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  • O fim do ódio no mundo todo
  • A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová — 1995
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w95 15/6 pp. 5-8

O fim do ódio no mundo todo

HÁ UNS dois mil anos, um grupo minoritário era muito odiado. Tertuliano fala da atitude prevalecente dos romanos para com os primitivos cristãos: “Se não cai chuva dos céus, se ocorre um terremoto, fome ou pestilência, o clamor imediato é: ‘Joguem os cristãos para os leões!’”

Apesar de serem alvo de ódio, os primitivos cristãos resistiram à tentação de vingar-se da injustiça. No famoso Sermão do Monte, Jesus Cristo disse: “Ouvistes que se disse: ‘Tens de amar o teu próximo e odiar o teu inimigo.’ No entanto, eu vos digo: Continuai a amar os vossos inimigos e a orar pelos que vos perseguem.” — Mateus 5:43, 44.

A tradição oral dos judeus sustentava que ‘odiar o inimigo’ era a coisa certa a fazer. Mas Jesus disse que nós temos de amar os inimigos, não apenas os amigos. Isso é difícil, mas não impossível. Amar o inimigo não significa gostar do jeito dele e do que ele faz. A palavra grega que aparece no relato de Mateus é derivada de a·gá·pe, que descreve o amor que age em harmonia com princípios. A pessoa que manifesta o amor a·gá·pe, que se baseia em princípios, faz o bem até a um inimigo que o odeia e maltrata. Por quê? Porque essa é a maneira de imitar a Cristo e de vencer o ódio. Um erudito em grego comentou: “O [a·gá·pe] nos habilita a vencer nossa tendência natural para a raiva e a amargura.” Mas será que isso funciona num mundo cheio de ódio?

Admite-se que nem todos que afirmam ser cristãos estão determinados a seguir o exemplo de Cristo. As atrocidades recentes em Ruanda foram cometidas por pessoas de diferentes grupos étnicos, cujos membros professam ser cristãos. Pilar Díez Espelosín, uma freira católica que trabalha em Ruanda há 20 anos, narra um incidente digno de nota. Um homem aproximou-se da igreja com uma lança, que obviamente estivera usando. A freira perguntou-lhe: “O que está fazendo, matando pessoas por aí? Não pensa em Cristo?” Ele afirmou que pensava e entrou na igreja, ajoelhou-se e recitou o rosário com fervor. Mas quando terminou, saiu para prosseguir matando. “Isso mostra que não estamos ensinando o evangelho de maneira correta”, admitiu a freira. Tais fracassos, porém, não significam que a mensagem de Jesus seja falha. O ódio pode ser vencido por aqueles que praticam o verdadeiro cristianismo.

Vence-se o ódio num campo de concentração

Max Liebster é judeu de nascença e sobreviveu ao Holocausto. Embora seu sobrenome signifique “amado”, ele já presenciou ódio demais e conta o que aprendeu na Alemanha nazista sobre amor e ódio.

“Fui criado perto de Mannheim, Alemanha, na década de 30. Hitler afirmava que todos os judeus eram aproveitadores ricos que exploravam o povo alemão, mas a verdade é que meu pai era apenas um humilde sapateiro. Apesar disso, devido à influência da propaganda nazista, os vizinhos começaram a voltar-se contra nós. Certa vez, na adolescência, um aldeão passou à força sangue de porco na minha testa. Esse insulto grave foi apenas um indício do que estava por vir. Em 1939, a Gestapo me prendeu e confiscou todos os meus pertences.

“De janeiro de 1940 até maio de 1945, foi uma luta para conseguir sobreviver em cinco campos de concentração: Sachsenhausen, Neuengamme, Auschwitz, Buna e Buchenwald. Meu pai, que também havia sido mandado para Sachsenhausen, morreu durante o terrível inverno de 1940. Eu mesmo levei seu corpo para o crematório, onde havia uma pilha de cadáveres à espera para serem queimados. Ao todo, oito membros de minha família morreram nos campos de concentração.

“Os kapos eram odiados pelos prisioneiros, até mesmo mais do que os guardas da SS. Os kapos eram prisioneiros que cooperavam com os SS e por isso tinham certos privilégios. Eles eram responsáveis pela distribuição dos alimentos, e cuidavam também de punir com severidade outros prisioneiros. Era comum serem injustos e arbitrários. Suponho que eu tinha motivos de sobra para odiar os SS e os kapos, mas enquanto estava preso aprendi que o amor é mais forte do que o ódio.

