O papel melhorado das mulheres — quão vantajoso é?
“EM SUMA, as mulheres nos anos oitenta são mais instruídas, mais saudáveis, e levam uma vida mais longa e mais plena.” Foi com estas palavras que certa revista concluiu seu artigo: “Como Éramos; Como Somos Agora.” Mas, será que o papel melhorado das mulheres tem sido realmente vantajoso, em vista de seus efeitos colaterais?
O Efeito Sobre o Casamento e a Família
Por exemplo, costuma haver um choque entre levar uma saudável vida familiar e seguir uma carreira. Certo relatório declarou: “É muito menos provável que as empresárias dêem à sua vida doméstica a alta prioridade que lhe dão seus semelhantes masculinos, e há duas vezes mais probabilidade de se divorciarem.” Talvez se pergunte por que se dá isso. Um professor de administração de empresas, na Universidade Estadual da Califórnia, explicou: “Os homens encaram seu ambiente doméstico como sistema de apoio, ao passo que as mulheres o encaram mais como fardo. O homem volta para casa e se descontrai; é para isso que ele trabalha. Mas para as mulheres representa mais trabalho.”
Isto não se aplica apenas às empresárias. As mulheres russas estão na força produtiva já por uma geração mais do que as mulheres nos países ocidentais. Elas ainda acham ser um fardo cuidar dum emprego e da família. Um redator russo de Working Woman disse: “As mulheres são o coração da família e têm de ser mais cordiais para criar o ambiente de cordialidade e amor.” Portanto, arcam com um fardo duplo, ao passo que muitos maridos não participam nas tarefas domésticas.
Outro motivo de conflito é ilustrado por uma das mulheres mais bem-sucedidas do centro financeiro de Wall Street. Ela se gabou: “O trabalho para mim é recreação”, e acrescentou: “Gosto do que estou fazendo, e faço muito poucas concessões” — mesmo à sua família. O bem-estar desta depende do marido, que cuida dos dois filhos deles, embora ele mesmo seja homem de negócios. Os associados dela descrevem o interesse exclusivista dela como “claramente nada bom para relacionamentos familiares”.
Algo similar se dá com uma das modernas primeiras-ministras. Sua família não recebeu muita atenção por causa das ambições políticas dela. Seus filhos, enquanto cresciam, ficavam muitas vezes na casa do tio deles, porque, conforme somos informados, “uma das coisas de que mais gostavam era simplesmente sentar-se como família para as refeições, algo que nunca era fácil conseguir” em casa.
Numa recente entrevista de quatro destacadas empresárias européias, uma delas revelou que sua filha de 12 anos estava sendo criada quase que inteiramente pelo marido. Outra empresária declarou que só podia cuidar dos filhos nos fins de semana. Segundo algumas notícias, a assistência notou que a três dessas mulheres faltava o toque humano.
Naturalmente, algumas mulheres têm emprego secular por pura necessidade, talvez porque o marido faleceu ou abandonou a família. Portanto, para tais mulheres, encontrar um emprego pode ser parcialmente vantajoso, mas quer queiram, quer não, têm de contender com os aspectos negativos.
Efeitos Negativos
Que o papel mudado das mulheres tem sido de vantagem duvidosa se torna claro em vista do efeito comum quando as mulheres ultrapassam o marido em vencimentos ou em nível profissional. Segundo os terapeutas, esta tendência “se torna um significativo e reconhecido ponto crítico em cada vez mais casamentos”. A queixa de certo marido é típica: “Sei que intelectualmente aplaudo o sucesso dela. Mas emocionalmente me sinto mal. Acho que estou sendo abandonado. E sinto-me culpado por ficar tão perturbado.” Se ambos os cônjuges cristãos atualmente têm de trabalhar, uma amorosa análise e consideração da questão pode ajudar a minimizar tais sentimentos e efeitos negativos. — 1 Pedro 4:8.
Outro fator que indica que o progresso feito pelas mulheres é de duvidosa vantagem é a ênfase que muitas feministas dão ao que primariamente é do interesse delas. O livro A Vindoura Matriarquia, publicado em inglês, aponta para o tempo em que o mundo será governado por mulheres egocêntricas e que perguntam: “O que há nisso para mim?” É interessante notar que a financista bem-sucedida, já mencionada, expressou-se quase do mesmo modo; ela não estava interessada em ajudar outros a subir a escada empresarial, a menos que lucrasse algo com isso. Ela admitiu: “Estou atrás de lucro.” Quão sábio é isso, em vista do conselho de Jesus? Ele disse no Sermão do Monte: “Sempre tendes de tratar os outros assim como quereis que eles vos tratem.” “Não vos preocupeis com o amanhã, porque o amanhã terá as suas próprias preocupações.” (Mateus 7:12; 6:34, American Translation) As mulheres cristãs, certamente, esforçam-se a manter o conceito de Jesus sobre tais assuntos.
