BIBLIOTECA ON-LINE da Torre de Vigia
BIBLIOTECA ON-LINE
da Torre de Vigia
Português (Brasil)
  • BÍBLIA
  • PUBLICAÇÕES
  • REUNIÕES
  • w91 15/12 pp. 22-24
  • “No entanto, ela se move!”

Nenhum vídeo disponível para o trecho selecionado.

Desculpe, ocorreu um erro ao carregar o vídeo.

  • “No entanto, ela se move!”
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1991
  • Subtítulos
  • Matéria relacionada
  • Ensinos a Que a Igreja Se Opôs
  • A Bíblia não É um Manual de Ciência
  • Galileu Foi Declarado Culpado de Heresia
  • Galileu
    Despertai! — 2015
  • Galileu confronta a Igreja
    Despertai! — 2003
  • Um livro mal-interpretado
    Um Livro para Todas as Pessoas
  • Ciência e religião — o início de um conflito
    A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 2005
Veja mais
A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1991
w91 15/12 pp. 22-24

“No entanto, ela se move!”

“A BÍBLIA ensina como ir para o céu, não como os céus funcionam”, disse Galileu Galilei, cientista e inventor do século 16. Crenças como esta lançaram-no em conflito com a Igreja Católica Romana, que o ameaçou de tortura e prisão. Uns 350 anos depois, a Igreja reavaliou o tratamento que dispensou a Galileu. O que aconteceu nos dias de Galileu tem sido chamado de “confrontação entre a ciência empírica e o dogmatismo cego”.

Hoje, aqueles que buscam a verdade podem aprender do que aconteceu com Galileu. Mas por que ocorreu essa confrontação? Um exame dos conceitos científicos aceitos em seu tempo dará a resposta.

Em meados do século 16, cria-se que a Terra fosse o centro do universo. Presumia-se que os planetas descreviam círculos perfeitos ao orbitar. Embora não provadas por métodos científicos, tais idéias eram aceitas em fé, como fatos estabelecidos. Deveras, a ciência, com suas “idéias místicas”, era inseparável da religião.

Em tal mundo nasceu Galileu, numa família respeitada de Pisa, em 1564. Seu pai queria que ele estudasse Medicina, mas o inquiridor menino ficou fascinado pela Matemática. Com o tempo, já como professor de Ciências, descobriu certos princípios de inércia. Ao tomar conhecimento dos primeiros telescópios holandeses, fez grandes aprimoramentos no projeto e construiu seu próprio instrumento superior. Voltou-o para os céus e publicou o que aprendeu em Sidereus Nuncius (Mensageiro das Estrelas), seu primeiro livro, apresentando a sua geração quatro luas de Júpiter. Em 1611, foi chamado a Roma, onde submeteu suas descobertas à consideração do Collegio Romano, jesuíta. Este o honrou, realizando uma conferência na qual reconheceram suas descobertas.

Ensinos a Que a Igreja Se Opôs

Ominosamente, antes de Galileu partir de Roma, um poderoso jesuíta, o Cardeal Belarmino, instigou uma investigação dos ensinos de Galileu. Galileu acreditava que a criação é governada por leis que os homens podem aprender pelo estudo. A Igreja Católica opunha-se a este conceito.

Mesmo alguns astrônomos objetavam à opinião de Galileu. Acreditavam que era impossível o telescópio ampliar a realidade e que essa invenção era uma farsa. Um sacerdote chegou a dizer que as estrelas haviam sido embutidas na lente! Quando Galileu descobriu montanhas lunares, o que confirmou que os corpos celestes não eram esferas perfeitas, o sacerdote Clavius replicou, dizendo que a Lua estava encerrada em cristal, de modo que, embora se pudessem ver montanhas, ela ainda era um globo perfeito! “Isto”, disse Galileu em resposta, “é um belo vôo da imaginação”.

