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  • Bom governo — será conseguido?

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  • Bom governo — será conseguido?
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1978
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  • FORMAÇÃO MILITAR
  • NOSSO NOVO GOVERNO
  • QUE DIZER DAS ACUSAÇÕES?
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1978
w78 1/6 pp. 5-11

Bom governo — será conseguido?

Já ouviu alguém dizer sobre as condições no país dele: “Se o meu grupo estivesse no poder, melhoraríamos as coisas”? Já chegou a conhecer alguém que derrubou um governo e tornou-se governante do seu país? O que segue é o relato de um homem que fez estas coisas. Mas, conforme verá, ele chegou a ver que introduzir um bom governo não é tão fácil assim.

FOI em 25 de outubro de 1960. O país centro-americano de El Salvador estava prestes a receber um novo governo. Nossa revolta começou às 22 horas.

Uma força militar cercou a residência particular do Presidente José Maria Lemos, e informou-o de que havíamos assumido o poder. Ele pegou no telefone, mas verificou que estava mudo — nossa gente havia assumido o controle do centro nacional de comunicações.

A alguns quilômetros de distância, no meu escritório, no forte El Zapote, defronte da casa presidencial (a residência oficial do presidente), informei rapidamente os oficiais sob o meu comando a respeito de nossas ações. Daí, da sala de comunicações, telefonei depressa para o comandante de cada unidade militar do país. Expliquei quem já havia aderido a nós e perguntei: “Concorda?” Apenas um coronel importante se opôs a nós. Lembrei-lhe que podíamos destruí-lo. De modo que não teve outra escolha, senão aceitar o que fazíamos.

Naquela ocasião, eu era o segundo em comando no forte El Zapote. Meu comandante, que tampouco favorecia assumirmos o poder, voltou à meia-noite. Mas um de meus homens, guardando a entrada, aconselhou-lhe que fosse para casa. Ele fez isso sabiamente, e não voltou mais.

Às 6 horas da manhã, todos os comandantes e os membros de nosso novo governo reuniram-se no meu quartel-geral, no forte. Nosso golpe de estado fora bem sucedido, sem derramamento de sangue. Dispararam-se canhões, em celebração, e o rádio deixou as pessoas saber que um novo governo de seis homens — que chamávamos de “La Junta” — havia assumido o poder. Era uma ocasião emocionante!

POR QUE DERRUBAMOS O GOVERNO

El Salvador é o menor e mais densamente povoado país da América Central. Um jornal, naquela época, também o chamava de “mais industrializada e mais próspera das repúblicas centro-americanas”. Acreditávamos que havia necessidade duma mudança radical, dum governo melhor, e outros concordavam com isso. Pouco depois de assumirmos o poder, o jornal Times, de Nova Iorque, de 5 de novembro de 1960, observava:

“Mesmo os que temem o que se possa seguir à derrubada do Presidente Lemus concordam que o seu regime se havia tornado cada vez mais autoritário e brutal, e havia granjeado o ódio dos moderados, bem como dos liberais.”

Em harmonia com tais sentimentos, a declaração que emitimos dizia que Lemus havia “governado à margem da lei, havia pisado a Constituição e os direitos dos cidadãos, cometido atos ilegais e criado um clima de descontentamento geral”.

Sob o seu governo, estudantes manifestantes haviam sido fuzilados nas ruas. Outros haviam sido torturados. Os jornais relatavam que mulheres eram estupradas na prisão. Armas de meu regimento haviam sido utilizadas como evidência falsa na prisão de um homem, acusado de ter armas demais. Lemus havia colocado o país em estado de sítio, uma forma modificada de lei marcial.

Eu achava que a ação militar podia solucionar esses problemas e trazer condições melhores. Poderá entender melhor por que eu pensava assim, se souber algo sobre a minha formação.

FORMAÇÃO MILITAR

Nasci em 1925, terceiro de sete filhos numa família de lavradores, em Paraíso de Osório, El Salvador. Quando eu tinha quinze anos de idade, iniciei quatro anos e meio de instrução na Escuela Militar, a academia militar de nosso país, formando-me em julho de 1945. Aprendi a forte disciplina — obedecer e comandar — que é tradicional nas forças armadas da América Latina.

À idade de 19 anos, tornei-me oficial, aos 21 anos, primeiro-tenente, e aos 25, capitão. Fui para o México e estudei ali por três anos na escola do estado-maior daquele país, a Escuela Superior de Guerra. Ali aprendi a organizar e a dirigir a instrução militar.

