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    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 16

      A apresentação do rei resulta na libertação dos prisioneiros

      1. Que espécie de aplicação tem agora a profecia de Zacarias, ao tratar de países e cidades que hoje estão nas notícias, e o que nos ajuda a saber o cumprimento atual?

      HOJE em dia, os países da Síria e do Líbano, e a Faixa de Gaza, destacam-se nas notícias. Algumas cidades associadas com estes países são mencionadas no capítulo nove da profecia de Zacarias. Contudo, o que o profeta Zacarias disse lá no sexto século antes de nossa Era Comum não tem aplicação a estes países atuais, na sua relação com a República de Israel. Além de qualquer cumprimento inicial da profecia de Zacarias no primeiro século de nossa Era Comum, e de modo literal, a profecia tem seu cumprimento final hoje em dia, neste século vinte E. C., apenas de modo espiritual ou figurativo. Se nos familiarizarmos com o primeiro cumprimento, há dezenove séculos atrás, poderemos discernir seu atual cumprimento espiritual.

      2. Olhamos para o mapa de que período e são judaicos os lugares mencionados em conexão com a “terra de Hadraque”?

      2 Se recorrermos ao nosso mapa da Terra da Palestina durante o Reinado dos Reis Persas, observaremos Damasco, capital da Síria, e também a cidade de Hamate, há cerca de 193 quilômetros ao norte de Damasco; também as antigas cidades fenícias (agora libanesas) de Tiro e Sídon, na costa do Mediterrâneo; também as cidades filistéias de Gaza, Ascalom, Ecrom, Asdode e Gade; também as cidades de Jerusalém e Samaria. A “terra de Hadraque” não aparece em todos os mapas, porque não se sabe bem onde estava situada e quais os seus limites precisos, mas a profecia relaciona esta terra antigamente mencionada como Damasco. O Atlas do Mundo Bíblico, de Baly e Tushingham (em inglês; direitos autorais de 1971), página 199, chama a “terra de Hadraque” simplesmente “região na Síria perto de Damasco”. A Edição Revista (em inglês; 1956) do Atlas Histórico de Westminster para a Bíblia, página 124, fala da Terra de Hadraque como “distrito da Síria ao norte de Hamate”, portanto ao norte de Damasco. Pouco importa se a expressão “a terra de Hadraque” é simbólica, para significar o território em conjunto em que se encontravam as já mencionadas cidades sírias, fenícias e filistéias. Todas elas não eram israelitas, não eram judaicas.

      3. Como se contrastam os versículos finais de Zacarias, capítulo oito, com os versículos iniciais do capítulo nove?

      3 Os versículos finais (Zac 8:20-23) do oitavo capítulo da profecia de Zacarias falam de como pessoas de todas as línguas das nações e de muitas cidades subirão a Jerusalém para adorar a Jeová, agarrando-se até mesmo à aba da veste dum judeu para acompanhá-lo na adoração de seu Deus. O que acontece aos que não fazem isso? Os oito versículos iniciais do próximo capítulo (nove) nos informam muito bem sobre algumas das conseqüências de não se fazer isso. Portanto, leiamos esta parte, Zacarias 9:1-8:

      4. Segundo Zacarias 9:1-8, quem intervém nos assuntos dos mencionados e a favor de quem?

      4 “Uma pronúncia: ‘A palavra de Jeová é contra a terra de Hadraque e descansa em Damasco; porque Jeová tem o olho posto no homem terreno e em todas as tribos de Israel. E a própria Hamate também confinará com ela; Tiro e Sídon, porque ela é muito sábia. E Tiro passou a construir para si uma escarpa e a amontoar prata como pó e ouro como a lama das ruas. Eis que o próprio Jeová a desapossará e certamente golpeará a sua força militar lançando-a dentro do mar; e ela mesma será devorada pelo fogo. Ascalom o verá e ficará com medo; e quanto a Gaza, também sentirá dores muito severas; também Ecrom, porque a sua esperança aguardada terá de sofrer vergonha. E de Gaza há de perecer um rei e a própria Ascalom não será habitada. E será realmente um filho ilegítimo que se sentará em Asdode, e eu certamente deceparei o orgulho do filisteu. E vou remover-lhe da boca as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus; e terá de tornar-se como xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu. E eu vou acampar-me como posto avançado para a minha casa, de modo que ninguém passará e ninguém retornará; e não mais passará por eles algum feitor, porque agora eu o vi com os meus olhos.’”

      5. Por que estava o desfavor de Jeová sobre Damasco, a “terra de Hadraque” e Hamate?

      5 A Síria antiga, do sexto século A. E. C., adorava deuses falsos e mantinha sua inimizade para com a terra restabelecida de Judá. Recusava adorar a Jeová no seu templo reconstruído em Jerusalém. Portanto, havia bons motivos para a palavra de Jeová não ser favorável, mas sim contra a aterra de Hadraque”, como parte da Síria. Sua palavra desfavorável recairia sobre a capital de todo o país, a saber, Damasco; e visto que o território de Hamate confinava com Damasco, pronunciar-se-ia a palavra desfavorável de Jeová também contra Hamate. De modo que toda a Síria estava sob o desfavor divino.

      6. Por que era a palavra de Jeová contra cidades da Fenícia?

      6 O país da Fenícia confina com a Síria, e este também se havia voltado contra a terra de Judá, no seu tempo de maior aflição. O Salmo 83:5-8 inclui as cidades fenícias de Gebal e Tiro na conspiração internacional contra o povo de Jeová, dizendo: “Passaram a concluir contra ti até mesmo um pacto, as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os agarenos, Gebal, e Amom, e Amaleque, a Filístia junto com os habitantes de Tiro. Também a própria Assíria se juntou a eles; tornaram-se um braço para os filhos de Ló [Moabe e Amom].” Tiro era realmente uma colônia de Sídon; e Zacarias 9:2-4 menciona-as, dizendo:

      7. Com quem é Tiro relacionada em Zacarias 9:2-4, e o que se predisse que aconteceria a Tiro?

      7 “Tiro e Sídon, porque ela é muito sábia. E Tiro passou a construir para si uma escarpa e a amontoar prata como pó e ouro como a lama das ruas. Eis que o próprio Jeová a desapossará e certamente golpeará a sua força militar lançando-a dentro do mar; e ela mesma será devorada pelo fogo.”

      8. Que Tiro era a mencionada por Zacarias e por que era assim?

      8 Estas palavras tornam certo que a “palavra de Jeová” foi também proferida contra toda a Fenícia, conforme representada pelas suas mundialmente famosas cidades de Tiro e Sídon. A cidade de Tiro mencionada aqui é a cidade insular, porque o Rei Nabucodonosor, de Babilônia, destruiu a cidade continental na sua campanha da Palestina. (Ezequiel 29:17-20) Os sobreviventes de Tiro fugiram para a sua ilha ao longo do litoral e construíram nela uma forte cidade. Segundo Ezequiel 28:1-19, Tiro se tornou Diabolicamente traidora para com seu anterior amigo Israel, e Sídon associou-se com Tiro neste proceder. (Ezequiel 28:20-26) Depois do restabelecimento da terra de Judá, em 537 A. E. C., depois de ela ficar setenta anos desolada, Tiro e Sídon não mudaram de atitude de coração para com Jerusalém com seu segundo templo. Quão imprudente!

      9. Como se enriquecia e fortalecia Tiro, mas em que resultou a profecia de Jeová a respeito dela?

      9 Tanto Tiro como Sídon continuaram a seguir a sabedoria deste mundo, aumentando sua sabedoria para o acúmulo de riquezas, o armazenamento de ouro e prata aqui na terra, onde podem ser tomados por saqueadores. A forte escarpa que Tiro construiu para sua proteção como potência marítima e comercial não resistiu à estratégia do conquistador grego Alexandre Magno, em 332 A.E.C. Suas forças militares terrestres bem como os abordos de seus muitos navios falharam-lhe então. Jeová, por meio de seu instrumento terrestre de execução, golpeou as forças militares de Tiro lançando-as para dentro do mar, onde ela havia estabelecido seu baluarte. Jeová a desapossou por entregar as enormes riquezas dela ao conquistador. Sendo então devorada pelo fogo, causou-se-lhe a ruína completa.

      10. Que interesse mostraram pessoas de Tiro e Sídon em Jesus Cristo e o que se relatou como tendo sido estabelecido em Tiro?

      10 Anos depois, Tiro foi reconstruída, mas nem ela, nem Sídon, recuperaram a forte posição comercial que tinham antes de se cumprir a “palavra de Jeová” proferida contra ela. No primeiro século de nossa Era Comum, muitos vieram de Tiro e de Sídon para ouvir e observar Jesus, e para ser curados por ele. (Marcos 3:7, 8; Lucas 6:17; Mateus 15:21-29) Segundo as próprias palavras de Jesus em Mateus 11:20-22 e Lucas 10:13, 14, deve ter havido muitos em Tiro e Sídon dispostos a escutar e a agir segundo a mensagem do reino de Deus. Havia uma congregação cristã em Tiro, por ocasião da terceira viagem missionária do apóstolo Paulo. (Atos 21:2-7) Estes tírios não confiavam em forças militares, nem armazenavam tesouros na terra, mas entesouravam-nos no céu.

      DECEPADO O ORGULHO DO INIMIGO PAGÃO

      11, 12. (a) Que liga intermunicipal dominava antigamente a Filístia? (b) O orgulho de quem seria decepado por Jeová, e como?

      11 Então, qual foi a “palavra de Jeová” proferida contra a Filístia? Antigamente, a liga das cinco cidades de Asdode, Ascalom, Ecrom, Gate e Gaza dominava a terra da Filístia. Por algum motivo, Gate deixa de ser mencionada na palavra de Jeová dirigida aqui contra os filisteus. Zacarias 9:5-7 prossegue com a profecia e diz:

      12 “Ascalom o verá e ficará com medo; e quanto a Gaza, também sentirá dores muito severas; também Ecrom, porque a sua esperança aguardada terá de sofrer vergonha. E de Gaza há de perecer um rei e a própria Ascalom não será habitada. E será realmente um filho ilegítimo que se sentará em Asdode, e eu certamente deceparei o orgulho do filisteu. E vou remover-lhe da boca as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus; e terá de tornar-se como um xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu.”

      13. (a) Como seriam Ascalom, Gaza e Ecrom afetadas pela destruição de Tiro em 332 A. E. C.? (b) Que mudança sofreria Asdode?

      13 A cidade de Ascalom havia de ver assim a destruição de Tiro e havia de ficar com medo, ficando finalmente sem habitantes. Quanto a Gaza, sentiu severas dores evidentemente pelo mesmo motivo; e por causa deste acontecimento doloroso e suas conseqüências, sofreu uma mudança no governo e extinguiu-se nela seu rei nativo. A cidade de Ecrom evidentemente olhava para Tiro como sua esperança de proteção e socorro contra um inimigo invasor. Portanto, quando Tiro foi reduzida a ruínas depois dum sítio de sete meses por Alexandre Magno, em 332 A. E. C., Ecrom também se contorcia em severas dores, porque ficara desapontada e envergonhada na sua esperança. Mas que dizer da quarta cidade mencionada, Asdode? Evidentemente, havia de ocorrer uma mudança de população nela, porque Jeová disse: “Será realmente um filho ilegítimo que se, sentará em Asdode.” A população nativa, legítima, não permaneceria nela. Estrangeiros e estranhos ocupariam a cidade, não só quanto ao governo, mas também quanto à população.

      14. De que atitude para com Israel havia sido culpada a Filístia e como seria isso decepado por Jeová?

      14 Admite-se, pois, que a “palavra de Jeová” era contra a Filístia. Os filisteus haviam sido muito orgulhosos e arrogantes, especialmente para com o povo de Jeová, mesmo depois do restabelecimento deste à sua pátria. Entretanto, seu orgulho precedeu à queda. Por fazer estas coisas mencionadas às quatro cidades principais da Filístia, Jeová ‘deceparia o orgulho do filisteu’. Nenhum filisteu podia mais gabar-se, ao comparar-se com o povo de Jeová. Jeová cortaria também sua falsa adoração religiosa.

      15. (a) O que se faria às “coisas manchadas de sangue” e às “coisas repugnantes” dos filisteus? (b) Que proceder seria adotado por um restante dos filisteus?

      15 Na adoração de seus deuses falsos, comiam sacrifícios repugnantes a Jeová e ao seu povo. Também, as vítimas animais que comiam nas suas refeições sacrificiais não eram sangradas. Devia acabar-se com tal adoração repugnante de deuses idólatras, pois a “palavra de Jeová” prosseguiu: “E vou remover-lhe da boca [do filisteu] as suas coisas manchadas de sangue e de entre os seus dentes as suas coisas repugnantes, e então ele mesmo há de restar para o nosso Deus.” Não se explica como se removeriam tais coisas manchadas de sangue e repugnantes da boca e dos dentes do filisteu. Mas, dentre todos aqueles filisteus que se recusavam a observar o mandamento de Deus e a deixar a idolatria com seus sacrifícios e ritos abomináveis, havia de sobrar um restante que faria isso voluntariamente, em obediência. Este restante será “para o nosso Deus”, para Jeová dos exércitos. Que transformação vitalizadora! Mas, Zacarias 9:7 prossegue dizendo a respeito deste restante: “E terá de tornar-se como um xeque em Judá, e Ecrom, como o jebuseu.

      16. (a) Como se tornaria o restante dos filisteus “como um xeque em Judá”? (b) Tornarem-se “como o jebuseu” indicava que nível de sociedade para os de Ecrom?

      16 Naturalmente, sendo os filisteus camitas, não se podiam tornar xeques na tribo de Judá, que era semita e hebréia. (Gênesis 10:6, 13, 14, 21-25) Mas o restante obediente convertido à adoração de “nosso Deus”, Jeová, podia tornar-se “como um xeque em Judá”. O restante ocuparia assim uma posição de distinção em companhia do povo escolhido de Jeová e não seria considerado de pouca ou nenhuma importância. Como o xeque dum clã, receberiam responsabilidades. Entretanto, estas responsabilidades seriam subordinadas às dos próprios judeus. Isto é indicado pela declaração de que Ecrom se tornaria “como o jebuseu”. Os jebuseus, iguais aos filisteus, eram camitas, não por meio de Mizraim, filho de Cã, mas por meio de Canaã, filho de Cã, e por isso eram cananeus. (Gênesis 10:6, 15, 16) Os jebuseus eram os primitivos ocupantes de Jerusalém, que por isso costumava ser chamada Jebus.

      17. Por que se indicava uma posição favorecida aos de Ecrom por se tornarem “como o jebuseu”?

      17 Em 1070 E.C., o Rei Davi capturou a cidade dos jebuseus e chamou-a Jerusalém. (Juízes 1:21; 2 Samuel 5:4-9) Mais tarde, os jebuseus subjugados foram usados como trabalhadores escravos pelo filho de Davi, o Rei Salomão, nas diversas obras públicas de construção, inclusive do templo suntuoso em Jerusalém. (1 Reis 9:15-23; 2 Crônicas 8:1-10) Quanto privilégio era para aqueles jebuseus ter parte na construção do templo de Jeová em Jerusalém e também na de muitas construções boas para o reino messiânico, típico, de Deus no antigo Israel! Portanto, ao tornar-se “como o jebuseu”, Ecrom e seus habitantes que se voltaram para a adoração de “nosso Deus”, Jeová, foram trazidos a uma posição favorecida, embora subserviente.

      18. Que experiência com o cristianismo tiveram os filisteus no primeiro século E. C.?

      18 No primeiro século de nossa Era Comum, pregaram-se as boas novas do reino messiânico de Deus aos filisteus. Lembramo-nos de que o evangelizador Filipe pregou a um eunuco etíope, ao andarem no carro deste na “estrada que desce de Jerusalém para Gaza”, na Filístia. Depois de batizar este etíope convertido ao cristianismo, Filipe o deixou e foi encontrado em Asdode (Grego: Azotos; a moderna Asdode), cerca de cinqüenta e cinco quilômetros ao norte de Gaza. Sem dúvida, muitos filisteus aceitaram a evangelização de Filipe. (Atos 8:26-40) Depois da conversão do centurião italiano Cornélio, em 36 E.C., os filisteus podiam ser convertidos e podiam então receber o espírito santo de Deus mediante Cristo.

      19. Como se cumpre o quadro profético de ‘um filho ilegítimo realmente se sentar em Asdode’ no caso os modernos filisteus antitípicos?

      19 No nosso próprio século vinte, muitos religiosos têm sido como os antigos filisteus em adorar deuses falsos e em combater o povo de Jeová. Assim como a antiga Asdode, cidade principal na confederação de cinco cidades dos filisteus, passou por uma mudança de população, como que por filhos ilegítimos, assim estes antitípicos filisteus da atualidade passaram por uma mudança de personalidade. Dedicando-se a Deus por meio de Jesus Cristo e sendo batizados em água, deixam de fazer parte deste mundo filisteu e tornam-se ‘estrangeiros’, não-nativos, para ele e assim fora de lugar. Não vão atrás do comercialismo egoísta assim como a antiga Tiro, nem dependem dele e esperam nele, assim como Ecrom olhava para Tiro, nem confiam numa força militar, assim como fazia a antiga Síria. Abstêm-se da adoração e do serviço dos deuses sanguinários deste mundo moderno. Tomam sua posição, em devoção, a favor de “nosso Deus”, Jeová dos exércitos.

      20. Estes filisteus transformados da atualidade recebem que participação com o restante dos israelitas espirituais?

      20 Em reconhecimento deste proceder, tais filisteus modernos, transformados, recebem uma parte com o restante ungido dos israelitas ou judeus espirituais na promoção da adoração de Jeová no seu templo espiritual. Assim “como um xeque em Judá”, recebem tarefas e responsabilidades relacionadas com esta atividade do templo. A multidão destes servos dedicados e batizados de Jeová Deus já se tornou “grande”, e ela ainda está aumentando. Esta “grande multidão”, sem número, que passa a associar-se com o restante ungido pelo espírito, foi predita em Revelação 7:9-17.

      21, 22. (a) De que proveito era para seu povo que Jeová fosse para eles um “posto avançado” e por que não passaria por eles nenhum feitor? (b) Como cumpriu Jeová esta profecia para com o seu restante do Israel espiritual hoje em dia?

      21 As antigas Filístia, Fenícia e Síria eram inimigas ferrenhas do restante restabelecido dos anteriores exilados judaicos. Para assinalar o contraste entre seus tratos com estes inimigos e seus tratos com o seu povo escolhido, a casa de Israel, Jeová dos exércitos prosseguiu, dizendo: “E vou acampar-me como posto avançado para a minha casa de modo que ninguém passará e ninguém retornará; e não mais passará por eles algum feitor, porque agora eu o vi com os meus olhos.” — Zacarias 9:8.

      22 Acampado como num posto avançado, Jeová dos exércitos podia impedir que os inimigos atacantes chegassem perto de Sua “casa” e a invadissem e depois se retirassem. Como “posto avançado”, podia impedir que passasse ainda um “feitor” escravizador pelo seu meio e os escravizasse. Similar a isso, o mesmo Jeová dos exércitos protegeu sua “casa” de israelitas espirituais neste “tempo do fim” quando os inimigos se ajuntaram mais do que nunca em oposição à adoração de Jeová no seu templo espiritual. Fortalecidos pelo Seu poderoso espírito, os da “casa” de Jeová do Israel espiritual resistiram com bom êxito a todos os esforços dos “feitores” do mundo, no sentido de atravessarem seu domínio espiritual e se tornarem seus feitores religiosos. Imitando os apóstolos de Cristo, obedecem a Deus antes que aos homens. — Atos 5:29.

      23. (a) O que significa a expressão de Jeová: “Agora eu o vi com os meus próprios olhos”, com respeito à situação de seu povo no meio de toda a humanidade? (b) Como se dá isso atualmente com o restante espiritual e a “grande multidão” de co-adoradores?

      23 Jeová dos exércitos apercebe-se das ameaças e dos empenhos dos inimigos feitos contra seus adoradores no seu templo. Conforme ele disse: “Agora eu o vi com os meus olhos.” Isto corresponde ao que ele disse anteriormente na sua “pronúncia”, nas seguintes palavras: “A palavra de Jeová é contra a terra de Hadraque e descansa em Damasco; porque Jeová tem o olho posto no homem terreno e em todas as tribos de Israel.” (Zacarias 9:1) Ele fixa seu olho observador não só em “todas as tribos de Israel”, mas também no homem terreno. Quer dizer, em toda a humanidade além de seu povo escolhido. Foi por isso que fez a sua pronúncia contra os inimigos tradicionais, tais como a Síria, a Fenícia e a Filístia, que haviam maltratado as doze tribos de Israel. Esta “pronúncia” é profética e tem aplicação espiritual hoje aos inimigos do Israel espiritual de Jeová e da “grande multidão” de co-adoradores. A diferença entre como Jeová dos exércitos trata todos estes adoradores Dele e como trata o equivalente hodierno da Síria, da Fenícia e da Filístia pode ser vista prontamente. A plena diferença será observável durante o vindouro tempo de “grande tribulação”, quando ele libertar completamente seus adoradores leais de todos os inimigos ímpios deles. — Mateus 24:21, 22; Revelação 7:14, 15; 19:11-21.

      ‘EIS QUE VEM O TEU PRÓPRIO REI’

      24. (a) Em vista do que sofreu Gaza, que perguntas se fazem a respeito do alvo de sua hostilidade, Jerusalém? (b) Por que será o brado de Jerusalém diferente daquele de Gaza?

      24 Na cidade filistéia de Gaza havia de perecer o rei, mas o que se daria com respeito ao alvo da hostilidade filistéia, Jerusalém, chamada poeticamente Sião? Sentiria ela “dores muito severas” igual a Gaza, por ver a derrubada do baluarte do comercialismo ganancioso e da força militar não-teocrática? Deveria gritar em severas dores e em temor aterrorizante? Ela gritará, sim, mas não assim como Gaza! Porque depois de fazer a sua pronúncia contra a Síria, a Fenícia e a Filístia, Jeová prosseguiu: “Jubila grandemente, ó filha de Sião. Brada em triunfo,a ó filha de Jerusalém. Eis que vem a ti o teu próprio rei. Ele é justo, sim, salvo; humilde, e montado num jumento, sim, num animal plenamente desenvolvido, filho de jumenta. E hei de decepar de Efraim o carro de guerra e de Jerusalém o cavalo. E o arco de batalha terá de ser decepado. E ele falará realmente de paz às nações; e seu domínio será de mar a mar e desde o Rio até os confins da terra.” — Zacarias 9:9, 10.

      25. Por que tinha a “Filha de Jerusalém” todos os motivos para bradar em triunfo e ser muito alegre com a aproximação do rei?

      25 No cumprimento desta promessa gloriosa, por que não teria Jerusalém os melhores motivos do mundo para ser muito jubilante e para ‘bradar em triunfo’? Porque na ocasião em que se deu esta promessa divina, por meio do profeta Zacarias, Jerusalém não tinha rei próprio. Ela tinha apenas um governador provincial, designado pelo imperador da Pérsia, Dario I, a saber, Zorobabel, filho de Sealtiel, da linhagem real de Davi. O reino de Davi havia sido derrubado pelos babilônios cerca de noventa anos antes, em 607 A. E. C., na destruição total de Jerusalém e na deportação de seu rei Zedequias para Babilônia. Embora já tivessem passado os setenta anos em que Jerusalém jazia completamente desolada, os Tempos dos Gentios de 2.520 anos, em que as nações não-judaicas haviam de pisar o direito de Jerusalém a um reinado davídico, ainda haviam de continuar até o ano 1914 E.C. Portanto, nos dias de Zacarias, a “filha de Jerusalém” ansiava a vinda do verdadeiro Rei-Messias da linhagem de Davi, o Messias prefigurado pelo Governador Zorobabel. — Ageu 2:23.

      26. Por que não precisamos adivinhar com incerteza o cumprimento inicial desta profecia de Zacarias?

      26 Hoje, nós os que estamos interessados no verdadeiro Messias, não num falso Cristo, não precisamos ficar em incerteza quanto ao cumprimento inicial da profecia de Zacarias. Ele foi registrado e descrito para nós pelo menos por três testemunhas oculares dele, a saber, Mateus Levi, cobrador de impostos, João Marcos, habitante de Jerusalém, e João, filho de Zebedeu, além de um historiador do primeiro século, que investigou os fatos do caso, o médico Lucas, da Ásia Menor. Aconteceu no domingo, 9 de nisã de 33 E.C. Mateus Levi nos diz:

      Ora, quando se aproximavam de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, no Monte das Oliveiras, Jesus enviou então dois discípulos, dizendo-lhes: “Ide à aldeia que está ao alcance de vossa vista, e logo achareis atada uma jumenta, e um jumentinho com ela; desatai-os e trazei-mos. E se alguém vos disser alguma coisa, tendes de dizer: ‘O Senhor precisa deles.’ Com isso, ele os enviará imediatamente.”

      Isto aconteceu realmente para que se cumprisse o que fora falado por intermédio do profeta, que disse: “Dizei à filha de Sião: ‘Eis que o teu Rei está vindo a ti, de temperamento brando e montado num jumento, sim, num jumentinho, descendência dum animal de carga.’”

      Os discípulos foram então e fizeram conforme Jesus lhes ordenara. E trouxeram a jumenta e seu jumentinho, e colocaram sobre estes as suas roupas exteriores, e ele se sentou nelas. A maior parte da multidão estendeu na estrada as suas roupas exteriores, ao passo que outros cortaram ramos das arvores e os espalhavam pela estrada. Quanto às multidões, os que lhe precediam e os que lhe seguiam clamavam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi! Bendito é aquele que vem em nome de Jeová! Salva-o, rogamos, nas maiores alturas!”

      Entrando ele então em Jerusalém, a cidade inteira ficou em comoção, dizendo: “Quem é este?” As multidões diziam: “Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!”

      E Jesus entrou no templo e lançou fora todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos que vendiam pombas. E disse-lhes: “Está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração’, mas vós fazeis dela um covil de salteadores.” Aproximaram-se dele no templo também cegos e coxos, e ele os curou.

      Quando os principais sacerdotes e os escribas viram as coisas maravilhosas que ele fazia e os meninos que clamavam no templo e diziam: “Salva, rogamos, o Filho de Davi!” ficaram indignados e disseram-lhe: “Ouves o que estes estão dizendo?” Jesus disse-lhes: “Sim. Nunca lestes o seguinte: ‘Da boca dos pequeninos e de crianças de peito forneceste louvor’?” — Mateus 21:1-16.

      27. Se os discípulos não tivessem clamado, como se teria cumprido a profecia?

      27 E o médico judeu Lucas acrescenta o seguinte pormenor:

      No entanto, alguns dos fariseus dentre a multidão disseram-lhe: “Instrutor, censura os teus discípulos.” Mas ele disse, em resposta: “Eu vos digo: Se estes permanecessem calados, as pedras clamariam.” — Lucas 19:39, 40; Veja também Marcos 11:1-18; João 12:12-19.

      28. De que modo estava Jesus pacífico, “humilde”, “justo”, e “salvo” na sua entrada triunfal em Jerusalém?

      28 Assim, em vez de montar num cavalo de guerra, Jesus Cristo entrou em Jerusalém montado pacificamente num jumento, dessemelhante de Herodes, o Grande, que depois de sitiar Jerusalém por três meses no ano 37 A. E. C., tomou-a em assalto e destronou o rei asmoneu (macabeu), Antígono, da tribo de Levi. Jesus foi realmente “humilde”, conforme predito por Zacarias 9:9. Não era falso Cristo ou falso Messias, mas era “justo”, o Messias vindicado pelo seu Pai celestial Jeová. Era de fato “justo” por ser aperfeiçoado na carne sem pecado, imaculado, e por isso capaz de oferecer-se como perfeito sacrifício humano para tirar o pecado de todo o mundo injusto da humanidade. (Atos 7:52; Hebreus 7:26; 1 João 2:1) Foi deveras “salvo”, assim como seu antecessor antigo, o Rei Davi, foi salvo por receber a vitória sobre seus inimigos. (2 Samuel 22:1-4; 8:6, 14) Não foi em vão que a grande multidão clamou, quando Jesus entrou triunfantemente, montado, em Jerusalém: “Hosana ao Filho de Davi”, ou, “Salva, rogamos, o Filho de Davi!” Sete dias depois, o Deus Todo-poderoso salvou a Jesus da morte por ressuscitá-lo à vida imortal no céu. — Hebreus 5:7-10.

      29. (a) Com respeito aos seus discípulos espirituais, como é que Jesus falou “paz às nações”? (b) Como destruirá ele todo equipamento de guerra dentro e fora da cristandade, e qual será o resultado de ele falar paz a “grande multidão” da atualidade?

      29 É ele quem seria chamado: “Príncipe da Paz”. (Isaías 9:6, 7) Os discípulos judaicos dele vieram de todas as tribos de Israel, inclusive de Efraim e Judá, e ele os uniu numa pacífica fraternidade cristã; entre seus discípulos, ele rompeu até mesmo a inimizade entre os que eram judeus naturais, circuncisos, e os que eram gentios. (Efésios 2:11-20) Desta maneira já falou “paz às nações”. Mas a cristandade tem-se negado a escutar o que ele disse e continua a guerrear no seu próprio meio até o dia de hoje. Na vindoura “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, Jeová Deus usará seu Rei Messiânico para destruir os carros e os arcos de guerra, e todo o armamento de guerra violenta encontrado hoje dentro e fora da cristandade. (Revelação 16:14-16; 19:11-21) Destruirá todos os promotores da guerra violenta entre a humanidade, em todas as nações. Mas, para a “grande multidão” de adoradores amantes da paz no templo espiritual de Jeová, que saíram de todas as nações, o vitorioso Rei Jesus Cristo falará paz e em paz, e eles serão preservados. — Revelação 7:14.

      30. Após o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C., como foi Jesus Cristo apresentado formalmente à antitípica Jerusalém como Rei, mas que pergunta surge quanto a ele ser recebido?

      30 Em 1914 E.C., quando os 2.520 anos dos Tempos dos Gentios terminaram para as nações gentias pisarem no direito de Jerusalém a um reinado messiânico, da linhagem real de Davi, o Deus Altíssimo Jeová empossou o Messias Jesus no trono celestial, para que reinasse e passasse a subjugar no meio dos seus inimigos. (Salmo 110:1-6; Atos 2:34-36; Hebreus 10:12, 13) Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918 E.C.), os do restante dedicado e batizado dos israelitas espirituais proclamaram publicamente que os Tempos dos Gentios haviam terminado e que o Deus Altíssimo fizera de seu Filho Jesus Cristo o Rei reinante nos céus. Assim se apresentou o Rei Messiânico de Jeová especialmente à cristandade, que foi prefigurada pela Jerusalém do primeiro século E. C. Mas, recebeu-o a cristandade, que professa compor-se de discípulos de Cristo, como Rei cujo “domínio” havia de ser “de mar a mar e desde o Rio “até os confins da terra”?

      31. Até dezembro de 1918, o que provou se a cristandade recebeu ou não o Messias de Jeová como seu rei?

      31 Não segundo o que a cristandade fez aos do restante ungido dos “irmãos” espirituais dele, que foi como se fizesse isso ao próprio Jesus, o Messias. (Mateus 25:40, 45; Marcos 9:37) Três anos e meio depois do fim dos Tempos dos Gentios, a cristandade aguerrida levou ao auge sua perseguição e supressão do restante dos irmãos espirituais de Cristo, na primavera de 1918 E.C. (Revelação 11:2-10) Só depois disso acabou a cristandade com a sua primeira guerra mundial, em 11 de novembro de 1918. Imitando a Jerusalém do primeiro século E. C., a cristandade negou-se a receber o Rei Messiânico de Jeová. No mês seguinte (dezembro de 1918), a cristandade tornou público que favorecia a proposta Liga das Nações como “a expressão política do Reino de Deus na terra”.

      32. Em vista do proceder da cristandade, não havia ninguém que acolhesse o Rei messiânico de Jeová? E o que teriam de fazer estes, segundo a profecia?

      32 Ora, não havia ninguém para acolher o Rei Messiânico apresentado por Jeová dos exércitos? Sim, havia! Assim como no domingo, 9 de nisã de 33 E.C., houve um restante dos judeus, a saber, os discípulos de Jesus Cristo, que o aclamaram e acolheram na sua entrada régia em Jerusalém, assim houve um restante de israelitas espirituais que fizeram o mesmo depois do fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C. Pelas medidas de perseguição e repressão dos governos gentios da cristandade, foram espalhados e dispersos, assim como foram os discípulos de Jesus depois de ele ser traído e preso, no quinto dia depois de sua entrada triunfal em Jerusalém. Mas, no primeiro ano do após-guerra, 1919 E.C., quando foram revivificados pelo espírito vitalizador de Deus e restabelecidos ativamente no seu serviço, eles rejeitaram a Liga das Nações que foi adotada e ativada naquele ano. Em vez de aceitarem tal falsificado reino de Cristo, adotaram o espírito de Zacarias 9:9 e ficaram ‘grandemente jubilantes’, começando a ‘bradar em triunfo’, porque chegara a eles seu Rei, o verdadeiro Messias-Cristo.

