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  • Uma vida com objetivo
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1994
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A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1994
w94 1/12 pp. 20-24

Uma vida com objetivo

CONFORME NARRADO POR MELVA A. WIELAND

Em março de 1940, poucos meses depois de me batizar, minha irmã Phyllis veio falar comigo e perguntou: “Por que você não sai de pioneira?” “Sair de pioneira?”, perguntei. “Você quer dizer ser pregadora por tempo integral, pregando quase todo dia?”

‘COMO posso ser pioneira’, pensei, ‘com meu conhecimento limitado da Bíblia e com economias ainda mais reduzidas no banco?’ A pergunta de Phyllis, porém, me fez pensar. Orei também bastante a respeito do assunto.

Finalmente raciocinei: ‘Por que não posso confiar em Deus, já que ele promete cuidar de nós se buscarmos o seu Reino em primeiro lugar?’ (Mateus 6:33) Assim, em junho de 1940, avisei que ia sair de meu serviço numa confecção de vestidos. Daí, escrevi à congênere da Sociedade Torre de Vigia na Austrália, solicitando uma designação de pioneira.

Designação vitalícia

Duas semanas depois veio a resposta, informando-me que eu receberia uma designação após assistir ao congresso que seria realizado na propriedade da sede das Testemunhas de Jeová, em Strathfield, um subúrbio da maior cidade da Austrália, Sydney. Na manhã seguinte ao congresso, apresentei-me no escritório para receber minha designação.

A pessoa que me atendeu explicou: “No momento temos bastante serviço na lavanderia. Será que poderia ficar e nos ajudar por algumas semanas?” Isso foi em agosto de 1940, e eu ainda trabalho na lavanderia! Naquela época havia apenas 35 pessoas na família da sede das Testemunhas de Jeová; agora somos 276.

Mas talvez se pergunte por que considero trabalhar na lavanderia “uma vida com objetivo”, em especial devido a esse ser meu trabalho já por mais de 50 anos. Antes de explicar isso, vou falar sobre as minhas ocupações na juventude.

Esportes tornam-se minha vida

Nasci em Melbourne, em 1.º de janeiro de 1914, a primeira de cinco filhos. Tínhamos pais amorosos que levavam uma vida baseada em princípios elevados e que disciplinavam quando necessário. Recebemos o que se poderia chamar de educação religiosa informal, pois nossos pais não eram de ir à igreja. Apesar disso, eles insistiam que nós, filhos, assistíssemos às aulas da escola dominical da Igreja Anglicana.

Quando deixei de estudar, em 1928, e passei a trabalhar como costureira, decidi gastar a maior parte de meu tempo livre na prática de esportes, crendo que isso talvez me ajudasse a vencer a timidez. Tornei-me sócia de um clube de tênis e praticava esse esporte o ano todo. Durante o inverno também jogava basquete e beisebol, e no verão jogava na equipe feminina de críquete. O críquete tornou-se minha paixão, e me esforcei bastante para aperfeiçoar minha habilidade como arremessadora rápida a fim de me qualificar para os jogos interestaduais.

Um objetivo diferente dos esportes

Desde bem nova, eu ficava perturbada com o ensino de que um Deus de amor tivesse um lugar chamado inferno onde os que faziam coisas ruins seriam atormentados para sempre. Para mim, isso simplesmente não fazia sentido. Assim, imagine minha alegria quando, inesperadamente, aprendi da Bíblia o que o “inferno” realmente é. Foi assim:

Minha irmã Phyllis, mais nova do que eu cinco anos, também gostava de praticar esportes, e estávamos na mesma equipe de críquete. Em 1936, uma colega de equipe apresentou Phyllis a um jovem chamado Jim, que era conhecido como muito religioso. Logo Jim começou a falar com Phyllis sobre os ensinos da Bíblia. Ela ficou fascinada. “É tão lógico e razoável”, ela me dizia.

Na época, Phyllis e eu compartilhávamos o quarto em casa, e ela tentou suscitar meu interesse no que Jim lhe falava sobre o Reino de Deus. “Este vai fazer o que os governos humanos não conseguiram”, falava-me toda empolgada. Mas eu discutia com ela, dizendo que isso era apenas mais uma religião para confundir as pessoas e que ninguém sabia com certeza o que aconteceria no futuro. Mas Phyllis era persistente e deixava publicações em diversos pontos do quarto, na esperança de que eu as lesse.

Eu estava curiosa quanto a por que Phyllis estava tão entusiasmada com essa nova crença, de modo que certo dia peguei um folheto que tinha um título intrigante, Hereafter (O Além). Chamou-me a atenção quando, ao folheá-lo, vi a palavra “inferno”. Surpreendeu-me aprender que a palavra “inferno” na Bíblia refere-se realmente à sepultura comum da humanidade e que tanto pessoas boas como más vão para lá. Aprendi também que o inferno não é um lugar de tormento; os mortos estão inconscientes e não sentem nada. — Eclesiastes 9:5, 10; Salmo 146:3, 4.