Voltando para El Salvador, fui informado: “Precisamos duma escola de infantaria.” Assim, com a autorização para estabelecer uma, ajudei a fundar a Escuela de Armas, a escola de infantaria de El Salvador, em 1954. Mais tarde, em 1958, estabeleci a Escuela de Artillería, de El Salvador.

Fui também observador junto ao 504.º Batalhão de Artilharia de Campo, dos Estados Unidos, na Zona do Canal do Panamá. Como adjunto militar do ministro da defesa de El Salvador, viajei à Argentina, ao Brasil, ao Chile e ao Panamá.

Conforme pode ver, eu tinha uma carreira militar bem sucedida, com muitas consecuções. Portanto, na ocasião, era apenas natural que eu pensasse que uma mudança militar pudesse trazer um governo melhor ao nosso país.

NOSSO NOVO GOVERNO

Eu havia sido contatado por amigos — líderes políticos, que queriam derrubar o governo Lemus. No que se referia a mim, eu não era político, mas a perspectiva de poder político me agradava. Eu tinha elevados ideais e achava que era bastante honesto para ajudar a mudar uma situação que precisava ser alterada. Concordei em tornar-me parte do novo governo, sob a condição de receber o controle completo do planejamento e da execução da parte militar da derrubada.

Nosso governo seria composto por seis pessoas: três civis, dois coronéis e eu mesmo. Eu era capitão-major, um posto abaixo de coronel, mas a minha posição no forte El Zapote colocava-me num ponto estratégico. Durante oito meses, elaborávamos os pormenores. Daí, na noite de 25 de outubro de 1960, tudo entrou em ação.

Era da nossa intenção, publicamente anunciada, reconhecer todos os partidos políticos, seguir um programa democrático, continuar no bloco ocidental de nações e ocupar o poder apenas até à realização das próximas eleições presidenciais. Achávamos mesmo que podíamos contribuir para mudar as condições para melhor, em El Salvador.

No entanto, as coisas não saíram assim como as havíamos planejado. Pouco depois de assumirmos o poder, fui visitado pelo arcebispo. Ele disse que queria falar à Junta em particular, e que a palestra devia ficar secreta.

O arcebispo disse-nos, em suma: ‘Os senhores são o novo governo e eu estou em condições de apoiar este governo desde o púlpito. Em troca, podem apoiar a nós.’

Sabíamos de que estava falando. À base dos registros à nossa disposição, sabíamos que as instituições religiosas, católicas, haviam recebido apoio financeiro do governo anterior. O arcebispo, obviamente, estava interessado em ver a continuação de tais considerações para com a Igreja, por nosso novo governo.

Eu era católico, mas podia ver que tal tratamento preferencial não era correto; não era constitucional. Os outros membros da Junta concordaram. De modo que nós seis recusamos dar à Igreja apoio financeiro. O arcebispo ficou visivelmente perturbado e deu a entender que íamos lastimar a nossa decisão.

Pouco depois, começou uma campanha dos púlpitos da Igreja. Os sacerdotes afirmavam que nosso governo era pró-Castro e pró-comunista. Tínhamos gravações destes discursos, de modo que sabíamos quais eram as acusações. Mas, achávamos que causaria mais dano do que bem se suprimíssemos esta campanha, visto que a Igreja tinha grande influência sobre muitos.

QUE DIZER DAS ACUSAÇÕES?

Nosso governo logo passou a sentir o efeito adverso. Criou-se suspeita sobre a nossa orientação política. Os Estados Unidos ficaram preocupados e adiaram o nosso reconhecimento. Mas, quais eram os fatos?

Com o tempo, verificou-se que as acusações patrocinadas pela Igreja não tinham fundamento, e os Estados Unidos deram-nos o reconhecimento. O jornal Times, de Nova Iorque, de 1.º de dezembro de 1960, dizia:

“A tendência de ver comunismo e o novo atrativo de ‘fidelismo’ em cada movimento para uma mudança política e social, na América Latina, é perigosa. . . .

“Os três membros civis da junta, apesar das acusações levianas de ‘fidelismo’, são liberais e democratas. . . . Todos os seis homens comprometeram-se com um programa democrático e merecem toda oportunidade de provar a sua boa vontade.”