      33. (a) Desde 1919 E.C., como fizeram os que receberam o Rei que se soubesse de sua alegria e que se ouvisse seu brado? (b) Quando e como deixará o Messias-Cristo de montar um jumento pacífico, em caminho para onde?

      33 Deixaram sua alegria ser conhecida em todo o mundo. Deixaram seu brado ser ouvido em todo o mundo. Como? Por começarem em 1919 E.C. a maior campanha de proclamação do reino messiânico de Deus que o mundo da humanidade já conheceu. (Mateus 24:14; Revelação 14:6) Deixaram ouvir a proclamação das boas novas do reino messiânico de Deus até onde se predisse que se estenderia o “domínio” do Messias: “de mar a mar e desde o Rio [Eufrates] até os confins da terra”. (Zacarias 9:10; Salmo 72:8) Já foram ouvidos em 208 países e grupos de ilhas, e isto em 165 idiomas. No imutável tempo devido de Deus — agora já em breve — toda a cristandade e todos os outros elementos deste sistema mundial de coisas terão de ser eliminados de todo este território na “grande tribulação” que se aproxima rapidamente e que será tal como o mundo da humanidade nunca conheceu. Em Revelação 19:11-21, o Messias-Cristo é representado não mais como montado num jumento pacífico, mas num cavalo de guerra branco, avançando para a batalha para eliminar todos os opositores que têm ocupado ilegalmente seu domínio terrestre desde 1914 E.C.

      A VOLTA DOS PRISIONEIROS AO REDUTO

      34. (a) Fez Jesus, o Messias, apenas a proclamação da libertação dos presos? (b) Que perguntas são suscitadas pelo anúncio de Jeová à “mulher” de Zacarias 9:11, 12?

      34 Jesus, o Messias, quando na terra como homem perfeito, foi enviado “para proclamar liberdade aos que foram levados cativos”. (Isaías 61:1; Lucas 4:16-21) Ele não só a proclama, mas depois de sua proclamação dela, concede-a aos cativos. A pronúncia de Jeová por intermédio de Zacarias predisse isto, ao passo que prossegue: “Também tu, ó mulher, pelo sangue do teu pacto vou enviar teus prisioneiros para fora do poço em que não há água. Voltai ao reduto, prisioneiros da esperança.” (Zacarias 9:11, 12) Quem é aquela aqui chamada mulher, quem são os “prisioneiros” e qual é o “reduto”?

      35. A “mulher” a que se fala aqui está num pacto cujo sangue foi derramado em que ocasião?

      35 Aquela que foi chamada como se fosse mulher é a organização que está num pacto com Jeová Deus por meio do sangue precioso da vida. Não, não é a Jerusalém terrestre, nem a nação terrena do Israel natural, circunciso. É verdade que a antiga nação de Israel estava num pacto nacional com Jeová, por meio do sangue de vítimas animais sacrificadas pelo mediador Moisés, no Monte Sinai, na Arábia. (Êxodo, capítulo 24) Segundo este pacto nacional, validado com tal sangue animal, os do restante dos israelitas haviam sido libertos de sua prisão no exílio, em Babilônia, em 537 A. E. C. Mas o que Jeová agora dizia por meio de Zacarias referia-se a uma libertação no futuro distante, muito depois daquele livramento do exílio babilônico. Refere-se à libertação do poço sem água depois da apresentação do Rei Messiânico de Jeová. Segue-se à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, cinco dias antes da Páscoa judaica de 33 E.C. Naquele Dia da Páscoa, derramou-se sangue sacrificial.

      36. Ao sangue de quem se refere isso, com quem se faz o pacto por meio de sangue e quem é a chamada “mulher” de Zacarias 9:11?

      36 O sangue de quem? O sangue do Messias, cujo sangue havia sido tipificado pelo sangue de todos os cordeiros pascoais sacrificados anualmente pelos judeus desde aquela primeira Páscoa lá no Egito, em 1513 A. E. C. (1 Coríntios 5:7; João 1:29, 36; 1 Pedro 1:18, 19) Em virtude do sangue do Messias, mais precioso do que o de todas as vítimas animais sacrificadas por Israel, pôs-se em vigor um novo pacto. Com quem? Não com a Jerusalém terrestre, nem com o Israel natural, que rejeitou o Rei Messiânico e causou-lhe a morte. Mas com o Israel espiritual, circunciso no coração, judeu em sentido íntimo. (Jeremias 31:31-34; Hebreus 8:7 a 9:15) O Mediador deste novo pacto entre Jeová e o Israel espiritual é o Messias Jesus. De modo que se fala em Zacarias 9:11 ao Israel espiritual como a uma mulher que está num pacto feito por sangue.

      37, 38. (a) Quem são os “prisioneiros” da mulher e qual é o poço sem água neste século vinte? (b) Que significado mais amplo se poderia dar ao poço sem água, e que pacto é posto em vigor por meio do sangue?

      37 Onde se encontravam então estes “prisioneiros” pertencentes a tal mulher simbólica? Aqui neste século vinte e nesta “terminação do sistema de coisas”, estes “prisioneiros” são os do restante ungido dos israelitas espirituais. A história deste século registra que durante a Primeira Guerra Mundial eles vieram a estar em escravidão à religiosa Babilônia, a Grande, e seus patrocinadores políticos e militares. Nesta condição, estavam como que num “poço em que não há água”. Não havia ali nenhum refrigério espiritual, nenhuma esperança de saírem! Mas, pelo sangue derramado de Cristo como sacrifício resgatador, seus pecados nesta condição lhes foram perdoados e eles foram restabelecidos no favor de Jeová e no seu legítimo domínio espiritual na terra, não sendo mais exilados longe Dele. Mas, o poço sem água pode também representar aquela condição desfavorável, maior, de estar sob a condenação geral do pecado e sob a sua pena de morte, herdada de nossos primeiros pais humanos, pecadores, Adão e Eva. Exigiu realmente o sangue redentor de Cristo para tirar desta condição os que constituíam este restante espiritual. O sangue dele é que foi aplicado para fazer vigorar o novo pacto. Jesus disse:

      38 “Isto significa meu ‘sangue do pacto’, que há de ser derramado em benefício de muitos, para o perdão de pecados.” (Mateus 26:28) “Este copo significa o novo pacto em virtude do meu sangue, que há de ser derramado em vosso benefício.” — Lucas 22:20; Hebreus 13:20.

      39. Apenas a esperança de que fonte podiam ter estes “prisioneiros” no poço sem água e que chamada lhes fez Jeová em 1919 E.C.?

      39 Assim, pela aplicação do sangue do novo pacto feito com o Israel espiritual, Jeová dos exércitos tirou o restante encarcerado do “poço” sem água da condenação do pecado e da morte. (Hebreus 12:24) A religiosa Babilônia, a Grande, não oferecia nenhuma esperança a estes “prisioneiros”; só podiam ter “esperança” se confiassem nas promessas amorosas de Jeová Deus e seu Messias. A estes, no exílio espiritual sob Babilônia, a Grande, Jeová dos exércitos fez a chamada em 1919 E.C.: “Voltai ao reduto, prisioneiros da esperança.” — Zacarias 9:12.

      40. (a) O que deviam fazer os “prisioneiros” segundo a chamada? (b) Qual é o “reduto” ao qual os prisioneiros têm de retornar?

      40 Esta chamada divina significava que tais “prisioneiros da esperança” deviam sair de Babilônia, a Grande! (Revelação 18:1-4) A palavra “reduto” nos faz lembrar as palavras de 2 Samuel 5:7-9: “Davi passou a capturar a fortaleza de Sião, isto é, a cidade de Davi. . . . E Davi passou a morar na fortaleza e ela veio a ser chamada de cidade de Davi.” Mas a capital do Rei Davi foi ampliada para incluir mais do que o Monte Sião, e veio a ser chamada Jerusalém. De modo que Jerusalém é um “reduto”, não tanto quanto a ser uma cidade muito fortificada, mas no que ela representava. O que representava? O reino messiânico de Deus, pois o seu rei humano foi ungido com óleo sagrado para ser governante, e este governante ungido sentava-se no “trono de Jeová”. — 2 Samuel 5:1-3; 1 Crônicas 29:23.

      41. (a) Este retorno dos “prisioneiros” foi tipificado por meio de que, em 537 A. E. C.? (b) Por que foi ao reino que os “prisioneiros” puderam voltar em 1919 E.C.?

      41 Em 537 A.E.C., o restante dos exilados em Babilônia voltou à terra de Judá e reconstruiu a cidade de Jerusalém, voltando assim ao reduto terrestre. Seu proceder foi típico do proceder do restante moderno do Israel espiritual. Em obediência à chamada de Jeová, os do restante ungido saíram de Babilônia, a Grande, em 1919 E.C. e voltaram ao “reduto” espiritual. Poderia haver um reduto mais inexpugnável do que o inabalável reino messiânico de Deus? Assim como o reduto terrestre de Jerusalém representava o reino messiânico de Jeová, assim o reduto espiritual representa aquilo a que a antiga Jerusalém tinha direito divino, a saber, o reino do verdadeiro Messias de Jeová, sentado à mão direita de Deus, no céu. Os Tempos dos Gentios, para as nações pisarem neste direito divino ao Reino, terminaram em 1914 E.C., e logo a seguir nasceu o reino messiânico nos céus. (Revelação 12:1-9) Portanto, os do restante ungido, ao serem soltos em 1919 E.C., podiam ‘voltar’ a este Reino semelhante a um reduto, que haviam proclamado desde 1914 E.C. Mostraram que fizeram isso por renovarem sua pregação do Reino como nunca antes.

      42. O que pode dizer hoje o restante do Israel espiritual quanto ao cumprimento da promessa de Jeová à “mulher”: “Hoje eu te informo: ‘Pagar-te-ei de volta em dobro, ó mulher’”?

      42 Havia motivos excelentes para os do restante ungido ‘retornarem ao reduto’, porque Jeová dos exércitos passou a dizer ao Israel espiritual, como que a uma mulher: “Também, hoje eu te informo: ‘Pagar-te-ei de volta em dobro, ó mulher.’” (Zacarias 9:12) E não foi isto feito por Jeová dos exércitos? Foi. Quando os do restante ungido dos israelitas espirituais, libertos, olham hoje para trás, vêem-se obrigados a admitir que aquilo que suportaram durante a Primeira Guerra Mundial, às mãos de Babilônia, a Grande, e seus amantes no mundo, não foi nada em comparação com as bênçãos espirituais que estão usufruindo agora no seu legítimo domínio espiritual. E isso especialmente desde o fim da Segunda Guerra Mundial! Isso tem sido mais do que esperavam receber das mãos de seu Libertador, Jeová dos exércitos. Tem sido como que o “dobro”. Quantas bênçãos usufruem!

      GUERRA ESPIRITUAL CONTRA A SÉTIMA POTÊNCIA MUNDIAL

      43. De que maneira disse Jeová, em Zacarias 9:13-15, que ele usaria seu povo numa guerra ofensiva, espiritual?

      43 Jeová dos exércitos previu os atacantes futuros de seu povo, de seus adoradores. Que ação tomaria? Tanto ofensiva como defensiva. Quanto à sua ação ofensiva, ele disse: “’Pois vou entesar Judá como meu arco. Vou encher o arco com Efraim e vou despertar teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Grécia, e vou fazer-te [isto é, Sião] como a espada de um poderoso.’ E o próprio Jeová será visto sobre ele e sua flecha há de sair como raio. E o próprio [Soberano] Senhor Jeová tocará a buzina e ele há de andar com os vendavais do sul. O próprio Jeová dos exércitos os defenderá, e eles realmente devorarão e subjugarão as pedras de funda. E hão de beber — ser turbulentos — como se houvesse vinho; e ficarão realmente cheios como a tigela, como os ângulos do altar.” — Zacarias 9:13-15.

      44. A alegria do povo vitorioso de Deus seria como a alegria causada por quê? E, portanto, que vindoura potência mundial não precisavam temer?

      44 Nesta guerra figurada, os adoradores de Jeová hão de ser vitoriosos, pois serão tumultuosos de alegria, como se seu coração tivesse sido alegrado com vinho. (Salmo 104:15) Portanto, nos dias de Zacarias, os israelitas restabelecidos não tinham nada a temer dos ‘filhos da Grécia’, quando Alexandre Magno conduziu a estes à posição de domínio mundial, como Quinta Potência Mundial. Babilônia, destruidora de Jerusalém, já havia caído como Terceira Potência Mundial. A Medo-Pérsia dominava então a terra como a Quarta Potência Mundial. E em 332 A. E. C., a Grécia havia de tomar seu lugar como a Quinta Potência Mundial e governar a terra de Judá.

      45. (a) Com que desenvolvimento indireto da Potência Mundial Grega teve de travar o restante ungido uma guerra espiritual, e por causa de que questão? (b) Como prevaleceram os ‘Filhos de Sião’?

      45 Entretanto, segundo Daniel 8:8-25, do Império Grego procederia algo para o Império Romano como Sexta Potência Mundial, e daí para o simbólico ‘chifre pequeno’, a potência mundial dupla anglo-americana como Sétima Potência Mundial. Com esta Sétima Potência Mundial, supostamente cristã, é que os do restante ungido do Israel espiritual tiveram de contender, especialmente durante a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Trata-se duma guerra espiritual que tiveram de travar no esforço de se manter neutros para com as controvérsias das potências políticas mundiais e para obedecer a Deus como governante, em vez de a homens nacionalistas. (Atos 5:29-32) Os ‘filhos de Sião’, espirituais, prevaleceram pela fé na Palavra de Deus e pela sua fidelidade ao reino messiânico de Jeová. Isto não se tem dado com o Movimento Sionista dos judeus naturais, circuncisos, até agora.

      46. De que modo usa Jeová seu restante ungido na terra como arco e flecha, quão velozes são as flechas, como toca ele a “buzina” simbólica e o que ele usa como “espada de um poderoso”?

      46 Quando a Sétima Potência Mundial propôs a Liga das Nações e se empenhou por ela em 1918-1919, como “expressão política do Reino de Deus na terra”, o reino messiânico de Jeová, conforme estabelecido nos céus em 1914 E.C. e representado pela antiga Sião, estava em oposição à contrafação feita pelo homem. Jeová usará o seu reino como “espada de um poderoso”. Os “filhos do reino” (os filhos espirituais de Sião) proclamam em todo o mundo a mensagem do Reino, que é também como espada espiritual. (Mateus 13:38, 43; Efésios 6:17) Assim como o antigo Judá (o arco) e como Efraim (a flecha), Jeová usa a parte sobrevivente mais velha do restante ungido para impulsionar a parte mais nova igual a uma flecha, na declaração da mensagem de julgamento do Soberano Senhor Deus contra os inimigos do reino messiânico. A “Flecha” simbólica de Jeová avança “como raio” na proclamação do Reino, proclamando o “dia da vingança da parte de nosso Deus”. (Isaías 61:1, 2) Por meio das atuais explicações de sua Palavra Sagrada, a Bíblia, Jeová toca a “buzina” espiritual para convocar seu restante ungido para a guerra espiritual.

      47. (a) Especialmente desde quando se viu Jeová estar sobre o seu povo e em que sentido ele o tem defendido? (b) Como venceram eles as figurativas “pedras de funda” e por causa de que estão cheios de alegria como que por causa do vinho?

      47 Ele mesmo é visto estar sobre eles, pois, desde 1931 E.C., foram especificamente chamados pelo nome dele, testemunhas cristãs de Jeová. Ele avançará contra os inimigos de seu reino messiânico como que “com os vendavais do sul”, que são notavelmente violentos no Oriente Médio. Mas ele defenderá os deste seu restante fiel de israelitas espirituais, preservando sua fé e espiritualidade, bem como seu domínio espiritual dado por Deus. Os inimigos lançam muitos impedimentos atordoantes contra o restante restabelecido, mas o restante mostra ser capaz de receber tais simbólicas “pedras de funda” sem ficar atordoado e parar de agir, e realmente subjuga tais “pedras de funda”, anulando seu efeito. Assim como as tigelas do templo eram enchidas com o sangue das vítimas animais que se aspergia contra o lado do altar de cobre de sacrifício, encharcando seus cantos, derramar Jeová o sangue vital de seus inimigos, em destruição, encherá assim o restante defendido de alegria, como se o sangue de seus inimigos fosse vinho que era lícito beber, para alegrar-lhes o coração.

      48. Com que espécie de ternura prometeu Jeová tratar seu povo dedicado e como que espécie de pedras cintilaram?

      48 Em vez de ser como um guerreiro que atacasse seu restante dos israelitas espirituais, Jeová será terno para com eles, assim como um pastor pacífico. Por isso leva ao auge sua “pronúncia”, dizendo: “E Jeová, seu Deus, os há de salvar naquele dia como o rebanho do seu povo; pois serão como as pedras dum diadema cintilando sobre o seu solo. Pois, quão grande é a sua bondade e quão grande é a sua formosura! O cereal é o que fará os jovens medrar, e o vinho novo, as virgens.” — Zacarias 9:16, 17.

      49, 50. (a) Desde quando honra Jeová os que honram seu nome? (b) Como age Jeová como Salvador dos de seu rebanho e quão preciosos Lhe são?

      49 Nos dias de Zacarias, esta foi uma profecia que fortaleceu o coração. Hoje, já tão avançado no “tempo do fim” da Sétima Potência Mundial e de todos os demais deste sistema militarizado de coisas, a profecia tornou-se um acontecimento que agora se aproxima dum grandioso clímax.

      50 Desde a publicação do artigo principal: “Quem honrará a Jeová?”, no número em inglês de 1.º de janeiro de 1926 da Torre de Vigia (Sentinela), proclamou-se mundialmente, com destaque que Jeová é o Deus do restante ungido dos israelitas espirituais. Assim como Ele dissera há muito tempo por um profético “homem de Deus”: “Honrarei os que me honrarem”, ele honrou este restante que honra a Deus. (1 Samuel 2:30) Salvou-os nas perseguições e nos perigos da pior guerra de toda a história humana, a Segunda Guerra Mundial (1939-1945 E.C.), porque estes honrosos israelitas espirituais lhe eram caros, assim como um rebanho de ovelhas é para seu pastor no Oriente Médio. Quão preciosas são as pedras dum diadema real para quem o usa, cuja aparência fica notável pela cintilação delas! Tão preciosos como estas pedras cintilantes num diadema real são os fiéis do espiritual “rebanho do seu povo”. Ele ainda os salvará do ataque final do inimigo.

      51. Como se tornou o quadro mental de Jeová para os do restante e com que provisões fez com que prosperassem espiritualmente?

      51 Quão grande se mostrou para eles a bondade de Jeová! Quão formoso se tornou para eles o quadro mental que formam Dele! Ele os tem alimentado com alimento espiritual de sua Palavra Sagrada revelada como que com abundantes colheitas de cereais. Seu coração foi alegrado como que com vinho novo. Tudo isto fez com que prosperassem espiritualmente.

  • Unificação apesar de predições falsas
    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 17

      Unificação apesar de predições falsas

      1. Trazerem-se de volta povos à sua própria terra, até a capacidade de seu território, sugere que problemas nestes dias de explosão demográfica e iminente fome mundial.

      NESTES dias dão-se avisos ominosos a respeito da superpovoação da terra — da explosão demográfica — e a respeito duma fome mundial já no ano de 1975 E. C. Por isso é estranho falar-se em predição a respeito de jovens e de virgens medrarem com os cereais do campo e o vinho de classe dos vinhedos. Sim, e de trazer mais população, ao ponto de não se ter mais lugar para outros. Para as populações em crescimento rápido de algumas nações, parece que se precisa achar mais espaço às custas de território fora de suas fronteiras nacionais, arrebatado de terra vizinha. Precisa-se produzir mais alimentos; mais terra precisa ser cultivada. Então, por que ajuntar o povo espalhado duma nação dentro de suas fronteiras nacionais ao máximo da capacidade do território? Como se poderiam resolver seus problemas de alimentação?

      2. Em contraste com os governos humanos, para quem não há problema alimentício, segundo Salmo 104:13-16?

      2 Problemas de alimentação? Para os governos humanos, sim! Mas para o Plantador do paraíso da humanidade, não! Não existe tal problema nem mesmo hoje para aquele de quem se escreveu sob inspiração mais de vinte e três séculos antes da atual situação mundial: “Dos seus quartos superiores ele rega os montes. A terra farta-se com os frutos dos teus trabalhos. Ele faz brotar capim verde para os animais e vegetação para o serviço da humanidade, a fim de que saia alimento da terra, e vinho que alegra o coração do homem mortal, para fazer a face brilhar com óleo, e pão que revigora o próprio coração do homem mortal. As árvores de Jeová fartaram-se, os cedros do Líbano que ele plantou.” — Salmo 104:13-16.

      3. De que direção nos manda Zacarias 10:1, 2, aguardar o alívio?

      3 Que os homens confiados em si mesmos façam as predições que se atrevem fazer a respeito da solução dos problemas do mundo por meio dos esforços humanos combinados, mas há apenas um lugar do qual se pode esperar socorro. É este lugar que é indicado a todos nós pela pronúncia procedente duma fonte superior à do homem e do Diabo, escrita em Zacarias 10:1, 2: “Pedi a Jeová chuva no tempo da chuva primaveril, sim, a Jeová que faz as nuvens de temporal e que lhes dá o aguaceiro de chuva, a cada um vegetação no campo. Pois os próprios terafins falaram aquilo que é mágico; e os adivinhos, da sua parte, visionaram falsidade, e continuam a falar de sonhos fúteis, e tentam consolar em vão. Por isso hão de partir qual rebanho; ficarão atribulados por não haver pastor.”

      4. Como foi demonstrada a capacidade do Criador, de dar chuva num tempo específico, demonstrada nos dias de Noé e nos dias de Elias?

      4 A capacidade do Soberano Senhor Jeová, o Criador, de dar chuva em escala mundial foi demonstrada no ano 2370 A. E. C., quando, no fim duma semana durante a qual Noé e sua família foram mandados levar os espécimes de animais e de aves para dentro da arca (caixa) gigantesca, começou a chover em toda a terra durante quarenta dias, o que inundou toda a face da terra durante um ano. (Gênesis, capítulos 6-8) Outra ocasião em que ele causou chuva num tempo específico, em resposta a uma oração, foi quando, no fim de três anos e meio de seca na terra do Reino de Israel, de Dez Tribos, o profeta Elias orou. O começo dessa resposta à oração do homem justo foi “uma nuvem pequena, como a palma da mão dum homem” que subia do “mar” Mediterrâneo, após o que “os próprios céus se enegreceram com nuvens e vento, e começou a haver um grande aguaceiro”. — 1 Reis 18:43-45; Tiago 5:16-18; Lucas 4:25, 26.

      5. Que experiência durante o tempo em que se negligenciou a construção do templo mostrou aos judeus restabelecidos que não se pode presumir que haja “chuvadas de bênção” (Ezequiel 34:26)?

      5 Prometeu-se aos do restante fiel, restabelecido à terra de Judá, que Jeová lhes daria uma ecologia excelente ou excelentes condições ambientais. Ele disse: “Delas e dos arredores do meu morro vou fazer uma bênção e vou fazer as chuvadas descer no seu tempo. Chuvadas de bênção virá a haver.” (Ezequiel 34:26) No entanto, os do restante não deviam presumir isto como certo. Durante os anos em que negligenciaram a reconstrução do templo de Deus em Jerusalém, sofreram um calor abrasador no país, e “os céus lhes retiveram seu orvalho e a própria terra reprimiu a sua produção. E eu [Jeová] clamava pela secura sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o cereal, e sobre o vinho novo, e sobre o azeite, e sobre o que o solo produz, e sobre o homem terreno, e sobre o animal doméstico, e sobre todo o fruto da labuta das mãos.” (Ageu 1:10, 11; 2:16, 17; Zacarias 8:10-12) Acharam então necessário orar Àquele “que faz as nuvens de temporal e que lhes dá o aguaceiro de chuva”. — Zacarias 10:1.

      6. São os deuses falsos de pessoas pagãs, supersticiosas, produtores de chuva, e que declaração sobre a produção de chuva ainda será achada veraz pelos ecólogos?

      6 Aos do restante fiel, que dirigiram suas orações a Ele, junto com a obediência aos seus mandamentos, ele deu “a cada um vegetação no campo”. O lote de cada um dos fiéis foi abençoado com a necessária vegetação para ter alimento. Os deuses falsos de pessoas supersticiosas e pagãs não são os a quem se deve recorrer e orar. Falando ao celestial Produtor de chuva, o profeta anterior Jeremias disse: “Acaso há entre os ídolos vãos das nações quaisquer que possam fazer chover, ou podem até mesmo os próprios céus dar chuvas copiosas? Não és tu Aquele, ó Jeová, nosso Deus? E nós esperamos em ti, porque tu mesmo fizeste todas estas coisas.” (Jeremias 14:22) Todos os ecólogos ou peritos ambientais da atualidade, que não tomam em consideração a Jeová Deus, ainda hão de verificar que é verdadeira a declaração bíblica, inspirada, a respeito de Jeová produzir chuva.

      7. Por que não oram os do restante ungido por chuva literal, para impedir a fome mundial, e o que sabem ser mais importante para a sobrevivência?

      7 Atualmente, os do restante ungido do Israel espiritual, que dão a sua atenção principal ao restabelecimento da adoração pura de Jeová no seu templo espiritual, não oram por chuva literal sobre a terra, na esperança de impedir uma fome mundial. Lembram-se de que Jesus Cristo predisse que, durante esta “terminação do sistema de coisas”, “fomes”, “escassez de víveres”, aumentariam os sofrimentos das nações e dos povos do mundo. (Mateus 24:7,, Al; UM) Sabem que para a sobrevivência na vindoura grande “tribulação” mundial e para se obter a vida no novo sistema de coisas de Deus são mais importantes as bênçãos espirituais — um entendimento maior da Bíblia Sagrada e de suas profecias, uma Relação favorável com Deus, mais do Seu espírito santo ou de Sua força ativa, reuniões regulares com o Seu povo dedicado, a participação na pregação das boas novas de Seu reino messiânico, e a orientação e proteção divinas, em todos os nossos empenhos de fazer a Sua vontade. O restante que teme a Deus tem orado por uma chuva de tais bênçãos. Por isso, seu domínio espiritual tem produzido muita “vegetação”. Tem-se tornado um paraíso espiritual. — 2 Coríntios 12:4.

      8. De que, como deuses, tem a cristandade esperado bênçãos, mas com que resultado predito?

      8 Contrário à sua “forma de devoção piedosa”, a cristandade espera suas bênçãos dos deuses falsos deste mundo, o comercialismo, o militarismo, a educação evolucionistas, o patriotismo, a ciência moderna, a tecnologia e as Nações Unidas. Seus líderes políticos consultam até mesmo astrólogos e médiuns espíritas. O que observamos como sendo o resultado? Exatamente o que Zacarias 10:2 predisse: “Pois os próprios terafins falaram aquilo que é mágico; e os adivinhos, da sua parte, visionaram falsidade, e continuam a falar de sonhos fúteis, e tentam consolar em vão. Por isso hão de partir qual rebanho; ficarão atribulados por não haver pastor.”

      9. Como foram as pessoas da cristandade culpadas de usar “terafins” e “adivinhação”?

      9 Na sua independência da Bíblia Sagrada, os povos da cristandade olham para seus “terafins”, quer dizer, seus deuses domésticos, seus Pe-nátes, assim como faziam os antigos romanos supersticiosos. Confiam nas suas próprias opiniões particulares, cada um tendo seu próprio tipo de religião pessoal. Olham para as predições dos especialistas militares, econômicos e políticos; também para os sacerdotes e clérigos que oram pela bênção do céu sobre tais líderes e porta-vozes do mundo. Rebelam-se contra a Palavra de Deus que lhes é proclamada pelas testemunhas cristãs de Jeová e promovem presunçosamente suas próprias idéias sobre como fazer as coisas. Aplicam-se a eles as palavras do profeta Samuel, ao falar ao desobediente Rei Saul de Israel: “A rebeldia é igual ao pecado da adivinhação, e avançar presunçosamente é igual ao uso de poder mágico e terafins.” — 1 Samuel 15:23.

      10. Mostraram-se verazes os prognosticadores da cristandade, houve alívio e manteve-se o rebanho unido sob um pastor?

      10 Do ponto de vista de Jeová, não só o chamado mundo pagão, mas até mesmo a cristandade estão envolvidos nos terafins idólatras, no poder mágico e na adivinhação demoníaca. Portanto, as opiniões particulares dos homens mostraram estar erradas. As predições feitas por figuras públicas a respeito duma melhora das condições do mundo por todos os meios criados pelo homem de que se fez uso mostraram ser apenas sonhos agradáveis, falsidades. Como afetou isso as pessoas enganadas e desencaminhadas? Estas certamente estão partindo como um rebanho de ovelhas, cada uma para seu lado, como ovelhas que não sabem para onde ir. Perdem-se e ficam presa dos elementos perversos da sociedade humana. Por conseguinte, entraram em grande aflição, sem que haja solução disponível de fontes humanas. Nenhum governante político, nenhuma organização política, podem pastoreá-las, protegê-las e guiá-las a pastos pacíficos e a águas tranqüilas.

      11, 12. (a) De que modo não seguiram os governantes da cristandade o exemplo do Rei Davi, o salmista? (b) Segundo Zacarias 10:3-7, agrada-se Jeová dos “pastores” políticos orientados pelos clérigos religiosos?

      11 Os governantes políticos, até mesmo os da professa cristandade cristã, negaram-se a seguir o exemplo do Rei Davi, que pastoreou o rebanho da nação de Israel em 1077-1037 A. E. C. O ex-pastorzinho Davi disse no Salmo 23:1, 2: “Jeová é o meu Pastor. Nada me faltará. Ele me faz deitar em pastagens Relvosas; conduz-me junto a lugares de descanso bem regados.” Pode o Pastor Supremo Jeová agradar se da conduta dos governantes políticos que, como pastores de seus povos, são guiados e apoiados pelos clérigos religiosos da cristandade? Não segundo Zacarias 10:3-7:

      12 “Minha ira acendeu-se contra os pastores e ajustarei contas com os líderes caprinos; pois Jeová dos exércitos tem voltado sua atenção para a sua grei, a casa de Judá, e ele os fez como o seu cavalo de dignidade na batalha. Dele [Judá] procede o homem-chave, dele procede o governante sustentador, dele procede o arco de batalha; dele procede todo feitor, todos juntos. E terão de tornar-se como homens poderosos calcando a lama das ruas na batalha. E terão de travar batalha, pois Jeová está com eles; e os que montam em cavalos terão de passar vergonha. E vou fazer a casa de Judá superior e salvarei a casa de José. E vou dar-lhes morada, porque terei misericórdia com eles; e terão de tornar-se como os que eu não pus fora; porque eu sou Jeová, seu Deus, e lhes responderei. E os de Efraim terão de tornar-se como um homem poderoso e seu coração terá de alegrar-se como que por causa de vinho. E seus próprios filhos verão e certamente se alegrarão; seu coração jubilará em Jeová.”

      13. Os clérigos deixaram os “pastores” políticos e os “líderes caprinos” em ignorância a respeito da atitude de quem para com eles, e de que modo?

      13 Nem mesmo na cristandade reconhecem os “pastores” políticos que a ira de Jeová se acendeu contra eles. Não oram por eles os clérigos Religiosos, invocando a bênção do céu sobre eles? Igualmente, os obstinados “líderes caprinos” da cristandade não crêem nem temem que Jeová dos exércitos ajuste contas com eles. Não vão às igrejas da cristandade, e, por isso, não agem os sacerdotes e pregadores como mediadores deles perante Deus, endireitando as questões deles perante Deus? Por isso não esperam sentir o calor da ira ardente de Jeová na predita “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. Não mostram nenhuma preocupação quanto a um ajuste de contas com eles no Har-Magedon, o campo de batalha desta “guerra”. No entanto, embora seus próprios clérigos Religiosos tenham deixado estes “pastores” políticos e “líderes caprinos” em ignorância e vaidade, Jeová dos exércitos certamente não o fez. Ele os tem avisado, fazendo-o com muita antecedência e repetidas vezes. Por que meios?

      14. Por meio de quem deu Jeová tal aviso com muita antecedência e como transformou a estes de ser semelhantes a ovelhas em ser semelhantes a um magnífico cavalo de guerra?

      14 Por meio de suas ungidas testemunhas cristãs, a antitípica “casa de Judá”. Estas não têm seguido os desencaminhadores “pastores” políticos e ‘líderes caprinos” da cristandade. Jeová é seu Pastor, e desde 1919 E.C. ele lhes tem dado sua atenção favorável como sendo sua “grei” de ovelhas. Durante a Primeira Guerra Mundial foram deveras como ovelhas, não tomando parte no combate militar junto com a cristandade, mas foram sujeitos aos exploradores animalescos, políticos, militares, da humanidade, que tinham a aprovação e o apoio dos clérigos Religiosos. Mas, desde aquele primeiro conflito mundial, o grande Pastor Celestial tem reajuntado sua “grei”, a espiritual “casa de Judá”. De ovelhas, Ele os transformou para serem como “seu cavalo de dignidade na batalha”. Deu-lhes por meio de sua Palavra e do seu espírito santo uma coragem semelhante àquela dum majestoso cavalo de batalha. — Zacarias 10:3.