O impelente interesse de Galileu em ler o “Livro da Natureza”, como ele chamava o estudo da criação, levou-o à obra do astrônomo polonês Nicolau Copérnico. Em 1543, Copérnico publicara um livro que argumentava que a Terra girava em torno do Sol. Galileu comprovou este conceito. Contudo, isto o lançou contra as instituições científicas, políticas e religiosas dos seus dias.

Embora a Igreja Católica usasse a astronomia copernicana para estabelecer datas, tais como a Páscoa, os conceitos de Copérnico não haviam sido oficialmente adotados. A hierarquia da Igreja defendia a teoria de Aristóteles, de que a Terra era o centro do universo. As novas idéias de Galileu, porém, desafiavam a reputação e o poder da hierarquia da Igreja.

Embora cientistas independentes, em toda a Europa, trabalhassem para comprovar o sistema copernicano, eles se contentavam em discuti-lo dentro dos círculos acadêmicos. Em vista disto, a Igreja Católica os deixou em paz. Galileu escreveu, não em latim, mas no italiano do homem comum, e assim popularizou suas descobertas. O clero achava que Galileu não desafiava só a eles, mas também à Palavra de Deus.

A Bíblia não É um Manual de Ciência

Naturalmente, descobrir os fatos sobre o universo na verdade não é um desafio à Palavra de Deus. Os que a estudam dão-se conta de que a Bíblia não é um manual de ciência, embora seja exata quando toca em assuntos científicos. Ela foi escrita para o desenvolvimento espiritual dos que crêem, não para ensinar-lhes física ou outra ciência natural. (2 Timóteo 3:16, 17) Galileu concordava com isto. Era da opinião de que havia dois tipos de linguagem: os termos precisos da ciência e as palavras do dia-a-dia, usadas pelos escritores inspirados. Ele escreveu: “É imprescindível nas Escrituras . . . adaptá-las ao entendimento de pessoas comuns, dizer muitas coisas que parecem diferentes (no significado das palavras) da verdade absoluta.”

Há exemplos disto em vários textos bíblicos. Um deles é Jó 38:6, em que a Bíblia fala da Terra como tendo “pedestais” e uma “pedra angular”. Alguns fizeram mau uso disto como evidência de que a Terra é fixa. Tais expressões não apresentam uma descrição científica da Terra, antes, porém, comparam a criação da Terra, em termos poéticos, à edificação dum prédio, sendo Jeová o Construtor-Mestre.

Como salienta o biógrafo L. Geymonat, no livro Galileo Galilei: “Teólogos de mentalidade estreita, que queriam pôr limites à ciência à base do raciocínio bíblico, nada faziam, a não ser lançar descrédito sobre a própria Bíblia.” Por motivos egoístas, homens obstinados fizeram exatamente isto. Uma carta, exigindo que se fizesse uma investigação de Galileu, foi enviada ao Santo Ofício.

Em 19 de fevereiro de 1616, apresentaram-se duas proposições aos teólogos católicos: (1) “o Sol é o centro do universo” e (2) “a Terra não é o centro do universo”. Em 24 de fevereiro, eles decretaram que tais idéias eram tolas e heréticas. Galileu recebeu ordens de não dar crédito a tais teorias nem ensiná-las.

Galileu foi silenciado. Além de a Igreja Católica ter ficado contra ele, seus amigos foram incapazes de ajudar. Ele simplesmente devotou-se a pesquisas. Se não fosse por uma mudança de papa, em 1623, é possível que não mais se ouvisse falar nele. Contudo, o novo pontífice, Urbano VIII, era intelectual e apoiador de Galileu. Chegou aos ouvidos de Galileu que o papa não objetaria a um novo livro. Ele teve até uma audiência com o papa. Depois desse aparente indício de liberalidade do papa, Galileu pôs-se a trabalhar.

