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  • O túmulo de Pedro está no Vaticano?

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  • O túmulo de Pedro está no Vaticano?
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1994
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1994
w94 15/10 pp. 27-30

O túmulo de Pedro está no Vaticano?

“FOI encontrado o túmulo do Príncipe dos Apóstolos.” Este anúncio triunfante do Papa Pio XII foi transmitido pela rádio Vaticano. Isto foi no fim de 1950, e um pouco antes havia terminado uma série complexa de escavações sob a Basílica de S. Pedro. De acordo com alguns, o resultado desta pesquisa arqueológica provou que Pedro foi mesmo sepultado no Vaticano. No entanto, nem todos concordaram com isso.

Para os católicos, a Basílica de S. Pedro, no Vaticano, tem significado especial. “O objetivo essencial da peregrinação a Roma é encontrar-se com o sucessor de Pedro e receber a sua bênção”, diz um guia católico para turistas, “porque Pedro veio a Roma e foi sepultado ali”. Mas, foi Pedro mesmo sepultado em Roma? Encontra-se seu túmulo no Vaticano? Foram encontrados os seus ossos?

Mistério arqueológico

As escavações, que começaram por volta de 1940 e duraram aproximadamente dez anos, têm sido motivo de muita controvérsia. O que encontraram os arqueólogos designados pelo papa? Em primeiro lugar, foi um cemitério pagão com inúmeros túmulos. No meio deles, por baixo do atual altar papal, identificaram uma edícula, isto é, um monumento em forma de nicho com duas paredes laterais, destinado a abrigar uma estátua ou imagem, encravado num muro revestido de estuque vermelho. Por fim, e de forma bastante misteriosa, descobriram-se também alguns restos mortais humanos, os quais, conforme se disse, vieram de uma das duas paredes laterais.

É ali que começam as interpretações. De acordo com diversos eruditos católicos, os achados confirmam a tradição da residência e do martírio de Pedro em Roma durante o governo de Nero, talvez durante a perseguição de 64 EC. Até mesmo se disse que os restos mortais eram do apóstolo e que podiam ser identificados como tais por uma inscrição que, segundo certa interpretação, reza: “Pedro está aqui.” Parece que o Papa Paulo VI deu crédito a esta hipótese, quando em 1968 anunciou a descoberta dos “restos mortais de S. Pedro, que merecem toda a nossa devoção e veneração”.

Fora destas interpretações, porém, havia também argumentos ao contrário. O arqueólogo católico Antonio Ferrua, jesuíta, que tomou parte nas escavações no Vaticano, afirmou em mais de uma ocasião que ‘não se lhe permitira publicar’ tudo o que ele sabe sobre o assunto, matéria que aparentemente refutaria a afirmação de que os restos mortais de Pedro foram identificados. Além disso, um guia de Roma, editado pelo católico Cardeal Poupard e publicado em 1991, disse que “os ossos humanos encontrados sob os alicerces do Muro Vermelho, pelo exame científico, não parecem ter nenhuma relação com o apóstolo Pedro”. Estranho como pareça, na edição seguinte (mais adiante em 1991), esta frase desapareceu, e acrescentou-se um novo capítulo intitulado “Uma certeza: Pedro em S. Pedro”.

A interpretação dos achados

É evidente que os achados estão sujeitos a interpretações e que significam coisas diferentes para pessoas diferentes. De fato, os historiadores católicos de maior peso reconhecem que “os problemas históricos do efetivo martírio de Pedro em Roma, e da sua sepultura, são questionáveis”. O que é que os achados revelam?

O monumento da edícula, segundo aqueles que procuram sustentar a tradição católica, é o “troféu” mencionado por certo Gaio, sacerdote que viveu no começo do terceiro século. Segundo Eusébio de Cesaréia, historiador eclesiástico do quarto século, Gaio disse que podia ‘indicar o troféu de Pedro na colina do Vaticano’. Os apoiadores da tradição afirmam que o apóstolo foi sepultado ali, por baixo do monumento que passou a ser conhecido como o “troféu de Gaio”. Outros, porém, interpretam os resultados das escavações de forma bastante diferente, salientando que os primitivos cristãos davam pouca atenção ao sepultamento dos seus mortos e que, mesmo que Pedro tivesse sido morto ali, a recuperação do seu cadáver teria sido muito improvável. (Veja o quadro na página 29.)