      15. Por que deve ser assim esta transformação da “casa de Judá” espiritual, desde 1914 E.C.?

      15 É assim que deve ser. Pois no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C., Jeová Deus entronizou nos céus o “Leão que é da tribo de Judá” e ordenou-lhe: “Subjuga no meio dos teus inimigos.” (Revelação 5:5; Gênesis 49:9, 10; Salmo 110:1, 2) Assim como é o Líder da espiritual “casa de Judá”, assim devem ser os outros membros da “casa”. A respeito desta “casa de Judá”, Jeová prossegue dizendo: “Dele procede o homem-chave, dele procede o governante sustentador [literalmente: pino], dele procede o arco de batalha; dele procede todo feitor, todos juntos.” — Zacarias 10:4.

      16. (a) Quem era o “homem-chave” nos dias de Zacarias, mas quem é ele nos nossos dias? (b) De que modo é ele o “governante sustentador”, o “arco” de batalha e o “feitor”?

      16 Nos dias de Zacarias, o “homem-chave” era o Governador Zorobabel, filho de Sealtiel, da tribo de Judá. Nos nossos dias, desde o nascimento do reino messiânico de Jeová, em 1914 E.C., o glorificado Jesus Cristo, que descende de Davi, da casa de Judá, é o “homem-chave”. As coisas se centralizam nele; as responsabilidades de peso real convergem sobre ele. Igual a um “pino” do qual pendem os interesses régios e que os sustenta, o Rei messiânico é o “governante sustentador”. Na mão todo-poderosa de seu Deus, Jeová dos exércitos, ele é o “arco de batalha”, para ferir e abater os inimigos desde longe. Ele é o Feitor Principal, que distribui tarefas régias a todos os membros da “casa de Judá”, a alguns dos quais ele designa para subpastores, e todos estes precisam trabalhar junto com ele como seu Chefe e Líder. Tendo-o por chefe, toda a “casa de Judá” tem motivos para ser corajosa.

      17. Por que exigem estes tempos coragem da parte da espiritual “casa de Judá, como numa guerra?

      17 Os tempos exigem coragem semelhante à de Cristo. Não nos atrevemos a deixar que a situação mundial nos atinja com a paralisia do medo. Fomos claramente avisados com antecedência que este seria um tempo de guerra contra os do restante ungido do Israel espiritual, visto que Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos foram lançados fora do céu pelo reino messiânico, e a respeito deste adversário dragontino está escrito para nós hoje: “E o dragão ficou furioso com a mulher [a organização celestial de Deus] e foi travar guerra com os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus.” (Revelação 12:17) Portanto, com a ajuda de seu Deus, os do restante da espiritual “casa de Judá” tiveram o cumprimento da promessa divina: “E terão de tornar-se como homens poderosos calcando a lama das ruas na batalha. E terão de travar batalha, pois Jeová está com eles; e os que montam em cavalos terão de passar vergonha.” — Zacarias 10:5.

      18. (a) Por que se tinha de empenhar numa batalha a espiritual “casa de Judá”, e com quem ao seu lado? (b) Por causa de que tinham de ficar envergonhados os ‘montados em cavalos’?

      18 O quadro apresentado aqui é de guerreiros vitoriosos que invadiram o baluarte do inimigo, cujas ruas estão cheias do sangue dos defensores mortos. Os invasores terão de calcar a tais na lama formada pelo sangue misturado com o pó. Mas, para os do restante ungido da espiritual “casa de Judá” a guerra hoje é espiritual, com armas que são “poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas”. (2 Coríntios 10:4; Efésios 6:14-18) Neste “dia iníquo”, em que o dragão Satanás, o Diabo, e seus demônios foram expulsos para baixo, a esta terra, os do restante ungido não podiam evitar ficar envolvidos na batalha. Empenharam-se nela corajosamente, “pois Jeová está com eles”. Estarem ainda empenhados na batalha até agora, perto do término do “tempo do fim”, indica o triunfo espiritual deles. Mas, quanto aos inimigos que confiam em “cavalos”, quer dizer, nos modos do mundo de lutar contra os adoradores de Jeová, passaram realmente vergonha e tiveram desapontamento. Toda a oposição, interferência e perseguição por parte destes ‘montados em cavalos’ fracassaram quanto a impedir os do restante da espiritual “casa de Judá.”

      NAÇÃO UNIFICADA

      19. (a) Que rompimento ocorreu na nação das doze tribos de Israel em 997 A. E. C.? (b) Como ficaram exilados juntos, em Babilônia, os sobreviventes de ambos os reinos resultantes?

      19 Nos dias do profeta Zacarias, durante o sexto século antes de nossa Era Comum, a nação de Israel foi unificada pelo livramento do restante fiel, de Babilônia, e o restabelecimento deles na terra de Judá. No ano 997 A. E. C., houve um rompimento da nação. Dez tribos revoltaram-se contra a continuação da regência da família real de Davi apenas as tribos de Benjamim e de Judá permaneceram fiéis à linhagem real de Davi. O reino das dez tribos de Israel ficou sob a liderança da sua tribo mais populosa, a de Efraim, filho mais moço do patriarca José. A tribo de Manassés, primogênito de José, tomou o partido de sua tribo irmã de Efraim. O reino setentrional das dez tribos só durou até 740 A. E. C., quando sua capital de então, Samaria, foi destruída pelos assírios e os sobreviventes foram deportados para territórios assírios. Mas por volta de 632 A.E.C., Babilônia derrotou a Assíria e absorveu seus territórios e seus exilados israelitas. Portanto, quando Babilônia destruiu Jerusalém em 607 A. E. C. e deportou seus sobreviventes para Babilônia, todas as tribos ficaram exiladas.

      20. (a) Por que se falava dos exilados do reino de dez tribos como “casa de Efraim” ou “casa de Josué”? (b) Como indicou Jeová ali que haveria uma unificação de ambas as casas?

      20 Visto que a tribo de Efraim, filho de José, dominava o reino das dez tribos, falava-se dos seus exilados como sendo “a casa de Efraim” ou “a casa de José”, cujo principal representante era Efraim. Indicando que todas as doze tribos de Israel seriam reunificadas na terra de Judá pelo retorno dum restante fiel de exilados, Jeová falou então de ambas as casas e prosseguiu, dizendo: “E vou fazer a casa de Judá superior e salvarei a casa de José. E vou dar-lhes morada, porque terei misericórdia com eles; e terão de tornar-se como os que eu não pus fora; porque eu sou Jeová, seu Deus, e lhes responderei. E os de Efraim terão de tornar-se como um homem poderoso e seu coração terá de alegrar-se como que por causa de vinho. E seus próprios filhos verão e certamente se alegrarão; seu coração jubilará em Jeová.” — Zacarias 10:6, 7.

      21. (a) Sobre quem fez Jeová que a “casa de Judá” fosse superior, e de que modo salvou Ele a “casa de José”? (b) Como se tornaram eles iguais aos que Jeová nunca havia posto para fora?

      21 O Soberano Senhor Deus foi Quem fez a “casa de Judá”, que representava especialmente o reino messiânico de Davi, “superior” aos seus inimigos. Os exilados da “casa de José” também foram salvos, quer dizer, receberam a vitória sobre os seus inimigos. Jeová dos exércitos deu-lhes uma morada junto aos seus companheiros de tribo na província persa de Judá, depois de libertá-los do exílio ao qual a Assíria os havia levado. Iguais aos da casa de Judá, estes também se tornaram “como um homem poderoso” no serviço de Jeová. Ele teve misericórdia com eles assim como com os outros exilados, e todos os exilados restabelecidos juntos tornaram-se como um povo que ele nunca havia posto para fora por causa de sua desobediência. Isto se tornou bem claro, para todos verem, quando os exilados repatriados finalmente completaram a construção do segundo templo em Jerusalém, para o adorarem ali unidamente como o Deus da nação inteira. Ele demonstrou que havia ouvido suas orações por responder a elas.

      22. (a) Por que há da sua parte maior estímulo à alegria do que a induzida pelo vinho? (b) De que modo participam seus “filhos” nesta alegria?

      22 O estímulo para seu coração se alegrar era mais forte do que o induzido por se beber vinho. Seu estímulo era espiritual. Seu coração alegrava-se com o seu Deus, Jeová, por causa do que havia feito por eles, por causa da misericórdia que demonstrara para com eles. Seus filhos, que lhes nasceram na sua pátria recuperada, compartilhariam a misericórdia e bondade divinas. Eles também as veriam, sentiriam e se alegrariam com seus pais por causa disso.

      23. No cumprimento final, o que corresponde à “casa de Judá” e à “casa de José” (Efraim), e onde e desde quando os uniu Jeová?

      23 No cumprimento final da profecia, no nosso século vinte, a respeito da “casa de Judá” e da “casa de José” (Efraim), há duas partes do restante ungido do Israel espiritual a tomar em conta. Há a parte original, que atravessou as experiências duras da Primeira Guerra Mundial e foi restabelecida ao favor divino e liberta em 1919 E.C. E há a parte mais nova, liberta de Babilônia, a Grande, desde 1919 E.C., juntada ao restante ungido, original. A unificação de todos eles como um só “povo para propriedade especial” de Jeová deu-se no domínio espiritual ao qual ele os levou juntos a partir de 1919 E.C. Assim podiam trabalhar unidos em prol do restabelecimento e da expansão da adoração do único Deus vivente e verdadeiro no Seu templo espiritual. Por meio de seu espírito invencível, ele fez com que esta “grei” de discípulos semelhantes a ovelhas de Seu Messias se tornasse como cavalo de guerra, dignificado, que não teme lançar-se à batalha.

      24. Como mostrou então o restante unido coragem como a dum cavalo que se lança à batalha, quer dizer, na proclamação do Reino?

      24 Tornaram-se assim mais corajosos do que nunca na proclamação do reino messiânico de Deus, o reino que rege nos céus desde o fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C. Sim, continuaram a distribuir centenas de milhões de tratados bíblicos gratuitos nos lares das pessoas. Mas, então, não deixaram o grosso do trabalho entregue a algumas centenas de “colportores” de tempo integral, pois todos empreenderam então bater nas portas das pessoas e entrevistar os moradores, deixando com eles compêndios bíblicos em forma de folhetos e livros encadernados por uma contribuição nominal para a obra. Contrataram centenas de estações de rádio para transmitir a mensagem do Reino em toda a terra, até mesmo organizando ocasionalmente algumas das maiores redes radiofônicas para chegar aos lares e aos ouvidos de quantos ouvintes fosse possível. Quando a crescente oposição Religiosa, política e judicial tornou difícil continuar livremente com a radiodifusão da mensagem do Reino, carros sonantes com alto-falantes montados no teto foram enviados para transmitir a mensagem. Levaram-se fonógrafos portáteis de porta em porta, para se tocar a mensagem gravada em discos fonográficos.

      25. Como se fez uma proclamação corajosa das mensagens de julgamento transmitidas durante os anos de 1922 a 1928?

      25 Durante sete anos, 1922-1928 E.C., uma série de sete assembléias gerais ou internacionais foi realizada pelo restante ungido dos israelitas espirituais. Em cada uma delas, proclamou-se em sucessão uma mensagem destemida de julgamento da Bíblia Sagrada de Deus, apoiada também por um discurso público apropriado perante assistências visíveis e invisíveis, por rádio. Estas proclamações de mensagens de julgamento e seus discursos de apoio foram publicadas em forma de tratados gratuitos para distribuição gratuita em muitas línguas, e centenas de milhões destes foram colocados na mão das pessoas em muitos países. Estas mensagens anuais, por discursos e pela página impressa, eram como que o toque duma série de sete trombetas para divulgar os julgamentos hodiernos de Jeová, para todo o mundo ouvir. É assim que são representadas no livro apocalíptico de Revelação, capítulos oito, nove e onze.

      26. De que modo são os do restante retratados como guerreiros, após seu livramento de Babilônia, a Grande, na apresentação da quinta trombeta de Revelação?

      26 A respeito do toque da quinta de tal mensagem de trombeta, sob orientação angélica, veja como Revelação 9:7-11 representa o restante como liberto de Babilônia, a Grande, sob o símbolo de gafanhotos, e o descreve: “E as semelhanças dos gafanhotos pareciam cavalos preparados para a batalha; e nas suas cabeças havia o que pareciam ser coroas como de ouro, e seus rostos eram como rostos de homens, mas, tinham cabelo como o cabelo das mulheres. E os seus dentes eram como os de leões; e tinham couraças como couraças de ferro. E o som das suas asas era como o som de carros de muitos cavalos correndo à batalha. Também, têm caudas e aguilhões como os escorpiões; e a sua autoridade para fazer dano aos homens, por cinco meses, está nas suas caudas. Têm sobre si um rei, o anjo do abismo. Seu nome, em hebraico, é Abadon, mas em grego ele tem o nome de Apolion: Isto representa os do restante como sendo guerreiros.

      27. De que modo está a apresentação em Revelação da sexta trombeta em harmonia com Zacarias 10:3-7, em mostrar os do restante como sendo guerreiros, como ‘homens poderosos’?

      27 O quadro apocalíptico dos efeitos do toque da sexta trombeta (começando em 1927 E.C.) mostra os do restante montados em centenas de milhões de veículos de publicidade para a proclamação dos julgamentos de Jeová. Veja a descrição: “O número dos exércitos de cavalaria era de duas miríades: [Eu, João] ouvi o número deles. E é assim que eu vi os cavalos na visão, e os sentados neles: tinham couraças de cor de fogo, e de azul jacintino, e de amarelo sulfurino; e as cabeças dos cavalos eram como as cabeças de leões, e das suas bocas saía fogo, e fumaça, e enxofre. Por estas três pragas foi morto um terço dos homens, pelo fogo, e pela fumaça, e pelo enxofre que saíam das suas bocas. Pois a autoridade dos cavalos está nas suas bocas e nas suas caudas; porque as suas caudas são como serpentes e têm cabeças, e com estas fazem dano.” (Revelação 9:16-19) De modo que estas visões simbólicas estão em harmonia com Zacarias 10:3-7, em comparar o restante restabelecido ao “cavalo de dignidade [de Jeová] na batalha” e a ‘homens poderosos’.

      VENCIDOS PODEROSOS OBSTÁCULOS

      28. Em Zacarias 10:3-12 como falou Jeová a respeito de ele vencer obstáculos ao reajuntar seu povo do Egito e da Assíria?

      28 Conforme podemos ver agora claramente, nada se mostrou ser obstáculo intransponível para Jeová dos exércitos em cumprir seu propósito declarado. Como ele lidaria com tais obstáculos ele diz em Zacarias 10:8-12: “‘Vou assobiar para eles e reuni-los; porque certamente os remirei e terão de tornar-se muitos, iguais aos que se tornaram muitos. E eu os espalharei como semente entre os povos, e lembrar-se-ão de mim nos lugares distantes; e terão de reviver com os seus filhos e voltar. E terei de trazê-los de volta da terra do Egito; e reuni-los-ei da Assíria; e levá-los-ei à terra de Gileade e ao Líbano e não se achará lugar para eles. E ele terá de passar pelo mar com aflição; e no mar terá de golpear as ondas e terão de secar-se todas as profundezas do Nilo. E o orgulho da Assíria terá de vir abaixo e o próprio cetro do Egito se retirará. E vou fazê-los superiores em Jeová, e andarão em seu nome’, é a pronunciação de Jeová.” — Zacarias 10:8-12.

      29. (a) Quando humilhou Jeová o orgulho da Assíria, conforme predito? (b) Quando assobiou Ele para seu povo espalhado como semente e com que reação a isso?

      29 Nesta pronunciação divina, o termo Assíria abrange os territórios para os quais os assírios deportaram os sobreviventes do reino das dez tribos de Israel, em 740 A. E. C. Mas o “orgulho” da Assíria foi humilhado por Babilônia, sob Rei Nabucodonosor. Por sua vez, o “orgulho” deste conquistador e espoliador da Assíria foi abatido pelo instrumento terrestre de Jeová, Ciro, o Grande, da Pérsia, em 539 A. E. C. Depois, Jeová podia “assobiar” para os exilados espalhados do seu povo, nas terras setentrionais do Império Babilônico. Aonde ele os havia espalhado, eles se multiplicaram quais sementes semeadas. Eles ouviriam seu ‘assobio’ e se lembrariam dele nas terras de seu exílio, não importa quão distantes. Isto teria um efeito revivificador sobre eles e sobre os seus filhos, que tiveram no exílio. Vivos e atentos ao seu ‘assobio’ convidador, retornariam à sua pátria desolada.

      30. Que obstáculos se sugerem quanto ao ajuntamento de seu povo exilado no Egito, e como lidaria Jeová com tais obstáculos?

      30 Muitos dos exilados haviam sido levados ao exílio ou haviam fugido para o Egito, ao sul. (2 Reis 23:31-34; 25:22-26) De modo que Jeová ‘assobiou’ também naquela direção. Reuniu dali os membros do restante para o adorarem no seu templo em Jerusalém. O cetro brandido pelo governante do Egito não podia impedir isso. A vontade de Jeová cumpriu-se como se o cetro egípcio de autoridade se tivesse retirado, como se não existisse. O ‘assobio’ do Deus Altíssimo tinha mais autoridade do que o cetro do Egito. Se as águas do deificado rio Nilo do Egito fossem um obstáculo para Seu povo, ele poderia tratá-las como se tivessem secado para seu povo. Se o Mar Vermelho fosse obstáculo, ele poderia passar através daquele mar com “aflição” para as suas águas. Poderia golpear as suas ondas, a fim de que Seus exilados retornados pudessem passar para o Seu lugar de adoração em Jerusalém. Poderia fazer de novo o que já fez antes, em 1513 A. E. C.

      31. (a) Como cuidaria Jeová de qualquer tendência para com a superpovoação do país, ainda assim permitindo o crescimento? (b) Em que sentido andariam no nome Dele?

      31 Não havia medo de se superpovoar o país. O Dono de toda a terra simplesmente alargaria as fronteiras do país para seus exilados restabelecidos. Suas fronteiras abrangeriam a “terra de Gileade” ao leste do rio Jordão. Sim, também a terra do Líbano ao oeste, ao longo do Mar Mediterrâneo. Nesta área ampliada de moradia, eles teriam de “tornar-se muitos, iguais aos que se tornaram muitos”. A proporção de aumento de sua população não ficaria atrás da de nenhuma outra terra populosa. Seriam tantos quantos antes. O Deus Altíssimo e Todo-poderoso os faria “superiores” a todos os esforços estrangeiros de oprimi-los, suprimi-los e diminuí-los. Eles andariam em Seu nome, ou como um povo chamado pelo Seu nome. Onde quer que andassem, lembrar-se-iam de Seu nome e procurariam honrá-lo, não fazendo nada para rebaixá-lo.

      32. Quando começou Jeová a “assobiar” para os seus exilados e como?

      32 No ano 537 A. E. C., Jeová começou a “assobiar” para seu povo exilado, pelo decreto de libertação emitido pelo conquistador da Babilônia, o persa Ciro, o Grande. (Esdras 1:1 a 3:2) Este decreto não se aplicava ao Egito, mas abriu-se depois o caminho para os exilados no Egito poderem retornar à sua terra dada por Deus.

      33. Quando começou Jeová a “assobiar” para os exilados do Israel espiritual, e por que meios?

      33 Do mesmo modo no ano 1919 E.C., Babilônia, a Grande, sofreu uma grande queda pelas mãos do Ciro Maior, o triunfante e entronizado Rei Jesus Cristo. Começou Jeová então a “assobiar” para o seu restante exilado? Evidentemente que sim! Como? Notavelmente por meio da revista quinzenal que hoje é conhecida mundialmente como A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová, que levava na capa, subscrito: “‘Vós sois as minhas testemunhas’, diz Jeová.” (Isaías 43:12) Esta transmitiu aos membros do restante ungido, em toda a terra, a chamada de se reunirem e ajuntarem em apoio do reino messiânico de Deus. Como passo nesta direção, anunciou os arranjos para a realização dum congresso geral em Cedar Point, Ohio, E. U. A., de 1-8 de setembro de 1919, e convidou todos os leitores a estar presentes.

      34. (a) Quantos assistiram àquela reunião geral em 1919 E.C. e o que aprenderam sobre a ampliação da pregação do Reino? (b) Em que resultou hoje a ampliação desta publicidade do Reino?

      34 Cerca de seis mil acharam possível ou conveniente participar neste reajuntamento significativo e banquete espiritual. Alegraram-se de ser restabelecidos no seu domínio espiritual legítimo na terra. Ficaram sabendo dos arranjos para a ampliação dos meios de dar publicidade ao reino messiânico de Deus pelo começo duma revista companheira, então chamada A Idade de Ouro, agora Despertai!. O primeiro número dela tinha a data de 1.º de outubro de 1919. Ela serve desde então como poderoso meio de se proclamar o reino messiânico e a era de vida, paz, felicidade e prosperidade que este reino introduzirá em breve. Foi no ano de 1940 E.C. que esta revista começou a ser oferecida publicamente nas mas, ao público em geral. Hoje imprimem-se mais de sete milhões e meio de exemplares de cada número quinzenal, em mais de trinta idiomas, e o número dos que a recebem e lêem continua aumentando.

      35. (a) Como se espalhou cada vez mais o ‘assobio’ de Jeová, e com que efeito? (b) Como se venceram os obstáculos a se acatar o ‘assobio’?

      35 Desde aquele começo, no ano de libertação de 1919 E.C., prosseguiu o reajuntamento dos do restante. Ao passo que o fiel restante sobrevivente empreendeu corajosamente a proclamação da mensagem do Reino com grande alegria e entusiasmo, divulgando-a cada vez mais, o ‘assobio’ de Jeová espalhou-se mais. Muitos dos que buscavam o verdadeiro Deus, tanto dentro como fora da cristandade, ouviram este ‘assobio’, convidando-os para a adoração pura do único Deus vivente e verdadeiro no Seu templo espiritual. Fizeram o melhor esforço para aceitá-lo. Havia obstáculos no seu caminho, coisas tais como o rio Nilo, o Mar Vermelho ou poderes políticos de opressão, tais como a Assíria e o antigo Egito? O Deus a quem procuravam adorar no verdadeiro templo espiritual abriu-lhes a sua Palavra escrita e mostrou-lhes como vencer e transpor estes obstáculos imponentes. A obediência ao ‘assobio’ de Deus tinha de vir em primeiro lugar!

      36. No seu caso pessoal, como tem de vir abaixo o “orgulho da Assíria” e se tem de retirar o “cetro do Egito”?

      36 O medo precisa ser deixado de lado. Eles têm de acatar a chamada desde o céu para sair de Babilônia, a Grande, o império mundial da Religião falsa, que não só inclui a cristandade, mas também o paganismo. (Revelação 18:1-4) Não devem deixar que o “orgulho” de governos militarizados, nacionalistas, como o da Assíria, lhes suba à cabeça. Têm de por o reino messiânico de Jeová na frente de todos as governos feitos pelo homem. No seu próprio caso pessoal, os interesses de todas as altas e poderosas regências humanas precisam vir abaixo diante dos interesses da soberania universal de Jeová e de seu instrumento messiânico. O simbólico “cetro do Egito”, conforme brandido pelas potências políticas deste mundo, não deve ser considerado como supremo em poder e autoridade. Eles devem pensar no cetro brandido pelo Rei messiânico de Deus, a quem Jeová disse em 1914 E.C. “Jeová enviará de Sião [celestial] o bastão da tua força, dizendo: ‘Subjuga no meio dos teus inimigos.”’(Salmo 110:1, 2) A comparação deste cetro messiânico com o “cetro do Egito” faz este último cetro humano ‘retirar-se’.

      37, 38. (a) Em vez de se adorar o Estado, Jeová tem de ser reconhecido como o que, e como se proveu ajuda para se ver este requisito? (b) O que dizia o livro Governo, em parte, sob “Teocracia” e “Jeová, o Rei”?

      37 Em vez de reconhecerem o Estado político como supremo e prestarem culto ao Estado feito pelo homem, precisam reconhecer o Soberano Senhor Jeová como Governante Divino ou Teocrata. Receberam ajuda para entender este requisito por meio do livro intitulado “Governo”, que foi lançado em inglês no ano 1928, no congresso geral da Associação Internacional dos Estudantes da Bíblia, em Detroit, Michigan, E. U. A., de 30 de julho a 6 de agosto de 1928, no qual se começou a tocar a sétima trombeta simbólica. Revelação 11:15-18) Nas páginas 247-250, este livro considerava a “Teocracia” e “Jeová, o Rei”, dizendo em parte:

      38 “Que forma de governo controlará então os povos da terra? Este governo será uma pura teocracia. Durante séculos, a criação inteira tem gemido e sofrido dores, aguardando a manifestação deste governo. (Rom. 8:19) Agora chegou o tempo de seu estabelecimento, e tanto os governantes como os governados da terra devem aprender a verdade e alegrar-se. . . . A teocracia é um governo cujo governante principal é Jeová Deus. Ele é o Criador e Executor de suas leis, por meio de suas agências devidamente constituídas. Embora seja verdade que o poder supremo sempre cabia a Jeová, quando foi derrubado o último rei de Israel, ele permitiu que o homem traçasse seu próprio rumo e não interferiu até ter chegado seu tempo para estabelecer no seu trono aquele ‘a quem pertence o direito’. É a este que Deus designou e ungiu para reger debaixo de Jeová e em harmonia com ele. . . . A grande teocracia, quando vista e apreciada pelo povo, será a alegria de toda a terra.”

      39. (a) Por meio de que forma de governo será o Paraíso restabelecido para a humanidade e que espécie de organização estabeleceu Jeová no paraíso espiritual de seu restante? (b) Os que se querem juntar aos do restante no seu domínio teocrático, espiritual, terão de vencer que obstáculos?

      39 Será por meio da vindoura Teocracia que se restabelecerá o Paraíso para a humanidade. Atualmente, prevalece um Paraíso espiritual entre os do restante restabelecido, entre os quais o Grande Teocrata estabeleceu uma organização teocrática. Os deste restante espiritual, assim organizados, colocam a Jeová Deus acima de todos os governantes humanos, autocráticos ou democráticos, e dizem nas palavras de Isaías 33:22: “Jeová é o nosso Juiz, Jeová é o nosso Legislador, Jeová é o nosso Rei; ele mesmo nos salvará.” Eles adotam a atitude teocrática tomada pelos doze apóstolos de Jesus Cristo, quando estavam perante o Supremo Tribunal de Jerusalém: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens. . . . E nós somos testemunhas destes assuntos, e assim é também o espírito santo, que Deus tem dado aos que obedecem a ele como governante.” (Atos 5:29-32) Portanto, os que se querem juntar ao restante ungido no seu domínio espiritual, teocrático, terão de atravessar o curso e a correnteza democráticos do simbólico rio Nilo e as marés variantes do simbólico Mar Vermelho da humanidade e terão de sujeitar-se ao arranjo teocrático de Jeová. Para os dispostos e obedientes, Ele pode fazer com que estes obstáculos aquosos não existam.

      40. (a) Em que sentido fez Deus os do restante “superiores em Jeová”, e como? (b) Como se cumpriu a profecia: “Andarão em seu nome”, e em que participarão com o reino messiânico?

      40 Ao reajuntar e reunificar os de seu restante ungido do Israel espiritual, o Deus Todo-poderoso deveras os tem ‘feito superiores’ a todos os obstáculos e adversários. No caso deles, deveras tem sido “não por força militar, nem por poder” humano, mas pelo espírito ou a força ativa, invisível, Dele. É como Ele disse: “Vou fazê-los superiores em Jeová.” Portanto, não deviam honrar Seu nome sagrado e esforçar-se a agir em harmonia com a oração que Jesus Cristo lhes ensinou: “Nosso Pai nos céus, santificado seja o teu nome”? Eles aumentam a dignidade de Seu nome e tornam conhecido que “só o seu nome é inalcançavelmente elevado”. (Sal. 148:13) De modo que, em todos os países em que se encontram hoje membros do restante ungido, é assim como foi predito em Zacarias 10:12: “‘Andarão em seu nome’, é a pronunciação de Jeová.” Por continuarem a fazer isso até a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, participarão com o reino messiânico em vindicar para sempre o maior Nome em todo o universo.

  • Conseqüências da rejeição do Pastor-Governante de Deus
    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 18

      Conseqüências da rejeição do Pastor-Governante de Deus

      1. Por que não é estranho que Jeová compare governantes inferiores a si mesmo com pastores?

      O MAIOR Governante de todos comparou-se repetidas vezes com um pastor. Por exemplo, tome esta bela comparação que Ele fez ao predizer com quanta ternura conduziria seu povo exilado de volta à sua pátria: “Eis que o próprio [Soberano] Senhor Jeová virá mesmo como alguém forte, e seu braço governará por ele. Eis que está com ele a sua recompensa e diante dele está o salário que paga. Qual pastor ele pastoreará a sua própria grei. Com o seu braço reunirá os cordeiros; e os carregará ao colo. Conduzirá com cuidado as que amamentam.” (Isaías 40:10, 11) Não seria de estranhar, portanto, que ele comparasse governantes inferiores na terra a pastores.

      2. Com que plantas compara Jeová os governantes notáveis do mundo, e com que compara similarmente o restante liberto de Babilônia?

      2 Ele comparou também governantes notáveis a árvores altas. O Faraó régio do antigo Egito foi assim comparado a uma árvore majestosa. (Ezequiel 31:1-18) Ele comparou com árvores até mesmo os do restante exilado, para cuja libertação ele usa seu Messias ou Ungido, para guiá-los para fora da simbólica Babilônia, para retornar à sua terra nativa dada por Deus. Faz isso ao falar sobre a tarefa que dá ao seu Messias, a saber: “Para consolar a todos os que pranteiam; para designar aos que pranteiam por Sião, para dar-lhes uma cobertura para a cabeça em lugar de cinzas, o óleo de exultação em vez de luto, o manto de louvor em vez de um espírito desanimado; e terão de ser chamados de grandes árvores de justiça, plantação de Jeová, para ele ser embelezado.” — Isaías 61:1-3.

      3, 4. (a) Que contraste faz Zacarias entre as “grandes árvores de justiça” e as “árvores” mundanas? (b) Segundo Zacarias 11:1-3, por que haveria uivo e bramido?

      3 É a estas simbólicas “grandes árvores de justiça, plantação de Jeová”, que se faz referência no precedente capítulo dez da profecia de Zacarias, Zac 10 versículos 3-12. Quão grande é o contraste que se faz então entre elas e as árvores simbólicas em níveis elevados de nosso mundo opressivo! Nos dias de Zacarias, os montes majestosos do Líbano estavam revestidos de florestas dos seus mundialmente famosos “cedros do Líbano” e de outras fragrantes árvores sempre-verdes. Quão lamentável era pensar-se que tais florestas seriam devastadas por um incêndio inextinguível! Bastava para fazer a pessoa uivar. Tal uivo do mundo ainda há de vir, pois, quase que em seqüência do capítulo dez da profecia de Zacarias, o capítulo onze começa com a ordem divina de soltar tais uivos. Lemos:

      4 “Abre as tuas portas, ó Líbano, para que um fogo devore entre os teus cedros. Uiva, o junípero, pois o cedro caiu; porque os próprios majestosos foram assolados! Uivai, árvores maciças de Basã, porque foi deitada abaixo a floresta impenetrável! Escuta! O uivo dos pastores, porque a sua majestade foi assolada. Escuta! O bramido dos leões novos jubados, porque as moitas orgulhosas ao longo do Jordão foram assoladas.” — Zacarias 11:1-3.

      5. Quando terão de queimar-se tais plantações de árvores simbólicas, fazendo com que uive quem?

      5 Não se fornecem ao Líbano portas contra incêndio. Quando chegar o tempo determinado de Jeová para seu fogo consumidor assolar a terra majestosa, as portas do simbólico Líbano terão de abrir-se à Sua ordem para deixar entrar o fogo. Até mesmo os enormes cedros do Líbano terão de cair diante das chamas divinamente acesas, e é por isso que os juníperos associados terão de uivar. A qualidade maciça das árvores não as torna à prova de fogo. É por isso que terá de haver uivos da parte das florestas impenetráveis de árvores maciças nos planaltos de Basã, ao leste do rio Jordão e do Mar da Galiléia. Estes também terão de queimar-se no incêndio mundial durante a vindoura “grande tribulação”, a tribulação de todas as tribulações da humanidade. Este será um tempo de uivos para os pastores governantes.

      6. Por que uivarão os pastores-governantes em vista da queima das “árvores” simbólicas e também rugirão como os leões das moitas do Jordão?

      6 Se escutarmos com fé a mensagem clara da profecia bíblica, poderemos ouvir os uivos destes pastores-governantes mundanos. Na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no campo de batalha do Har-Magedon, eles serão despojados de sua majestade de aparência e de cargo. (Revelação [Apocalipse] 16:14-16) Eles mesmos são retratados por aquelas árvores majestosas do Líbano e pelas árvores maciças de Basã. São também, simbolicamente, os “leões novos jubados”. Assim como os leões novos jubados rugem por se terem queimado as moitas orgulhosas ao longo das margens do rio Jordão, nas quais estes leões costumavam esconder-se, assim tais pastores-governantes semelhantes a leões rugirão em consternação, ao se verem privados dos esconderijos, dos quais costumavam lançar-se sobre as suas vítimas incautas, o público, o povo.