Embora o Dialogue Concerning the Two Chief World Systems (Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo), de Galileu, tenha sido publicado com permissão da Igreja Católica em 1632, o entusiasmo do papa logo desvaneceu. Aos 70 anos, Galileu foi intimado a comparecer pela segunda vez perante a Inquisição. A acusação de suspeita de heresia exigia que primeiro se explicasse a autorização da Igreja para a publicação do livro, e asseverou-se que Galileu encobrira fraudulentamente a anterior proscrição do ensino das idéias de Copérnico. Visto que o Diálogo comparava sistemas astronômicos, incluindo o de Copérnico, afirmou-se que violara a proscrição.

Galileu respondeu que seu livro criticava Copérnico. Sua defesa foi fraca, pois o livro apresentava argumentos muitíssimo convincentes a favor de Copérnico. Ademais, as palavras do papa foram colocadas na boca de Simplício, o personagem mais estúpido do livro, ofendendo assim ao Papa Urbano VIII.

Galileu Foi Declarado Culpado de Heresia

Galileu foi considerado culpado. Já doente e tendo sido ameaçado de sofrer tortura caso não se retratasse, ele se retratou. Ajoelhado, jurou: “Abjuro . . . os referidos erros e heresias . . . jamais no futuro direi novamente . . . qualquer coisa que possa causar suspeitas similares sobre mim.” Curiosamente, diz a lenda que ele, ao se levantar, bateu no chão e murmurou: “Eppur si muove! [No entanto, ela se move!]”

A sentença foi prisão e penitências até à morte, que se deu nove anos depois. Uma carta que ele escreveu em 1634 dizia: “Não foi qualquer das minhas opiniões que iniciou a guerra, mas cair eu no desfavor dos jesuítas.”

Em 1822 suspendeu-se a proscrição das suas obras. Mas só em 1979 o Papa João Paulo II reabriu a questão e admitiu que Galileu fora “feito sofrer muito . . . às mãos dos homens e das organizações da Igreja”. No jornal L’Osservatore Romano, do Vaticano, Mario D’Addio, renomado membro da comissão especial criada pelo Papa João Paulo II para reavaliar a condenação imposta a Galileu em 1633, disse: “A chamada heresia de Galileu parece não ter base alguma, nem no campo teológico nem sob a lei canônica.” Segundo o Sr. D’Addio, o tribunal da Inquisição excedeu sua autoridade — as teorias de Galileu não violavam nenhum artigo de fé. O jornal do Vaticano admitiu que a condenação imposta a Galileu por heresia não tinha fundamento.

O que aprendemos do que aconteceu com Galileu? O cristão deve dar-se conta de que a Bíblia não é um compêndio de Ciência. Quando parece haver um conflito entre a Bíblia e a ciência, o cristão não precisa tentar conciliar todas as “discrepâncias”. Afinal, a fé cristã baseia-se na “palavra acerca de Cristo”, não na autoridade científica. (Romanos 10:17) Além do mais, a ciência está continuamente mudando. Uma teoria que parece contradizer a Bíblia e que é popular, hoje, pode amanhã ser provada errada e então ser rejeitada.

No entanto, ao apontarem para o caso de Galileu como exemplo da repressão da ciência pela religião, os cientistas fariam bem em lembrar que as instituições de pesquisa dos dias de Galileu é que não aceitavam sua descoberta. Contrário ao conceito contemporâneo, a Bíblia não discordava daquela verdade. A Palavra de Deus não precisava de revisão. O que causou o problema foi a má interpretação que a Igreja Católica fazia da Bíblia.

Todos deviam sentir-se motivados pela primorosa harmonia e pelas leis naturais do universo a ter maior apreço pelo Criador, Jeová Deus. Galileu perguntou: “É a Obra menos nobre que a Palavra?” O apóstolo responde: “As . . . qualidades invisíveis [de Deus] são claramente vistas desde a criação do mundo em diante, porque são percebidas por meio das coisas feitas.” — Romanos 1:20.

    Publicações em Português (1950-2025)
    Sair
    Login
    • Português (Brasil)
    • Compartilhar
    • Preferências
    • Copyright © 2025 Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania
    • Termos de Uso
    • Política de Privacidade
    • Configurações de Privacidade
    • JW.ORG
    • Login
    Compartilhar