconteceu na pequena escola rural, em Arkansas (E. U. A.), onde papai lecionava. Eu devo ter tido uns três anos de idade, naquele tempo.

Em 1924, quando eu tinha quatro anos, papai mudou a família para o leste de Tennessee. Ali começou logo a falar aos vizinhos sobre a sua fé em Deus. A família Kamer interessou-se, e organizaram-se reuniões semanais da Bíblia.

Outra primitiva lembrança que tenho é das visitas dos “peregrinos”, conforme se chamavam então os representantes viajantes das Testemunhas de Jeová. Nós três meninos cedemos as nossas camas às nossas irmãs e dormimos no chão, para que o visitante pudesse ocupar o dormitório de nossas irmãs. A bondosa atenção e o encorajamento que estes homens deram a nós, crianças, deixou uma impressão sadia e profunda.

A IMPORTÂNCIA DOS ASSUNTOS ESPIRITUAIS

Pela maneira em que nos ensinaram, bem como pelo exemplo que nos deram, papai e mamãe deixaram indelevelmente impresso na nossa mente jovem a importância do estudo da Bíblia e da associação cristã. Isto é bem ilustrado por uma experiência de que me lembro claramente; eu tinha então apenas uns seis ou sete anos.

Era domingo de manhã, e estávamos indo para a casa dos Kamer, para o nosso estudo regular da Bíblia, quando nos encontramos com três carros cheios de parentes. Embora papai não os tivesse visto já por vários anos, em vez de voltar para casa, convidou-os a acompanhar-nos para o estudo ou então ir para casa e esperar a nossa volta. Acho que o grupo inteiro poderia ter partido irado, sem que papai ficasse muito perturbado, visto que ele sentia ter uma forte obrigação espiritual para com a sua família e a família Kamer, para dirigir aquele estudo bíblico.

Papai instruiu-nos também a falar a outros sobre o que aprendemos a respeito do reino de Deus. Desde que me lembro, levava a nós filhos consigo, ao visitar as pessoas nos seus lares. Em 1927, papai decidiu que eu já tinha bastante idade para ir sozinho às portas.

NOSSA VIDA FAMILIAR

É verdade que havia muito trabalho duro a fazer no sítio, e nós nos ocupávamos também em atividades cristãs. Mas, ao mesmo tempo, nossos pais cuidavam de que tivéssemos recreação. Papai ensinou-nos a nadar. E havia piqueniques familiares e reuniões de família com outros, o que fornecia recreação e associação sadia.

Outra coisa que contribuiu para nossa intimidade como família era que papai e mamãe agiam em conjunto e sempre tinham tempo para nós, filhos. Estou certo de que às vezes divergiam, mas nunca discutiam na nossa frente, nem se contradiziam um ao outro. Desta maneira, aprendemos a respeitar a autoridade parental.

Na escola fomos muitas vezes escarnecidos pelas crianças pertencentes a outras religiões. Por exemplo, chamavam-nos de “aqueles sem inferno”, porque não críamos em que Deus atormentasse pessoas num inferno ardente. Papai e mamãe, porém, tomavam tempo para nos ajudar a preparar respostas da Bíblia para levar de volta à escola. Isto nos fortalecia, convencendo-nos de que sabíamos a verdade da Palavra de Deus, e passamos a ter prazer em ser diferentes, assim como fizeram os servos de Deus no passado.

Anos antes disso, um tio, que não apreciava a religião do papai, disse-lhe: “As crianças já têm dificuldades em crescer, sem que se meta neles esta religião.” Anos depois, quando visitamos este tio, ele disse a papai, com lágrimas nos olhos: “Newt, eu gostaria de que meus filhos fossem como os seus.” Mas, quando papai lembrou-lhe a observação anterior dele e de que era a nossa instrução bíblica que fazia a diferença em nós, meu tio não gostou nada disso. Até mesmo proibiu a papai mencionar Deus ou a Bíblia novamente na sua casa!

UM OBJETIVO POSTO DIANTE DE NÓS

Papai queria devotar mais tempo à obra de testemunho, e, por isso, em 1929, mudamo-nos para West Plains, Missúri. Ali pudemos fornecer quartos para dois proclamadores de tempo integral do Reino. O exemplo destas Testemunhas fez a nossa família pensar no serviço de pioneiro.

Por causa da Grande Depressão, voltamos ao sítio em Tennessee, mas não desistimos da idéia de ser pioneiros. Em 1931, um peregrino chamado Louis Larson ajudou papai a calcular como podia cuidar financeiramente da família na obra de pioneiro.

