“Cada um no seu lugar”
1, 2. Contraste as obras de Deus com as dos homens.
QUE lhe vem à mente quando contrasta a harmonia da obra de Deus com a desordem existente na sociedade humana? Não concorda com o inspirado escritor bíblico que disse: “Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz”? (1 Coríntios 14:33) Essas palavras escritas pelo apóstolo Paulo indicam que Deus não pode ser o responsável pela condição confusa dos assuntos do mundo. Jeová sabe como arranjar os assuntos, de modo que tudo o que é governado pelas suas leis tenha o seu lugar. As suas criações que nos rodeiam atestam esse fato. O crescente conhecimento que o homem adquire do universo atesta vez após vez a ordem e o controle prevalecentes, que se manifestam neste. Aonde quer que o homem asseste seu telescópio, ele nota que cada estrela e cada planeta se encontra no seu devido lugar, locomovendo-se ordeiramente em sua órbita.
2 Que cena diferente vemos quando voltamos nossa atenção para os assuntos dos homens obstinados na terra! Existe muita confusão, desordem e rivalidade assassina! A humanidade está dividida em sentido político, religioso, social e racial, e assoberbada de problemas insolúveis. O crime tornou-se tão prevalecente, que é impossível descobrir e levar à justiça cada violador da lei. Até mesmo os soldados nos exércitos nacionais, que supostamente servem sob estrita disciplina, transgridem com freqüência os regulamentos
3. A que são comparados os cristãos, mas que tipo de luta é a deles?
3 Não é de admirar, então, que Jeová, assim como faz com o universo físico, também se preocupe com a paz e a ordem entre os que são seus representantes na terra. Os cristãos individuais, como Seus servos, são comparados a soldados disciplinados, num exército. O apóstolo Paulo escreveu que cada cristão deve ser como “um fiel soldado de Jesus Cristo”. (2 Timóteo 2:3, A Bíblia na Linguagem de Hoje) Cada um de nós deve querer “prosseguir travando o bom combate”. (1 Timóteo 1:18) Mas, devemos sempre nos lembrar de que a nossa luta não é física. É espiritual. É uma luta contra os invisíveis “governantes mundiais desta escuridão, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais”. — Efésios 6:12.
4. Por que não terão êxito os ataques de Satanás contra os servos de Deus?
4 Entretanto, as forças sob o domínio do “deus deste sistema de coisas” querem intimidar os servos de Deus, para que percam a coragem e fujam diante do inimigo. (2 Coríntios 4:4) Mas, essa estratégia dos opositores falhará miseravelmente, porque é Jeová quem dirige os assuntos e é Ele quem ‘adestra as nossas mãos para a guerra’. (Salmo 18:34) Somos animados pela garantia de que “a batalha não é vossa, mas de Deus”. (2 Crônicas 20:15) Jeová, por meio de seu Marechal-de-campo, Cristo Jesus, dirigirá a batalha até o fim vitorioso. É por isso que Ele assegura que os que lhe são leais nunca serão envergonhados. Nunca terão de bater em retirada diante dos ataques das forças opositoras. — Salmo 18:25.
5. Por que deu Jeová a Gideão instruções que eram contrárias aos conceitos humanos sobre estratégia militar?
5 Jeová, por meio do emocionante e inspirado relato duma batalha travada nos dias dos juízes de Israel, séculos antes de nossa Era Comum, traz-nos à atenção alguns princípios militares que os ‘soldados de Cristo’ farão bem em acatar. Foi no tempo do juiz Gideão, quando uma hoste de adoradores de demônios, “tão numerosos como os gafanhotos”, invadiu a terra de Israel. (Juízes 6:5) Jeová instruiu Gideão sobre como o exército de Israel devia enfrentar essa aparentemente sobrepujante ameaça. Contrário a todas as idéias humanas sobre estratégia militar, mandou-se que Gideão reduzisse seu exército de 32.000 para 10.000, e depois de 10.000 para apenas 300. Com estes poucos, prometeu Jeová, “eu vos salvarei”. — Juízes 7:2-7.