Isso fazia sentido para mim, especialmente a explicação, encontrada no folheto, de que o amoroso e poderoso Deus prometeu dar novamente vida aos mortos por meio do milagre chamado ressurreição. (João 5:28, 29) Agora eu também queria saber mais sobre o que Jim andara falando a Phyllis. Encontrei a Versão Rei Jaime da Bíblia em tamanho pequeno, que meu pai me dera quando criança, e consultei os textos citados no folheto. Isso confirmou o que estava escrito sobre o inferno e a condição dos mortos.

Para mim, outra surpresa fascinante foi aprender que Deus tem um nome pessoal, Jeová. (Salmo 83:18) Eu entendi também que Deus tinha um objetivo, ou motivo, para tudo o que fazia ou permitia acontecer. Isso me fez perguntar: ‘Qual é na verdade meu objetivo na vida?’ A partir daí comecei a me questionar se levar os esportes tão a sério — quase a ponto de excluir tudo o mais — era o melhor para mim.

Agindo em conformidade com minhas decisões

Jim e Phyllis não tinham idéia de que minha perspectiva na vida havia mudado, mas descobriram isso quando nossa família foi convidada a uma festa na casa de um amigo. Naquela época, era comum nessas ocasiões todos se levantarem e alguém propor um brinde ao Rei da Inglaterra, e então todos erguiam o copo para brindar. Mas, assim como Jim e Phyllis, eu decidi ficar sentada. Eles não podiam acreditar no que viam! Naturalmente, não pretendíamos desrespeitar ninguém, mas como cristãos achávamos que tínhamos de ser neutros e não participar em tais cerimônias nacionalistas. — João 17:16.

Meus pais e os demais da família, porém, ficaram horrorizados. Disseram que éramos desleais, ou loucos — ou as duas coisas. Daí, quando Phyllis e eu assistimos à premiação anual da equipe feminina de críquete, algo similar aconteceu durante uma cerimônia nacionalista. O resultado foi que nós duas pedimos para sair da equipe. Isso não foi tão difícil quanto eu pensei, pois me dera conta de que minha sujeição e minha lealdade eram para com Cristo Jesus, Rei do Reino celestial de Deus.

Phyllis salientou então que eu precisava assistir regularmente às reuniões das Testemunhas de Jeová para edificar minha fé com mais conhecimento bíblico. Na época só havia uma congregação em Melbourne, de modo que comecei a assistir às reuniões ali todo domingo à tarde. Logo fiquei convencida de que essa era a verdadeira organização terrestre de Deus.

Pouco depois fui convidada a participar na pregação de casa em casa junto com a congregação. A princípio hesitei, mas certo domingo de manhã decidi ir apenas para ver como era. Fiquei contente de ser designada para acompanhar uma Testemunha experiente, que na primeira casa falou com confiança e teve uma boa recepção do morador. Pensei comigo: ‘Bem, isso não é tão difícil, mas vou precisar treinar bastante até fazer tão bem assim.’ Imagine, portanto, meu espanto quando, após a primeira casa, a Testemunha disse para mim: “Agora você já pode continuar sozinha.”

“Sozinha?”, perguntei atônita. “Você não está falando sério! O que vou dizer se alguém fizer uma pergunta e eu não souber a resposta?” Mas minha companheira foi insistente. Assim, literalmente tremendo, lá fui eu sozinha, enquanto ela continuou testemunhando a pessoas do outro lado da rua. De algum modo sobrevivi àquela primeira manhã.

Dali em diante passei a participar na obra de pregação todo domingo de manhã. Quando alguém fazia uma pergunta que eu não sabia responder, eu dizia: “Vou pesquisar e voltar com a resposta.” Felizmente, Jeová continuou a me dar força e coragem para continuar meu novo modo de vida com objetivo. Dediquei minha vida a Ele, e, em outubro de 1939, fui batizada no clube municipal da cidade de Melbourne. Pouco depois, Phyllis, que a esta altura já estava casada com Jim, perguntou por que eu não entrava no serviço de pioneiro.

Serviço na congênere

Em janeiro de 1941, pouco depois de começar a trabalhar em Betel, como chamamos a congênere, a obra das Testemunhas de Jeová na Austrália foi proscrita. Em seguida, o exército tomou o Lar de Betel, em Strathfield, e eu fui enviada à fazenda da Sociedade, em Ingleburn, a quase 50 quilômetros da cidade de Sydney. Em junho de 1943, os tribunais exoneraram a Sociedade Torre de Vigia e revogaram a proscrição. No fim daquele ano, 25 pessoas de nosso grupo foram convidadas para voltar ao Lar de Betel em Strathfield. Ali continuei a trabalhar na lavanderia, bem como a ajudar em outras tarefas no lar.