Ainda havia seis de nós filhos em casa, três na escola. Realizou-se uma conferência em família, e depois de consideração com oração, concordamos em vender o sítio e confiar plenamente na provisão de Jeová. Decidiu-se que nós três mais jovens continuaríamos na escola, ao passo que os mais velhos seriam pioneiros.

A fé e a confiança de meus pais em Jeová exerceram forte influência na minha vida. Naquela noite, comprometi-me em oração a Jeová, de que eu faria a sua vontade assim como meus pais faziam, e de que andaria nas pisadas de Cristo. Quão emocionante foi, algum tempo depois, ser batizado por papai em símbolo de minha dedicação a Jeová!

O sítio foi posto à venda, mas, com a depressão, foi vendido a 50 por cento do preço original pedido. Daí, um acidente e uma séria doença na família levou embora cada centavo que papai possuía, deixando-nos “quebrados”. Mas ele disse que havia só uma coisa a fazer, e esta era ficar na obra de testemunho por tempo integral. Esta determinação e firme decisão, junto com a constante devoção de papai e mamãe, fortaleceu meu desejo de servir a Jeová.

COMEÇO DUMA CARREIRA

Em 1934, mudamo-nos para uma designação na parte oeste de Tennessee. Ali decidi deixar a escola e ingressar na obra de testemunho por tempo integral. Papai aprovou isso, quer dizer, se o meu objetivo não era simplesmente sair da escola, mas fazer do serviço de pioneiro uma carreira. Portanto, à idade de quatorze anos, iniciei minha carreira vitalícia, testemunhando entre os sítios da vizinhança de Waverly, Tennessee.

De fato, houve provações durante a Grande Depressão da década dos 1930. Às vezes comíamos o mesmo tipo de refeição durante vários dias e desejávamos algo mais. Mas papai salientava que havíamos renunciado à busca de dinheiro e nunca nos faltava uma refeição, enquanto quase que diariamente famílias paravam à nossa porta e pediam comida para as crianças que choravam de fome, e essas famílias procuravam trabalhar por dinheiro.

Nas regiões em que trabalhávamos de pioneiros, no sul dos Estados Unidos, raras vezes havia outras Testemunhas por perto. Portanto, nossa íntima associação familiar servia de proteção contra a busca de associação com incrédulos. (1 Cor. 15:33; 2 Cor. 6:14) E economizávamos nossos centavos durante meses, a fim de viajar uns 160 quilômetros ou mais para nos encontrar com outros jovens das Testemunhas, para uma dança de quadrilhas ou outra associação agradável, tal como um passeio pelas Montanhas Smoky.

NOVAS DESIGNAÇÕES

Em 1937, no congresso de Columbus, Ohio, ouvimos o nome de papai ser chamado pelos alto-falantes, junto com mais duzentos outros, escolhidos para iniciar o novo serviço de pioneiro especial. Papai aceitou imediatamente este novo privilégio de serviço, e toda a nossa família foi então convidada a participar. Fomos designados para New Haven, Connecticut.

Uma lei estadual de Connecticut dava ao chefe de polícia poderes de censura sobre a obra religiosa de porta em porta, na sua comunidade, e, em resultado disso, as Testemunhas de Jeová estavam sendo presas em todo o estado. Em maio de 1938, fui preso junto com papai e meu irmão mais novo, Jessé, enquanto visitávamos os lares, falando às pessoas sobre a Bíblia. Embora centenas de nossos irmãos e irmãs tivessem sido presos em diversas ocasiões, a Sociedade Torre de Vigia (dos E. U. A.) decidiu usar o nosso caso para testar a validez da lei estadual. O caso chegou finalmente ao Supremo Tribunal dos Estados Unidos, onde Jeová nos deu a vitória.

A seguir, fomos transferidos como pioneiros especiais para Staten Island, na cidade de Nova Iorque, onde tivemos o privilégio de trabalhar com os que serviam na estação de rádio WBBR da Sociedade Torre de Vigia. Daí, em janeiro de 1939, fomos solicitados a ajudar a recém-organizada congregação em Monte Vernon, Nova Iorque, à qual também estavam designados Milton Henschel, Lyman Swingle e outros membros da família de Betel. Imaginem a nossa surpresa, no mês seguinte, quando meus dois irmãos e eu fomos convidados a ajudar na gráfica da Sociedade, durante algumas semanas. Isto se estendeu por mais de seis anos de serviço ali. Um acontecimento na noitinha de 8 de setembro de 1943 levou a mais outra designação.