6. Descreva o ataque de Gideão e os 300 contra o acampamento midianita.
6 Os 300 foram equipados com buzinas, jarros grandes vazios, e tochas dentro dos jarros. Gideão, na calada da noite, posicionou-os em torno do acampamento de Midiã e de seus aliados. Foram instruídos a prestar atenção ao sinal que seria dado por Gideão, e então entrar em ação. A obediência leal e a estrita aderência às ordens de batalha de Gideão eram vitais. Quando todos estavam em posição, Gideão deu o sinal. Com isso, os 300 “tocaram as buzinas e destroçaram os jarros grandes [que cobriam as tochas], e foram segurar de novo as tochas com a mão esquerda e tinham na mão direita as buzinas para tocá-las, e começaram a clamar: ‘A espada de Jeová e de Gideão!’ Ao mesmo tempo ficaram parados, cada um no seu lugar, ao redor do acampamento, e o acampamento inteiro pôs-se a correr, e irrompeu em gritos e pôs-se em fuga”. O inimigo foi aniquilado. — Juízes 7:19-22.
7. Que perguntas surgem a respeito deste evento bíblico?
7 Surgem aqui algumas perguntas pertinentes. Por exemplo, teria Jeová concedido esse enorme triunfo se os 300 tivessem feito pouco caso das suas ordens de batalha? Que dizer se tivessem deixado de esperar pelo sinal de Gideão? E se tivessem negligenciado o equipamento de batalha provido por Gideão, que teria acontecido? Teriam sido vitoriosos, se cada um tivesse resolvido por conta própria que havia outros pontos vantajosos em volta do acampamento do inimigo que eram preferíveis aos que lhes haviam sido designados? Há nisso tudo princípios vitais pelos quais nos devemos orientar hoje em dia, visto que ‘estas coisas lhes sobrevieram para que observássemos o exemplo e tirássemos proveito pessoal’. — 1 Coríntios 10:11.
8. A quem precisamos recorrer para obter a vitória no nosso combate?
8 No nosso combate cristão, temos de reconhecer a Jeová em todos os nossos caminhos. Temos de recorrer a ele e confiar nele como o Dador da vitória. Por outro lado, a estratégia esperta dos homens, as mais profundas ponderações de meros homens, não podem garantir a vitória. “Não por força militar, nem por poder, mas por meu espírito”, disse Jeová. (Zacarias 4:6) Portanto, ao travarmos dia a dia a luta em apoio à verdade e à justiça, nós, cristãos, evitaremos idéias e métodos mundanos que estejam em oposição aos princípios que Deus provê para orientar seu povo. Qualquer inclinação para o conselho de pessoas do mundo revela fraqueza de fé na capacidade de nosso Deus de ajudar-nos em tempo de necessidade. Nossa convicção deve ser tão forte quanto a do escritor bíblico Tiago (1:5): “Se alguém de vós tiver falta de sabedoria, persista ele em pedi-la a Deus, pois ele dá generosamente a todos, e sem censurar; e ser-lhe-á dada.”
‘APRENDAM POR OBSERVAR-ME’
9, 10. (a) Quem é atualmente o nosso Comandante e Líder? (b) Sendo invisível, como é que podemos ‘observá-lo’?
9 Cristo Jesus, o Gideão Maior, está agora no pleno comando de suas forças visíveis e invisíveis. Por meio dele, Jeová revela progressivamente seus propósitos e sua cronometragem dos acontecimentos que tem que ver com seu povo. Quão emocionante é saber que Cristo Jesus está ativamente empenhado em dirigir todas as atividades de seus “soldados” na terra, assegurando-lhes assim uma participação na vitória final! Fiel à sua promessa, está com eles “todos os dias, até à terminação do sistema de coisas”. — Mateus 28:20.