      7. De que modo se refere Malaquias 4:1 ao mesmo dia ardente, e qual será o resultado para os pastores-governantes?

      7 O tempo do incêndio ardente que despojará estes pastores mundanos de sua imponente dignidade, estatura e posição forte também foi predito pelo profeta Malaquias, que apareceu no cenário algumas décadas depois de Zacarias. Comparando os presunçosos e iníquos a plantas, Malaquias (4:1) diz: “‘Eis que vem o dia que arde como fornalha, e todos os presunçosos e todos os que praticam a iniqüidade terão de tornar-se como restolho. E o dia que virá certamente os devorará’, disse Jeová dos exércitos, ‘de modo que não lhes deixará nem raiz nem galho’.” Estes pastores políticos afirmam governar por terem recebido, por meio duma eleição democrática, um “mandato do povo”, ou por terem nascido na linhagem duma família real, ou porque os clérigos da cristandade lhes concederam o “direito divino dos reis”. Entretanto, isto não os torna pastores teocráticos, nem governantes designados pelo Grande Teocrata, por meio de seu Messias. Por isso, o vindouro dia ardente da execução do julgamento de Deus devorará todas as suas afirmações falsas. Não restará deles nem raiz, nem galho.

      PASTOR DIVINAMENTE DESIGNADO

      8. Como foi que os pastores-governantes venderam as “ovelhas” para serem mortas ou massacradas e quem pode suscitar um pastor altruísta?

      8 Visto que os regentes governamentais são comparados a pastores, seus súditos, o povo, são comparados a um rebanho de ovelhas. Os governantes-pastores têm tratado as ovelhas como se pertencessem a eles e têm estado dispostos a vendê-las às mãos das pessoas egoístas que podiam explorar e maltratar as pessoas semelhantes a ovelhas. De fato, entregaram-nas para ser mortas, massacradas por causa de homens ambiciosos que pagam este preço para obter controle ou vantagem sobre o povo. Mais do que isso, os pastores governamentais têm levado as pessoas num rumo que por fim resultará em serem mortas na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, na situação mundial chamada Har-Magedon. (Revelação 16:14-16; 19:11-21) Não há, porém, nenhum “pastor” real que toma mesmo a peito os interesses de todo o povo e que está disposto a gastar a si mesmo em vez de explorar as ovelhas? Quem pode suscitar tal pastor, para que as ovelhas individuais possam colocar-se sob os seus cuidados e sua orientação, e ser poupadas à terrível matança? É Jeová.

      9. Ao encenar um drama profético, que rebanho se manda Zacarias pastorear?

      9 Para representar isso, o profeta Zacarias foi usado para encenar uma alegoria ou um drama profético. O próprio profeta Zacarias o descreveu nas seguintes palavras: “Assim disse Jeová, meu Deus: “Pastoreia o rebanho destinado à matança, cujos compradores passam a matá-las, embora não sejam tidos por culpados. E os que as vendem dizem: “Bendito seja Jeová, enquanto eu ganho riquezas.” E seus próprios pastores não têm nenhuma compaixão com elas.”” — Zacarias 11:4, 5.

      10. Quem é o “rebanho” simbólico, a quem pertence e por que foi Zacarias designado para ser pastor do “rebanho destinado à matança”?

      10 Quão lastimável é o estado do “rebanho destinado à matança”! Lá naquele tempo, este “rebanho” era a nação de Israel. O salmista dirigiu-se Àquele que realmente é dono deste rebanho, dizendo: “Ó Pastor de Israel, dá deveras ouvidos, tu que conduzes a José como a um rebanho.” Reconhecendo que Este é o dono, o salmista disse: “Ele é nosso Deus, e nós somos o povo do seu pasto e as ovelhas da sua mão.” (Salmo 80:1; 95:7) Visto Ele ser o proprietário, tem o direito de designar um pastor fiel sobre eles. Fez isso por designar o profeta Zacarias. Este novo pastor terreno não recebeu seu “mandato do povo”, de modo democrático. Ele foi designado teocraticamente pelo Deus Governante, Jeová. Este Dono celestial tinha em mente salvar alguns deste “rebanho destinado à matança”. Ele já dissera: “Jeová, seu Deus, os há de salvar naquele dia como o rebanho do seu povo; pois serão como as pedras dum diadema cintilando sobre o seu solo.” (Zacarias 9:16) Na realização deste propósito, o Grande Teocrata designou Zacarias para pastor do rebanho.

      11. De que modo não mostraram compaixão com as ovelhas os “pastores” que as venderam, e como eram cúmplices na matança delas?

      11 Zacarias era dessemelhante dos pastores-governantes que se achavam autorizados a vender as ovelhas de Jeová por lucro pessoal. Por se enriquecerem assim, achavam que Deus os enriquecia. Após esta venda desapiedada, estes traiçoeiros pastores-governantes disseram hipocritamente: “Bendito seja Jeová, enquanto eu ganho riquezas.” Por fazerem isso, os pastores aos quais se confiaram as pessoas semelhantes a ovelhas mostraram não ter “nenhuma compaixão com elas”. Estes pastores sabiam que os compradores aos quais venderam as “ovelhas” as matariam na execução de planos ambiciosos e egotistas. Pior ainda, estes compradores não seriam “tidos por culpados” por tal matança. Pelo menos os pastores que fizeram a venda não teriam os compradores por culpados. Eram assim cúmplices na matança. Para eles, as ovelhas eram apenas um “rebanho destinado à matança”.

      12. Ovelhas de quem professam ser as pessoas da cristandade, e foram designados teocraticamente seus pastores religiosos, terrestres?

      12 Tudo isso lembra uma situação similar que existe na cristandade, neste século vinte. O povo, que professa ser cristão, afirma ser ovelhas de Deus. Aplicam a si o Salmo 95:7 (citado mais acima) e recitam na igreja em uníssono o Salmo 23:1 (Almeida): “O Senhor é o meu pastor: nada me faltará.” Mas estas pessoas religiosas olham também para “pastores” terrenos. Os clérigos da cristandade, especialmente em sentido religioso, afirmam ser pastores destas ovelhas, sendo que cada uma das centenas de seitas religiosas tem o seu próprio rebanho. No entanto, estes pastores não foram designados teocraticamente assim como Zacarias, pois, cada um é ordenado pelo grupo regente de sua própria seita ou confissão, ou por um bispo ou outro alto dignitário eclesiástico, ou por uma congregação. Imitam tais clérigos a estes pastores dos dias de Zacarias?

      13. De que modo imitaram tais clérigos os pastores dos dias de Zacarias em vender as “ovelhas” a serem mortas?

      13 Salientou-se corajosamente que os clérigos da cristandade, com suas centenas de milhões de membros das igrejas sob o seu domínio espiritual, poderiam ter impedido a guerra mundial no ano 1914 E.C. Mas não o fizeram.a Entregaram seus rebanhos, sem protesto, a mais de quatro anos da guerra mais cruel em toda a história humana até então. De fato, venderam seus rebanhos para escapar da perseguição por insistir estritamente no cristianismo e para obter o favor dos pastores militares e governamentais. Isto foi, nada mais, nada menos, o que aconteceu também na Segunda Guerra Mundial, a qual, como a primeira, começou no próprio coração da cristandade. A “matança” neste segundo combate mundial foi ainda mais horrível do que no primeiro. Além disso, os clérigos religiosos têm procurado agradar aos exploradores comerciais e aos políticos. Têm-se metido na política e têm vendido seus rebanhos aos que procuram cargos, os quais não têm escrúpulos quanto a explorar o povo.

      14. Segundo afirmam os “pastores”, quem os enriqueceu, e por que não têm os compradores das ovelhas nem um escrúpulo de consciência por explorarem as ovelhas ou causarem sua matança?

      14 Por assim obterem riquezas, no que se refere aos bens materiais e à popularidade junto à classe governante deste mundo, acham que Deus os abençoa. E por isso dizem piamente: “Louvado seja o SENHOR, porque me tornei rico.” (Zacarias 11:5, ALA) Visto que os “compradores” das pobres ovelhas têm a bênção dos clérigos religiosos, eles não têm senso de culpa por causa da sua exploração das ovelhas, nem mesmo por causa da violenta matança em massa das ovelhas. ‘Não são tidos por culpados’ pelos clérigos da cristandade, mas continuam a ser retidos como membros plenos das igrejas, gozando boa reputação. É bem evidente, portanto, que os “pastores”, religiosos e governamentais, “não têm nenhuma compaixão” com as “ovelhas” da cristandade.

      15. Como sabemos que as pessoas gostaram de ser exploradas pelos pastores traiçoeiros?

      15 Apesar de tudo isso, é assim como Deus disse em Jeremias 5:31: “Os próprios profetas realmente profetizam em falsidade; e quanto aos sacerdotes, estão subjugando segundo os seus poderes. E meu próprio povo amou-o assim; e que fareis vós ao final disso?” E como sabemos que os que professam ser o povo de Deus ‘amaram-no assim’? Por observarmos que os que professam ser o povo de Deus não seguiram a liderança do pastor fiel que Deus suscitou, conforme representado pelo profeta Zacarias. Continuam a deixar que os negociantes de “ovelhas”, os compradores e os vendedores, as levem à “matança”. Portanto, quando lhes sobrevierem as conseqüências de seu proceder, merecerão qualquer compaixão?

      16. Quanto à pergunta sobre compaixão, qual é a resposta divina em Zacarias 11:6?

      16 A resposta divina foi dada ao profeta Zacarias, o pastor teocrático: “‘Pois, não mais me compadecerei dos habitantes da terra’, é a pronunciação de Jeová. ‘Portanto, eis que faço que os da humanidade se encontrem, cada um na mão do seu companheiro e na mão do seu rei; e certamente esmiuçarão a terra e eu não livrarei da sua mão.’” — Zacarias 11:6.

      17. A que estado egotista e desamoroso deixará Jeová chegar os do “rebanho destinado à matança”, e por que clamarão em vão?

      17 Assim se dá também com referência à cristandade hodierna. Virá o tempo em que Jeová deixará de mostrar compaixão com “o rebanho destinado à matança”. Ele deixará que as pessoas desamorosas, semelhantes a ovelhas se oprimam mutuamente, os pastores (religiosos e governamentais) às ovelhas, o rei ou pastor real às ovelhas, e as ovelhas umas às outras. Será um estado de anarquia. O que pode resultar disso senão um estado geral de colapso da sociedade humana organizada? O sistema de coisas não mais se manterá unido, não se fazendo mais nada sistematicamente segundo a sabedoria mundana. Falando-se simbolicamente, os que de modo anárquico e caótico se maltratam uns aos outros inevitavelmente “esmiuçarão a terra”, isto é, seu domínio terrestre, organizado. Embora então clamem algo e por longo tempo, Jeová ‘não livrará da sua mão’. Por que deveria fazer isso? Negaram-se repetidas vezes a seguir seu próprio pastor designado.

      O SALÁRIO DO PASTOR — TRINTA MOEDAS DE PRATA

      18. Que espécie de designação era a de Zacarias para pastorear o “rebanho” de Israel e que pergunta surge quanto aos serviços dele?

      18 Até que ponto reconhecem os que apenas afirmam ser o povo de Deus o “pastor” espiritual que Ele suscitou e lhes enviou? Isto é representado profeticamente para nós na experiência do profeta Zacarias. Não por um mandato popular, mas por uma designação teocrática é que ele foi enviado a “pastorear” o rebanho de Israel. Quanto foi apreciado? Quão altamente foram estimados os seus serviços? Ele é bastante franco em dizer-nos:

      19. Quantos bordões tomou Zacarias, quantos pastores eliminou num só mês e como mostrou que rompia seu pacto com o povo?

      19 “E passei a pastorear por vós o rebanho destinado à matança, ó atribulados do rebanho [ou talvez: ‘da parte dos negociantes de ovelhas’, PIB; NM ingl. 1971, margem]. Portanto, tomei para mim dois bordões. A um chamei de Afabilidade e ao outro chamei de União [literalmente: Liames], e fui pastorear o rebanho. E finalmente eliminei três pastores num só mês lunar, visto que a minha alma ficou gradualmente impaciente com eles e também a própria alma deles me abominava. Por fim eu disse: ‘Não continuarei a pastorear-vos. Morra aquela que estiver morrendo. E seja eliminada aquela que estiver sendo eliminada. E quanto às que restarem, que devorem cada uma a carne de sua companheira.’ Portanto, tomei o meu bordão Afabilidade e o cortei em pedaços, a fim de romper meu pacto que eu concluíra com todos os povos. E ele ficou rompido naquele dia, e os atribulados do rebanho que me observavam ficaram assim sabendo que era a palavra de Jeová.” — Zacarias 11:7-11.

      20. Para que fim serviam os bordões e que nome respectivo lhes deu Zacarias? Por quê?

      20 Zacarias, como pastor, tomou como parte do seu equipamento dois bordões, um para conduzir as ovelhas e o outro para protegê-las. O antigo pastorzinho Davi fez referência a estes no Salmo 23:1-4, dizendo: “Jeová é o meu Pastor. . . . Ainda que eu ande pelo vale da sombra tenebrosa, não temerei mal nenhum, porque tu estás comigo; tua vara e teu bastão são as coisas que me consolam.” Zacarias chamou a um dos bordões, evidentemente o para conduzir as ovelhas, de Afabilidade, referindo-se ao favor demonstrado para com as ovelhas. O outro bordão, evidentemente o bastão para bater nos que atacavam as ovelhas, ele chamou de União (literalmente: Liames, para manter a união). Era um favor do Deus de Zacarias, Jeová dos exércitos, para com as ovelhas, que Jeová designou a Zacarias para atuar como pastor das ovelhas. Por isso, um dos bordões foi chamado de Afabilidade.

      21. De que espécie de ovelhas foi Zacarias constituído pastor e de que nacionalidades se compunham? A quem representava Zacarias como pastor?

      21 Entretanto, o profeta de Jeová não foi constituído pastor sobre ovelhas literais. Tratava-se de ovelhas simbólicas, a saber, a casa de Israel, composta então dum restante do reino de Judá e dum restante constituído pelos membros do reino setentrional de dez tribos de Israel, cuja principal tribo era Efraim. Por conseguinte, Zacarias foi designado teocraticamente para assumir a supervisão espiritual sobre o restante de toda a casa de Israel, igual a um governante ou governador. Neste cargo, ele realmente representava a Jeová, o Pastor celestial.

      22. Foi Zacarias obrigado a pastorear de graça? Por que era seu pastoreio obrigatório para os israelitas e o que mostra se havia um contrato?

      22 O profeta Zacarias não faria o pastoreio de graça. Ele tinha direito a um salário pelos serviços prestados. No fim de seus serviços, podia de direito exigir seu ordenado. Visto que era pastor designado pelo Grande Teocrata Jeová, seu pastoreio era obrigatório para o restante de Israel aceitar e apreciar pelo valor que lhe atribuía. Havia algum contrato ou compromisso específico com a casa de Israel que permitisse tal pastoreio? Que havia tal contrato ou pacto é inferido do que Zacarias nos diz ao explicar sua renúncia do trabalho, dizendo: “Portanto, tomei o meu bordão Afabilidade e o cortei em pedaços, a fim de romper meu pacto que eu concluíra com todos os povos.” (Zacarias 11:10) Quer dizer, com “todos os povos” de Israel.

      23. Do contrato de quem com Israel se tratava, e por quê?

      23 Então, o “pacto” ou contrato solene de quem era este? Aparentemente, era o pacto pessoal de Zacarias. Mas, lembremo-nos de que foi Jeová quem lhe disse: “Pastoreia o rebanho destinado à matança.” (Zacarias 11:4) Isto foi o que Jeová fez porque os pastores em exercício estavam vendendo para a matança ou o abate as ovelhas do rebanho que realmente pertencia a Jeová Deus. Isto significa que estava envolvido o pacto de Jeová; foi no cumprimento de seu pacto com Israel que ele fez esta designação dum profeta para ser pastor da nação. Em harmonia com este fato básico, a nota ao pé da página na Bíblia Hebraica de Rudolf Kittel, Stuttgart, Alemanha Ocidental, diz que, em vez de “meu pacto que eu concluíra”, devíamos provavelmente ler: “o pacto de Jeová, que Jeová concluíra”. Isto se dá porque os sufixos pronominais no texto hebraico, geralmente traduzidos “meu” e “eu”, são realmente abreviações do nome divino Jeová. — Veja a nota ao pé da página na edição inglesa de 1971 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas.

      24. (a) Por quanto tempo pastoreou Zacarias o rebanho, e como sabemos isso? (b) Para quem pastoreou ele o rebanho?

      24 Havia outros pastores trabalhando naquele tempo. Parece que eles se ressentiam da intrusão do profeta de Jeová no seu campo de atividade. Zacarias trabalhou como pastor pelo menos por um mês, pois ele nos diz: “Finalmente eliminei três pastores num só mês lunar, visto que a minha alma ficou gradualmente impaciente com eles e também a própria alma deles me abominava.” (Zacarias 11:8) Não se nos diz quem eram estes três pastores. Mas, visto que ele havia sido designado pelo Deus Altíssimo, Zacarias tinha autoridade superior entre eles, de modo que podia despedir os três. Não sabemos quanto tempo continuou a pastorear depois de eliminar estes três pastores. O motivo de ele pastorear o rebanho, às ordens de Jeová, era como explicou: “Passei a pastorear por vós o rebanho destinado à matança, ó atribulados do rebanho.” (Zacarias 11:7, NM; Authorized Version; Young) Isto era mais compassivo da parte de Zacarias do que ele “apascentar o rebanho destinado à matança da parte dos negociantes de ovelhas”. (PIB; NM ed. ingl. 1971, margem) Estas ovelhas haviam sido realmente entregues aos negociantes. (Moffatt, em inglês) Quão desapiedado!

      25. (a) Que sentimento se desenvolveu entre Zacarias e os três pastores, e por quê? (b) Às instâncias de quem se rompeu o “pacto” com o rebanho, e como sabemos isso?

      25 Zacarias não ficou impaciente com o rebanho de ovelhas atribuladas. Sua “alma”, todo o seu ser, ficou impaciente com os três pastores negligentes. Visto que era fiel e compassivo em pastorear o rebanho, aqueles pastores abominavam Zacarias. Ele não cooperava com os seus planos. Foi só depois de eliminá-los como pastores que Zacarias, no tempo devido de Jeová, renunciou ao seu trabalho. Assim se rompeu o “pacto” que se “concluíra com todos os povos” de Israel. Que isto não aconteceu segundo as próprias inclinações dele, mas segundo a direção e decisão do próprio Grande Pastor, é indicado por Zacarias. Pois, depois de cortar em pedaços seu bordão chamado Afabilidade, como ato simbólico do rompimento do pacto, ele prossegue: “E ele ficou rompido naquele dia, e os atribulados do rebanho que me observavam ficaram assim sabendo que era a palavra de Jeová.” — Zacarias 11:10, 11.

      26. O que significava o rompimento do pacto para o rebanho de Israel quanto ao seu bem-estar e sua união?

      26 O que significava para o rebanho dos povos de Israel este rompimento do pacto? Aquilo que Zacarias disse ao descontinuar seu pastoreio: “Não continuarei a pastorear-vos. Morra aquela que estiver morrendo. E seja eliminada aquela que estiver sendo eliminada. E quanto às que restarem, que devorem cada uma a carne de sua companheira.” (Zacarias 11:9) Quando se mandou que o pastor designado de Jeová se retirasse, então, quem cuidaria do rebanho? Os que procurassem aproveitar-se do rebanho deixariam morrer as moribundas, sendo que as para ser eliminadas ou para desaparecer não receberiam atenção para fazê-las sair de sua condição perdida, e as restantes ficariam lutando entre si mesmas, devorando-se mutuamente por não mostrarem amor, mas aproveitarem-se egoistamente umas das outras.

      27. O pacto foi rompido por causa da falta de compaixão da parte de quem, e qual seria o resultado ao entrar em vigor a determinação de descontinuar a compaixão?

      27 Portanto, resultou o rompimento do pacto da falta de misericórdia da parte de Zacarias? Não, mas foi porque chegara ao limite e se esgotara o tempo de Jeová ter compaixão. Por isso se disse antes a Zacarias: “‘Pois, não mais me compadecerei dos habitantes da terra’, é a pronunciação de Jeová. ‘Portanto, eis que faço que os da humanidade se encontrem, cada um na mão do seu companheiro e na mão do seu rei; e certamente esmiuçarão a terra e eu não livrarei da sua mão.’” (Zacarias 11:6) Visto que os povos não atendem o pastor designado de Deus, a quem ele lhes enviou na sua compaixão, quanta anarquia não resultará! Que choque de interesses egoístas! Quanta opressão! Que falta de segurança! Que ruína para o sistema de coisas, sob as atividades esmagadoras dos contra a lei e desordeiros! Que acontecimentos terríveis não aguardam os do rebanho de professas ovelhas de Jeová quando a determinação divina entrar em vigor!

      O SALÁRIO E O VALOR DADO AO PASTOR

      28. A quem representava nisso Zacarias e que espécie de designação recebeu este? Que sinal dela se forneceu?

      28 Zacarias encenava um quadro profético ou uma alegoria. Ele representava um pastor maior no cumprimento da profecia. Este era o Messias de Jeová, Jesus, descendente e herdeiro permanente do Rei Davi. (Mateus 1:1-6) Depois de este ter trabalhado como carpinteiro em Nazaré, na Galiléia, até os trinta anos de idade, ele foi enviado como pastor espiritual da nação de Israel. Os governantes do país, tanto políticos como religiosos, não lhe pediram que se tornasse tal. Sua designação de pastor não veio por “mandato do povo”, mas foi uma designação teocrática e o colocou numa categoria superior à de todos os “pastores” constituídos pelos homens. Na própria Nazaré, sua cidade, ele indicou sua unção com o espírito de Jeová para ser o Messias e para daí em diante agir como pastor do rebanho do povo de Deus. O profeta, João Batista, viu este Jesus ser ungido com o espírito santo por meio duma manifestação visível. Isto aconteceu logo após João ter batizado Jesus no rio Jordão, segundo a vontade de Jeová. — João 1:19-36.

      29. Como mostrou Jesus, numa parábola, que lhe foram entregues as ovelhas por um “porteiro” simbólico?

      29 João Batista, como predecessor do Messias Jesus, atuou como “porteiro” para o aprisco de Israel. Jesus Cristo referiu-se a isso quando falou numa parábola, dizendo: “Digo-vos em toda a verdade: Quem não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas galga por outro lugar, esse é ladrão e saqueador. Mas, quem entra pela porta é pastor de ovelhas. Para este o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz, e ele chama por nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora. Tendo retirado todas as suas, vai na frente delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. De modo algum seguirão a um estranho, mas fugirão dele, porque não conhecem a voz de estranhos. . . . O ladrão não vem a não ser para furtar, e matar, e destruir. Eu vim para que tivessem vida e a tivessem em abundância. Eu sou o pastor excelente; o pastor excelente entrega a sua alma em benefício das ovelhas.” — João 10:1-11.

      30. (a) A quem restringiu Jesus seu pastoreio e como indicou isso? (b) Como e quando foi este profeta predito por Moisés?

      30 Restringindo os seus próprios esforços exclusivamente ao rebanho de Israel, ele enviou seus doze apóstolos e lhes disse: “Não vos desvieis para a estrada das nações, e não entreis em cidade samaritana; mas, ide antes continuamente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Ao irdes, pregai, dizendo: ‘O reino dos céus se tem aproximado.’” (Mateus 10:5-7) Antes de atender o pedido duma mulher fenícia, para curar sua filha muito endemoninhada, Jesus lembrou-lhe: “Não fui enviado a ninguém senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” (Mateus 15:22-24) Isto estava em harmonia com o pacto da lei divina que Jeová Deus celebrara com a casa de Israel por meio do mediador Moisés, no monte Sinai, em 1513 A.E.C. Ao aconselhar os israelitas a ser obedientes a este pacto, por evitarem toda espécie de demonismo, Moisés disse aos israelitas pouco antes de sua morte: “Um profeta do teu próprio meio, dos teus irmãos, semelhante a mim, é quem Jeová, teu Deus, te suscitará — a este é que deveis escutar.” (Deuteronômio 18:15) Este prometido profeta maior do que Moisés era o Messias, Jesus. — Deuteronômio 18:16-19; Atos 3:22, 23.

      31. Como torna o registro evidente que Jesus teve compaixão com as ovelhas? Mas que dizer dos outros pastores?

      31 Que Jesus tinha verdadeira compaixão com o rebanho de Israel, assim como o verdadeiro pastor messiânico deve ter, é evidente da narrativa: “Jesus empreendeu uma viagem por todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles e pregando as boas novas do reino, e curando toda sorte de moléstias e toda sorte de padecimentos. Vendo as multidões, sentia compaixão delas, porque andavam esfoladas e empurradas dum lado para outro como ovelhas sem pastor.” (Mateus 9:35, 36) Só podemos concluir disso que os outros, que deviam ter sido pastores, deixaram de cumprir o seu dever.

      32. A quem, nos dias de Jesus, representavam os “três pastores” despedidos por Zacarias?

      32 Então, para cumprir o quadro profético, quem eram os “três pastores” que Jesus Cristo eliminaria, deceparia ou despediria de seu cargo presumido? O registro da vida de Jesus não mostra três homens individuais como cumprindo o modelo profético. Evidentemente, os três pastores que o profeta Zacarias removeu representam três classes de homens no tempo de Jesus. No registro aparecem três classes que exerciam poder governamental bem como religioso em Israel. Estas eram (1) os fariseus e (2) os saduceus, classes que ambas estavam representadas no Sinédrio judaico em Jerusalém. Este corpo judicial tinha até certo ponto funções governamentais sob o governador romano, bem como funções religiosas. Assim, certo Nicodemos, membro fariseu do Sinédrio, era um “governante dos judeus”. (João 3:1, 2; 7:50-52) José, homem rico de Arimatéia, também era membro do Sinédrio. (Mateus 27:57-60; Lucas 23:50-53) O Sinédrio achava-se bastante dividido entre fariseus e saduceus. (Atos 23:1-9) Além destes sectários judaicos, havia também os (3) herodianos, os “partidários de Herodes”. — Mar. 12:13.

      33. Conforme representado no caso de Zacarias, como ficou Jesus “impaciente” com aqueles “três pastores”?

      33 Similar ao sentimento dos “três pastores” para com Zacarias na qualidade de pastor, estes três grupos prontamente ‘abominavam’ a Jesus Cristo na qualidade de pastor messiânico. Tramavam ou cooperavam entre si contra Jesus, para desacreditá-lo aos olhos do rebanho de Israel. (Mateus 22:15-22; Marcos 3:6) Jesus não eliminou, decepou ou removeu estes três grupos hostis “num só mês lunar” literal. O “mês lunar” literal, no caso de Zacarias, representaria no caso de Jesus um curto período de tempo. (Zacarias 11:8) Desde o começo do seu ministério, Jesus negou-se a ter qualquer coisa que ver com estes grupos governantes, egoístas, quer dizer, no que se referia a juntar-se a eles. Por fim, no término de seu ministério, sua alma havia ficado “impaciente” com eles. Em ocasiões públicas, ele silenciava todos os três grupos no que se referia a governo e doutrinas. (Mateus 22:15-45) Em resultado, conforme diz Mateus 22:46: “Ninguém foi capaz de dizer-lhe uma só palavra em resposta, nem se atreveu alguém, daquele dia em diante [terça-feira, 11 de nisã de 33 E.C.], a interrogá-lo mais.”

      34. (a) O que disse Jesus no clímax de sua denúncia dos escribas e dos fariseus? (b) Como que despedaçando o bordão chamado Afabilidade, o que disse ele a Jerusalém?

      34 Jesus Cristo lhes acabava de dizer: “O reino de Deus vos será tirado e dado a uma nação que produza os seus frutos.” (Mateus 21:23-43; Marcos 12:1-12; Lucas 20:9-44) Pouco depois desta declaração, ele denunciou abertamente os escribas e os fariseus como pastores opressivos e hipócritas religiosos. Ele disse no auge de sua denúncia: “Portanto, dais testemunho contra vós mesmos de que sois filhos daqueles que assassinaram os profetas. Pois bem, enchei a medida de vossos antepassados. Serpentes, descendência de víboras, como haveis de fugir do julgamento da Geena?” (Mateus 23:1-33; Marcos 12:38-40; Lucas 20:45-47) Daí, como que cortando em pedaços o bordão de pastor, chamado Afabilidade, ele acrescentou: “Jerusalém, Jerusalém, matadora dos profetas e apedrejadora dos que lhe são enviados — quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas! Mas vós não o quisestes. Eis que a vossa casa vos fica abandonada.” — Mateus 23:37, 38.

      35. Com estas palavras, o que anunciava Jesus aos judeus a respeito do Pacto da Lei de Deus com eles e o que ficaram assim sabendo os “atribulados” que observavam Jesus?

      35 Quando Jeová Deus abandonou o templo judaico de sua adoração em Jerusalém, isto queria dizer que rompia o pacto da lei, que havia feito com a nação de Israel por intermédio de Moisés. Portanto, Jesus, como pastor prefigurado por Zacarias, anunciava o iminente rompimento do pacto que Jeová havia celebrado com os povos de Israel. Os “atribulados” do rebanho de Israel, que observavam Jesus e ouviam suas palavras, “ficaram assim sabendo que era a palavra de Jeová”. — Zacarias 11:11.

      36. O que significava isso a respeito da afabilidade de Deus para com Israel e, finalmente, que conseqüências terríveis resultaram por causa da rejeição do Pastor-Governante de Jeová?

      36 Isto significava que Jeová não mais era afável para como seu desobediente povo escolhido. Ele estava prestes a ‘não mais compadecer-se’ dos habitantes da “terra de Judá”. Esta terra havia de sofrer todos os horrores da invasão da Judéia e da destruição de suas cidades e fortalezas, inclusive de Jerusalém e de seu templo, nos anos cruéis de 70-73 E.C. Jesus Cristo predisse esta tragédia no mesmo dia de 11 de nisã de 33 E.C., na sua profecia a respeito da “terminação do sistema de coisas”. (Mateus 24:1-22; Marcos 13:1-20; Lucas 21:5-24) Esta calamidade nacional, no mínimo, era um indício doloroso de que fora rompido o pacto da Lei mosaica entre Deus e Israel. Que conseqüência terrível por se rejeitar o Pastor-Governante de Deus!

      37. Como se mostrou o valor que se dava ao pastoreio de Zacarias, o que o mandou Jeová fazer e o que cortou então em pedaços?

      37 Quão altamente foi avaliado o pastor designado de Jeová pelos povos de Israel? O profeta Zacarias ilustra isso na sua própria experiência e com isso prefigura algo de significado maior. Ele nos diz: “Então eu lhes disse: ‘Se for bom aos vossos olhos, dai-me o meu salário; mas, se não, deixai-o.’ E passaram a pagar-me o meu salário, trinta moedas de prata. Nisso Jeová me disse: ‘Lança-o na tesouraria — o valor majestoso com que fui avaliado do seu ponto de vista.’ Concordemente, tomei as trinta moedas de prata e lancei-as na tesouraria da casa de Jeová. Então cortei em pedaços o meu segundo bordão, União, para romper a fraternidade entre Judá e Israel.” — Zacarias 11:12-14.

      38. Qual era o valor do salário pago a Zacarias e como se referiu Jeová a este pagamento?

      38 “Trinta moedas de prata” — trinta siclos de prata — era o preço dum escravo segundo o pacto da Lei mosaica. (Êxodo 21:32) Não valiam o profeta Zacarias ou seus serviços de pastor mais do que um escravo? E visto que Zacarias havia sido designado pelo Pastor Celestial Jeová, o valor dado ao seu representante designado, Zacarias, era igual ao valor dado a Jeová, como Pastor. Jeová podia falar dele como sendo o “valor . . . com que foi avaliado do seu ponto de vista”. (A menos que Zacarias tenha feito ali uma referência parentética a si mesmo!) É verdade que Jeová o chamou de “valor majestoso” em vez de valor dum escravo; mas, evidentemente, esta expressão não é usada em satisfação, mas com sarcasmo ou de modo cortante. Significava que se observava certa falta de apreço.

      39. O que indicava com respeito à nação de doze tribos de Israel que Zacarias cortou em pedaços o bordão União (ou: Liames)?

      39 Em vista de tal desvalorização do pastor, que representava a Jeová, tirou-se a base para a união no rebanho do professo povo de Deus. Não haveria um só pastor, um só rebanho. Isto tiraria o poder protetor que a união cria contra os ataques de fora. Portanto, foi numa ocasião bem oportuna que Zacarias cortou em pedaços o bordão chamado União (ou: Liames) neste momento. Isto havia de ilustrar que se tirou o alicerce da “fraternidade” entre os do reino de Judá e os do reino das dez tribos de Israel. Foi por causa da questão de terem um só rei messiânico, alguém da linhagem real de Davi que a nação das doze tribos se partiu em dois reinos, Judá e Israel, após a morte do Rei Salomão em 997 A.E.C. Portanto, o rompimento do pacto da Lei mosaica não só significava o fim da “afabilidade” de Jeová ou de seu favor para com o seu antigo povo escolhido, mas também que cessaram o cuidado e a proteção divinos para manter a nação unida como um conjunto harmonioso. Os vínculos espirituais que criaram a fraternidade foram tirados, e os meros vínculos materiais não eram bastante fortes para mantê-los unidos como irmãos.