“A força moral dos prisioneiros que eram Testemunhas de Jeová me convenceu de que a fé que eles tinham baseava-se nas Escrituras, e eu mesmo acabei aderindo a essa fé. Ernst Wauer, uma Testemunha que conheci no campo de concentração de Neuengamme, instou comigo para que eu cultivasse a atitude mental de Cristo. A Bíblia diz que ‘quando estava sendo injuriado, não injuriava em revide. Quando sofria, não ameaçava, mas encomendava-se àquele que julga justamente’. (1 Pedro 2:23) Tentei fazer o mesmo, deixar a vingança nas mãos de Deus, que é Juiz de todos.

“Os anos que passei nos campos me ensinaram que as pessoas com freqüência fazem coisas más devido à ignorância. Nem todos os guardas da SS eram maus, um deles salvou a minha vida. Certa vez, tive uma crise de diarréia e fiquei fraco demais para ir do local de trabalho para o campo. Pelo certo, eu seria enviado para os fornos crematórios de Auschwitz na manhã seguinte, mas um guarda da SS, que era da mesma região da Alemanha que eu, interveio a meu favor. Ele conseguiu trabalho para mim no refeitório dos SS, onde eu podia descansar um pouco, até me recuperar. Um dia ele me confidenciou: ‘Max, sinto como se estivesse viajando num trem em alta velocidade e desgovernado. Se eu pular, morro. Se ficar, vou me espatifar.’

“Essas pessoas tinham tanta necessidade de amor como eu. De fato, foi o amor e a compaixão, junto com minha fé em Deus, que tornaram possível que eu suportasse as condições miseráveis e a ameaça diária de ser executado. Não posso dizer que saí ileso, mas as minhas feridas emocionais foram mínimas.”

O jeito caloroso e a bondade que Max irradia ainda hoje, 50 anos depois, é um testemunho eloqüente da veracidade de suas palavras. O caso de Max não é único. Ele tinha um motivo sólido para vencer o ódio: desejava imitar a Cristo. Outros que se deixaram guiar pelas Escrituras agiram de maneira similar. Simone, uma Testemunha de Jeová na França, explica como ela descobriu o que o amor altruísta realmente significa.

“Minha mãe, Emma, que se tornou Testemunha pouco antes da Segunda Guerra Mundial, ensinou-me que as pessoas com freqüência fazem coisas más porque é só o que sabem fazer. Ela explicou que se retribuíssemos o ódio, não seríamos cristãos verdadeiros, visto que Jesus disse que devemos amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem. — Mateus 5:44.

“Lembro-me de uma situação adversa que colocou essa convicção à prova. Durante a ocupação nazista da França, minha mãe sofreu bastante devido a uma vizinha que morava no mesmo prédio e a delatou à Gestapo. Por causa disso, minha mãe ficou dois anos em campos de concentração alemães, onde quase morreu. Após a guerra, a polícia francesa queria que minha mãe assinasse um documento que incriminava essa mulher, declarando que ela colaborou com os alemães. Mas minha mãe recusou-se, dizendo que ‘Deus é o Juiz e Recompensador do bem e do mal’. Alguns anos mais tarde, essa mesma vizinha encontrava-se com câncer em estágio terminal. Em vez de alegrar-se com a adversidade dela, minha mãe gastou muito tempo tornando o mais suportável possível os últimos meses de vida dela. Nunca me esquecerei desse triunfo do amor sobre o ódio!”

Esses dois exemplos ilustram o poder do amor, baseado em princípios, sobre a injustiça. Mas a própria Bíblia diz que há um “tempo para amar e tempo para odiar”. (Eclesiastes 3:1, 8) Como assim?

Tempo para odiar

Deus não condena toda forma de ódio. A Bíblia diz sobre Jesus Cristo: “Amaste a justiça e odiaste o que é contra a lei.” (Hebreus 1:9) Há uma diferença, porém, entre odiar o erro e odiar a pessoa que o comete.

Jesus exemplificou o equilíbrio correto entre o amor e o ódio. Ele odiava a hipocrisia, mas tentava ajudar os hipócritas a mudar seu modo de pensar. (Mateus 23:27, 28; Lucas 7:36-50) Condenou a violência, mas orou por aqueles que o executaram. (Mateus 26:52; Lucas 23:34) E, embora o mundo o odiasse sem motivo, ele abriu mão de sua própria vida a fim de proporcionar vida ao mundo. (João 6:33, 51; 15:18, 25) Ele deixou um exemplo perfeito do amor baseado em princípios e do ódio segundo o ponto de vista de Deus.

A injustiça pode fazer brotar em nós a indignação moral, como se deu com Jesus. (Lucas 19:45, 46) Os cristãos, porém, não estão autorizados a se vingar por conta própria. “Não retribuais a ninguém mal por mal”, aconselhou Paulo aos cristãos em Roma. “Se possível, no que depender de vós, sede pacíficos para com todos os homens. Não vos vingueis . . . Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem.” (Romanos 12:17-21) Quando nos recusamos a guardar rancor ou vingar-nos de alguma injustiça cometida contra nós, o amor é o vencedor.