Apesar da vindicação, a campanha de difamação, patrocinada pela Igreja, havia causado grande dano à nossa credibilidade. Também havia outras forças agindo para minar nosso novo governo.

DESFAZEM-SE NOSSAS ESPERANÇAS

O exército não se agradava de nós. Havia sido nossa intenção tirar o exército da situação política, mas o exército não queria perder seus privilégios especiais. Outro grupo, que havia planejado um golpe enquanto preparávamos o nosso, ofereceu deixar o exército reter seus privilégios, e assim conseguiu o apoio da oficialidade.

Pelo visto, conversaram com os comandantes dos diferentes postos militares, assim como eu havia feito. Em 25 de janeiro de 1961, um ajudante veio à minha casa para dizer-me que as comunicações haviam sido tomadas. Imediatamente, dirigi-me à casa presidencial. Meus homens disseram: “Nós o apoiaremos — morreremos pelo senhor.”

Obviamente, porém, nenhum de nós queria mesmo morrer. Embora a área estivesse cercada, atravessei a rua até o forte El Zapote, onde um oficial me deixou entrar. Comecei a organizar a defesa. Minhas ordens eram obedecidas, e eu senti-me bastante forte para resistir ao novo golpe.

Um coronel, amigo meu, foi enviado para avisar-me de que a situação era muito séria. Ele disse: “Se o senhor se render, haverá paz. Do contrário, haverá aqui uma batalha.” Sob a sua garantia de paz, rendi-me.

Fui levado ao quartel-general do novo grupo, e este foi o fim da Junta. Seus outros membros já haviam sido capturados. Eu podia ouvir gritos e tiros de metralhadora na rua. Os jornais disseram que muitos foram mortos. Noticiou-se que um jovem usara seu próprio sangue para escrever na rua: “Libertad se escribe con sangre”, ou seja: “Liberdade escreve-se com sangue.”

Três dias depois, eu já estava no exílio. Fiquei no México até dezembro, depois retornei secretamente a El Salvador. Uma vez ali, tornei conhecida minha presença e comecei a articular o estabelecimento dum novo governo. No setembro seguinte, mandaram-me abandonar o país, senão eu seria morto. Em face desta ameaça, vim para os Estados Unidos, chegando aqui em 7 de outubro de 1962.

O DESAFIO DUMA NOVA VIDA

Fixamo-nos em Los Angeles, na Califórnia. À idade de 37 anos, tive de começar tudo de novo. Os costumes eram bem diferentes, e eu não falava o idioma. Não possuía quase nada em sentido material. Havia apenas a minha família: minha esposa Maria, e nossos quatro filhos, Ruben, de 13 anos, Miriam, de 11, Jorge, de 9 e Gustavo, de 7 anos.

Em 2 de novembro de 1962, dentro de um mês após a chegada a Los Angeles, obtive um emprego na transportadora Bekins, como ajudante de motorista. Ainda tinha ódio no coração e o enorme desejo de vingança contra os que derrubaram nosso governo. Mas reconhecia e aceitava minha responsabilidade direta, de sustentar a minha família. Por isso, trabalhava arduamente e vivia em paz.

Em resultado, fiquei mais achegado à minha família do que antes. Assim, pude ver que, de certo modo, a mudança repentina da situação era uma bênção disfarçada. Aconteceram então coisas que mudaram meu modo de pensar e por fim a minha própria personalidade. Meu ódio e desejo de vingança começaram a desaparecer. Um artigo no número de primavera de 1972 do jornal da transportadora, Bekinews, intitulado “O Armazenista Que Governou Uma Nação”, observou sobre mim:

“Ele aprendeu bem e depressa tanto o inglês como a armazenagem. Em 1969, foi promovido a capataz de armazém, nas instalações do distrito Beverly Hills/Santa Mônica, no Bulevar Wilshire, em Santa Mônica. . . .

“‘Ruben’, diz o Gerente Distrital Tom Fowler, ‘tem demonstrado uma combinação de eficiência, cortesia e humor, que tem resultado em excelentes relações com os fregueses. Parece que todos os que tratam com ele gostam dele, e ser nomeado por nós Armazenista do Ano comprova sua excelente folha de serviço.”

Apenas alguns anos antes, ninguém teria dito tais coisas agradáveis a meu respeito. Eu havia sido arrogante, bem como imoral. Na minha posição, eu tivera prestígio e poder, que me ofereceram a oportunidade de ter muitas relações imorais. Experiências anteriores haviam contribuído para tal modo de vida, assim como a mudança radical na minha personalidade é resultado de experiências totalmente diferentes na vida.