      40. (a) Por que era esta subestimação do pastor de Jeová mais séria no caso daquele que foi prefigurado por Zacarias? (b) O que devia um Pastor-governante receber de seus súditos em pagamento?

      40 A subestimação das provisões de Deus e a rejeição delas sempre leva a conseqüências tristes. Grande como foi a subestimação de Jeová como o Grande Pastor, no caso do profeta Zacarias, ela foi ultrapassada em muito no caso do Pastor messiânico representado por Zacarias. Este não foi outro senão o Filho de Deus, a quem Deus enviou do céu para se tornar o Pastor Excelente a entregar sua alma ou depor a sua perfeita vida humana a favor de todas as criaturas humanas semelhantes a ovelhas. (João 10:14-18) Visto que o Messias Jesus agia como pastor em benefício de seu Pai celestial, ele podia ter usado de seu direito de pedir seu salário em benefício de seu Pai. Qual é o salário ou o pagamento que um pastor governamental pede de seus súditos? É que seus súditos o apóiem, bem como seu governo, quer de modo material, quer por serviços leais prestados. Os funcionários nomeados sob o pastor governamental são os que devem cuidar de que o pastor receba tal salário ou pagamento de todos os seus súditos. Assim como escreveu Salomão, rei teocraticamente designado: “Filho meu, teme a Jeová e ao rei. Não te metas com os que estão a favor duma mudança.” — Provérbios 24:21.

      41. (a) Obrigou Zacarias o povo a lhe pagar seu salário de pastor? (b) Quando podiam os representantes judaicos ter pago a Jesus como Pastor, mas quando foram obrigados a lhe darem um valor?

      41 Jesus serviu fielmente durante quase três anos e meio como pastor espiritual sobre as “ovelhas perdidas da casa de Israel”. Perto do fim da sua obra de pastoreio, durante a última semana de sua vida na carne humana na terra, ele não foi diretamente aos representantes pastorais de Israel, assim como fez o profeta Zacarias, pedindo seu salário ou pagamento. Zacarias disse aos dos seus dias que, se não quisessem pagar, não o precisavam fazer: “Se for bom aos vossos olhos, dai-me o meu salário; mas, se não, deixai-o.” (Zacarias 11:12) No caso de Jesus, quando entrou em forma triunfal em Jerusalém, montado num jumentinho, os representantes pastorais de Israel lhe podiam ter pago o salário de aceitá-lo como o verdadeiro Messias enviado e ungido por Jeová. Mas, deixaram de fazer isso. No entanto, três dias depois (12 de nisã de 33 E.C.), foram obrigados a dar-lhe um valor monetário como pastor espiritual. De que modo? Leiamos:

      42. Que valor foi estipulado a Judas Iscariotes por Jesus, e quando?

      42 “Então um dos doze, aquele chamado Judas Iscariotes, dirigiu-se aos principais sacerdotes e disse: ‘O que me dareis para traí-lo a vós?’ Estipularam-lhe trinta moedas de prata. De modo que daquele momento em diante [12 de nisã] ele buscava uma boa oportunidade para traí-lo. No primeiro dia dos Pães não Fermentados [14 de nisã], os discípulos vieram a Jesus, dizendo: ‘Onde queres que preparemos para comeres a páscoa?’” — Mateus 26:14-17.

      43. Qual era a atitude de Jesus para com a venda dele por este traidor conhecido e quando se consumou a venda?

      43 Aqueles pastores religiosos deram a Judas Iscariotes trinta moedas de prata. (Marcos 14:10, 11; Lucas 22:3-6) Jesus sabia de antemão que seria traído e que o traidor seria Judas Iscariotes. (Mateus 17:22, 23; 20:17-19; 26:1, 2, 24, 25) Jesus não fez nada para impedir a sua venda em traição. (Mateus 26:45-57) De fato, facilitou a traição, para que ocorresse no tempo devido de Deus, pois, na ceia pascoal, ele identificou Judas Iscariotes e o mandou embora com as palavras: “O que fazes, faze-o mais depressa.” O traidor saiu imediatamente para cumprir seu trato com os pastores religiosos. (João 13:21-30) Horas depois cumpriu-se esta traição naquela noite da Páscoa e Judas Iscariotes mereceu seu dinheiro. (João 18:1-14) Consumara-se a avaliação de Jesus, o Pastor messiânico. Por trinta siclos de prata, o preço dum escravo segundo o pacto da Lei mosaica! Que valor majestoso!

      44, 45. (a) O que se fez com o dinheiro com que Zacarias foi avaliado? (b) O que se fez com o dinheiro que Judas Iscariotes aceitou por trair Jesus?

      44 Judas Iscariotes aceitou este preço. Ele havia sido tesoureiro dos doze apóstolos, mas não colocou o dinheiro na caixa deles. Guardou-o para si mesmo — por algum tempo! (João 12:4-6) No caso antigo do profeta Zacarias, ele não ficou com os trinta siclos de prata que lhe foram pagos como seu salário. O dinheiro pertencia realmente ao seu Amo, Jeová, e por isso Jeová lhe disse: “Lança-o na tesouraria.” Zacarias fez isso. (Zacarias 11:12, 13) Sua ação era premonição de alguma coisa. Não é que Zacarias prefigurasse Judas Iscariotes, mas, de qualquer modo, igual a Zacarias, Judas não ficou com seus trinta siclos de prata. Relata-se para nós o que fez com eles, ou antes, o que resultou de ele se livrar do dinheiro da traição:

      45 “Ao amanhecer, todos os principais sacerdotes e os homens mais maduros do povo realizaram uma consulta contra Jesus, a fim de o entregarem à morte. E, depois de o amarrarem, levaram-no e entregaram-no a Pilatos, o governador. Então Judas, que o traiu, vendo que tinha sido condenado, sentiu remorso e devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e homens mais maduros, dizendo: ‘Pequei quando traí sangue justo.’ Eles disseram: ‘Que temos nós com isso? Isso é contigo!’ De modo que ele lançou as moedas de prata dentro do templo e retirou-se, e, tendo saído, enforcou-se. Mas os principais sacerdotes tomaram as moedas de prata e disseram: ‘Não é lícito deitá-las no tesouro sagrado, porque são o preço de sangue.’ Depois de se consultarem entre si, compraram com elas o campo do oleiro, para enterrar os estranhos. Aquele campo veio por isso a ser chamado de ‘Campo de Sangue’, até o dia de hoje. Cumpriu-se assim aquilo que fora falado por intermédio de Jeremias, o profeta, que disse: ‘E tomaram as trinta moedas de prata, o preço do homem com que foi avaliado, daquele a quem alguns dos filhos de Israel puseram um preço, e deram-nas pelo campo do oleiro, segundo o que Jeová me tinha ordenado.’” — Mateus 27:1-10.

      46. (a) Como se referiu o apóstolo Pedro mais tarde a Judas Iscariotes e ao que se fez com os trinta siclos? (b) Que incoerência mostraram os sacerdotes para com o sangue que aqueles trinta siclos representavam?

      46 Visto que o dinheiro usado pelos sacerdotes na compra do campo do oleiro havia sido provido por Judas Iscariotes, o apóstolo Pedro falou de Judas comprar o campo para o enterro dos judeus que morressem durante a visita a Jerusalém, ou de prosélitos. Pedro disse à congregação cristã a respeito de Judas: “Este mesmo homem, portanto, comprou um campo com o salário da injustiça, e, jogando-se de cabeça para baixo [depois de se enforcar bem alto], rebentou ruidosamente pelo meio e se derramaram todos os seus intestinos. Também todos os habitantes de Jerusalém ficaram sabendo disso, de modo que aquele campo foi chamado na língua deles Acéldama, isto é: Campo de Sangue.” (Atos 1:18, 19) Os sacerdotes apenas agiram por Judas ao tirarem o dinheiro do santuário do templo, onde Judas havia lançado os trinta siclos de prata, e o darem ao vendedor do campo do oleiro. Os sacerdotes compreenderam a impropriedade de se lançar o “preço de sangue” no tesouro do templo, mas ao mesmo tempo acharam-se aptos para servir naquele templo, apesar de terem causado o derramamento daquele sangue.

      47. (a) Como podia o apóstolo Mateus dizer Jeremias e ainda assim referir-se a Zacarias? (b) Como é esta dificuldade eliminada pela versão aramaica?

      47 Observamos que o apóstolo Mateus diz em Mateus 27:9, 10, que se cumpriu a declaração do profeta Jeremias. Se Mateus se referiu à parte das Escrituras Hebraicas conhecida como Os Profetas, e esta parte foi nos dias de Mateus encabeçada pela profecia de Jeremias, então o nome Jeremias inclui todos os outros livros proféticos, inclusive o de Zacarias. Neste caso, Mateus realmente se referiu a Zacarias, embora usasse o nome de Jeremias.b A Bíblia Sagrada de Antigos Manuscritos Orientais (Pesita), em inglês, omite o nome e reza: “Cumpriu-se então o que fora falado pelo profeta, a saber: Tomei as trinta moedas de prata, o preço caro que foi negociado com os filhos de Israel, e dei-as pelo campo do oleiro, conforme o Senhor me mandou.” (George M. Lamsa, 1957) O Novo Testamento Siríaco, traduzido para o inglês da Versão Pesito por James Murdock (direitos autorais de 1893), diz o mesmo, omitindo o nome do profeta.c

      48. (a) Como mostra a tradução liberal de Mateus da profecia de Zacarias o que se fez com os trinta siclos? (b) Este cumprimento da profecia de Zacarias confirma que ele representava ali a quem?

      48 Visto que Mateus 27:9, 10, corresponde a Zacarias 11:13, e a nada do que há no livro de Jeremias, a citação de Mateus deve ter sido uma tradução livre de Zacarias 11:13. A maneira em que Mateus traduziu Zacarias 11:13 destinava-se evidentemente a mostrar como se cumpriu Zacarias 11:13, a saber, que eles “tomaram”, quer dizer, os representantes sacerdotais de Israel tomaram, as trinta moedas de prata do chão do templo, e eles, os sacerdotes, atuando por uma pessoa, Judas Iscariotes, “deram-nas pelo campo do oleiro”. Zacarias 11:13 não nos diz o que se fez depois com os trinta siclos de prata que Zacarias lançou no tesouro do templo de Jeová. No entanto, Mateus nos diz o que se fez com o dinheiro em cumprimento da profecia, enquadrando-se nas circunstâncias mudadas. Este cumprimento confirma que o pastor Zacarias representa aqui o traído e vendido Pastor messiânico, Jesus, avaliado num preço tão baixo.

      49. O cumprimento da quebra do bordão chamado “União”, por Zacarias, ocorreu quando, e com que conseqüências para os judeus?

      49 Assim como Zacarias depois quebrou o segundo bordão chamado “União” ou “Liames”, assim a traição contra Jesus, por trinta siclos de prata, levou ao cancelamento do pacto da Lei mosaica com Israel por parte de Jeová. Quando o ressuscitado Jesus ascendeu ao céu e compareceu perante a presença de Deus, apresentando a Ele o valor do seu perfeito sacrifício humano, então foi apagado o pacto da Lei mosaica e foi inaugurado o prometido novo pacto com o Israel espiritual, o Israel cristão. (Efésios 2:13-16; Colossenses 2:14-17; Hebreus 9:24-28) Isto deixou os judeus naturais, circuncisos, que haviam recusado o novo pacto mediado por Jesus Cristo, expostos a falsos cristos judaicos. Deixou-os sem um verdadeiro vínculo teocrático de união, e sua desunião em várias seitas religiosas resultou em desastre para eles no sítio e na destruição de Jerusalém pelos romanos, no ano 70 E.C.

      50. Como deu a cristandade, de fato, um valor barato ao Pastor messiânico Jesus Cristo, como é ela culpada da violação do pacto e como será ela afetada por não mais ter a afabilidade de Deus?

      50 Igual ao antigo Israel, a cristandade, com suas centenas de seitas, rejeitou o cuidado pastoral do Pastor messiânico, o celestial Jesus Cristo. Como? Não segundo as suas profissões pias, é claro, mas segundo os seus atos. Ela o traiu por trair seus verdadeiros discípulos, aos quais ela tem perseguido, em muitos casos até a morte. Ela recusou os serviços dos pastores espirituais que lhe foram enviados pelo Pastor messiânico, celestial. O que lhes fez, de fato fez a ele. (Mateus 25:40, 45; Marcos 9:37; João 15:20, 21) Ela atribuiu assim um preço barato aos serviços pastorais dele, rejeitando-os. Isto revela que não está em harmonia com o novo pacto, que afirma aplicar-se a ela; e assim, tomando-a pela sua palavra ela violou este novo pacto. De modo que não usufrui a Afabilidade ou o favor de Jeová Deus e Ele não a protege para mantê-la em união. Ela também fica exposta a todos os falsos cristos. Sua desunião continuará até a vindoura “grande tribulação”, representada pela destruição de Jerusalém em 70 E.C. — Mateus 24:21, 22.

      UM “PASTOR INÚTIL”

      51. (a) A rejeição do Pastor messiânico pela cristandade deixa o povo entregue à liderança de quem? (b) Em vez de aceitar o Pastor messiânico provido por Jeová, a cristandade escolheu que organização?

      51 Quando o Pastor Excelente de Jeová, Jesus Cristo, e seus verdadeiros subpastores são rejeitados pelo povo que professa adorar o Deus da Bíblia Sagrada, não resta nada a tais pessoas senão cair sob a liderança de pastores egoístas, de mentalidade mundana. (1 Pedro 5:1-4) Jeová denunciou os pastores governamentais egoístas e tranqüilizou as pessoas semelhantes a ovelhas, dizendo: “E vou suscitar sobre elas um só pastor e ele terá de apascentá-las, sim, meu servo Davi. Ele mesmo as apascentará e ele mesmo se tornará seu pastor. E eu mesmo, Jeová, me tornarei seu Deus, e meu servo Davi, maioral no meio delas. Eu, Jeová, é que falei.” (Ezequiel 34:23, 24) Jesus Cristo, filho do antigo Rei Davi, é este Pastor prometido. No ano 1919 E.C., a cristandade rebaixou o valor de seus cuidados pastorais e rejeitou a ele e seu reino. Em vez disso, ela escolheu uma organização internacional criada pelos homens em prol de paz e segurança mundiais, a Liga das Nações, que foi sucedida pelas Nações Unidas, que em 1972 tinham 132 nações-membros. Ela colheu as conseqüências disso.

      52. Que conseqüências colheu a cristandade por rejeitar o Pastor messiânico e sua liderança?

      52 Que conseqüências? Uma safra de pastores governamentais egoístas que engrandecem a si mesmos, junto com seus associados religiosos. Jeová Deus ilustrou tais conseqüências por meio do profeta Zacarias: pastores mundanos prefigurados por um “pastor inútil”, uma classe tola, incompetente e imprestável de líderes. Depois de todas estas décadas de experiência com tais líderes, desde 1919 E.C., podemos ver como se harmonizam com o tipo de pastor que Jeová Deus descreveu profeticamente, conforme registrado por Zacarias, que escreveu:

      53. Que apetrechos se mandou que Zacarias tomasse para si, como procederia o pastor suscitado e o que lhe aconteceria?

      53 “E Jeová prosseguiu, dizendo-me: ‘Toma ainda para ti os apetrechos dum pastor inútil. Pois, eis que deixo surgir no país um pastor. Não voltará a sua atenção para as ovelhas que estão sendo eliminadas. Não procurará a nova e não curará a ovelha quebrantada. Não suprirá alimento à que está sozinha e comerá a carne da gorda, e ele arrancará os cascos das ovelhas. Ai do meu pastor imprestável que abandona o rebanho! Haverá uma espada sobre o seu braço e sobre o seu olho direito. Seu próprio braço secar-se-á impreterivelmente e seu próprio olho direito turvar-se-á sem falta.’” — Zacarias 11:15-17.

      54. As condições das nações atuais provam que as pessoas têm que espécie de “pastores”, e por que se permitiu que tais líderes surgissem?

      54 Hoje em dia, não são as pessoas, mesmo as da cristandade, sem se falar das do paganismo, semelhantes a ovelhas eliminadas ou perdidas, quebrantadas e sem receber cura, famintas e ameaçadas pela fome mundial, das quais se alimentam pastores corrutos, subornados, parasíticos e imprestáveis, que as devoram até mesmo até os “cascos” ou que as guiam por caminhos tão acidentados, que lhes arrancam os “cascos”? As condições nas nações, tanto nas chamadas cristãs como nas pagãs, dão resposta eloqüente a esta pergunta. Por quanto tempo mais podem continuar as “ovelhas”? Mas, esta é a conseqüência de se recusar o Pastor messiânico de Jeová. Visto que o preferiram assim, ele permitiu que surgisse uma classe pastoral inútil, imprestável e prejudicial mesmo na terra da cristandade.

      55. Por que foi que Zacarias, embora tomasse para si os implementos dum pastor inútil, não sofreu a tribulação que Jeová proferiu contra esta espécie de pastor inútil?

      55 Mandou-se que o profeta Zacarias ilustrasse o surgimento de tal classe dum “pastor inútil” em nosso tempo, bem como no tempo de Jesus Cristo e de seus apóstolos, no primeiro século E. C. O próprio Zacarias não se tornou tal pastor inútil e tolo; mandou-se apenas que tomasse os apetrechos ou o equipamento dum pastor e retratasse a presença e a conduta falha de tal espécie de pastor. Por conseguinte, Zacarias não sofreu a tribulação que Jeová pronunciou contra tal pastor negligente, imprestável e desapiedado.

      56. Como tem estado uma “espada” sobre o “braço” e o “olho direito” de tal classe dum “pastor inútil”?

      56 O mundo inteiro da humanidade não pode esperar alívio ou livramento da parte de tais pastores governamentais de escolha e nomeação humanas. A espada executora da autoridade de Jeová é contra tais pastores-governantes, os quais por sua vez, por muito tempo, têm levado a “espada” do poder de execução. (Rom. 13:4; Atos 12:1, 2) Por não terem a bênção de Jeová neste seu “tempo do fim”, seu “braço” de poder e capacidade já está ressecando; seu “olho direito”, seu melhor olho para discernir soluções e para supervisão governamental, enfraquece cada vez mais. Mas, na vindoura “grande tribulação” do mundo, Jeová destruirá esta classe dum “pastor inútil”, com olhos, braços e tudo o mais.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Veja The Bible Students Monthly, Volume VI, N.º 7, que dizia sob o título “Rabino Wise Culpa Igrejas Pela Guerra”: “‘O fracasso das igrejas e das sinagogas de manter a liderança sobre o povo foi a causa da presente guerra’, disse ontem o Rabino Stephan S. Wise na Sinagoga Livre, no Carnegie Hall. O Rabino Wise caracterizou a atual atitude das igrejas como ‘fraca, vacilante, hesitante e tímida’. Ele disse que o Estado conquistou a igreja e que esta última se tornou seguidora em vez de líder da opinião pública.

      “‘Entronizaram um Diabo de guerra’, disse ele, ‘no lugar de Deus. As igrejas não se tomam a sério. Satisfazem-se com ser apenas um objeto da organização social e defender seus países e seus governantes — justos ou injustos. A igreja é açaimada e sufocada em submissão. É igual a um cão mudo, velho e desdentado, que não mais pode morder.

      “‘Muitos de nós esperavam que o poder socialista evitasse uma guerra tal como esta, e ficamos amargamente desapontados com os socialistas da Europa quando deixaram de fazer isso. Mas nunca esperávamos que as igrejas, mesquitas e sinagogas evitassem a guerra. Nenhum de nós esperava delas algo assim, e sabemos o que aconteceria a qualquer líder da Igreja Anglicana que se atrevesse a erguer a voz contra a participação de seu país no conflito atual.

      “‘Franz Josef passa pela fórmula inócua de lavar os pés duma dúzia de peregrinos em cada Páscoa e a igreja está satisfeita com ele. O Czar é o chefe de sua igreja no domingo e o chefe de seu exército durante a semana.

      “‘E quando as nações se preparavam para esta guerra, elas nunca consultaram as igrejas, porque elas sabiam que assim como confiavam no seu corpo de ambulâncias e na sua intendência, assim podiam confiar nas igrejas para apoiá-las.

      “‘Seria melhor que os missionários ensinassem o cristianismo primeiro em casa.’

      “O rabino concluiu:

      “‘Nossas almas ficam feridas quando lemos a respeito da destruição de catedrais em Rheims e em outros lugares; no entanto, estas catedrais foram destruídas há muito tempo atrás e o que caiu agora são apenas as paredes externas.

      “‘Deuses de guerra, deuses de dinheiro e deuses do poder têm destruído estes edifícios século após século.’” — American de Nova Iorque, 12 de outubro de 1914, página 4.

      b A Versão Siríaca (filoxeniana harcleiana, uma revisão do sétimo século) usa o nome Zacarias em vez de Jeremias.

      c Em Mateus 27:9, 10, o Manuscrito Sinaítico do quarto século E. C. reza “eu [tomei]” em vez de “eles [tomaram]”. Assim também rezam as versões siríacas, a filoxeniana harcleiana, a Pesito e o Códice Sinaítico. Isto concorda com Zacarias 11:13, que diz: “Tomei.”

  • O reino resiste ao ataque internacional
    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 19

      O reino resiste ao ataque internacional

      1. Por meio de que força, não controlada por cientistas, nos foi comunicada tal proclamação desde o espaço sideral, disponível à maioria de nós por meio de quê?

      COMUNICAÇÕES internacionais — por cabograma, telegrama, telefone, rádio e televisão — têm levado as proclamações dos governantes pastorais até os fins da terra. A aparente importância de tais proclamações lhes mereceu tal ampla divulgação. No entanto, por meio duma força que os cientistas deste século vinte não puderam dominar, transmitiu-se uma proclamação da mais elevada importância, desde além do espaço sideral, para a nossa terra. A classificação elevada desta proclamação não é alta demais, porque é a pronúncia feita pelo Criador da terra e do céu e foi transmitida por meio de sua força ativa invisível, a saber, seu espírito santo. Também, esta pronúncia ficou disponível para consulta pela vasta maioria da população da terra por meio de centenas de milhões de exemplares impressos da Bíblia Sagrada, em centenas de línguas. Ao lermos esta pronúncia que leva o nome do Criador, julguemos nós mesmos se é de importância internacional agora ou não:

      2. Segundo esta pronúncia, como faria Jeová que Jerusalém se parecesse para as nações e semelhante a que faria Ele seu povo para as nações atacantes?

      2 “Uma pronúncia: ‘A palavra de Jeová a respeito de Israel’, é a pronunciação de Jeová, Aquele que estendeu os céus, e lançou o alicerce da terra, e formou o espírito do homem no seu íntimo. ‘Eis que eu faço de Jerusalém uma taça que causa tontura a todos os povos ao redor; e também contra Judá ele virá a estar em sítio, sim, contra Jerusalém. E naquele dia terá de acontecer que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos. Todos os que a levantarem, sem falta se arranharão severamente; e todas as nações da terra hão de ser ajuntadas contra ela. Naquele dia, é a pronunciação de Jeová, ‘golpearei todo cavalo com desnorteamento e seu cavaleiro com loucura; e abrirei meus olhos sobre a casa de Judá e golpearei todo cavalo dos povos com a perda da vista. E os xeques de Judá terão de dizer no seu coração: “Os habitantes de Jerusalém são para mim uma força por Jeová dos exércitos, seu Deus.” Naquele dia farei os xeques de Judá como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado, e terão de devorar à direita e à esquerda todos os povos ao redor; e Jerusalém ainda terá de ser habitada no seu próprio lugar, em Jerusalém.”’

      3, 4. Por que não conseguiram os judeus naturais, circuncisos, apresentar uma explicação de Zacarias 12:1-6, que se aplique à história de sua nação?

      3 Estas palavras de Zacarias 12:1-6 são hoje um enigma para os judeus naturais, circuncisos. Eles procuraram achar o cumprimento destas palavras proféticas na história antiga de sua nação, entre o tempo desta “pronúncia”, no sexto século antes de nossa Era Comum (por volta de 518 A.E.C.) e a destruição de Jerusalém pelas legiões romanas no ano 70 E.C. Mas não puderam encontrar nada de autêntico em confirmação da profecia. Por que não? Porque o cumprimento da “pronúncia” chega ao seu auge ou clímax num Israel e numa Jerusalém de ordem mais elevada do que a do Israel natural, carnal, e da Jerusalém terrestre. Assim, quando a Jerusalém terrestre e seu templo foram destruídos em 70 E.C., houve então uma Jerusalém que permaneceu. Naturalmente, não uma terrena. Tratava-se daquela de que fala o escritor de Hebreus 12:22-24. Embora escrevesse por volta de 61 E.C., cerca de nove anos antes de a Jerusalém terrestre ser demolida em 70 E.C., ele escreveu a hebreus cristianizados:

      4 “Mas vós vos chegastes a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial, e a miríades de anjos, em assembléia geral, e à congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e às vidas espirituais dos justos que foram aperfeiçoados, e a Jesus, o mediador dum novo pacto, e ao sangue da aspersão, que fala melhor do que o sangue de Abel.”

      5. Qual era a “congregação dos primogênitos” a que se chegaram aqueles hebreus cristianizados por volta de 61 E.C. e que cidade possuía tal “congregação”?

      5 A “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”, à qual se chegaram estes hebreus cristianizados, não era a congregação do Israel natural, carnal, da qual haviam sido parte antes de sua conversão ao cristianismo. Antes, era a “congregação” do Israel espiritual e havia sido introduzida no “novo pacto” que Jesus, o mediador, validou com o seu próprio “sangue de aspersão”, que fala melhor do que o sangue de Abel, o primeiro mártir de Jeová. Em perfeita harmonia com estes fatos, este Israel espiritual tinha uma Jerusalém mais elevada, a “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”.

      6. O que representava a Jerusalém terrestre como cidade do trono de Jeová, e quando e a que se fez uma transferência do que foi representado assim?

      6 A Jerusalém terrestre era o lugar onde a linhagem de reis da família real de Davi havia tido seu trono, chamado “trono de Jeová”, porque o ocupante dele representava a Jeová Deus, o verdadeiro e invisível Rei de Israel. Visto que Jeová havia pactuado com o Rei Davi um reino eterno, com um herdeiro permanente dele no trono, Jerusalém, como a cidade do trono, representava o direito dado por Deus a um reino nas mãos dum descendente do Rei Davi. (1 Crônicas 29:23; 2 Samuel 7:14-16) Jesus Cristo, “filho de Davi, filho de Abraão”, era este Herdeiro Permanente. Por conseguinte, quando Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, subiu ao céu e compareceu perante a presença de Deus, assentando-se à direita dele, acompanharam-no sua herança e seu direito ao reino, que não havia perdido. O direito ao Reino foi assim transferido da Jerusalém terrestre para a “Jerusalém celestial” no ano 33 E.C. — Atos 2:29-36; Salmo 110:1, 2; Hebreus 10:12, 13.

      7. Em vista da derrubada do reino davídico na Jerusalém terrestre, em 607 A.E.C., quando foi Que Jeová tornou Jerusalém “uma taça que causa tontura a todos os povos” (Zacarias 12:2)?

      7 No ano 607 A.E.C., os babilônios derrubaram o reino de Davi na Jerusalém terrestre e o reino se havia de tornar de ninguém “até que venha aquele que tem o direito legal”, tempo em que Deus o daria a este. (Ezequiel 21:25-27) Quando veio este que tem o “direito legal” e recebeu o reino de Jeová, o grande Teocrata? Foi em 1914 E.C., no fim dos Tempos dos Gentios, por volta de 4/5 de outubro (15 de tisri). Jeová entronizou então seu Filho Jesus Cristo na “Jerusalém celestial”. Foi também então, em cumprimento do Salmo 110:1, 2, que Jeová enviou o bastão de força de Cristo do Monte Sião celestial, dizendo: “Subjuga no meio dos teus inimigos.” Por meio deste ato e naquela ocasião, o Grande Criador do céu e da terra cumpriu a sua pronúncia e fez de Jerusalém, da “Jerusalém celestial”, “uma taça que causa tontura a todos os povos”. — Zacarias 12:1, 2; Revelação 11:15.

      8. (a) Quando o Rei Davi fez de Jerusalém a cidade do seu trono, o que tentaram fazer os filisteus, e com que resultado? (b) Quando e como se passou a avisar a cristandade a respeito da entronização de Cristo no fim dos Tempos dos Gentios?

      8 Dois mil novecentos e oitenta e três anos antes disso, o Rei Davi havia capturado a Jerusalém terrestre e a constituído em sua capital. Ao ouvirem isso, seus inimigos ferrenhos, os filisteus, subiram contra Jerusalém e tentaram destronar a Davi. Duas miraculosas derrotas sucessivas rechaçaram os atacantes para a Filístia. (2 Samuel 5:17-25; Salmo 2:1-6) O que verificamos, então, no caso da “Jerusalém celestial” com o seu recém-entronizado Rei Jesus Cristo, o Herdeiro Permanente de Davi? Durante décadas antes de 1914 E.C., desde o ano de 1876 E.C., as nações e os povos do mundo foram avisados de que os Tempos dos Gentios terminariam naquele ano.a Cristãos dedicados e batizados, tais como Charles Taze Russell, que se tornou presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados (dos E. U. A.), foram usados para dar este aviso, especialmente às nações da cristandade. Estas professas nações cristãs desprezaram o aviso e iniciaram sua primeira guerra mundial em 28 de julho de 1914.

      9. Durante a Primeira Guerra Mundial, como se ajuntaram aquelas nações aguerridas em volta da “Jerusalém celestial” como em volta duma “taça” de bebida para o seu prazer?

      9 Durante esta guerra, as nações aguerridas aproveitaram a lei marcial e a histeria e o fervor nacionalista do tempo de guerra para perseguir estes cristãos dedicados, batizados e ungidos com espírito, que lhes haviam dado o aviso e que haviam tomado sua posição a favor do reino messiânico, estabelecido, de Jeová. As nações reuniram-se assim em volta deles como que em volta duma taça para beber, para tomar goles de prazer e dar vazão à sua oposição aos representantes do Reino de Deus. Visto que estes cristãos dedicados e ungidos faziam parte da “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”, estas nações, de fato, reuniram-se em torno da “Jerusalém celestial” como ao redor duma “taça” para bebida. Durante um tempo, estas nações sentiram-se muito alegres, conforme predito em Revelação 11:7-10.

      10, 11. Depois da Primeira Guerra Mundial, como veio a “Jerusalém celestial” a ser sitiada pelas nações, e eram estas também “contra Judá”?

      10 Depois do fim da Primeira Guerra Mundial em 11 de novembro de 1918, as nações do mundo não pararam com a sua hostilidade ao reino messiânico, de Deus, estabelecido na “Jerusalém celestial”. Nos anos seguintes, adotaram a Liga das Nações como substituto do reino celestial de Deus. Iniciaram assim um sítio figurativo da “Jerusalém celestial”. Este sítio expressou-se na oposição e perseguição das nações contra o restante ungido da “congregação dos primogênitos”, que proclamavam o reino messiânico da “Jerusalém celestial”. Visto que estes discípulos de Jesus Cristo o apoiavam como “o Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”, eram judeus espirituais ou eram espiritualmente da tribo de Judá. Portanto, junto com a Jerusalém celestial, estes judeus espirituais estavam sendo sitiados pelas nações contrárias ao Reino. Foi assim como se predisse em Zacarias 12:2:

      11 “Eis que faço de Jerusalém uma taça que causa tontura a todos os povos ao redor; e também contra Judá ele virá a estar em sítio, sim, contra Jerusalém.” (NM) “Eis o que farei de Jerusalém: um copo inebriante para todos os povos circunvizinhos; também Judá será cercado pelo inimigo com Jerusalém.” (CBC) “Eis que farei de Jerusalém um lugar temível para todo o povo ao redor dela, também haverá um sítio tanto contra Judá como contra Jerusalém.” (Lamsa, em inglês) “Eis que eu farei de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor, e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém.” — ALA.

      12. Como mostraram os judeus espirituais um espírito diferente do que haviam mostrado durante a Primeira Guerra Mundial, adotando assim que atitude apostólica?

      12 Ao passo que as nações mundanas adotaram em 1919 E. C. a Liga das Nações como organização internacional de paz e segurança mundiais, os do restante ungido de Judá espiritual começaram a proclamar mais do que nunca as boas novas do reino do “Leão que é da tribo de Judá, a raiz de Davi”. Portanto, a partir de então, as nações do mundo começaram a sitiar esta Judá espiritual na terra, prolongando e persistindo nos seus esforços de vencer a resistência e o não-conformismo destes judeus espirituais. Bem diferente de seu proceder geral durante a Primeira Guerra Mundial, estes judeus espirituais negaram-se a se deixar atemorizar pelas nações. Discerniram sua comissão do Deus Altíssimo de modo mais claro do que anteriormente e escolheram o proceder apostólico: “Temos de obedecer a Deus como governante antes que aos homens.” (Atos 5:29) Apegaram-se a este proceder mesmo no meio da Segunda Guerra Mundial. Apegaram-se a uma estrita neutralidade cristã para com as controvérsias internacionais, assim como declararam abertamente em 1.º de novembro de 1939. As nações ficaram desnorteadas em vista da atitude de estrita neutralidade adotada por estas testemunhas cristãs de Jeová. — Veja A Sentinela Anunciando o Reino de Jeová, edição inglesa de 1.º de novembro de 1939, páginas 323-333; edição portuguesa de fevereiro de 1940, páginas 19-28.