Um mundo sem ódio

Para o ódio desaparecer em escala mundial, as atitudes enraizadas de milhões de pessoas têm de mudar. Como conseguir isso? O professor Ervin Staub faz a seguinte recomendação: “Depreciamos aqueles a quem prejudicamos e prezamos a quem ajudamos. À medida que prezamos mais aqueles a quem ajudamos e derivamos a satisfação que acompanha a prestação de ajuda, passamos a nos encarar como mais solícitos e mais prestativos. Um dos nossos alvos tem de ser criar sociedades em que haja a mais ampla participação possível em fazer coisas pelos outros.” — The Roots of Evil (As Raízes do Mal).

Dito de outro modo, a eliminação do ódio requer a criação de uma sociedade em que as pessoas aprendam a se amar por se ajudarem mutuamente, uma sociedade em que as pessoas esqueçam toda a animosidade causada por preconceito, nacionalismo, racismo e tribalismo. Existe uma sociedade assim? Considere o caso de um homem que sentiu na pele o ódio durante a Revolução Cultural na China.

“Quando a Revolução Cultural começou, fomos ensinados que não havia lugar para a transigência na ‘luta de classes’. O ódio era a tendência prevalecente. Tornei-me membro da Guarda Vermelha e comecei a procurar em toda parte por ‘inimigos da classe’, até mesmo entre os membros de minha família. Embora fosse apenas um adolescente na época, participei em buscas nas casas à procura de evidência de ‘tendências revolucionárias’. Eu também presidi uma reunião que denunciou um ‘contra-revolucionário’. É lógico que às vezes essas acusações baseavam-se mais em animosidade pessoal do que em motivos políticos.

“Vi muitas pessoas — jovens e idosos, homens e mulheres — receberem punição física cada vez mais cruel. Um de meus professores, uma boa pessoa, teve de desfilar pelas ruas como se fosse criminoso. Dois meses depois, outro professor bem conceituado de minha escola foi encontrado morto no rio Suzhou, e meu professor de inglês foi obrigado a enforcar-se. Fiquei chocado e perplexo. Eram pessoas boas. Tratá-las dessa maneira era errado, de modo que me desliguei de vez da Guarda Vermelha.

“Não acho que esse período marcado pelo ódio, que brevemente tomou conta da China, foi um incidente isolado. Esse século foi palco de muitos episódios em que o ódio predominou. Estou convencido, porém, de que o amor pode vencer o ódio, pois é algo que vi com meus próprios olhos. Quando comecei a me associar com as Testemunhas de Jeová, fiquei impressionado com o amor genuíno que elas demonstram por pessoas de raças e formações diferentes. Aguardo o tempo em que, conforme a Bíblia promete, todas as pessoas terão aprendido a amar o próximo.”

As Testemunhas de Jeová formam uma sociedade internacional e provam além de dúvida que o ódio pode ser eliminado. Não importa qual a formação que tenham tido, as Testemunhas se esforçam para trocar o preconceito pelo respeito mútuo e eliminar qualquer vestígio de tribalismo, racismo, ou nacionalismo. Um dos fundamentos de seu sucesso é a determinação de imitar a Jesus Cristo em demonstrar amor guiado por princípios. Outro ponto é que depositam sua esperança no Reino de Deus para acabar com qualquer injustiça que porventura sofram.

O Reino de Deus é a solução definitiva para se alcançar um mundo sem ódio, um mundo em que não haverá nem mesmo coisas ruins para se odiar. Descrito na Bíblia como “novos céus”, esse governo celestial garantirá um mundo livre de injustiça. Ele governará sobre “uma nova terra”, ou uma nova sociedade de pessoas que terão sido educadas para amar. (2 Pedro 3:13; Isaías 54:13) Esse programa de educação já está em andamento, como atestam as histórias de Max, Simone e muitos outros. Trata-se de um vislumbre do programa mundial para eliminar o ódio e suas causas.

Por meio de seu profeta Isaías, Jeová descreve o resultado: “Não se fará dano, nem se causará ruína em todo o meu santo monte; porque a terra há de encher-se do conhecimento de Jeová assim como as águas cobrem o próprio mar.” (Isaías 11:9) Deus terá dado um fim ao ódio. Será verdadeiramente um tempo de amor.

[Fotos na página 7]

Os nazistas tatuaram um número de identificação no braço esquerdo de Max Liebster

[Foto na página 8]

Em breve o ódio será coisa do passado

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