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  • Bispos — senhores ou escravos?
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1986
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w86 1/2 pp. 29-31

Bispos — senhores ou escravos?

TOMÁS WOLSEY nasceu em Ipswich, na Inglaterra, em 1475. Tornou-se sacerdote em 1498 e foi favorecido pelo Rei Henrique VIII. Sua ascensão foi rápida. Ele foi nomeado bispo de Lincoln em 1514, arcebispo de York alguns meses mais tarde, cardeal em 1515 e legado papal apenas três anos mais tarde. Além disso, o rei o constituiu presidente da Câmara dos Pares. De modo que ele virtualmente governou a Inglaterra de 1515 a 1529. O Cardeal Wolsey era típico de muitos clérigos que exerceram poder como “senhores” tanto seculares como espirituais.

No primeiro século EC serviu um “bispo” de outra espécie. Chamado Timóteo, era filho dum homem grego, embora sua mãe Eunice e sua avó Lóide fossem judias. Elas o criaram amorosamente no modo do cristianismo. Por volta do ano 50 EC, enquanto ainda jovem, Timóteo aproveitou a oportunidade de se juntar ao apóstolo Paulo como missionário. Depois de anos de treinamento, tornou-se superintendente cristão, ou e·pí·sko·pos (termo do qual se deriva a palavra “bispo“), e era muito amado pela sua devoção altruísta. Paulo escreveu: “Ele trabalhou como escravo comigo na promoção das boas novas, como um filho junto ao pai.” — Filipenses 2:22.

Tomás, o senhor, ou Timóteo, o escravo — qual deles deu o exemplo correto para os verdadeiros “bispos” ou superintendentes cristãos?

O Modelo Para o Superintendente Cristão

O Fundador e único Chefe do verdadeiro cristianismo, Jesus Cristo, proveu o modelo básico para os superintendentes, ao dizer: “Sabeis que os chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim entre vós. . . . O que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso escravo. Assim como o Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão.” — Mateus 20:25-28, Centro Bíblico Católico; o grifo é nosso.

Pedro, um dos primeiros superintendentes cristãos, confirmou o modelo acima por ordenar aos anciãos cristãos: “Pastoreai o rebanho de Deus, que está aos vossos cuidados, não sob compulsão, mas espontaneamente; nem por amor de ganho desonesto, mas com anelo; nem como que dominando sobre os que são a herança de Deus, mas tornando-vos exemplos para o rebanho.” (1 Pedro 5:2, 3) Pedro praticava o que pregava. Ao visitar Cornélio, o primeiro gentio a se tornar cristão, este “prostrou-se aos pés dele e prestou-lhe homenagem. Mas Pedro ergueu-o, dizendo: ‘Levanta-te; eu mesmo também sou homem.’ ” — Atos 10:25, 26.

É interessante notar que Pedro escreveu suas palavras em 1 Pedro 5:1 aos “anciãos”. A palavra grega usada por Pedro para “anciãos” é pre·sby·té·rous, da qual se deriva a palavra “presbítero” (“sacerdote”). Na cristandade, os “bispos” são considerados agora superiores aos “presbíteros” ou “sacerdotes”. Mas, quando o apóstolo Paulo “enviou a Éfeso e chamou os anciãos [pre·sby·té·rous] da congregação”, ele lhes disse, entre outras coisas: “Prestai atenção a vós mesmos e a todo o rebanho, entre o qual o espírito santo vos designou superintendentes [e·pi·skó·pous].” (Atos 20:17, 28) Portanto, anciãos (pre·sby·té·rous) e superintendentes (e·pi·skó·pous) eram da mesma categoria nos tempos bíblicos. O termo “ancião” destaca a experiência e a madureza espiritual necessitadas pelos que aceitam esta responsabilidade, ao passo que o termo “superintendente” descreve a espécie de serviço que estes prestam na supervisão e no cuidado dados aos membros da congregação.

Mas, será que nos tempos bíblicos um só homem reinava como “superintendente” ou “ancião” sobre uma congregação? Não segundo o que a Bíblia diz em Tito 1:5, 7. Ali se disse a Tito que “fizesse designações de anciãos [pre·sby·té·rous] numa cidade após outra”. A Bíblia de Jerusalém, católica, verte este versículo: “para que constituas presbíteros em cada cidade”, com uma nota ao pé da página dizendo: “As primeiras comunidades cristãs . . . tinham à sua frente um corpo de ‘presbíteros’ (anciãos, segundo o sentido etimológico).” — O grifo é nosso.