      13. Por meio de que proceder ‘arranharam-se severamente’ as nações, e por quê?

      13 A atitude intransigente das testemunhas cristãs de Jeová a favor da neutralidade, recorrerem corajosamente aos tribunais dos países para manter os seus direitos civis e aumentarem constantemente a pregação das boas novas do reino messiânico de Jeová, tudo isso fez com que as nações ficassem tontas. O direito do Reino, conforme representado pela “Jerusalém celestial”, tornou-se uma “pedra pesada” para as nações. Ao tentarem tirá-la do caminho de seus ambiciosos planos mundiais de domínio global, por interferirem nos pregadores do Reino, as nações intrometidas ‘se arranharam severamente’. Não obtêm satisfação para si mesmas, mas apenas dores agudas dum fracasso humilhante. Sua reputação sofre. Não podem remover nem anular o direito do Reino de ser pregado, nem podem silenciar o restante que obedece à ordem de Jeová de pregá-lo em todo o mundo.

      14. Como já cumpriu Jeová sua pronúncia a respeito dos cavalos inimigos e seus cavaleiros, e para com quem abre ele os olhos? Por quê?

      14 De modo figurado, Jeová dos exércitos já fez conforme diz a Sua pronúncia. Ele desnorteou os que lutam contra os judeus espirituais, os embaixadores do Seu reino. Fez-se que os que montam a máquina de guerra agissem com loucura, como no caso dos ditadores frustrados, que enlouqueceram de fúria. Seus estrategistas de guerra não sabem mais que direção tomar, como se tivessem perdido a vista. Mas Jeová abre os olhos e os mantém abertos para dirigir a estratégia de sua “casa de Judá” espiritual.

      15. Como ficaram os xeques judeus inflamados “como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado”, para a direita e para a esquerda?

      15 Quanto aos “xeques de Judá”, falando-se em sentido espiritual, o corpo governante da “casa de Judá” e os superintendentes das congregações dos judeus espirituais, Jeová os enche de zelo ardente para com os interesses terrestres do Reino da “Jerusalém celestial”. “Como um braseiro entre as árvores e como uma tocha acesa entre gavelas de cereal recém-segado”, incendeiam as coisas de modo espiritual, causando grandes discussões e controvérsias religiosas e consumindo a influência de muitos pastores-governantes, de modo que estes ficam expostos como sendo “realmente . . . lutadores contra Deus” e muitas de suas “ovelhas” se voltam para o reino de Deus. Isto ocorre à direita e à esquerda entre os povos. Em conseqüência desta atividade ardente e da determinação destes “xeques de Judá”, os judeus espirituais continuam no seu domínio espiritual dado por Deus, habitando-o em números cada vez maiores. Não abandonam a causa da “Jerusalém celestial”.

      16. Os “xeques de Judá” reconhecem que sua força para isso provém de que fonte, e o que usa tal fonte a favor deles?

      16 Não é na sua própria força que estes “xeques de Judá” e seus companheiros judeus realizam esta obra espiritualmente devastadora entre os que sitiam em hostilidade a causa do reino reinante de Deus. Confessam no seu coração de apreço que a força para fazer isso, sitiados por todo o mundo, vem duma fonte sobre-humana e sobrenatural. Vem da “Jerusalém celestial”, onde reina o entronizado Rei Jesus Cristo, tendo saído para subjugar no meio dos seus inimigos. Ele tem associados consigo os santos anjos. “Não são todos eles espíritos para serviço público, enviados para ministrar aos que hão de herdar a salvação?” (Hebreus 1:13, 14; Mateus 25:31) Os cristãos ungidos que se chegaram à “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, e que terminaram sua carreira terrestre na morte, sendo ressuscitados à vida e à imortalidade nos céus, também podem conceder força invisível aos corajosos e enérgicos “xeques de Judá” e aos companheiros judeus na terra. (Revelação 2:26-29) Atrás de toda esta ajuda desde a Jerusalém celestial está “Jeová dos exércitos, seu Deus”.

      ÀS NAÇÕES ATACANTES AGUARDA O ANIQUILAMENTO

      17, 18. (a) Por que não poderão as nações coroar com vitória seu longo sítio? (b) O que fará Jeová às nações que vêm contra “Jerusalém”, segundo a sua pronúncia?

      17 As nações mundanas não podem coroar com a vitória seu sítio longo e persistente contra o reino de Deus e os que servem como seus embaixadores em toda a terra. O Deus Todo-poderoso dará a estes judeus espirituais renovados poderes de perseverança, para suportar o sítio contra o Reino, mas ele enfraquecerá e finalmente exterminará os sitiadores que desafiam a Deus. Este é o significado das palavras adicionais da “pronúncia” divina, em Zacarias 12:7-9:

      18 “E Jeová há de salvar primeiro as tendas de Judá, com o fim de que a beleza da casa de Davi e a beleza dos habitantes de Jerusalém não fique engrandecida demais sobre Judá. Naquele dia Jeová será uma defesa ao redor dos habitantes de Jerusalém; e quem entre eles estiver tropeçando terá de tornar-se naquele dia como Davi, e a casa de Davi, como Deus [ou: ‘deiformes’], como o anjo de Jeová diante deles. E naquele dia terá de acontecer que procurarei aniquilar todas as nações que chegarem contra Jerusalém.”

      19. (a) O que se indica com a expressão “as tendas de Judá”? (b) Por que não se tornará a “beleza” dos outros envolvidos “engrandecida demais sobre Judá”?

      19 Esta expressão, “as tendas de Judá”, indica que os judeus espirituais não se escondem atrás de muralhas protetoras de cidades, mas estão no campo aberto, defendendo destemidamente os interesses do reino messiânico conforme representado por Jerusalém, a cidade do trono. Portanto, é razoável que os atacantes, antes de poder ir diretamente contra a cidade, tenham de eliminar todas as “tendas de Judá” que cercam a cidade em sua defesa. É por isso que Jeová dos exércitos tem de salvar primeiro as “tendas de Judá”, porque estas são o primeiro alvo direto do ataque. Por este motivo, elas poderão gabar-se da salvação delas por Jeová do mesmo modo que os habitantes da “Jerusalém celestial”, o local do Reino. Estas “tendas de Judá” terão a beleza da salvação de Jeová do mesmo modo que a “casa de Davi”, representada pelo Filho régio de Davi, Jesus Cristo, e assim como os “habitantes de Jerusalém”, os ressuscitados co-herdeiros do reino messiânico, os discípulos já ressuscitados e glorificados de Cristo. — Romanos 8:15-17; 2 Timóteo 2:11, 12.

      20. (a) Como tornou Jeová os “habitantes de Jerusalém” semelhantes a Davi e a casa de Davi semelhante ao anão de Jeová? (b) Como defendeu Jeová os “habitantes de Jerusalém”?

      20 Se Jeová, no caso dos habitantes de Jerusalém, os defende e impede que tropecem e caiam por fazê-los fortes e corajosos como Davi, o rei combatente, ele fará o mesmo com os judeus espirituais nas “tendas” deles lá fora no campo. A folha de serviços que os do restante ungido dos judeus espirituais produziram mostra agora que Ele fez isso. E ele continuará a fazê-lo no futuro, cumprindo plenamente sua promessa. Também, em vista da responsabilidade maior envolvida, Jeová fez ainda mais para com a “casa de Davi”, “casa” que é representada pelo Herdeiro Permanente de Davi, Jesus Cristo. Jeová o fez “como Deus, como o anjo de Jeová diante deles”. Não, não como o próprio Jeová, mas como o “anjo” de Jeová, que conduziu os filhos de Israel para fora da escravidão do Egito, em 1513 A.E.C. (Êxodo 14:19; 23:20, 23) Jeová dos exércitos já defendeu os habitantes da “Jerusalém celestial” por autorizar seu Rei reinante, Jesus Cristo, a expulsar Satanás, o Diabo, “o deus deste sistema de coisas”, para fora do céu e a mantê-lo fora. — Revelação 12:7-13; 2 Coríntios 4:4.

      21. (a) Em harmonia com a atuação da casa de Davi como o anjo de Jeová, qual é um dos títulos apropriados do Representante daquela “casa”? (b) Quanto tempo será o sítio de Jerusalém mantido pelo inimigo, e por que até então?

      21 De modo que o deiforme Filho de Davi, Jesus Cristo, age como o anjo de Jeová a favor dos judeus espirituais nas suas “tendas” na terra. Um dos nomes pelos quais é chamado é apropriadamente Deus Poderoso. (Isaías 9:6, 7) Então, como é que todas as nações deste mundo, apoiadas por Satanás, o Diabo, poderiam triunfar contra ele e contra as “tendas de Judá”, diante das quais ele serve como anjo de Jeová? Por força das circunstâncias, o sítio que elas movem ao reino messiânico tem de fracassar. Na sua ânsia de dominar o mundo, nunca levantarão o sítio, nem se retirarão em admissão da derrota ou do fracasso. Manterão o sítio até o fim!

      22. (a) Por que não precisará Jeová procurar muito ao procurar aniquilar as nações? (b) Qual será a ocasião para ele aniquilá-las?

      22 Precisará Jeová dos exércitos procurar muito, naquele dia, ao procurar “aniquilar todas as nações que chegarem contra Jerusalém”? De modo algum! Por meio de sua persistente oposição ao reino messiânico Dele e seu apoio da organização internacional de paz e segurança mundiais, da criação do homem, e por meio de sua hostilização e perseguição dos judeus espirituais, estas nações acumulam antecedentes condenatórios contra si mesmas. O Juiz Supremo de todos apercebe-se das contas que precisam ser ajustadas plenamente com elas. Quando ocorrer o ataque final contra as “tendas de Judá”, produzindo a situação mundial figurativamente chamada Har-Magedon, elas encherão plenamente a medida permitida.

      23. A que reduzirá Jeová estas nações e por meio de quem, com “beleza” para quem?

      23 Ao examinar até que ponto foram, Jeová dos exércitos ao procurar, achará plena justificativa para aniquilar estas nações que vão contra o Reino de sua “Jerusalém celestial”. Ele reduzirá estas nações a absolutamente nada, por meio de seu Rei reinante, que é “como Deus, como o anjo de Jeová”. (Revelação 16:13-16) Com quanta “beleza” isto coroará a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, bem como as “tendas de Judá”!

      O ‘TRASPASSADO’ QUE SE TORNOU REI

      24, 25. (a) Haverá choro por causa destas nações aniquiladas? (b) O choro por causa de quem prediz Jeová como notável?

      24 Não haverá nem choro nem lamentação por causa destas nações presunçosas que Jeová dos exércitos aniquilará na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso” no Har-Magedon. Mas havia choro e lamentação num acontecimento pesaroso que preparou o caminho para “a beleza da casa de Davi e a beleza dos habitantes de Jerusalém” naquele glorioso dia da salvação divina. Ao prosseguir a “pronúncia” de Jeová, o Criador do céu e da terra, ficamos sabendo deste acontecimento, pois O ouvimos dizer:

      25 “E eu vou derramar sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém o espírito de favor e de rogos, e eles certamente olharão para Aquele a quem traspassaram e certamente o lamentarão como no lamento por um filho único; e haverá lamentação amarga por ele como quando há lamentação amarga por um filho primogênito. Naquele dia será grande o lamento em Jerusalém, como o lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido. E a terra certamente lamentará, cada família sozinha; a família da casa de Davi sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família da casa de Natã sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família da casa de Levi sozinha, e suas mulheres sozinhas; a família dos simeítas sozinha, e suas mulheres sozinhas; todas as famílias restantes, cada família sozinha, e suas mulheres sozinhas.” — Zacarias 12:10-12; PIB.

      26. Para obtermos a resposta à pergunta de quem era o traspassado, recorremos aos escritos de que apóstolo, e como responde ele a nossa pergunta?

      26 Quem é “Aquele a quemb traspassaram” e para quem “certamente olharão”? Deixando de lado o emaranhado de conjeturas humanas, vamos diretamente à resposta inspirada provida por Aquele que fez esta “pronúncia” profética. Citamos as seguintes palavras inspiradas do registro escrito pelo galileu João, testemunha ocular de Jesus Cristo ser pendurado numa estaca entre dois malfeitores pendurados em estacas, na sexta-feira, 14 de nisã de 33 E.C.:

      Então, os judeus, visto ser a Preparação, a fim de que os corpos não permanecessem nas estacas de tortura no sábado, (pois era grande o dia daquele sábado,) solicitaram que Pilatos fizesse quebrar-lhes as pernas e retirar os corpos. Os soldados vieram, portanto, e quebraram as pernas do primeiro homem e as do outro homem que com ele tinham sido pendurados em estacas. Mas, ao chegarem a Jesus, vendo que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. No entanto um dos soldados furou-lhe o lado com uma lança, e saiu imediatamente sangue e água. E aquele que viu isso tem dado testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro, e esse homem sabe que diz coisas verdadeiras, a fim de que vós também creiais. De fato, estas coisas ocorreram, a fim de que se cumprisse a escritura: “Nenhum osso seu será esmagado.” E, novamente, uma escritura diferente diz: “Olharão para Aquele a quem traspassaram.” — João 19:31-37.

      27. Nos seus escritos, que outra ligação faz João entre Jesus e o ‘traspassado’?

      27 Há também outra maneira de se relacionar este Jesus Cristo com o ‘traspassar’, quando o mesmo apóstolo João escreve:

      Aquele que nos ama e que nos soltou dos nossos pecados por meio de seu próprio sangue — e ele fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai — sim, a ele seja a glória e o poderio para sempre. Amém.

      Eis que ele vem com as nuvens e todo olho o verá, e aqueles que o traspassaram; e todas as tribos da terra baterão em si mesmas de pesar por causa dele. Sim, amém. — Revelação 1:5-7.

      28. O que escreveu o médico Lucas, indicando que Jesus foi ‘traspassado’ depois, não antes, de ter morrido?

      28 De modo que se traspassou o lado de Jesus algum tempo depois de ele ter expirado, não antes, sendo que o Doutor Lucas escreve sobre isso:

      Bem, era então já cerca da sexta hora [meio-dia], contudo, caiu escuridão sobre toda a terra, até à nona hora [15 horas], porque a luz do sol falhou; a cortina do santuário rasgou-se então pelo meio. E Jesus exclamou com voz alta e disse: “Pai, às tuas mãos confio o meu espírito.” Dizendo isso, expirou. Vendo o que estava ocorrendo, o oficial do exército [centurião] começou a glorificar a Deus, dizendo: “Realmente, este homem era justo.” E todas as multidões, ajuntadas ali para o espetáculo, ao observarem as coisas que ocorriam, começaram a voltar, batendo-se no peito. Além disso, todos os conhecidos dele estavam parados ali à distância. Também mulheres, que juntas lhe tinham seguido desde a Galiléia, estavam paradas ali observando estas coisas. — Lucas 23:44-49; também Marcos 15:33-41.

      29. No caso de Tomé, como veio o lado traspassado a ser a prova de que ele havia sido ressuscitado dentre os mortos?

      29 O lado traspassado de Jesus Cristo foi também um ponto importante na prova de que Jesus fora depois ressuscitado dentre os mortos. O apóstolo Tomé, que não chegara a ver Jesus no dia de sua ressurreição (domingo, 16 de nisã de 33 E.C.), disse aos que o haviam visto materializado na carne, naquele dia: “A menos que eu veja nas suas mãos o sinal dos pregos e ponha o meu dedo no sinal dos pregos, e ponha a minha mão no seu lado, certamente não acreditarei.” Uma semana depois, Jesus materializou-se de novo na carne, num corpo similar àquele em que foi pendurado na estaca, e ele disse a Tomé: “Toma a tua mão e põe-na no meu lado, e pára de ser incrédulo, mas torna-te crente.” — João 20:24-27.

      30. (a) De que modo foi o lamento pelos discípulos de Jesus de seriedade maior do que o “lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido”? (b) O que mais se precisava do que o mero lamento em pesar para se derramar sobre eles o “espírito de favor e de rogos”?

      30 No cumprimento de Zacarias 12:10-14, os apóstolos e outros discípulos fiéis de Jesus Cristo devem ter pranteado e lamentado lá na Jerusalém terrestre. Lamentavam a morte do “Filho unigênito” de Deus, “o primogênito de toda a criação”, “o princípio da criação de Deus”. (João 3:16; Colossenses 1:15; Revelação 3:14) De modo que o lamento por causa dele era de seriedade maior do que o anterior “lamento de Hadadrimon no vale plano de Megido”. (Zacarias 12:11; veja 2 Reis 23:28-30; 2 Crônicas 35:20-25.) Jeová derramou sobre estes discípulos fiéis o “espírito de favor e de rogos”. Fez isso especialmente visto que aqueles discípulos ‘esperavam que este homem fosse o destinado a livrar Israel’. (Lucas 24:21) Mas, para se obter o favor divino, é preciso expressar mais do que apenas pesar em tal choro e lamentação amarga. Precisa haver a crença naquele que foi traspassado e a crença no valor de sua morte sacrificial. À base de tal crença ou fé, pode-se conceder favor divino ao pesaroso, e então serão atendidos seus rogos devidos à fé.

      31, 32. (a) Para receber o “espírito de favor e de rogos”, como se precisa olhar para o traspassado, mesmo que se seja da “casa de Davi”? (b) Mesmo que se seja dos “habitantes de Jerusalém”, o que se precisa fazer, além de lamentar, para se receber o “espírito de favor e de rogos”?

      31 Para se ser digno de receber este divino “espírito de favor e de rogos” é preciso olhar com olhos de fé; olhar “para Aquele a quem traspassaram”. Alguém poderá ser talvez da “casa de Davi”, mas apenas pertencer à linhagem real segundo a descendência carnal de modo algum garante que se esteja com o Messias no reino celestial, como um de seus co-herdeiros.

      32 Alguém poderá ser um dos “habitantes de Jerusalém” na terra; mas, ser da capital terrestre do Rei Davi de modo algum lhe garante um lugar na “Jerusalém celestial”. Tal pessoa deve estar pesarosa por causa de qualquer responsabilidade comunal que possa ter para com a morte e o traspassar do Messias Jesus. Portanto, o choro e a lamentação amarga precisam incluir tristeza porque o Messias teve de morrer por nossos pecados e deve incluir o arrependimento de tais pecados. A morte do Messias será então de benefício para aquele que lamenta e ele receberá o “espírito de favor e de rogos”.

      33. (a) Como se aplica esta regra também mesmo àquele que é da “casa de Levi” ou da família dos simeítas”? (b) Ou, como se aplica isso caso alguém seja da “família da casa de Natã”, assim como era Maria, mãe de Jesus?

      33 Isto se aplica também àquele que, segundo a carne, é da “casa de Levi”. Embora como levita servisse no templo terrestre em Jerusalém, com seu altar de sacrifícios de animais, ele ainda precisa do perfeito sacrifício humano Daquele que foi traspassado. A “casa de Levi” inclui também a “família dos simeítas”. (Êxodo 6:16, 17; Números 3:17-21) Portanto, estes também precisam dum sacrifício capaz de resgatar criaturas humanas pecadoras. A “família da casa de Natã” pertencia à família real de Davi. (2 Samuel 5:13, 14) Maria, mãe terrestre de Jesus Cristo, nasceu na linhagem deste Natã, filho de Davi. (Lucas 3:23-31) Apesar de suas relações régias segundo a carne, os desta família precisam reconhecer a Jesus como o Messias e que ele foi ‘traspassado’ para cumprir a profecia divina e para mostrar-se digno do reino celestial.

      34. (a) De que ponto de vista precisam todos, sem consideração de família, casa ou sexo chorar e lamentar o traspassado? (b) Como temos de fazer isso hoje, para receber o “espírito de favor e de rogos”?

      34 Todos, não importa de que família ou casa, precisam chorar e lamentar com pesar de arrependimento por causa da necessidade de o Messias morrer como sacrifício de resgate pelos pecados. Isto precisa ser feito tanto por mulheres como por homens. É por isto que a profecia diz repetidas vezes que precisa haver choro da parte de “suas mulheres sozinhas”. (Zacarias 12:12-14) Do mesmo modo, cada um de nós precisa hoje olhar com arrependimento e fé para o Messias Jesus, Aquele a quem os inimigos do reino messiânico de Jeová tiveram a permissão de ‘traspassar’. Se fizermos isso, receberemos o “espírito de favor e de rogos”.

      35. Quando são apagadas nossas lágrimas de choro e lamento por ter sido ‘traspassado’ o Messias?

      35 Nossas lágrimas de choro e lamentação são apagadas quando discernimos também que o Messias Jesus foi ‘traspassado’ em vindicação da soberania universal de Jeová. Ser ele finalmente ‘traspassado’ prova que manteve até à morte a sua integridade perfeita ao Soberano Senhor Jeová. Em recompensa, ele foi honrado por ser entronizado como Rei messiânico no céu.

      [Nota(s) de rodapé]

      a “Os sete tempos terminarão em 1914 A. D.” Assim declarava o artigo especial intitulado “Tempos dos Gentios: Quando Terminam?”, de Charles T. Russell, publicado na página 27 da revista mensal chamada “Bible Examiner”, Volume XXI, Número 1 — Número Total 313, de outubro de 1876, com endereço de correspondência em Hicks Street, N.º 72, Brooklyn, Nova Iorque, sendo redator e editor George Storrs. A descontinuação de sua revista “Bible Examiner”, por causa de sua doença grave, foi anunciada sob o título “Irmão Geo. Storrs”, no número de janeiro de 1880 de Zion’s Watch Tower and Herald of Christ’s Presence, oferecendo-se-lhe o uso de parte do espaço desta última revista. Algum tempo depois de seu falecimento, publicou-se em Zion’s Watch Tower de junho do ano 1884 um artigo escrito por ele, intitulado “A Doutrina da Eleição”.

      b Sobre as palavras “Aquele a quem”, a edição inglesa de 1971 da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas tem a seguinte nota ao pé da página: Sobre esta passagem, a Hebrew Grammar de Gesenius, por E. Kautzsch e A. E. Cowley (reimpressão de 1949), diz na página 446, na nota 1 ao pé da página referente a seção 138 (2) e: “Também em Zacarias 12:10, em vez do ininteligível e·la’i ēth a·sher’, devemos provavelmente ler el-a·sher’ e atribuir esta passagem a esta classe.” Em dois manuscritos hebraicos, o texto escrito reza e·la’i ēth a·sher’ (“para mim a quem”), mas a nota marginal reza e·la’iw ēth a·sher’ (“para ele [ou: para aquele] a quem”). LXX reza: “para mim, visto que”; Vg: “para mim a quem”; Sy: “para mim por aquele a quem”; Th: “para ele a quem”. Veja a tradução bíblica alemã de Emil F. Kautzsch (1890): “Para aquele a quem”; também João 19:37.

  • Uma “terceira parte” é preservada numa terra purificada
    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 20

      Uma “terceira parte” é preservada numa terra purificada

      1. Fracassou a cristandade em produzir a espécie de terra que as pessoas sinceras desejam? É da promessa de quem temos de depender, de produzir o Paraíso desejado?

      O QUE pessoas decentes, sinceras e de inclinações justas desejam hoje em dia é um país cujos habitantes levem uma vida limpa e em que não haja hipocrisia religiosa, nem fraude, nem engano. A cristandade, depois de experimentar suas centenas de variedades de religiões chamadas cristãs, falhou em produzir tal país. Já se perdeu agora toda esperança de que ela consiga fazer isso. Ela não pode apresentar nenhum único país como amostra para provar que consegue eliminar a iniqüidade e a impureza religiosa. Em parte alguma produziu um paraíso espiritual entre suas centenas de milhões de membros das igrejas. Se o Criador do céu e da terra dependesse dela para produzir uma terra purificada, com uma religião pura e imaculada, essa nunca viria a existir. Mas o Deus Todo-poderoso a produzirá a seu modo, por meio de sua própria organização teocrática. Sua promessa neste sentido ainda está de pé, podendo confiar nela hoje todos os retos.

      2. Depois de falar a respeito do choro por causa do ‘traspassado’, o que diz Jeová a respeito do que é aberto para o pecado e para uma coisa abominável?

      2 É muito interessante examinar como Deus ilustra seu propósito de fazer tal coisa notável. Na sua “pronúncia”, ele acabava de falar sobre o choro e o lamento amargo na sua terra, por ter sido traspassado o Messias em quem os habitantes do país depositaram sua esperança. (Zacarias 12:1, 10-14) Logo a seguir, ele prossegue: “Naquele dia virá a haver uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para uma coisa abominável.” — Zacarias 13:1.

      3. O que prova se a cristandade se aproveita da “fonte”’ aberta para o pecado e para uma coisa abominável?

      3 Não vemos hoje o ‘pecado é uma coisa abominável’ prevalecer em toda a terra, mesmo na cristandade? Em caso afirmativo, então é evidente que a cristandade não se aproveitou da “fonte” que havia de ser aberta “naquele dia”. Estamos agora “naquele dia”, não estamos? A palavra “dia” não se refere aqui a um dia de vinte e quatro horas. Como podemos saber se estamos ou não neste “dia” favorecido? Podemos fazer isso por considerarmos todas as circunstâncias envolvidas.

      4. (a) Quem abre esta “fonte” para fornecer água para que fim? (b) Segundo as Escrituras, quais são algumas das coisas abomináveis que não deve haver no templo de Deus?

      4 Este “dia” é bem destacado por uma “fonte”. Esta fonte foi aberta por Jeová, pois é Ele mesmo quem a cava por meio de suas provisões amorosas. Ele cuida de que esteja cheia de água pura. Qual é a finalidade declarada desta água? Não a de se beber para saciar a sede, mas a purificação. A “fonte” com a sua água é aberta “para o pecado e para uma coisa abominável”. Entre as coisas abomináveis a Deus encontra-se a descrita em Levítico 20:21: “E quando um homem toma a esposa de seu irmão, é algo abominável. E a nudez de seu irmão que ele descobriu. Devem ficar sem filhos.” Uma coisa abominável ou impura não tem lugar no templo de Deus. (2 Crônicas 29:3-5) Uma coisa abominável deve ser lançada fora, mesmo que envolva prata e ouro. (Ezequiel 7:19) Quando alguém age escandalosamente perante Deus, ele se pode tornar “uma coisa abominável”. (Lamentações 1:8) O israelita que se profanava por tocar num cadáver era considerado abominável e não devia ser tocado até depois de se ter purificado com água misturada com as cinzas duma vaca vermelha sacrificada. — Números 19:2-22.

      5. Como haviam tornado a terra os habitantes dela, antes de os israelitas tomarem posse dela, e por que abriu Jeová uma “fonte . . . para o pecado e para uma coisa abominável”’ a favor do restante restabelecido ali?

      5 Antes de os israelitas terem tomado posse da terra de Canaã, esta terra havia sido tornada abominável, imunda e impura “por causa da impureza dos povos das terras, por causa das suas coisas detestáveis com que a encheram de uma ponta a outra com a sua impureza”. (Esdras 9:11) Mas depois de os próprios israelitas terem ocupado o país por algum tempo, eles também tornaram o país abominável, imundo e impuro, de modo que Jeová podia dizer: “A casa de Israel está morando sobre o seu solo, e eles continuam a fazê-lo impuro com o seu procedimento e com as suas ações. Seu procedimento tornou-se diante de mim como a impureza da menstruação.” (Ezequiel 36:16, 17; Levítico 15:19-33) Portanto, era correto que Jeová não quisesse que o país do seu restante restabelecido se tornasse novamente uma terra abominável ou que continuasse como tal. Foi por isso que ele abriu esta “fonte”, para eliminar o pecado e a coisa abominável.

      6. (a) Visto que isto se deu após o seu restabelecimento de Babilônia, por que precisavam a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém” de tal forte para purificação? (b) A quantos se destinava realmente a “fonte” e como podiam estes aproveitar-se dela?

      6 De modo que a “fonte” foi aberta “para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém”. Mas, não percamos de vista que estes eram do restante dos israelitas libertos de Babilônia e que haviam retornado à terra de Judá, para reconstruir o templo de seu Deus em Jerusalém. Por conseguinte, embora houvesse entre eles uma “casa de Davi”, não tinham um rei da linhagem do Rei Davi sentado num trono real em Jerusalém. Zorobabel, que havia vindo de Babilônia, era da “casa de Davi”, mas apenas fora nomeado pelo Rei Ciro, da Pérsia, para ser governador de Judá. (Zacarias 4:6-10; Mateus 1:6-13) o Messias ainda havia de vir, para eles obterem um rei da “casa de Davi”. Naturalmente, pois, a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, de que se fala aqui, precisavam ser limpos do “pecado” e de qualquer “coisa abominável”. Precisavam que se abrisse aquela “fonte”. De fato, a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém” representavam a sua nação inteira. A nação inteira precisava desta “fonte” com a sua água purificadora, e podiam aproveitar-se desta provisão divina quando vinham a Jerusalém para as suas festividades anuais.

      7. Quando foi esta “fonte” aberta para a “casa de Davi” e para os “habitantes de Jerusalém”, e com que resultado inicial?

      7 Quando foi aberta esta “fonte” para a “casa de Davi” e os “habitantes de Jerusalém”, e para a nação que representavam? Foi depois de ter sido ressuscitado dos mortos Aquele a quem haviam ‘traspassado’ até à morte por pendurá-lo numa estaca, fora das muralhas de Jerusalém, no Dia da Páscoa de 33 E.C. Isto o habilitou a subir ao céu e entrar na presença de Jeová Deus, apresentando-lhe o valor expiatório de pecados do seu sangue derramado. Depois, no dia festivo de Pentecostes, 6 de sivã de 33 E.C., Jeová Deus usou o Messias expiador de pecados, Jesus Cristo, para derramar espírito santo sobre os seus discípulos fiéis em Jerusalém, para começar, sobre cerca de 120 deles. Mais tarde, naquele mesmo dia, cerca de três mil judeus confessaram sua culpa por terem participado na matança do Messias, Jesus, e eles foram batizados em água para se tornar seus discípulos, e eles também foram batizados com espírito santo. — Atos 1:2-5, 15; 2:1-36.

      8, 9. (a) O que significava o conselho de Pedro para aqueles milhares de judeus de consciência ferida, no dia de Pentecostes, com respeito à “fonte”? (b) Que garantia disso forneceu Pedro mais tarde aos judeus no templo?

      8 Então, quando o apóstolo cristão Pedro disse aqueles milhares de judeus de consciência compungida: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado no nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados, e recebereis a dádiva gratuita do espírito santo”, o que queria dizer isso? (Atos 2:37, 38) Queria dizer que era ‘aquele dia’ predito em Zacarias 13:1. Significava que a “fonte” havia sido aberta “para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para o pecado e para uma coisa abominável”. Poderia ter havido uma “coisa abominável” maior do que a instigação à morte violenta do Messias, Jesus, e a participação nela? É provável que um número bastante grande de judeus dentre aqueles milhares de judeus havia olhado para o corpo de Jesus Cristo, pendurado na estaca, quando foi ‘traspassado’ pela lança do soldado romano de guarda. (João 19:37) No entanto, a água da “fonte” aberta podia limpar até mesmo esta “coisa abominável”. Pedro forneceu garantia disso ao dizer mais tarde aos judeus no templo em Jerusalém:

      9 “E agora, irmãos, sei que agistes em ignorância, assim como também fizeram vossos governantes. Mas, deste modo Deus tem cumprido as coisas que ele anunciou de antemão por intermédio da boca de todos os profetas [inclusive Zacarias 12:10], que o seu Cristo havia de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e dai meia-volta, a fim de que os vossos pecados sejam apagados, para que venham épocas de refrigério da parte da pessoa de Jeová e para que ele envie o Cristo designado a vós, Jesus.” — Atos 3:17-20.

      10. Segundo Paulo, quantos Judeus naturais se aproveitaram desta “fonte’, e por quanto tempo foi Jerusalém com sua “casa de Davi” aparentemente o lugar literal desta “fonte”?

      10 Isto foi no ano 33 E.C., mas, mesmo até o ano 56 E.C., o apóstolo Paulo salientou sob inspiração que apenas um restante dos judeus naturais, circuncisos olhava com fé para o Messias ‘traspassado’, Jesus, aproveitando-se da “fonte” de água purificadora: “Apresentou-se também na época atual um restante, segundo uma escolha devida à benignidade imerecida.” (Romanos 11:5; 9:27, 28) No ano 70 E.C., a Jerusalém judaica foi destruída pelas legiões romanas e deixou de estar disponível para a aplicação literal a ela de Zacarias 13:1, e sua “casa de Davi” deixou de ser identificável por meio de registros genealógicos, porque estes se perderam.