10 Visto que Cristo Jesus é agora o entronizado Líder e Comandante de todos os que lutam a favor da verdade e da justiça, nós podemos unicamente ‘aprender por observá-lo’, assim como os 300 aprenderam por observar a Gideão. (Juízes 7:17) Mas, como é que podemos ‘observar’ hoje a Cristo, já que ele é invisível? Nós o ‘observamos’ no sentido de que discernimos os seus sinais conforme dados por intermédio do seu visível “escravo” designado sobre todos os interesses terrestres do seu reino. (Mateus 24:45-47) É por meio deste instrumento designado pelo espírito que suas diretrizes e sua estratégia são comunicadas a todos os seus “soldados”. Estes últimos não se podem dar ao luxo de avançar por conta própria ou de ficar impacientes porque seu ponto de vista sobre as coisas não se realiza. A cronometragem dos assuntos é provida pelo nosso Comandante invisível. O conceito dele é que importa, não os nossos conceitos pessoais.
EQUIPAMENTO DIVINAMENTE PROVIDO
11. Que tipo de equipamento usam hoje os servos de Deus?
11 O Gideão Maior sabe de que equipamento seus soldados na terra necessitam. Não necessitamos de armas e armaduras literais, pois não estamos lutando contra os nossos semelhantes. Travamos uma guerra espiritual. Portanto, nossas armas são “poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas . . . demolindo raciocínios e toda coisa altiva levantada contra o conhecimento de Deus . . . [trazendo] todo pensamento ao cativeiro, para fazê-lo obediente ao Cristo”. (2 Coríntios 10:4, 5) Não importa a oposição que lhes possa sobrevir, os fiéis guerreiros cristãos tem de tornar-se peritos no uso do equipamento divinamente provido, para que possam fazer assim como o apóstolo Pau]o, a saber, ‘falar às pessoas todo o conselho de Deus’. — Atos 20:27.
12. (a) O que tornou o pequeno grupo de Gideão tão eficiente? (b) O que torna os servos de Jeová hoje em dia tão eficientes?
12 Os soldados de Gideão tinham de agir como um só homem e usar seu equipamento para obter o resultado desejado. O destroçar dos 300 jarros de barro, o erguimento das 300 tochas, o alarme soado pelas 300 buzinas, e os brados de 300 vozes, lançados de todos os lados, em meio à calada da noite, contra os midianitas, certamente tiveram um efeito devastador sobre eles! De modo similar, não é verdade que mesmo agora a proclamação unida do reino de Deus e da Sua vingança induz o inimigo a exagerar o alcance e o perigo da mensagem proclamada a eles? Por que se dá isso? Porque a organização inteira do povo de Jeová obedece de bom grado aos tempos fixados para suas mensagens específicas ao mundo, de acordo com a orientação do Gideão Maior, dada por meio do seu “escravo” designado. Por outro lado, se cada Testemunha de Jeová agisse conforme seu agrado sobre quando e como proclamar a mensagem de Deus, como é que se conseguiria dar alguma vez o testemunho mundial? Certamente, torna-se claro que é da vontade de Jeová que ‘tenhamos entre nós próprios a mesma atitude mental que Cristo Jesus [o Gideão Maior] teve, para que, de comum acordo, com uma só boca, glorifiquemos o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo’. — Romanos 15:5, 6.
13, 14. Que é que dá força à mensagem dos servos de Jeová hoje em dia?
13 A força unificadora é o espírito de Jeová e Sua Palavra, a Bíblia. Felizmente, não saímos cada um ensinando a sua própria impressão da mensagem da Bíblia. Jeová tem provido uma boa quantidade de ajudas ao entendimento da Bíblia na forma de publicações, para que o nosso modo de pensar e o nosso ensino sejam harmoniosos. Evitamos assim a desastrosa falta de união e a multidão de doutrinas conflitantes da cristandade e do paganismo. Tampouco vacilamos em proclamar ou suavizamos a mensagem de Deus para as nações, que é de fato uma mensagem de grande esperança, mas também de vingança e de retribuição. Estamos bem apercebidos de que o toque da trombeta tem de ser alto e claro. — 1 Coríntios 14:8.