A próxima década passou voando. Daí, em 1956, casei-me com um betelita, Ted Wieland. Ted era um homem muito calmo e paciente, e ficamos radiantes quando recebemos aprovação para continuar em Betel como marido e mulher. Nós dois prezávamos muito nosso modo de vida com objetivo e nos sentíamos felizes com o privilégio de servir na congênere da Austrália. Naturalmente, além do trabalho em Betel, tivemos a alegria de trabalhar juntos para ajudar outros a se tornarem discípulos de Cristo. Para exemplificar isso poderá ler sobre a família Weekes na Despertai! de 22 de outubro de 1993.

O crescimento lento da pregação do Reino exigiu o acréscimo de apenas 10 ou 12 pessoas à família de Betel durante os meus primeiros 30 anos em Betel. Mas a situação mudou rapidamente nos anos 70, quando passamos a imprimir aqui as revistas Sentinela e Despertai!. A construção de uma nova gráfica começou em janeiro de 1972. Logo chegou do Japão uma impressora de 40 toneladas, e por volta de 1973 imprimíamos quase 700.000 revistas por mês. Nossa família de Betel começou então a crescer de verdade.

Os anos 70 também foram uma época de pesar para mim. Primeiro, meu querido marido, Ted, faleceu em 1975 aos 80 anos de idade. Daí, menos de um ano depois, meu pai, já idoso, também morreu. Obtive muito conforto de Jeová e de sua Palavra, a Bíblia, bem como de meus irmãos e irmãs espirituais. Ajudou muito também manter-me ocupada em Betel em minhas atividades, que tinham objetivo, durante esse período muito triste de minha vida.

Mas a vida continuou, e de novo comecei a sentir satisfação e a receber bênçãos, então como viúva. Em 1978, eu assisti ao congresso em Londres, Inglaterra, e depois visitei a sede mundial da Sociedade Torre de Vigia, em Brooklyn, Nova York. Ter observado centenas de irmãos e irmãs trabalhar alegremente no Betel de Brooklyn ainda é uma fonte de inspiração para mim até os dias atuais.

Ao findar a década de 70, soubemos que se planejava uma ampliação adicional no Betel da Austrália. Mas a expansão não seria em Strathfield, onde quase não tínhamos mais terreno disponível. Em vez disso, um novo conjunto de prédios, muito maior, seria construído em nossa propriedade, em Ingleburn, onde eu havia trabalhado durante a proscrição, no início da década de 40.

Um contínuo modo de vida com objetivo

Que emocionante foi mudar para os novos prédios, em janeiro de 1982! É verdade que a princípio sentimos um pouco de tristeza ao deixar um lugar tão conhecido, mas logo estávamos empolgados com o nosso novo lar com 73 lindos quartos. Em vez de vermos tijolos e as ruas da cidade, nossa vista agora era campos verdes e árvores, gado pastando, o sol nascendo belamente e majestosos pores-do-sol — um cenário realmente agradável.

Em 19 de março de 1983, num belo dia ensolarado de outono, realizou-se a alegre dedicação da nova congênere. Lloyd Barry, do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, proferiu um tocante discurso de dedicação. Pessoalmente, eu apreciei que ele e sua esposa estivessem presentes ao programa de dedicação, visto que eu trabalhara com eles no Betel em Strathfield quando éramos bem mais jovens.

O contínuo aumento da atividade de pregação do Reino tornou necessária a ampliação adicional de nossas construções aqui em Ingleburn. Em 1987, a área de escritórios foi ampliada. A seguir, em 25 de novembro de 1989, um prédio residencial de cinco andares e um anexo à gráfica, de três pavimentos, foram dedicados. Que aumento! — de menos de 4.000 ministros aqui na Austrália, quando iniciei meu ministério, para cerca de 59.000 publicadores.

Mais recentemente a congênere da Austrália passou a ser um dos três Escritórios Regionais de Engenharia, junto com o Japão e a Alemanha. Isso tornou necessário uma ampliação adicional da congênere. No momento já foi concluído um outro prédio de três andares para escritórios, e está bem adiantada a construção dum edifício residencial de cinco andares, que terá mais 80 quartos para abrigar nossa sempre crescente família.

Na lavanderia, temos uma boa equipe para cuidar do trabalho, mas com freqüência me lembro daquele dia, em agosto de 1940, quando fui convidada a trabalhar nesse departamento por duas semanas. Sou muito grata de que aquelas duas semanas se prolongaram por mais de 50 anos e que Jeová Deus guiou meus passos para tal modo de vida com objetivo.

[Foto na página 21]

Quando eu tinha 25 anos

[Foto na página 23]

O dia de nosso casamento, em 1956

[Fotos na página 24]

Em 1938, eu e minha irmã estávamos bastante envolvidas com os esportes,mas minha vida agora é muito mais produtiva

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