      11. De modo paralelo, quando se apresentou um restante de israelitas espirituais e o que apreciaram com respeito à ira de Deus para com eles (Isaías 12:1, 2)?

      11 Entretanto, há um cumprimento paralelo de Zacarias 13:1 no restante dos israelitas espirituais que têm que ver com a “Jerusalém celestial”, a “cidade do Deus vivente”. Durante a primeira guerra mundial de 1914-1918 E.C., os do restante dos israelitas espirituais vieram a estar sob a servidão babilônica e mostraram-se culpados de faltas e impurezas espirituais. No ano 1919, houve a libertação deles da organização de Babilônia, a Grande, e de seus amantes políticos e militares. Começaram a apreciar e a discernir então a aplicação das palavras de Isaías 12:1, 2: “E naquele dia seguramente dirás: ‘Agradecer-te-ei, ó Jeová, pois, embora te irasses comigo, tua ira recuou gradualmente e passaste a consolar-me. Eis que Deus é minha salvação. Confiarei e não ficarei apavorado; porque Já Jeová é minha força e meu poder, e ele veio a ser minha salvação.’”a Portanto, agora, assim como no tempo de Zacarias, havia um restante restabelecido, liberto de Babilônia, a Grande, e devotado à edificação da adoração pura de Jeová no Seu templo espiritual.

      12. (a) Quando foi aberta para eles a “fonte” de água purificadora, e por quê? (b) Como se cumpriu assim a profecia de Ezequiel 36:24, 25?

      12 Este restabelecido restante ungido dos israelitas espirituais precisava ser purificado de todo o “pecado” e de toda “coisa abominável” que se apegara a eles durante a sua servidão sob Babilônia, a Grande, e os amantes mundanos dela. A “fonte” de água purificante, como algo que então era apropriado para as suas necessidades espirituais, foi-lhes aberta pelo misericordioso Jeová, naquele ano de libertação de 1919 E.C. Começaram imediatamente a aproveitar-se da água purificadora daquela “fonte”. Cumpriu-se, então, de modo espiritual a promessa divina de Ezequiel 36:24, 25: “E vou tirar-vos dentre as nações e reunir-vos dentre todas as terras, e vou fazer-vos chegar ao vosso solo. E vou aspergir-vos com água limpa e vós vos tornareis limpos; purificar-vos-ei de todas as vossas impurezas e de todos os vossos ídolos sórdidos.” Durante a sua servidão espiritual em Babilônia, a Grande, os do restante haviam tocado nas coisas mortas do mundo louco pela guerra; e era então como se Jeová, por meio de Cristo, aspergisse o restante arrependido com a “água de purificação”, misturada com as cinzas da vaca vermelha abatida. — Números 19:1-13.

      13. Entre aqueles israelitas espirituais restabelecidos, quem deles precisava ser purificado, para corresponder à “casa de Davi” e aos “habitantes de Jerusalém”, e por quê?

      13 Isto era necessário no caso de todos os membros arrependidos e restabelecidos do restante do Israel espiritual. Não havia ninguém elevado demais em importância ou responsabilidade, parecido à “casa de Davi”, nem alguém comum ou medíocre demais, e numerosos demais, parecidos aos “habitantes de Jerusalém”, que ficasse isento desta purificação por meio da água da “fonte” da provisão de Jeová. O corpo governante geral do restante do Israel espiritual e também os anciãos oficiais como superintendentes das congregações locais destes israelitas espirituais precisavam ser purificados do mesmo modo que os membros dedicados e batizados de suas congregações. (Atos 20:17-28; 14:23; Filipenses 1:1; 1 Timóteo 3:1-7; 4:14; Tito 1:5-9) Havia uma purificação comunal entre eles. No seu domínio espiritual restabelecido, foram obrigados a ser puros na pregação, no ensino e na vida diária. Concordando com manterem-se imaculados deste mundo, foram levados à situação de manter uma neutralidade cristã estrita para com os conflitos violentos das nações que empilhavam os cadáveres. — Tiago 1:27; João 15:18, 19; 17:14.

      A LEALDADE A DEUS ULTRAPASSA OS VÍNCULOS FAMILIARES

      14, 15. (a) ‘Aquele dia’ deve ser também um tempo para se testar que qualidade para com Jeová? (b) Em Zacarias: 13:2, 3, que ilustração orientadora forneceu Jeová?

      14 ‘Aquele dia’ em que a “fonte” é aberta “para o pecado e para uma coisa abominável” é também um dia de se provar o grau da lealdade da pessoa a Deus. Os do restante restabelecido, tirado de Babilônia em 537 A. E. C., foram avisados de antemão sobre isso. Descrevendo quão leais a Ele tinham de ser e seriam mesmo os seus adoradores, o Soberano Senhor Deus passou a dizer adicionalmente ao seu profeta Zacarias:

      15 “‘E naquele dia terá de acontecer’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos, ‘que deceparei do país os nomes dos ídolos e eles não serão mais lembrados; e também farei passar para fora do país os profetas e o espírito de impureza. E terá de acontecer que, caso um homem ainda profetize, seu pai e sua mãe, aqueles que fizeram que nascesse, também terão de dizer-lhe: “Não viverás, porque falaste falsidade em nome de Jeová.” E seu pai e sua mãe, aqueles que fizeram que nascesse, terão de traspassá-lo por ele ter profetizado’.” — Zacarias 13:2, 3.

      16. Qual é o “país” de que Jeová decepou “os nomes dos ídolos” e em que resultou isso entre os atuais israelitas espirituais?

      16 No que se refere ao nosso tempo, desde o ano de 1919 E.C., Jeová dos exércitos fala aqui a respeito do domínio espiritual do restante restabelecido dos israelitas espirituais. Visto que este Deus, que exige devoção exclusiva a si, fez com que os nomes dos ídolos” passassem para fora do “país” de sua relação com Ele, recusam-se agora a adorar a “fera” que subiu do mar e também a “imagem” desta fera Ou, em linguagem clara, sem o uso dos símbolos bíblicos para instituições políticas, os israelitas espirituais negam-se a adorar o Estado político como um todo, em escala mundial, e também a liga das Nações e suas sucessoras, as Nações Unidas. Assim evitam sofrer a penalidade divina por levar a “marca” da “fera”. (Revelação 13:1-18; 14:9, 10) Visto que se chegaram “a um Monte Sião e a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, e estão “alistados nos céus”, sua “cidadania existe nos céus”. (Hebreus 12:2, 23; Filipenses 3:20) Por isso não se entregam ao delírio do nacionalismo terrestre. Não fazem gestos de adoração nem tomam tais atitudes para com os ídolos nacionalistas. Os nomes dos ídolos não são lembrados. Os israelitas espirituais, leais, louvam o nome de Jeová, como o verdadeiro Deus, em plena lealdade de coração a Ele.

      17. Em vista de que avisos de Jesus Cristo e do apóstolo João era oportuno que Jeová fizesse os falsos profetas passar para fora do “país”?

      17 Jeová fez também que os falsos profetas e o “espírito de impureza” passassem para fora do domínio espiritual do seu restante restabelecido. Jesus Cristo nos advertiu de antemão a respeito desta “terminação do sistema de coisas”, de que “surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão grandes sinais e prodígios, a fim de desencaminhar, se possível, até mesmo os escolhidos”. (Mateus 24:3, 4, 24, 25) O apóstolo João advertiu: “Amados, não acrediteis em toda expressão inspirada [ou: todo espírito] mas provai as expressões inspiradas para ver se se originam de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (1 João 4:1) Concordemente, haveria necessidade entre os do restante restabelecido dos israelitas espirituais de se guardarem contra os falsos profetas que invadiriam seu domínio espiritual na terra ou surgiriam no meio dele.

      18, 19. (a) O que exigiu do restante restabelecido do Israel espiritual fazer Jeová os falsos profetas passar para fora do país? (b) Que conselho do apóstolo Pedro a respeito de profecia acataram eles?

      18 Então, como manteve Jeová seu “país” ou domínio espiritual puro na adoração por cumprir sua promessa: “Também farei passar para fora do país os profetas e o espírito de impureza”? (Zacarias 13:2) Fez isso por causar que se corrigissem quaisquer mal-entendidos das profecias bíblicas que talvez tivessem antes de o restante ser restabelecido no seu “país” em 1919 E.C. O “tempo do fim”, a “terminação do sistema de coisas”, que começou em 1914, no fim dos Tempos dos Gentios, foi o tempo designado de Deus para cumprir muitas das profecias. Estas não podiam ser entendidas até estarem quase prestes a se cumprir ou depois de seu cumprimento. Portanto, à luz de tudo o que acontecia desde 1914, os do restante restabelecido examinaram de novo as profecias cujo cumprimento Deus reservara para o “tempo do fim”. (Daniel 12:4; Revelação 10:6, 7) Isto incluiu um novo estudo dos livros de Ezequiel e de Revelação, cuja explicação havia sido tentada e publicada em julho de 1917, no livro intitulado “O Mistério Consumado”. De modo que o restante restabelecido acatou as palavras:

      19 “Temos a palavra profética tanto mais assegurada; e fazeis bem em prestar atenção a ela como a uma lâmpada que brilha em lugar escuro, até que amanheça o dia e se levante a estrela da alva, em vossos corações. Pois sabeis primeiramente isto, que nenhuma profecia da Escritura procede de qualquer interpretação particular. Porque a profecia nunca foi produzida pela vontade do homem, mas os homens falaram da parte de Deus conforme eram movidos por espírito santo.” — 2 Pedro 1:19-21.

      20. Falando-se em sentido figurado, como traspassavam os pais carnais seu filho por profetizar falsamente?

      20 As tentativas de interpretar a profecia, quando se mostraram incorretas à luz dos acontecimentos históricos e o entendimento mais claro da Bíblia, foram corrigidas, sem considerar quem havia provido a interpretação. A questão a ser enfrentada nisso era a lealdade a Deus e à sua Palavra inspirada. Portanto, como ilustração da lealdade exigida, mesmo que um filho carnal fizesse uma interpretação errônea duma profecia divina e persistisse nela, qual falso profeta, seus próprios pais carnais, na sua lealdade a Deus, não teriam mais nada que ver com ele em questões religiosas. Os pais cristãos não podiam fazer o mesmo que se fazia sob o pacto da Lei mosaica, a saber, entregá-lo à morte; mas podiam declará-lo espiritualmente morto para com eles mesmos, apesar de serem progenitores físicos dele. Desta maneira, falando-se de modo figurativo, eles tinham “de traspassá-lo por ele ter profetizado”. (Zacarias 13:3; veja Deuteronômio 13:1-5.) Com o pleno consentimento deles, tal falso profeta seria expulso, desassociado, da congregação cristã. Por meio de tal lealdade da parte de todos os membros do restante restabelecido far-se-ia com que o “profeta” de falsidade passasse para fora de seu “país”.

      21. Como se fez também o “espírito de impureza” passar para fora de seu “país” espiritual?

      21 Sim, também se faria assim com que o “espírito de impureza” passasse para fora de seu “país” espiritual. Se este espírito fosse uma expressão inspirada de impureza proferida por um pretenso profeta ou fosse uma tendência, propensão ou inclinação para a impureza, seria desaprovado e oposto pelos leais. Em conseqüência, qualquer impureza no ensino religioso ou em comportamento moral seria obrigada a passar para fora, sob a força propulsora do espírito santo de Deus. O domínio espiritual, dado por Deus, tinha de ser mantido como “país” em que prevalece o modo de vida puro, bíblico. Os espiritual e moralmente impuros tinham de ser desassociados dele. — 2 Coríntios 6:14 a 7:1; veja Deuteronômio 13:6-18.

      EXPOSTA A HIPOCRISIA RELIGIOSA

      22, 23. (a) Como envergonha Jeová os falsos profetas? (b) Como descreve Jeová os falsos profetas que procuram ocultar seu motivo de sentir vergonha?

      22 Jeová, o Deus dos verdadeiros profetas, envergonhará todos os falsos profetas quer por não cumprir a predição falsa de tais pretensos profetas, quer por cumprir Suas próprias profecias de modo oposto ao que os falsos profetas predisseram. Os falsos profetas procurarão ocultar seus motivos de sentir vergonha por negar quem realmente são. Procurarão evitar ser mortos ou declarados espiritualmente mortos pelos adoradores leais de Jeová. Ele predisse isso por fazer com que seu verdadeiro profeta Zacarias prosseguisse, dizendo:

      23 “E naquele dia terá de acontecer que os profetas ficarão envergonhados, cada um da sua visão ao profetizar; e não usarão um manto oficial de pelo com o fim de enganar. E ele certamente dirá: ‘Não sou profeta. Sou homem que lavra o solo, porque foi um homem terreno que me adquiriu desde a minha mocidade.’ E terá de dizer-se-lhe: ‘Que feridas são essas na tua pessoa entre as tuas mãos?’ E ele terá de dizer: ‘São de eu ter sido golpeado na casa dos que me amavam intensamente.”’ — Zacarias 13:4-6, NM; PIB; So; Figueiredo.

      24. As feridas que deixam cicatrizes no profeta enganoso, foram admitidas por ele como tendo sido infligidas por quem? E o que indica isso quanto à lealdade a Deus, em comparação com o apego aos entes amados, carnais?

      24 Jeová predisse assim que os de seu povo, no seu “país” restabelecido, estariam tão bem instruídos pela sua Palavra e seriam tão leais a Ele e às Suas profecias verdadeiras, que se negariam a ser amigos ou os que amavam intensamente qualquer falso profeta. Se não o matassem, então o disciplinariam e golpeariam tão duramente na sua indignação, que haveria feridas e cicatrizes visíveis disso. Tais marcas em alguém, sim, no peito, que ficaria parcialmente exposto, revelariam a sua identidade apesar de ter largado as vestes oficiais que presumiu usar como profeta de boa fé de Jeová Deus. De quem recebeu tais feridas que produziram cicatrizes? Dos que o amavam intensamente, quer seus próprios pais carnais, quer seus companheiros íntimos. Entretanto, sua lealdade intensa a Jeová como Deus de verdadeira profecia seria mais forte do que seu até então intenso amor a um profeta enganoso. Colocariam o amor a Deus e à sua Palavra inspirada acima de amizades pessoais com parentes carnais ou companheiros. Tal proceder faria com que passassem para fora do “país” do povo repatriado de Jeová “os profetas e o espírito de impureza”.

      25. Este proceder de suprema lealdade a Jeová foi adotado por quem, e desde quando, e como tem isso afetado seu “país” espiritual?

      25 Este proceder de lealdade suprema ao Soberano Senhor Jeová foi adotado pelo restante ungido desde 1919 E.C. Isto resultou na desassociação ou excomunhão dos apóstatas ou rebeldes religiosos da organização teocrática que Jeová, o Teocrata celestial, estabeleceu entre os do seu restante obediente. Os do restante leal verificaram que não é o mero “manto oficial de pelo”, não o uniforme ou tipo de vestimenta profissional, que torna alguém verdadeiro profeta do único Deus vivente e verdadeiro. Foi por isso que abandonaram Babilônia, a Grande, inclusive a cristandade, com seus sacerdotes, pregadores, frades e freiras de vestimentas distintivas. O que constitui hoje alguém em verdadeiro profeta de Jeová é a sua verdadeira personalidade cristã como identificação e sua aderência leal à Palavra de Jeová e às suas profecias. Não é de se admirar, então, que as testemunhas de Jeová, ao atuarem como ministros da Palavra de Deus, usem trajes ou roupa comum do povo comum. Portanto, os do restante leal estão dispostos a deixar de lado o amor intenso a companheiros íntimos e a infligir “feridas” espirituais a tais, em desaprovação e rejeição dos apóstatas. Isto manteve o seu “país” teocrático como domínio espiritual de vida pura e piedosa.

      GOLPEAR O PASTOR CAUSA UM ESPALHAMENTO

      26. (a) Como profeta, Jesus Cristo foi golpeado e ferido por que motivo? (b) Como foi isso predito por Jeová mediante o profeta Zacarias?

      26 O maior profeta de Jeová, na terra, foi golpeado e ferido mortalmente, mas isto foi por ele se mostrar verdadeiro profeta do Deus Altíssimo, até o fim. (Deuteronômio 18:15-22; Atos 3:13-23) Sua morte violenta causou um espalhamento temporário de seus discípulos que lhe eram leais. O verdadeiro profeta Zacarias foi usado para predizer isso, pois Deus prosseguiu, dizendo-lhe: “‘Ó espada, desperta contra meu pastor, sim, contra o varão vigoroso que é meu colega’, é a pronunciação de Jeová dos exércitos. ‘Golpeia o pastor e sejam espalhadas as ovelhas do rebanho; e eu hei de fazer a minha mão voltar sobre os insignificantes.”’ — Zacarias 13:7.

      27, 28. Para evitar o engano cometido por alguns tradutores modernos da Bíblia, a aplicação de Zacarias 13:7 feita por quem aceitaremos corretamente e segundo que registro dela?

      27 Certos tradutores modernos querem aplicar estas palavras ao “pastor inútil”, o “pastor imprestável”, por transferirem as palavras de Zacarias 13:7-9 para logo após Zacarias 11:17. (Veja as traduções inglesas de Moffatt, An American Translation, The New English Bible.) Mas não cometeremos nenhum engano se fizermos a aplicação das palavras de Zacarias 13:7 assim como foi feita pelo maior Profeta de Jeová na terra, Jesus Cristo. Isto foi na noite da Páscoa judaica, em Jerusalém, em 14 de nisã de 33 E.C. Jesus acabava de celebrar a ceia pascoal e de inaugurar depois a Ceia (ou: Refeição Noturna) do Senhor, e estava então em caminho para o Jardim de Getsêmane, ao sopé do Monte das Oliveiras, junto com seus onze apóstolos fiéis. Neste ponto, lemos no registro:

      28 “Jesus disse-lhes então: ‘Esta noite, todos vós tropeçareis em conexão comigo, pois está escrito: “Golpearei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão espalhadas.” Mas, depois de eu ter sido levantado, irei adiante de vós para a Galiléia.”’ - Mateus 26:31, 32; Marcos 14:27, 28.

      29. (a) Ao despertar contra Jesus Cristo, como se deu que a espada despertou contra o Pastor de Jeová como contra “o varão vigoroso que é meu colega”? (b) Por que podia Jeová ter confiança em Jesus Cristo ao chamar para que a espada despertasse contra ele?

      29 Fez o Grande Profeta Jesus uma aplicação veraz das palavras tiradas de Zacarias 13:7? Pouco depois, naquela mesma noite pascoal, a “espada” de guerra realmente despertou contra o verdadeiro Pastor de Jeová, sim, contra o varão vigoroso que era Seu mais antigo e mais íntimo colega, Jesus Cristo, seu Filho. Este era seu Filho unigênito, “o primogênito de toda a criação”, “o princípio da criação de Deus”. (João 3:16; Colossenses 1:15; Revelação 3:14) Antes de seu nascimento como criatura humana, ele havia usufruído a vida espiritual com Jeová Deus no céu e havia estado associado com seu Pai celestial quando criou todas as outras coisas, sendo que Jeová usou seu Filho unigênito como agente na realização disso. (João 1:1-3; Colossenses 1:16-18) Portanto, Jeová tinha a mais completa confiança no seu Filho, mesmo quando este era varão vigoroso, perfeito, na terra. Estava convencido de que seu Filho manteria a sua integridade sob a guerra travada pelo inimigo. Nesta certeza, ele convocou a “espada” marcial dos inimigos para ‘despertar’ contra seu Filho.

      30. Por que citou Jesus Zacarias 13:7 como se Jeová desse o golpe, e por que não resistiu Jesus a ser golpeado?

      30 Visto que foi Jeová quem deu profeticamente a ordem de ‘golpear o pastor’, foi como se Ele mesmo golpeasse o pastor. Jesus podia por isso citar as palavras proféticas de Zacarias 13:7 como se seu Pai celestial dissesse: “Golpearei o pastor.” (Veja a tradução inglesa da Versão dos Setenta grega na The Septuagint Bible, de Charles Thomson.) A multidão que veio naquela noite pascoal sob a orientação do traidor Judas Iscariotes veio com espadas e cacetes literais. Jesus não tentou resistir ao cumprimento da profecia. Se o seu Pai celestial havia dado a ordem para Jesus ser golpeado então, ele se sujeitava a isso.

      31. Que pergunta fez Jesus depois de dizer a Pedro para que embainhasse sua espada que havia puxado em defesa, e que parte adicional de Zacarias 13:7 cumpriu-se então?

      31 Portanto, quando o apóstolo Pedro tentou defender Jesus com uma espada, Jesus disse-lhe que devolvesse a espada à sua bainha e comentou: “Pensas que não posso apelar para meu Pai, para fornecer-me neste momento mais de doze legiões de anjos? Neste caso, como se cumpririam as Escrituras, de que tem de realizar-se deste modo?” Daí, depois de Jesus perguntar à multidão por que havia vindo contra ele, pregador pacífico e público, “com espadas e com cacetes, como contra um salteador”, ele acrescentou: “Mas tudo isso se tem realizado para que se cumprissem as escrituras dos profetas.” Neste ponto, o texto de Zacarias ainda não estava todo cumprido. Uma parte adicional cumpriu-se quando, conforme diz o registro: “Todos os discípulos o abandonaram então e fugiram.” Desta maneira foram espalhadas as “ovelhas do rebanho”. — Mateus 26:51-56; Marcos 14:47-50; João 18:1-9.

      32. Quem eram os “insignificantes” e como fez Jeová voltar sua mão sobre eles, segundo Zacarias 13:7?

      32 Jesus havia aplicado corretamente a profecia. Naquela noite, quando ele como Pastor Excelente foi golpeado com a “espada”, suas ovelhas ficaram espalhadas, tropeçando assim em conexão com ele. Mas, como se cumpriu a parte adicional de Zacarias 13:7: “E eu hei de fazer a minha mão voltar sobre os insignificantes”? Isto mostrou ser a volta misericordiosa e favorável da mão de Jeová, como no caso de Isaías 1:25, 26. Jeová dos exércitos protegeu as ovelhas espalhadas com a sua “mão” de poder aplicado. Estes apóstolos temerosos eram “insignificantes” em comparação com o seu Pastor Excelente, Jesus Cristo. Também, do ponto de vista do mundo judaico daqueles dias, eles eram “insignificantes”, sem importância bastante para ser detidos na noite da prisão de Jesus. Contudo, não eram “insignificantes” segundo a avaliação de Jeová, e ele lhes deu a sua atenção compassiva e os protegeu e preservou. No terceiro dia depois disso, em 16 de nisã, ele os reuniu novamente para que o ressuscitado Jesus lhes aparecesse e prosseguisse a pastoreá-los. — Lucas 24:33-43; João 20:1-29.

      33. Como golpearam os inimigos o Pastor de Jeová com sua “espada durante a Primeira Guerra Mundial, com que intento e como fez Jeová voltar sua mão sobre os “insignificantes”?

      33 No clímax da Primeira Guerra Mundial em 1918 E.C., houve um espalhamento similar das ovelhas do Pastor governamental Jesus Cristo, a quem Jeová havia entronizado nos céus, para que passasse a ‘subjugar no meio dos seus inimigos’. (Salmo 110:1, 2) Aqueles inimigos terrenos haviam realmente declarado guerra ao Pastor celestial, designado por Jeová para pastorear o mundo da humanidade. Incapazes de usar a “espada” de guerra diretamente contra o Pastor governamental de Jeová, golpearam “as ovelhas do rebanho” na terra por usar seus poderes, medidas e arranjos do tempo de guerra contra estas “ovelhas”, a fim de espalhá-las, na esperança de separá-las permanentemente, sem se poderem reorganizar. Mas, assim como no primeiro século, Jeová dos exércitos fez voltar a sua mão sobre estes “insignificantes” do restante do Israel espiritual. Protegeu-os e preservou-os maravilhosamente, e no primeiro ano do após-guerra, 1919 E.C., ele os reuniu novamente de modo organizado. Em vista desta revivificação e exaltação deles no Seu serviço, os inimigos, aparentemente triunfantes, ficaram assombrados e temerosos. — Revelação 11:7-13.

      “DUAS PARTES” SÃO DECEPADAS

      34. De que é decepada uma parte enorme da população do mundo e por quê?

      34 O golpe dado ao Pastor e Colega de Jeová levou a conseqüências que afetaram toda a humanidade, até o dia de hoje. O paralelo hodierno disso em nosso século vinte teve efeitos acentuados sobre esta geração, que vive neste “tempo do fim”, nesta “terminação do sistema de coisas”. Uma parte enorme da população do mundo está sendo ‘decepada’ de qualquer participação no domínio espiritual, dado por Deus, ou no “país” de favor e bênção divinos. Em vista de sua preocupação com as coisas materiais, políticas e sociais deste atual sistema de coisas, são indiferentes ou ignorantes para com a profecia de longo alcance de Zacarias 13:8, 9 que se cumpre para com eles. Note o que ela diz:

      35. Quantas “partes” seriam “decepadas” segundo Zacarias 13:8?

      35 “‘E terá de acontecer em toda a terra’, é a pronunciação de Jeová, ‘que duas partes nela serão decepadas e expirarão; e quanto à terceira parte, será deixada sobrar nela. E eu certamente levarei a terceira parte através do fogo; e eu realmente os refinarei como se refina a prata e os examinarei como se examina o ouro. Ela, da sua parte, invocará o meu nome, e eu, da minha parte, lhe responderei’.”

      36. Significava a libertação e o restabelecimento dos do restante espiritual no seu “país”, em 1919 E.C. que Jeová havia terminado de refiná-los e de examiná-los? Que quadro típico mostra se era assim ou não?

      36 Lembremo-nos de que estas palavras, por intermédio do profeta Zacarias, foram dirigidas ao restante repatriado de Israel no “país” de Judá. Aquele antigo restante israelita tipificaria ou prefiguraria profeticamente o restante ungido dos israelitas espirituais neste “tempo do fim”, nesta “terminação do sistema de coisas”, que começou quando terminaram os Tempos dos Gentios em 1914 E.C. Depois das severas provações e da escravidão pelas quais passaram durante a Primeira Guerra Mundial, os do restante israelita foram em 1919 libertos e restabelecidos no seu domínio espiritual ou “país” dado por Deus, na primavera daquele ano significativo. Passarem os do restante sobrevivente pelas perseguições e aflições daquele primeiro conflito mundial não significava que já terminara serem provados e examinados pelo Refinador celestial, Jeová Deus. Isto não se deu no caso do restante israelita (incluindo Zacarias), liberto em 537 A. E. C. da Babilônia caída. Eles tiveram muitas dificuldades para completarem o segundo templo de Jeová em Jerusalém, o que se deu só no ano 515 A. E. C. O mesmo tem acontecido com os do restante do Israel espiritual desde 1919.

      37. O que profetizou Malaquias cerca de sessenta anos depois a respeito da obra de refinação de Jeová e o restabelecimento da adoração pura no Seu templo?

      37 O profeta Malaquias, que profetizou na terra de Judá cerca de sessenta anos depois da vida de Zacarias, predisse que Jeová viria ao templo acompanhado pelo seu “mensageiro do pacto”. Ele se assentaria ali “como refinador e purificador de prata” e iria “purificar os filhos de Levi”. Por quê? Para realizar o restabelecimento da adoração pura do verdadeiro Deus no seu templo. Então, assim como predisse Malaquias: “Hão de tornar-se para Jeová pessoas que apresentam uma oferenda em justiça. E a oferenda de Judá e de Jerusalém será realmente agradável a Jeová, como nos dias de há muito tempo e como nos anos da antiguidade.” — Malaquias 3:1-4; escrito por volta de 443 A.E.C.

      38. Que mais haveria, além da purificação dos filhos de Levi, a fim de purificar o país?

      38 Haveria mais do que a purificação dos filhos de Levi, como funcionários do templo, para tornar o “país” de seu povo restabelecido uma terra dum modo de vida puro e piedoso. Jeová disse também: “‘E vou chegar-me a vós para julgamento e vou tornar-me testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que agem fraudulentamente com o salário do assalariado, com a viúva e com o menino órfão de pai, e os que repelem o residente forasteiro, ao passo que não me temeram’, disse Jeová dos exércitos. ‘Pois eu sou Jeová; não mudei. E vós sois filhos de Jacó [Israel]; não chegastes ao vosso fim. . . Retornai a mim e eu vou retornar a vós’, disse Jeová dos exércitos.” — Malaquias 3:5-7.

      39. Houve no primeiro século E. C. um cumprimento da profecia de Malaquias? E o que indica se deve haver, ou não, um cumprimento da profecia de Malaquias desde 1914 E.C.?

      39 Houve um cumprimento da profecia de Malaquias no primeiro século, no tempo em que o Messias Jesus estava presente em carne entre a nação de Israel. (Mateus 11:7-10; Marcos 1:11, 12; Lucas 7:24-27) Haveria também um cumprimento adicional da profecia de Malaquias após a entronização de Jesus Cristo nos céus, no ano 1914 E.C., passando assim a estar presente no seu reino. No tempo devido depois disso, Jeová Deus, acompanhado por ele como “mensageiro do pacto”, tinha de vir ao seu templo espiritual para o julgamento de todos os seus adoradores ali, inclusive os que apenas professavam adorá-lo. Jeová certamente deve ter estado no seu templo espiritual como Juiz Supremo por volta do ano 1919, quando libertou os israelitas espirituais de Babilônia, a Grande, e os restabeleceu no seu “país” ou domínio espiritual dado por Deus na terra.

      40. De que modo agiu Jeová como Refinador de metal precioso, e que estava para ser ‘decepado’ a partir de 1919 E.C.?

      40 Em harmonia com o quadro profético, Jeová agiria como refinador de seu povo professo. Eliminaria os que fossem como escória. Prezaria e guardaria os que fossem como metal precioso, puro, como prata e ouro refinados. Portanto, a partir de 1919 E.C., seria o tempo de alguns serem decepados do “país” habitado pelo seu povo restabelecido. Falando-se em sentido espiritual, tais ‘decepados’ teriam de ‘expirar’ quanto a ter uma relação vital com Jeová.

      41. O que disse Jesus na parábola do semeador a respeito do decepamento de alguns?

      41 Então, quem são as “duas partes nela” que são “decepadas e expirarão”? (Zacarias 13:8) Isto é algo que deve ser indicado a nós pelo Rei Jesus Cristo, como “mensageiro do pacto”. Tem que ver com a “terminação do sistema de coisas”, o “tempo do fim” em que vivemos desde 1914. (Daniel 12:4; Mateus 24:3-14; 28:20) O que disse Jesus a respeito deste período crítico? Explicando a parábola do semeador, ele disse:

      “O semeador da semente excelente é o Filho do homem; o campo é o mundo; quanto à semente excelente, estes são os filhos do reino; mas o joio são os filhos do iníquo, e o inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é a terminação dum sistema de coisas e os ceifeiros são os anjos. Portanto, assim como o joio é reunido e queimado no fogo, assim será na terminação do sistema de coisas. O Filho do homem enviará os seus anjos, e estes reunirão dentre o seu reino todas as coisas que causam tropeço e os que fazem o que é contra a lei, e lançá-los-ão na fornalha ardente. Ali é que haverá o seu choro e o ranger de seus dentes. Naquele tempo, os justos brilharão tão claramente como o sol, no reino de seu Pai. — Mateus 13:37-43.

      42. Quem, especificamente, são os do “joio” simbólico e de que são decepados? Por quem?

      42 Esta parábola ilustrativa predisse o decepamento de grande parte na terminação do sistema de coisas, em que vivemos agora desde 1914 E.C. A parte decepada durante este tempo é o joio simbólico, que representa “os filhos do iníquo”, Satanás, o Diabo, o “inimigo” que semeou tal joio. Eles foram por muito tempo confundidos com o trigo simbólico, foram confundidos como sendo os “filhos do reino”, quer dizer, os cristãos ungidos que têm uma vocação para o reino celestial. Pretendiam ser cristãos, e por isso foram confundidos com os verdadeiros cristãos ungidos, que são herdeiros do Reino. Mas o seu desenvolvimento para o estado real do que são, neste tempo da “colheita” mostrou que são “joio”, cristãos de imitação, os quais, assim como seu semeador, o Diabo, são inimigos do Reino. São corretamente ‘decepados’ da associação com os da classe do “trigo”. Os anjos celestiais, como “ceifeiros”, é que são os usados para decepá-los. Eles lançam o “joio” no “fogo”, e o joio não passará incólume pelo “fogo”. Sua identidade falsa é destruída, e finalmente eles mesmos também.

      43. Na sua profecia sobre o “sinal” da terminação do sistema de coisas, como descreveu Jesus a colheita dos escolhidos e o decepamento de quem predisse para depois disso?

      43 No entanto, há outra “parte” ou classe ‘decepada’ nesta “terminação do sistema de coisas”. Jesus Cristo predisse esta “parte” ou classe na sua maravilhosa profecia a respeito do “sinal” de sua presença e da terminação do sistema de coisas. (Mateus 24:3) Nesta profecia, ele fala a respeito da “colheita” que, segundo a história, começou no ano de 1919 E.C., e disse: “Enviará os seus anjos com grande som de trombeta, e eles ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma extremidade dos céus até à outra extremidade deles.” (Mateus 24:31) Daí, no meio desta profecia, ele disse:

      “Por esta razão, vós também mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem mima hora em que não pensais.