Foi então que Evie Sullivan me apresentou Gladys, na portaria de Betel, e pediu que eu a levasse com sua companheira pioneira aos seus quartos, a alguns quarteirões de distância. O carro delas precisava urgentemente de alguns consertos, de modo que, naquela noite, passei várias horas trabalhando nele, ao passo que as moças ficaram sentadas no meio-fio e contaram suas experiências na obra de testemunho. Isto me deu ampla oportunidade de observar seu bom espírito de devoção a Jeová.

Na primavera de 1944, Gladys cursou a terceira classe da Escola de Gileade, enquanto eu ainda estava em Betel, e no ano seguinte casamo-nos, e eu me juntei a Gladys no serviço de pioneiro. Em 1950, fui convidado para servir na obra de circuito, como representante viajante da Sociedade Torre de Vigia. Nossa filha Darla Lynn nasceu em 30 de janeiro de 1956, mas providenciou-se amorosamente que continuássemos na obra de circuito.

DANDO A OUTROS UM OBJETIVO NA VIDA

Pedimos em oração a Jeová que nos ajudasse a criar nossa filha assim como nossos pais nos haviam criado, sempre colocando os interesses do Reino em primeiro lugar, e ainda assim mantendo equilíbrio, e não negligenciando nossas responsabilidades familiares. Eu dirigia semanalmente nosso estudo de família, e Gladys gastava diariamente alguns minutos, instruindo nossa filha na Palavra de Deus, e, conforme ela ia crescendo, usava períodos maiores para isso.

Parecia que Darla, da noite para o dia, ficou na idade escolar. Sempre mantínhamos um contato aberto e franco, até mesmo em assuntos íntimos, de modo que, ao passo que ela ficava mais velha, sempre achava fácil conversar e assim evitar o chamado “conflito de gerações”. O cuidadoso conselho a respeito da sua associação impediu que se metesse em má companhia, o que poderia levá-la a transgressões. Ficamos também felizes quando ela quis falar às suas colegas de classe sobre o reino de Deus. Seu primeiro estudo da Bíblia foi iniciado com uma colega da terceira série, em Chino, Califórnia. Isto resultou em esta estudante fazer a sua dedicação a Jeová, quando atingiu os dezesseis anos de idade.

Em junho de 1972, em São Francisco, na Califórnia, recebemos pelo correio uma carta. O que surpreendeu foi que era de nossa filha, que morava conosco. Ela queria expressar seu apreço, mas receava não poder dizer tudo o que queria, face a face.

“Quero agradecer-lhes”, dizia a sua carta, “por me criarem do modo como fizeram. Sempre colocando a Jeová em primeiro lugar na nossa vida. Sempre deixando seu ‘Sim significar Sim e seu Não, Não’. . . . Quero agradecer-lhes todo o amor e bondade que tiveram para comigo. Escutando quando eu tinha algo a dizer. Entendendo como eu me sentia. Tendo paciência com minha disposição de ânimo e minhas emoções. . . . Muito obrigada pelo maravilhoso exemplo que me deram, de modo que posso realmente ‘segui-los assim como seguiram a Cristo’”.

Esta carta acalentou-nos o coração, e agradecemos a Jeová que pudemos dar à nossa filha o mesmo objetivo que meus pais me deram — colocar o serviço de Jeová em primeiro lugar na sua vida. Nossa filha e sua companheira servem agora como pioneiras com a Congregação Henderson, na Carolina do Norte. Ficaram emocionadas, e nós também, quando dezessete pessoas, com as quais dirigiam estudos bíblicos, assistiram à Refeição Noturna do Senhor no ano passado.

Estamos no serviço de tempo integral já por quarenta e três anos. Atualmente, sou instrutor duma Escola do Ministério do Reino, centro de treinamento para anciãos cristãos. Um de meus irmãos está na obra de circuito, nos Estados Unidos, e o outro serve como coordenador de filial no país antilhano da República Dominicana. E ambos os meus progenitores ainda estão no serviço de pioneiro!

Nossa experiência pessoal induz-nos fortemente a incentivar os jovens a tomarem a obra de testemunho por tempo integral como seu objetivo, sim, a fazerem do serviço a Jeová Deus sua carreira vitalícia. E aos pais dizemos: Seus filhos não servirão automaticamente a Jeová. Terão de dar-lhes este objetivo na vida. Se fizerem isso, posso assegurar-lhes de que lhes serão para sempre gratos.

[Foto na página 554]

Minha esposa e eu estudando juntos.

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