Também Timóteo foi comissionado a designar superintendentes em muitas congregações. Paulo escreveu-lhe, segundo O Novo Testamento, Tradução Interconfessional: “Se alguém estiver disposto a ser bispo [e·pi·skópos] aspira a uma importante missão.” (1 Timóteo 3:1) A Bíblia de Jerusalém, na edição em inglês, verte isso assim: “Desejar ser ancião presidente é desejar fazer uma nobre obra.” Acrescenta numa nota ao pé da página: “A palavra ‘episcopos’”, usada aqui por Paulo, “ainda não adquirira o mesmo sentido que ‘bispo’”. (O grifo é nosso.) Por isso, os eruditos católicos admitem que os bispos senhoriais da cristandade não são iguais aos humildes superintendentes dos primitivos cristãos. Conforme declara O Novo Dicionário da Bíblia. “No Novo Testamento não há qualquer traço de governo realizado por um único bispo.” Elmer T. Merrill, M.A., LL.D., declara similarmente no seu livro Ensaios Sobre a Primitiva História Cristã, em inglês: “Durante os primeiros cem anos . . . o bispo no máximo era apenas o presidente despretensioso dum colégio [agremiação] de co-presbíteros [anciãos].”

Os Bispos da Cristandade — Biblicamente Qualificados?

Quando o apóstolo Paulo escreveu a Tito, ele disse que o superintendente tinha de estar “livre de acusação”. (Tito 1:6) Estava o Cardeal Wolsey “livre de acusação”? A Encyclopædia Britannica diz que ele era “incasto — tinha um filho e uma filha ilegítimos”. Ele não era o único nisso. No decorrer dos séculos, inúmeros sacerdotes e bispos foram similarmente culpados. Conforme diz o livro Era da Fé (em inglês): “Por volta do nono século, a castidade clerical e até mesmo o celibato já se haviam tornado uma farsa.” Um dos papas do século 11 admitiu: “Encontro apenas poucos bispos cujas nomeações e cujas vidas estão de acordo com as leis da Igreja, ou que governam o povo de Deus por amor e não por ambição mundana.”

Paulo escreveu adicionalmente que o ancião cristão não deve ser “amante do dinheiro”. (1 Timóteo 3:3) A respeito de Wolsey, porém, diz a Encyclopædia Britannica: “Ele era mundano, ganancioso de riqueza” e “usava seu vasto poder secular e eclesiástico para acumular uma riqueza em valor só inferior à do Rei”. Tinha dois palácios, um dos quais, York Place, era tão suntuoso, que Henrique VIII, depois de inspecioná-lo, começou a ficar “irado com a riqueza que encontrou” e confiscou-o.

De modo similar, hoje, clérigos têm usado os proventos da igreja, as coletas, os dízimos e os rendimentos provenientes de terras e propriedades para enriquecer a si mesmos. (Revelação 18:7) Por exemplo, um bispo sul-africano, chefe de uma das milhares de seitas africanas, há pouco tempo comprou um novo carro Buick custando R37.000.a Isto apesar de já ter à sua disposição quatro automóveis de luxo. Perguntado sobre o que havia de errado com um dos carros que já possuía, uma autoridade da igreja explicou: “O carro é bom, mas o bispo precisa do pouco de espaço extra que há no grande Buick.”

Quão transitório tal lucro material pode ser! Tomás Wolsey deixou de providenciar a anulação do casamento que Henrique VIII queria e assim caiu no desfavor em 1529. Segundo a história, ele então “se retirou em desonra para a sua diocese de York, que ele nunca havia visitado” — em 15 anos! (O grifo é nosso.) Wolsey, no entanto, não havia apenas perdido o jogo político. Seu verdadeiro fracasso foi não seguir “o pastor excelente [Jesus, que] entrega a sua alma em benefício das ovelhas”. — João 10:11.

Em contraste com isso, Timóteo não se metia na política. Por isso, ele não ‘fazia parte do mundo’. (João 15:19) Em vez de dominar sobre os outros, tornou-se escravo tão devotado de concristãos, que Paulo podia escrever: “Não tenho a nenhum outro de disposição igual à dele, que cuidará genuinamente . . . [de] vós.” — Filipenses 2:20.

Quão gratos podemos ser que Jeová suscitou também hoje milhares de superintendentes fiéis, que ‘cuidam genuinamente’ do rebanho de Deus. Quase todos os superintendentes nas congregações das Testemunhas de Jeová são homens de poucos meios. A maioria sustenta sua família trabalhando num emprego secular e cuida de seus deveres espirituais nas horas após o trabalho. A maior parte deste tempo é usada na preparação para cinco reuniões por semana e em assistir a elas; em tomar a dianteira na pregação de casa em casa; em dirigir estudos bíblicos para pessoas interessadas; em visitar doentes, idosos e espiritualmente fracos; e em cuidar de sua própria família. São homens bastante atarefados, “escravos” dedicados, que não recebem remuneração por estes serviços. Ao contrário, de seu próprio dinheiro contribuem para a manutenção do Salão do Reino local. Não usam nenhuma roupa especial, não têm títulos especiais e só se distinguem pelo seu conhecimento bíblico, sua madureza cristã e seu zelo no serviço de Jeová. Esses homens merecem profundo respeito e cooperação de todo o coração ao passo que pastoreiam o rebanho e mostram pelo seu serviço humilde e devotado que são escravos — não senhores!

[Nota(s) de rodapé]

a 1 Rand = Cr$ 10.000.

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