Há alguns que não concordam que o “troféu de Gaio” (se for aquilo que foi achado) seja um túmulo. Eles sustentam que é um monumento erigido em honra de Pedro, perto do fim do segundo século, e que mais tarde “passou a ser considerado como monumento sepulcral”. De acordo com o teólogo Oscar Cullmann, porém, “as escavações no Vaticano de modo algum identificam o túmulo de Pedro”.

Que dizer dos ossos? Deve-se dizer que ainda constitui um enigma de onde é que os ossos realmente vieram. Visto que no primeiro século havia uma necrópole pagã no que hoje é a colina do Vaticano, numerosos restos humanos foram sepultados nesta área, e muitos já foram recuperados. A inscrição incompleta (provavelmente datando do quarto século), que alguns dizem identificar o lugar em que se encontraram os restos mortais como sendo do túmulo de Pedro, no melhor dos casos pode referir-se “à suposta presença dos ossos de Pedro”. Além disso, muitos epigrafistas são da opinião de que a inscrição até mesmo pode significar “Pedro não está aqui”.

Uma ‘tradição não confiável’

“As mais antigas e mais confiáveis fontes não mencionam o lugar do martírio [de Pedro], mas entre as posteriores e menos confiáveis fontes há um virtual acordo de que era a área do Vaticano”, diz o historiador D. W. O’Connor. A procura do túmulo de Pedro no Vaticano, portanto, baseava-se em tradições não confiáveis. “Quando os restos mortais passaram a assumir grande importância”, afirma O’Connor, “os cristãos passaram a crer sinceramente que o [troféu] de Pedro, na realidade, indicava o lugar exato da sua sepultura”.

Essas tradições desenvolveram-se simultaneamente com a veneração antibíblica de relíquias. A partir do terceiro e do quarto século, diversos centros eclesiásticos passaram a usar restos mortais, verdadeiros e falsos — e não sem vantagens econômicas — na luta pela supremacia “espiritual” e para promover sua própria autoridade. De modo que os peregrinos, convencidos de que os restos mortais de Pedro possuíam poderes milagrosos, dirigiam-se ao seu suposto túmulo. No fim do sexto século, os crentes costumavam jogar sobre o “túmulo” panos que haviam sido cuidadosamente pesados. “O notável é que”, disse um relato contemporâneo, “se a fé do suplicante for firme, então, quando se recolhe do túmulo o pano, este estará cheio de virtude divina e pesará mais do que antes”. Isto indica o nível de credulidade que havia naquele tempo.

No decorrer dos séculos, lendas tais como esta e tradições sem qualquer base contribuíram consideravelmente para o aumento do prestígio da Basílica do Vaticano. No entanto, surgiram vozes discordantes. Nos séculos 12 e 13, os valdenses condenavam esses excessos, e, com a Bíblia na mão, explicavam que Pedro nunca esteve em Roma. Séculos mais tarde, expoentes da Reforma Protestante argumentavam em sentido similar. No século 18, filósofos famosos achavam que a tradição não tinha fundamento, nem histórico nem bíblico. O mesmo ponto de vista é compartilhado por eruditos competentes, católicos e outros, até o dia de hoje.

Morreu Pedro em Roma?

Pedro, humilde pescador galileu, certamente não pensava em ser o primaz dos anciãos na congregação cristã do primeiro século. Antes, ele definiu a si mesmo qual “ancião como eles”. (1 Pedro 5:1-6, Centro Bíblico Católico) A figura humilde de Pedro contrasta-se com a pompa que cerca seu suposto túmulo, conforme pode ser visto por qualquer visitante da Basílica do Vaticano.