INFLUÊNCIA RELIGIOSA

Eu havia sido católico, assim como a maioria em El Salvador, mas isso não me impedia ter outras mulheres, além de minha esposa legítima. Isto é comum entre os homens na América Latina. Os próprios sacerdotes amiúde dão o exemplo. Sei que um sacerdote em Cojutepeque, onde eu havia morado, tinha uma mulher. Isso era do conhecimento público. Até mesmo tinha filhos com ela. ‘Portanto, por que deveríamos ser diferentes dos sacerdotes?’ era como eu desculpava a minha conduta.

Mas, não era apenas a imoralidade sexual dos sacerdotes. Era a sua conduta nada ética — o arcebispo tentar fazer aquele “negócio” escuso com o nosso novo governo, era um exemplo. Também, eu soubera que o arcebispo possuía um passaporte diplomático — privilégio que não lhe cabia. Por isso, quando tínhamos a autoridade, tiramos dele o passaporte. Devo dizer que, em vista do que eu observava, tinha pouco respeito pela religião.

Na realidade, não sabia nada sobre a Bíblia. Nunca tinha lido uma. Nem mesmo possuía uma Bíblia. A Igreja Católica nunca encorajava isso em El Salvador. Eu havia estudado o catecismo e recebido a primeira comunhão. E minha mãe me ensinara algumas doutrinas da Igreja, tais como a infalibilidade do papa, o purgatório, o fogo do inferno, a Trindade, e assim por diante. Mas nenhum destes ensinos incentivava-me a querer saber mais sobre Deus. Por isso, pode entender por que, depois de nos mudarmos para os Estados Unidos, a religião não desempenhava grande papel na nossa vida familiar.

MEU FILHO INFLUENCIOU-ME

Certo dia, fiquei bastante surpreso quando Ruben, que então tinha uns 17 anos de idade, perguntou: “Papai, importa-se se eu estudar a Bíblia?” Um colega de escola dele estava estudando com uma Testemunha de Jeová, e havia falado com Ruben. Eu não tinha nenhuma objeção. Portanto, Ruben logo ficou muito interessado na Bíblia e começou a freqüentar as reuniões das Testemunhas de Jeová. Com o tempo, quis ser Testemunha.

Isto não me agradava em nada. Eu queria que Ruben cursasse a faculdade e “se tornasse alguém”. Mas, ele queria usar seu tempo para divulgar a outros as suas crenças recém-encontradas. Mantinha-se firme nas suas convicções e eu comecei a opor-me fortemente a ele. No entanto, as Testemunhas aconselharam-lhe a obedecer a mim, como seu pai, e isto ele fez. Contudo, continuou a gastar muito tempo na pregação.

A conduta de Ruben começou a impressionar-me, e fiquei curioso sobre a sua nova religião. Um incidente se destaca na minha mente. Eu dissera a Ruben que, se determinado amigo me telefonasse, devia dizer-lhe que eu não estava em casa. Fiquei surpreso, e devo dizer impressionado, quando me disse que a consciência dele não lhe permitia mentir. Ruben costumava trazer amigos para casa, e, por fim, aceitei o convite de um deles, para estudar a Bíblia.

A BÍBLIA TEM SENTIDO

O que me impressionou foi a razoabilidade do que a Bíblia ensina. Muitos ensinos da Igreja, tais como o purgatório, o fogo do inferno e a Trindade, nunca tiveram grande sentido para mim. Mas agora comecei a ver que estas coisas nem mesmo são ensinadas na Bíblia. Achei nossos estudos extremamente interessantes, especialmente quando trataram de assuntos práticos, envolvendo o governo e a administração dos assuntos na terra.

Com a minha formação, reconhecia a necessidade dum governo honesto, com o poder de fazer vigorar leis justas. Havia sido nossa esperança prover tal governo ao povo de El Salvador. Mas agora ficou claro para mim que os homens simplesmente não estão preparados para governar outros homens, independentes da ajuda de Deus. Sim, a Bíblia tem razão quando diz: “Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” — Jer. 10:23.