É Dispensável a Moralidade Bíblica?
Sem dúvida, o aspecto mais negativo do papel mudado das mulheres é a erosão dos valores morais. As referências de feministas a Deus e à religião são raras, e usualmente críticas. Freqüentemente, mulheres que adiam o casamento por causa da sua carreira sustentam que o casamento não é essencial antes de se ter relações sexuais.
Uma tendência negativa do movimento feminista é seu apoio ao lesbianismo. Em 1971, na reunião anual da NOW (sigla inglesa da Organização Nacional Para Mulheres) resolveu: “Que a NOW reconhece a opressão dupla sofrida pelas mulheres que são lésbicas, Que o direito da mulher sobre a sua própria pessoa inclui o direito de definir e expressar a sua própria sexualidade, e de escolher seu próprio estilo de vida, Que a NOW reconhece a opressão sofrida pelas lésbicas como preocupação legítima do feminismo.” Compare isso, porém, com o julgamento de Deus expresso em Romanos 1:26, 27. O que freqüentemente acompanha o conceito feminista sobre o lesbianismo é a defesa de abortos a pedido. O professor de jurisprudência Billups Percy, da Universidade Tulane, declarou muito bem: “Encarar a destruição do feto como apenas mais outro processo cirúrgico significa desconsiderar séculos de criminologia, teologia e filosofia moral.”
Certo relatório revela que, na última década, os crimes graves praticados por mulheres aumentaram muito mais rapidamente do que entre os homens. Entre 1974 e 1979, o número das mulheres, nos Estados Unidos, que foram presas por fraude aumentou em quase 50 por cento, mas o aumento foi de apenas 13 por cento entre os homens. O peculato praticado por mulheres aumentou similarmente em cerca de 50 por cento, mas em apenas 1,5 por cento entre os homens. Prisões por falsificações e contrafações por parte de mulheres aumentaram em 27,7 por cento, mas em menos de 10 por cento entre os homens. Pelo visto, o papel mudado das mulheres não produziu pleno contentamento.
O uso do fumo também aumentou entre as mulheres. O câncer pulmonar por causa do fumo está substituindo o câncer do seio como causa primária das mortes por câncer entre as mulheres. Num ano recente, era responsável por 25 por cento de todas as mortes por câncer entre as mulheres, e isso está aumentando na proporção de 7 por cento ao ano.
Um Futuro Satisfatório — Como?
Pode o emprego ou a carreira dar à maioria das mulheres plena satisfação na vida? Aparentemente que não, conforme cada vez mais delas descobrem. Hilary Cosell, autora de A Mulher na Gangorra: Os Altos e Baixos da Realização (em inglês), tratando deste problema num artigo, perguntou: “Se as mulheres haviam errado antes na questão do matrimônio, da maternidade e de ser dona-de-casa, não estariam talvez errando outra vez na questão do profissionalismo, da carreira e do sucesso?” Perguntou também: “Somos realmente capazes de fazer tudo o que nossas mães fizeram, e também tudo o que nossos pais fizeram?”
De modo similar, em O Custo de se Amar (em inglês), Megan Marshall revelou que “a fachada da competência profissional oculta apenas fracamente as feridas particulares: desapontamento no amor, promiscuidade compulsiva, experimentação lésbica, abortos, divórcio, e pura e simples solidão”. Ela fala sobre como o movimento feminista deu origem ao “Mito da Independência”, que para a maioria não funciona.
Marshall concluiu que “temos de crer no amor a longo prazo que um bom casamento protege”, que “a pessoa humana não existe em isolamento”, e que “temos de achar outros para cuidar, e que cuidarão de nós”. Isto faz lembrar as palavras do maior Instrutor que já esteve na terra, Jesus Cristo. “Há mais felicidade em dar do que há em receber.” — Atos 20:35.
Deveras, os humanos estão inclinados a ir de um extremo a outro. Que o papel melhorado da mulher moderna não é sem desvantagens sublinha as palavras do profeta Jeremias: “Não é do homem que anda o dirigir o seu passo.” (Jeremias 10:23) Quando as mulheres cristãs sabem quais as mudanças que ocorreram (com bênçãos e problemas acompanhantes), elas podem reconhecer melhor o valor de se seguir o conselho de Deus. A experiência tem mostrado que tal conselho ‘é mais desejável do que o ouro’. ‘Há grande recompensa em guardá-lo.’ — Salmo 19:7-11.