A Igreja Católica, para fazer valer sua supremacia sobre outras denominações cristãs, tem procurado dar crédito à tradição ‘posterior e menos confiável’ que declara que Pedro morou por algum tempo em Roma. No entanto, é estranho que outras tradições antigas não situem seu sepultamento no Vaticano, mas em outro lugar em Roma. Mas, por que não ater-se aos fatos registrados na Bíblia, a única fonte de informações de primeira mão a respeito de Pedro? A Palavra de Deus torna claro que Pedro, obedecendo às orientações recebidas do corpo governante da congregação cristã em Jerusalém, realizou sua obra na parte oriental do mundo antigo, inclusive em Babilônia. — Gálatas 2:1-9; 1 Pedro 5:13; note Atos 8:14.

O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos em Roma, por volta de 56 EC, cumprimentou cerca de 30 membros daquela congregação sem mencionar Pedro. (Romanos 1:1, 7; 16:3-23) Daí, entre 60 e 65 EC, Paulo escreveu seis cartas de Roma, mas não se menciona Pedro — uma forte evidência circunstancial de que Pedro não estava ali.a (Note 2 Timóteo 1:15-17; 4:11.) A atividade de Paulo em Roma é descrita no fim do livro de Atos, mas, novamente, não se faz menção de Pedro. (Atos 28:16, 30, 31) Por conseguinte, o exame objetivo da evidência bíblica, livre de todas as idéias preconcebidas, só pode levar à conclusão de que Pedro não pregou em Roma.b

A “primazia” do papa baseia-se em tradições não confiáveis e na aplicação distorcida de textos bíblicos. Jesus, não Pedro, é o alicerce do cristianismo. “Cristo é cabeça da congregação”, diz Paulo. (Efésios 2:20-22; 5:23) Foi a Jesus Cristo que Jeová enviou para abençoar e salvar a todos os que têm fé. — João 3:16; Atos 4:12; Romanos 15:29; veja também 1 Pedro 2:4-8.

Portanto, todos os que vão ao lugar que sinceramente acreditam ser o túmulo de Pedro, para ‘encontrar-se com seu sucessor’, confrontam-se com o problema de aceitar ‘tradições não confiáveis’, ou então crer na Palavra fidedigna de Deus. Visto que os cristãos querem que sua adoração seja aceitável a Deus, ‘olham atentamente para o Agente Principal e Aperfeiçoador da sua fé, Jesus’, e para o exemplo perfeito que ele deixou para nós seguirmos. — Hebreus 12:2; 1 Pedro 2:21.

[Nota(s) de rodapé]

a Por volta dos anos 60-61 EC, Paulo escreveu suas cartas aos efésios, aos filipenses, aos colossenses, a Filêmon e aos hebreus; por volta de 65 EC escreveu a sua segunda carta a Timóteo.

b A pergunta “Esteve Pedro Alguma Vez em Roma?” foi considerada em A Sentinela de 1.º de junho de 1973, páginas 349-51.

[Quadro na página 29]

“A escavação não revelou nenhum sinal incontestável duma sepultura por baixo da Edícula; de fato, nem se pode ter certeza de que o corpo de S. Pedro alguma vez tenha sido recuperado das mãos dos executores para ser sepultado pela comunidade cristã. Segundo o costume, o corpo dum estrangeiro (peregrinus), e aos olhos da lei um criminoso comum, talvez tivesse sido lançado no Tibre. . . . Além disso, naquela época primitiva não teria havido o mesmo interesse na preservação de restos mortais que houve posteriormente, quando diminuiu a crença no iminente fim do mundo e teve início o culto de mártires. Portanto, a possibilidade de que o corpo de S. Pedro não tenha sido mesmo recuperado para um sepultamento é bem real.” — The Shrine of St. Peter and the Vatican Excavations (O Santuário de S. Pedro e as Escavações no Vaticano), de Jocelyn Toynbee e John Ward Perkins.

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