Não é um fato que todos os esforços humanos, não importa quão bem intencionados, nunca puderam trazer justiça e paz? Os homens têm tentado isso durante milhares de anos; têm estabelecido muitos tipos de governo. Mas as boas intenções de um homem são vencidas por outra facção, com idéias diferentes, e a injustiça continua. Conforme diz a Bíblia: “Homem tem dominado homem para seu prejuízo.” (Ecl. 8:9) Mas, por que é assim?

Um motivo primário é a imperfeição humana. Os homens não somente adoecem e envelhecem, mas estão inclinados para o orgulho e o egoísmo, que são verdadeiros obstáculos para o bom governo. O estudo da Bíblia esclareceu-me o motivo deste defeito básico dos homens. É que o primeiro homem e a primeira mulher se rebelaram contra o governo de Deus e assim perderam sua preciosa relação com Deus. Isto resultou em imperfeição, e, por fim, na morte, não só deles mesmos, mas também de toda a sua descendência que ainda havia de nascer. (Rom. 5:12) Comecei a reconhecer, porém, outro motivo pelo qual os esforços do homem pela autodeterminação têm fracassado.

O primeiro casal humano foi engodado por outro rebelde a se sublevar contra o governo de Deus. Esse era um filho espiritual de Deus. Para resolver a questão suscitada com a rebelião, Deus permitiu que este opositor angélico tivesse livre ação por um período de tempo. Tinha tanta liberdade de agir, que a Bíblia o chama de “governante deste mundo” e também declara que “o mundo inteiro jaz no poder do iníquo”. (João 12:31; 14:30; 2 Cor. 4:4; 1 João 5:19) Em vista desta influência sobre-humana, ficou claro para mim por que até mesmo homens bem-intencionados não têm conseguido realizar um bom governo. Então, que esperança resta?

Foi neste ponto que a Bíblia realmente começou a ter sentido. Desde a infância, eu havia aprendido o “Pai-Nosso”, no qual Jesus ensinou seus seguidores a orar: “Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.” (Mat. 6:10) Ao passo que estudávamos, eu podia ver que o reino de Deus era o tema da pregação de Cristo, sim, o próprio tema da Bíblia! Ficou óbvio, para mim, que este reino é um governo, tendo a Cristo por governante principal. Com o tempo, fiquei convencido de que o reino de Deus é a única esperança de se conseguir um bom governo na terra. Mas, como passará este governo a assumir o controle?

A grande maioria da humanidade não tem nenhum interesse genuíno no governo de Deus. Foi cegada a ponto de até mesmo se opor a ele. De modo que a Bíblia diz: “O Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. . . . Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos [humanos], e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido.” — Dan. 2:44.

Isso talvez lhe pareça meio forçado; certamente pareceu assim a mim, quando o ouvi pela primeira vez. Não podia crer que Deus realmente acabasse com todos os governos terrenos e estabelecesse o seu próprio governo. Mas, quanto mais eu estudava, tanto mais sentido tinha este ensino bíblico. Daí, algo convenceu-me de sua veracidade.

PERSPECTIVA CERTA

Eu havia estudado com Veron Long por cerca de um ano, quando finalmente aceitei seu convite de assistir a uma reunião no Salão do Reino. Fiquei impressionado com as cordiais boas-vindas. A isenção de discriminação era espantosa. Senti-me induzido a ir regularmente.

Por que eram essas pessoas tão unidas, felizes e pacíficas? Levou algum tempo, mas fiquei convencido da resposta: Harmonizavam sua vida com as leis de Deus, leis que governarão aqueles que hão de viver sob o reino de Deus. Portanto, quando o Reino destruir todos os atuais governos humanos, estas são as pessoas que Jeová Deus preservará para iniciar uma nova sociedade terrena. — 1 João 2:17.

Eu queria fazer parte desta família unida de cristãos. Portanto, em agosto de 1969, simbolizei, pelo batismo em água, minha dedicação de servir a Deus. Tive a alegria de ver toda a minha família, bem como alguns parentes em El Salvador, juntar-se a mim em servir nosso amoroso Criador, Jeová. Quão feliz me sinto de ter aprendido que, dentro em breve, a terra inteira usufruirá um bom governo, sob o domínio do reino de Deus! — Contribuído por Ruben Rosales.

[Foto na página 7]

“La Junta” — os seis homens que compunham nosso governo.

[Foto na página 8]

O arcebispo, em reunião particular com membros de nosso governo.

[Destaque na página 9]

“Eu podia ouvir gritos e tiros de metralhadora na rua.”

[Destaque na página 11]

A Bíblia diz: “Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.”

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