14 Quão apropriado é, pois, que todos reconheçamos o valor do equipamento que Jeová nos provê para o combate cristão! Ele também nos instrui bem no seu uso, para que se dê o mais eficiente testemunho a pessoas e a nações. Não se trata da voz de uma só pessoa clamando no ermo, mas constitui um aviso alto e penetrante, que está sendo dado em todo o mundo. Deste modo, ‘Jeová certamente faz ouvir sua poderosa voz perante a sua força militar’. — Joel 2:9, 11.
“CADA UM NO SEU LUGAR”
15. Que atitudes teriam sido inimagináveis para qualquer dos homens de Gideão?
15 No caso dos trezentos de Gideão, teria sido inimaginável que um deles, depois de ter sido designado ao seu posto, recusasse e quisesse trocar de posição com outro, ou mesmo escolher seu próprio ponto preferencial. Teria significado colocar seu próprio critério à frente do de Gideão, aquele que Jeová estava usando para comandar o ataque. Revelaria falta de humildade e displicência em aguardar o momento e a decisão de Jeová para fazer uma mudança. Como poderia tal atitude harmonizar-se com uma participação sincera no brado: “A espada de Jeová e de Gideão!”?
16. Como nos ajudará a humildade na desincumbência de nossas obrigações?
16 No atual arranjo de coisas de Jeová, cada um de nós precisa pensar primariamente no propósito de Jeová e nos interesses gerais do Seu reino. Precisamos nos desincumbir fielmente de nossos deveres designados, seja qual for o lugar dentro da organização que esteja envolvido. (1 Coríntios 4:2) Precisamos também demonstrar humildade, que não aprova a promoção pessoal. O princípio ensinado por Cristo Jesus aplica-se a todas as situações: “Quem se enaltecer, será humilhado, e quem se humilhar, será enaltecido.” (Mateus 23:12) E Tiago exortou: “Humilhai-vos [não apenas aos olhos dos homens, mas] aos olhos de Jeová, e ele vos enaltecerá.” — Tiago 4:10.
17. Interessa-se Jeová pessoalmente em cada um de nós?
17 Por estes motivos, podemos notar o pleno significado das palavras em Juízes 7:21: “Cada um no seu lugar.” Ao servirmos dentro da organização de Jeová, fiquemos contentes de servir onde quer que ele nos designe, e executemos o trabalho com a maior fidelidade possível. Estejamos convencidos de que Aquele que nota a queda até mesmo dum pequeno pardal tem muito mais interesse em nós, ao passo que trabalhamos realmente na tarefa que nos é designada. (Mateus 10:29-31) Ele sabe que instrução necessitamos e que trabalho é apropriado para nós, e por isso lida conosco em harmonia com isso. Podemos estar certos de que não estamos sendo despercebidos. — 1 Pedro 5:10.
18. Por que temos hoje tão grande confiança em Jeová?
18 Atualmente, todos os servos de Deus estão sob o comando do Gideão Maior, Cristo Jesus. Unidos, desejamos servir para a vindicação do nome de Jeová, permanecendo humildemente sujeitos aos seus regulamentos de batalha, “cada um no seu lugar”. Temos certeza de que a estratégia geral de Jeová assegurará a vitória final. E temos certeza também de que Jeová nota a nossa obediência leal e nos recompensará com a “verdadeira vida” em sua nova ordem, pois a Sua Palavra declara: “Tornai-vos constantes, inabaláveis, tendo sempre bastante para fazer na obra do Senhor, sabendo que o vosso labor não é em vão em conexão com o Senhor.” — 1 Timóteo 6:19; 1 Coríntios 15:58.
Lembra-se Destes Pontos?
□ Por que era a estratégia de Gideão tão diferente dos conceitos do mundo sobre táticas de guerra?
□ O que tornou possível que Gideão tivesse uma vitória tão completa?
□ Como se comunica Jeová com os seus servos hoje em dia?
□ Qual é a atitude correta dos atuais ‘soldados de Cristo’ quanto às suas designações?
[Destaque na página 19]
A obediência leal e a estrita aderência às ordens de Jeová proporcionaram a Gideão e seus homens uma enorme vitória.
[Foto na página 21]
Jeová nos tem provido o equipamento vital que necessitamos hoje para o nosso combate.