      “Quem é realmente o escravo fiel e discreto a quem o seu amo designou sobre os seus domésticos, para dar-lhes o seu alimento no tempo apropriado? Feliz aquele escravo, se o seu amo, ao chegar, o achar fazendo assim. Deveras, eu vos digo: Ele o designará sobre todos os seus bens.

      “Mas, se aquele escravo mau disser no seu coração: ‘Meu amo demora’, e principiar a espancar os seus co-escravos, e a comer e beber com os beberrões inveterados, o amo daquele escravo virá num dia em que não espera e numa hora que não sabe, e o punirá com a maior severidade e lhe determinará a sua parte com os hipócritas. Ali é onde haverá o seu choro e o ranger de seus dentes.” — Mateus 24:44-51; Compare isso com Lucas 12:42-46, com a sua parábola similar.

      44. Portanto, que classe é prefigurada por aquele “escravo mau”, e por que é decepada esta classe? De que é decepada?

      44 Ali é o “escravo mau” que é ‘decepado’, determinando-se-lhe a sua parte, não com os co-escravos de seu amo, mas com os hipócritas, com os infiéis, depois de ter sido punido com a maior severidade. Assim como o “escravo fiel e discreto” representa uma classe de cristãos ungidos, que estão realmente na casa do Amo Jesus Cristo como seus “domésticos”, assim também o “escravo mau” representa uma classe. Esta classe de cristãos, dessemelhantes do “joio”, foi ungida com o espírito de Deus e fazia parte da casa do Amo, sendo co-escrava nela. Entretanto, esta classe se torna infiel, egotista, perdendo o autodomínio nos seus apetites, maltratando co-escravos num abuso de poder e autoridade e tornando-se descuidada e indiferente para com o assunto de ter de prestar contas ao seu Amo na vinda dele. Portanto, durante esta “terminação do sistema de coisas”, neste tempo de sua segunda “presença” invisível como Rei, ele decepa os desta classe do “escravo mau”. Ele os desassocia para ficarem com os hipócritas religiosos e com os infiéis. Ali eles expiram.

      45. Assim, quantas “partes” foram “decepadas” e quem foi levado através do fogo? Por que invocam estes o nome de Deus?

      45 Assim, ser cristãos, neste tempo, são decepados do “país” ou do domínio espiritual dado por Deus do restante restabelecido de Jeová. Mas o Soberano Senhor Deus fez com que uma “terceira parte”, uma minoria dos que professam ser herdeiros do reino celestial de Deus, passasse incólume pelo “fogo” da prova e do exame de sua fé, personalidade e obras. Estes se sujeitaram humildemente ao processo de refinação aplicado pelo grande Refinador, embora fosse provador. Para suportar o calor figurativo, tiveram de invocar o nome de Jeová, e ele lhes respondeu segundo a sinceridade de seus corações.

      46. Que disse Jeová a esta “terceira parte” e como? O que disse esta “parte” em resposta?

      46 No cumprimento da profecia de Zacarias 13:9, o Supervisor celestial de seu “país” não decepou esta “terceira parte” do domínio espiritual dado por Deus de seu restante restabelecido. Ele disse, por meio de seu evidente favor para com eles e pelos seus tratos maravilhosos com eles como Suas testemunhas: “É meu povo.” Por sua vez, os do fiel restante ungido disseram: “Jeová é meu Deus.” Fizeram isso notavelmente desde 26 de julho de 1931, quando os deste restante ungido adotaram o nome “testemunhas de Jeová”. Permaneceram ativos até hoje no seu “país” espiritual, louvando seu Deus.

      47. Quem, de todas as nações, agarra-se a esta “terceira parte”, para participar na adoração no templo de Jeová?

      47 É a esta “terceira parte” deixada restar neste “país” espiritual que se agarram os “dez homens dentre todas as línguas das nações”, segurando a aba da veste destes judeus ou israelitas espirituais fiéis. A estes, os da “grande multidão” internacional, prefigurados pelos “dez homens” estão dizendo: “Iremos convosco, pois ouvimos que Deus está convosco.” (Zacarias 8:20-23) Eles se associam em números cada vez maiores, às dezenas de milhares cada ano, aos do restante ungido no seu “país” e adoram a Jeová no seu templo. — Revelação 7:9-15.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Veja The Watch Tower de 1.º de junho de 1928 e seu artigo principal intitulado “Enaltecido Seu Nome”, tendo por texto temático Isaías 12:4.

  • A teocracia triunfa sobre todas as nações
    O Paraíso Restabelecido Para a Humanidade — Pela Teocracia!
    • Capítulo 21

      A teocracia triunfa sobre todas as nações

      1. Em vez de ter o cumprimento do último capítulo da profecia de Zacarias 14, o que aconteceu a Jerusalém e ao Monte das Oliveiras em 70 E. C.?

      PASSAR de ser vítima dum ataque internacional para ser o centro religioso procurado por todas as nações — este é o tema do glorioso capítulo final da profecia de Zacarias! Esta metamorfose maravilhosa não aconteceu com a Jerusalém terrestre, no ano 70 E.C. Naquele ano, os pés postos no Monte das Oliveiras que do leste dá vista para Jerusalém, eram os pés da Décima Legião das quatro legiões romanas, sob o General Tito, que cercaram a cidade condenada. Não foi a metade da cidade que foi para o exílio, mas a cidade inteira e seu templo foram destruídos, sendo que 1.100.000 judeus pereceram durante o sítio da cidade e 97.000 sobreviventes judeus foram levados cativos, ficando espalhados aos cantos da terra, “para todas as nações”. (Lucas 21:20-24) Este certamente não foi o cumprimento da profecia emocionante do Deus Altíssimo, conforme declarada em Zacarias 14:1-4:

      2. Segundo Zacarias 14:1-4, quem eram os que seriam ajuntados contra Jerusalém? Seria destruída a cidade? E os pés de quem estavam sobre o Monte das Oliveiras?

      2 “Eis que vem um dia pertencente a Jeová, e teu despojo certamente será repartido no meio de ti. E hei de ajuntar todas as nações contra Jerusalém para a guerra; e a cidade será realmente capturada e as casas rapinadas, e as próprias mulheres serão violentadas. E metade da cidade terá de ir para o exílio; mas, quanto aos que sobrarem do povo, não serão decepados da cidade. E Jeová há de sair e guerrear contra essas nações como no dia em que guerreia, no dia da peleja. E naquele dia seus pés estarão realmente postados no monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém, ao leste; e o monte das oliveiras terá de ser fendido pelo meio, desde o nascente e até o oeste. Haverá um vale muito grande; e metade do monte será realmente movida para o norte e metade dele para o sul.”

      3. A quem se aplica o pronome feminino, hebraico, “ti”, e que perguntas suscita isso?

      3 Nestas palavras emocionantes de profecia, o pronome “ti”, no texto hebraico, é do gênero feminino e por isso se refere à cidade. Mas, realmente não à cidade terrestre de Jerusalém, nem nos dias dos apóstolos de Jesus, nem no nosso século vinte. Estas palavras divinas são dirigidas a uma cidade mais elevada, “a uma cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”, à qual se chegou a congregação cristã dos israelitas espirituais. (Hebreus 12:22) Mas como pode ser isso? Como pode Jeová dos exércitos ajuntar todas as nações terrestres contra a “Jerusalém celestial” e esta cidade ser capturada por eles, suas casas rapinadas e suas mulheres violentadas, metade da cidade indo para o exílio?

      4. No seu Sermão do Monte, que nome deu Jesus a Jerusalém, e a que direito renunciou a Jerusalém terrestre na ocasião em que ele entrou nela triunfalmente?

      4 Lembremo-nos do que foi representado pela antiga Jerusalém até os dias dos apóstolos de Cristo. Lembre-se das palavras de Jesus no Sermão do Monte: “Não jureis absolutamente, nem pelo céu, porque é o trono de Deus; . . . nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei.” (Mateus 5:34, 35) Até o ano 607 A. E. C. costumava estar ali em Jerusalém o “trono de Jeová”, sendo um trono material ocupado por um descendente real ungido de Davi, com o qual Jeová fizera um pacto para um reino eterno na linhagem de sua família. No ano 33 E.C., quando Jesus, o descendente ungido com espírito do Rei Davi, entrou montado em Jerusalém, numa procissão triunfal, esta cidade não o quis como Rei. A Jerusalém terrestre renunciou assim ao seu direito de ter o Herdeiro Permanente do Rei Davi sentado num trono no seu meio. Seu Supremo Tribunal, o Sinédrio, fez com que Jesus fosse morto numa estaca de execução logo fora das muralhas de Jerusalém. — Mateus 21:1-43.

      5. Como não se deixou falhar a promessa de Deus, de um reino eterno na linhagem de Davi, por causa da morte violenta de Jesus?

      5 Falharia a promessa divina, de um reino eterno na linhagem real de Davi, por causa desta morte violenta do Herdeiro Permanente de Davi, ungido com espírito? Impossível! Os judeus descrentes, liderados pelos seus pastores religiosos, consideravam Jesus como falso cristo. Mas não era assim! Pois, no terceiro dia, o Deus Todo-poderoso do céu fez o humanamente impossível. Ele ressuscitou dentre os mortos o Herdeiro Permanente do Rei Davi, não lhe dando de volta seu corpo carnal, sacrificado para sempre, mas dando-lhe natureza espiritual, “natureza divina”, revestida de imortalidade. Este é o significado das próprias palavras do apóstolo cristão Pedro: “Até mesmo Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito.” — 1 Pedro 3:18; 2 Pedro 1:4; 1 Coríntios 15:42-45, 53, 34.

      6. (a) A presença de quem ascendeu o ressuscitado Jesus e o que fez ali? (b) Como indicaram as palavras do apóstolo Pedro aos judeus indagadores, em Pentecostes, que a Jerusalém terrestre deixou de ter o direito de ter nela o trono de Jeová?

      6 No quadragésimo dia depois disso, este transformado Jesus Cristo ascendeu do Monte das Oliveiras, ao leste de Jerusalém, para a presença celestial, invisível, de Jeová Deus, a fim de apresentar ao Juiz Supremo o valor resgatador de seu sacrifício humano, perfeito. Dez dias depois, em 6 de sivã de 33 E.C., ou no dia festivo de Pentecostes, Jeová Deus usou seu retornado Filho Jesus Cristo para derramar espírito santo sobre o apóstolo Pedro e sobre mais de cem outros discípulos que esperavam reunidos num sobrado na Jerusalém terrestre. Por conseguinte, sob a força dinâmica deste espírito derramado, o apóstolo Pedro disse à multidão de milhares de judeus indagadores: “Portanto, que toda a casa de Israel saiba com certeza que Deus o fez tanto Senhor como Cristo, a este Jesus, a quem pendurastes numa estaca.” (Atos 1:12-15; 2:1-36) Estas palavras significavam que o direito de ter um trono representativo de Jeová ocupado pelo Herdeiro Permanente do Rei Davi havia passado da Jerusalém terreste para a “cidade do Deus vivente, a Jerusalém celestial”. — Mateus 21:42-44.

      7. Em vista da Jerusalém envolvida, que perguntas surgem quanto ao cumprimento de Zacarias 14:2?

      7 Nenhuma das nações da terra, quer judaicas, quer gentias, pode destronar a Jesus Cristo de seu assento régio na “Jerusalém celestial”. Nem pode qualquer nação ou ajuntamento de nações realmente capturar a “Jerusalém celestial” e pilhá-la. Então, como pode a profecia de Zacarias 14:2 aplicar-se à “Jerusalém celestial” e achar cumprimento nela? Se é que é assim, como se cumpriu então no caso da “Jerusalém celestial”, e quando?

      8, 9. (a) A que tempo aplicou o próprio Jeová esta profecia e quando começou este tempo? Por quê? (b) Que anúncio se ouviu no céu em confirmação disso?

      8 Novamente, devemos lembrar-nos de que o profeta, o próprio Deus, a aplicou ao “dia [que vem,] pertencente a Jeová”. (Zacarias 14:1) Este dia espetacular, o dia de Jeová, já veio. Zacarias 14:3 prediz que o dia de Jeová seria assinalado por Sua luta, Sua guerra; portanto, este dia notável, em que Jeová novamente mostrará a todas as nações ser Guerreiro deve ser o assinalado pela “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”. A questão sobre a qual esta guerra será travada será resolvida na forçosa situação mundial “que em hebraico se chama Har-Magedon”. Já podemos ver todas as nações políticas sendo reunidas por lideranças diabólicas para o local deste confronto inevitável. (Revelação 16:13-16) Por conseguinte, este “dia pertencente a Jeová” começou no ano 1914 E.C., no fim dos “tempos designados das nações” gentias, por volta de 4/6 de outubro daquele ano. Naquele tempo, houve nos céus o “nascimento” do reino messiânico de Jeová, o reino cristão de Jeová. Podia-se ouvir ali, então, a proclamação:

      9 “O reino do mundo tornou-se o reino de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” — Revelação 11:15.

      10. Também, por causa disso, o que diziam as vozes daqueles que defendiam o reino mundial do Senhor Jeová e do seu Cristo?

      10 Podiam-se então ouvir as vozes dos que apoiavam este reino mundial de nosso Senhor Jeová e de seu Cristo, dizendo: “Agradecemos-te, Jeová Deus, o Todo-poderoso, aquele que é e que era, porque assumiste o teu grande poder e começaste a reinar. Mas as nações ficaram furiosas, e veio teu próprio furor e o tempo designado para os mortos serem julgados, e para dar a recompensa aos teus escravos, os profetas, e aos santos e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e para arruinar os que arruínam a terra.” — Revelação 11:16-18; 12:1-10.

      11. Acreditavam as nações gentias que os Tempos dos Gentios terminariam, conforme predito, em 1914 E.C.? E qual foi um dos grandes motivos de sua atitude?

      11 As nações haviam sido avisadas durante mais de três décadas de que estes “tempos designados das nações” gentias terminariam no outono (hem. set.) de 1914 E.C. (Lucas 21:24) As nações não criam que estes “tempos designados” de governo ininterrupto de toda a terra pelas nações gentias, a partir do ano 607 A. E. C., terminariam naquele ano de 1914 E.C. Por que não? Em primeiro lugar, porque os clérigos em conjunto da cristandade, os sacerdotes e os pregadores de suas igrejas, não acreditavam nisso e por isso não o pregavam. Zombavam e escarneciam dos do restante ungido de israelitas espirituais, os quais, como Estudantes Internacionais da Bíblia, apontavam para a cronologia da Bíblia e declaravam que os “tempos dos gentios” terminariam em 1914, introduzindo um “tempo de tribulação” sem precedentes em todas as nações. Entretanto, a evidência sobrepujante desde aquele ano memorável prova que os clérigos da cristandade estavam errados. Os Tempos dos Gentios terminaram mesmo naquele tempo.

      12. Neste respeito, o que não podiam as nações atacar diretamente? Por isso, o que atacaram, em expressão de que sentimento?

      12 Em desafio à evidência que começou a acumular-se a partir de 1914, as nações gentias não quiseram crer, ou preferiram não crer, que seu prazo de poder mundial sem oposição por parte dum reino messiânico de Deus havia terminado. Não podiam desfazer o que havia ocorrido naquele ano na “Jerusalém celestial”. Não podiam atacar diretamente aquela cidade celestial invisível e seu Rei messiânico, Jesus Cristo. Mas podiam atacar o que a representava na terra. Podiam atacar os do restante ungido da “congregação dos primogênitos que foram alistados nos céus”. Podiam atacar este restante dos “embaixadores, substituindo a Cristo”, que avisavam as nações sobre o fim dos Tempos dos Gentios em 1914. Podiam atacar este restante de “herdeiros de Deus, mas co-herdeiros de Cristo”. (Hebreus 12:22, 23; 2 Coríntios 5:20; Efésios 6:20; Romanos 8:16, 17) Isto foi exatamente o que as nações mergulhadas na guerra fizeram. Revelação 11:18 havia predito profeticamente: “As nações ficaram furiosas.” Expressaram seu furor por perseguir o restante ungido.

      13. As nações, na realidade, estavam atacando a “Jerusalém celestial” por causa de que aspecto espiritual do restante ungido sob ataque, e quando acharam que tinham ‘capturado a cidade’?

      13 O que as nações fizeram a este restante dos embaixadores do Reino, os herdeiros do Reino, alistados nos céus, era o mesmo que fazê-lo à “Jerusalém celestial”, onde estes do restante ungido tinham a sua “cidadania” (Filipenses 3:20) Aquelas nações começaram a guerrear, não só contra o restante ungido, mas contra tudo o que representavam e o que pregavam. Jeová Deus, o Todo-poderoso, não impediu isso, pois o havia predito. (Zacarias 14:1, 2) Ele havia predito: “A cidade será realmente capturada.” Foi mesmo? Foi, conforme representada pelo restante ungido. Muitos membros do restante ungido foram detidos em acampamentos militares ou em prisões. Mas as nações achavam que haviam mesmo ‘capturado’ a “cidade” espiritual, quando prenderam e levaram a uma penitenciária federal em Atlanta, Geórgia, E. U. A., na primavera e no verso de 1918, sete membros destacados do Corpo Governante do restante ungido.a

      14. O que aconteceu à Jerusalém terrestre nos anos 1917, 1948, e 1967 E.C. foi de que importância para o cumprimento de Zacarias 14:1-4, e por quê?

      14 A captura de Jerusalém, na Palestina, alguns meses antes, pelo General Allenby, britânico, cujas tropas entraram em Jerusalém em 10 de dezembro de 1917, no dia após a sua rendição, não desempenhou nenhum papel no cumprimento de Zacarias 14:2. A Jerusalém terrestre foi capturada dos turcos muçulmanos, que certamente não adoravam o Deus cujo nome é Jeová. O Soberano Senhor Jeová havia decretado a destruição da Jerusalém terrestre dos judeus, e nem antes, nem depois de sua destruição no ano 70 E.C. autorizou ele que esta cidade terrena fosse reconstruída pelo seu povo. O que lhe era então de importância real e primária era a Jerusalém superior, a “Jerusalém celestial”. Portanto, no caso da Jerusalém terrestre, reconstruída no segundo século por mãos não-judias ou gentias, o que lhe aconteceu em 1917 E.C., ou em 1948 E.C., ou em 1967 E.C., não era de nenhuma importância e não tinha nenhuma relação com o cumprimento de Zacarias 14:1-4.

      15. Além de tal encarceramento e detenção, que mais ocorreu durante a Primeira Guerra Mundial que corresponde aos maus tratos infligidos aos habitantes da “Jerusalém” capturada?

      15 Durante a Primeira Guerra Mundial, além de encarceramentos e detenções em acampamentos militares, havia amplos ataques por turbas e maus tratos infligidos aos membros do restante ungido que representavam a “Jerusalém celestial”. Grande parte de sua propriedade foi também destruída. (Veja The Golden Age, N.º 27, de 29 de setembro de 1920, que publicou o artigo: “‘Angústia de Nações’: Causa, Aviso, Solução.”) A injustiça e a brutalidade não-cristãs que assim ocorreram, correspondiam ao que Zacarias 14:1, 2, predissera: “A cidade será realmente capturada e as casas rapinadas, e as próprias mulheres serão violentadas.”

      16. (a) Como foram alguns para o exílio, conforme predito? (b) Como foi repartido o “despojo” da cidade no meio dela, segundo a profecia?

      16 Sem dúvida, esta perseguição alienou muitos membros do restante ungido, sendo assim levados ao exílio espiritual pelo inimigo; conforme foi predito: “E metade da cidade terá de ir para o exílio.” Que dizer da parte adicional da profecia: “E teu despojo certamente será repartido no meio de ti”? O que os atacantes queriam era despojar os do restante ungido da riqueza de influência e do atrativo popular que o restante exercia a favor do então já estabelecido reino de Deus. Seus atacantes fizeram isso por proscrever a literatura deles e reprimir suas atividades como embaixadores do Reino.

      17. Quem mostrou ser ‘os que sobraram’, a respeito dos quais se profetizou: “Não serão decepados da cidade”?

      17 Apesar de todas as difamações, oposição e perseguição às mãos dos atacantes, havia uma parte fiel do restante ungido que se negou a ser alienado, exilado, do reino messiânico de Deus, então já estabelecido na “Jerusalém celestial”. Estes são os mencionados na profecia, ao dizer: “Quanto aos que sobrarem do povo, não serão decepados da cidade.” Portanto, estes são os que sobreviveram às dificuldades e provações da primeira guerra mundial, aproveitada pelos inimigos para atacar os do restante ungido e despojá-los da sua embaixada do reino messiânico de Jeová.

      18. Foi este ataque das nações reunidas durante A Primeira Guerra Mundial o último ataque em cumprimento da profecia? E o que já prova se foi assim ou não?

      18 Não devemos pensar, porém, que a profecia se cumprisse plenamente com a Primeira Guerra Mundial e que não houvesse mais ataques maciços pelas nações ajuntadas. A “Jerusalém celestial” ainda continuava, e ela tinha na terra um restante devoto de representantes leais, aos quais se confiaram os interesses terrestres do reino messiânico de Deus. Conforme se pode esperar, aquele ataque, da Primeira Guerra Mundial, lançado contra eles pelas nações reunidas não foi o último ataque lançado contra a “Jerusalém celestial” e seus cidadãos espirituais na terra. A Segunda Guerra Mundial de 1939-1945 provou isso. Ofereceu às nações aguerridas uma oportunidade excelente para recomeçar o ataque, sim, em escala ainda mais maciça e com maior violência. Ficou mais claro do que nunca que esta guerra atroz entre as nações terrestres foi travada pelo domínio do mundo, em desafio à soberania legítima de Jeová sobre a terra. Na luta pela dominação da boa terra de Deus, estas nações estavam de fato lutando contra o governo celestial que o Soberano Senhor Jeová havia empossado na “Jerusalém celestial”. Portanto, mais uma vez, “as nações ficaram furiosas” contra o restante.

      19. Como se comparou o ataque contra a “cidade” durante a Segunda Guerra Mundial com o da Primeira Guerra Mundial e o que planejou o Corpo Governante para o futuro, a partir de 1942?

      19 A violência e as medidas de repressão adotadas contra os do restante ungido das testemunhas cristãs de Jeová excederam em muito as que sofreram durante a primeira guerra mundial. A perseguição não se levantou apenas contra o restante ungido dos israelitas espirituais; levantou-se também contra aqueles dos “dez homens” de todas as línguas das nações, que se haviam juntado ao restante do Israel espiritual na adoração no templo espiritual de Jeová. (Zacarias 8:20-23) Os fiéis apegaram-se firmemente à sua neutralidade cristã para com os combates mundiais e se apegaram ao governo teocrático de Jeová como único governo legítimo de toda a terra. Notavelmente, embora os campos de concentração e as prisões abrissem suas portas para deixar entrar milhares de testemunhas cristãs, intransigentes, de Jeová, nos países em guerra, nenhum dos do Corpo Governante das testemunhas cristãs de Jeová foi encarcerado. Em vez de cederem às pressões do inimigo e providenciarem o fechamento de sua obra dada por Deus, os do Corpo Governante planejaram a partir de 1942 a expansão do testemunho do reino messiânico de Jeová para regiões mais novas da terra, mesmo antes de chegar a paz com a sua organização das Nações Unidas em 1945.

      20. Resolveu a Segunda Guerra Mundial a questão predominante? E em que pensarão as nações ao fazerem o ataque final contra o restante ungido?

      20 Do mesmo modo que a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial tampouco resolveu nada. Certamente, não foi resolvida a questão do domínio do mundo, mas a tensão por causa dele está aumentando entre as superpotências. Elas ainda se rebelam contra o domínio mundial do Soberano Universal Jeová. Têm ressentimento contra os que proclamam e advogam a soberania mundial por parte do grande Teocrata Jeová por meio de Seu reino messiânico. Quem advoga isso não são as igrejas religiosas da cristandade, mas as teocráticas testemunhas cristãs de Jeová. Portanto, em breve virá o tempo em que todas as nações empenhadas na rivalidade internacional pelo domínio do mundo decidirão que as testemunhas cristãs de Jeová não têm direito a um lugar na terra. Em flagrante rejeição de tudo o que sugere Deus ou a regência divina, destruirão toda a cristandade religiosa e todo o paganismo religioso. Daí, num esforço total, lançarão seu ataque final contra as testemunhas cristãs sobreviventes do Soberano Senhor Jeová. Será que as nações serão bem sucedidas esta vez?

      O MONTE DAS OLIVEIRAS FENDIDO PELO MEIO

      21. Que chance de sobrevivência terão os do restante ungido e seus companheiros?

      21 Sob o futuro ataque em massa das nações de potência nuclear, que chance de sobrevivência têm os do restante ungido e seus co-proclamadores do reino messiânico de Jeová? Tanta “chance” como a Palavra profética de Deus lhes permite. Que “chance” lhes permite? Pois, ela diz:

      22. Que prediz Zacarias 14:3-5 para o Monte das Oliveiras?

      22 “E Jeová há de sair e guerrear contra essas nações como no dia em que guerreia, no dia da peleja. E naquele dia seus pés estarão realmente postados no monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém, ao leste; e o monte das oliveiras terá de ser fendido pelo meio, desde o nascente e até o oeste. Haverá um vale muito grande; e metade do monte será realmente movida para o norte e metade dele para o sul. E vós certamente fugireis para o vale dos meus montes; porque o vale dos montes chegará até Azel. E tereis de fugir, assim como fugistes por causa do tremor de terra nos dias de Uzias, rei de Judá. E Jeová, meu Deus, certamente chegará, estando com ele todos os santos.” — Zacarias 14:3-5.

      23. Quanto a como se fenderá pelo meio o simbólico “Monte das Oliveiras”, o que diz a profecia dada a Daniel, à qual recorremos como ilustração?

      23 Visto que Jerusalém aqui é simbólica — da “Jerusalém celestial” — também o deve ser o “monte das oliveiras”. Então, como será aquilo que ele simboliza “fendido pelo meio”, tornando-se dois montes, “meus montes”, conforme diz Jeová? Um profeta a quem Zacarias talvez conhecesse pessoalmente, na antiga Babilônia, registrou um sonho profético que ilustra como se dará isso. Por volta do ano 605 A. E. C., o rei de Babilônia teve seu sonho a respeito duma estátua semelhante a um homem, a qual, por meio de seus quatro metais e o barro, representava a sucessão ininterrupta de potências mundiais, desde a Babilônia até a Potência Mundial Anglo-Americana da atualidade, junto com todos os governantes políticos associados dos nossos tempos. Daí, a alguma distância, via-se um grande monte. Deste monte original foi cortada uma pedra sem a intervenção de mãos humanas. Sem que alguma mão humana a lançasse, ela se pós em movimento e seguiu velozmente seu caminho. Para o espaço sideral? Não; mas para aquela estátua metálica de domínio mundial por potências mundiais, políticas. Sem errar, ela bateu contra a estátua, atingindo-a nos seus pés, formados em parte por ferro e em parte por argila. Em vez de ela se despedaçar diante do impacto com aqueles pés, ora, quer o creia, quer não, ela os esmiuçou. Com isso caiu toda a estátua. O que veio a seguir? O seguinte:

      Nesta ocasião, o ferro, a argila modelada, o cobre, a prata e o ouro foram juntos esmiuçados e tornaram-se como a pragana da eira do verão, e o vento os levou embora, de modo que não se achou nenhum traço deles. E no que se refere à pedra que golpeou a estátua, tornou-se um grande monte e encheu a terra inteira.” — Daniel 2:1, 31-35.

      24. Que interpretação do sonho deu Daniel ao Rei Nabucodonosor?

      24 Apenas dois montes ficaram então à vista — o grande monte que enchia a terra inteira e o monte original, longe da terra, e por isso não parte da terra. Este é o resultado que confronta todos os habitantes futuros de nossa terra, no cumprimento deste sonho simbólico. O que significa isso? Escute, ao passo que Daniel interpreta o sonho ao Rei Nabucodonosor, de Babilônia:

      “E nos dias daqueles reis o Deus do céu estabelecerá um reino que jamais será arruinado. E o próprio reino não passará a qualquer outro povo. Esmiuçará e porá termo a todos estes reinos, e ele mesmo ficará estabelecido por tempo indefinido pois viste que se cortou do monte uma pedra sem mãos, e que ela esmiuçou o ferro, o cobre, a argila modelada, a prata e o ouro. O próprio grandioso Deus tem dado a conhecer ao rei o que há de acontecer depois disso. E o sonho é certo e a sua interpretação é fidedigna.” — Daniel 2:36-45.

      25. O que representa o “monte” original, e o que representa o “monte” que se desenvolve da pedra?

      25 Por meio desta interpretação inspirada, “fidedigna”, sabemos que a pedra-monte que encheu a terra inteira representa um reino permanente. Por conseguinte, o monte do qual a pedra foi cortada “sem mãos” representa um reino permanente. Visto que é o “Deus do céu” quem estabelece sobre toda a terra o “reino que jamais será arruinado”, aquele monte original, que engendra a “pedra”, representa o reino universal de Deus. Representa sua regência teocrática. O monte que se desenvolveu da pedra e que se torna o único monte na terra representa o reino do Filho de Deus, Jesus Cristo, o reino messiânico, que será o único reino dominando a terra depois de a “guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso”, no Har-Magedon, acabar com os reinos de criação humana, controlados pelo Diabo, do atual sistema de coisas. (Revelação 16:14-16) De modo que haverá dois “montes” simbólicos, dois reinos, o do Soberano Senhor Jeová, como o Grande Teocrata, e o de Seu Messias, Jesus, sobre toda a terra. Desta maneira, Jeová usará o reino de seu Filho como agente, ao mais uma vez exercer sua soberania universal.

      26. O que simboliza o Monte das Oliveiras no seu estado indiviso e como se compara isso com a “Jerusalém celestial”?

      26 A profecia divina dada por meio de Zacarias, a respeito ‘daquele dia’, corresponde ao sonho profético interpretado por Daniel. De modo que o “monte das oliveiras” ao leste da Jerusalém terrestre representa, no seu estado indiviso, o reino universal do Soberano Senhor Jeová. Assim como o ponto mais alto do Monte das Oliveiras se eleva à altitude de 903 metros, ultrapassando assim a altitude geral de Jerusalém em mais de 120 metros, assim o reino universal de Jeová domina a “Jerusalém celestial” e a usa como seu agente teocrático. — Hebreus 12:22.

      27. Por que não representa a fenda do Monte das Oliveiras uma divisão em si do reino universal de Jeová?

      27 O reino universal de Deus nunca fica dividido contra Bi mesmo. (Mateus 12:25, 26) Não é isto o que é representado pela fenda do Monte das Oliveiras, “pelo meio”. Jeová não agiu contra a sua própria soberania ao estabelecer o reino messiânico de seu Filho. Então, o que representa esta divisão do Monte das Oliveiras e quando ocorre?

      28. Representa a fenda do monte a divisão da supremacia e soberania de Jeová? Portanto, o que representa realmente fender-se o monte “pelo meio”?

      28 Não representa a divisão da supremacia de Jeová, nem a divisão de sua soberania universal. Ele sempre permanece o Deus Altíssimo e Soberano Senhor do universo. Em harmonia com o sonho profético interpretado em Daniel 2:44, 45, fender-se o monte ao leste de Jerusalém representa o estabelecimento de um reino subsidiário de seu próprio reino universal, porque se estende sobre uma região que realmente é território rebelde, de modo que Jeová não pode tratar diretamente com ela. É o reino de alguém da linhagem do Rei Davi, terreno, e também um reino à maneira do Rei-Sacerdote Melquisedeque. Portanto, não é um governo apenas sobre o domínio terrestre do Rei Davi, mas também sobre toda a terra. — Salmo 110:1-4; Hebreus 5:10 a 8:1; Atos 2:34-36.

      29. Portanto, esta fenda produz que espécie de reino, quando ocorreu esta fenda e por quê?

      29 Isto produz um reino do Filho unigênito de Deus ao lado do reino de Deus, o Pai, e sujeito a ele. E visto que este reino secundário tem relações com o reino terrestre de Davi, deve tomar em conta os Tempos dos Gentios, de 2.520 anos de duração, que foram impostos ao reino de Davi. Portanto, o reino secundário nas mãos do Rei messiânico, o Filho de Deus, foi só estabelecido no fim dos Tempos dos Gentios em 1914 E.C. — Lucas 21:24; Daniel 4:16, 23-25; Hebreus 10:12, 13.

      30. O que chama Deus os dois montes resultantes, o que representa cada um deles e o que se precisa dizer quanto a haver oposição de um contra o outro?

      30 Isto explica por que Jeová fala dos dois montes resultantes da fenda do Monte das Oliveiras como sendo “meus montes”. (Zacarias 14:5) Biblicamente, o monte ao norte representaria o reino universal de Jeová e o monte ao sul, o reino messiânico de seu Filho. (Salmo 75:6, 7) Este recém-produzido “monte” do reino está sujeito, não oposto, ao reino universal, conforme se declara em 1 Coríntios 15:25-28:

      “Pois ele tem de reinar até que Deus lhe tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. Como último inimigo a morte há de ser reduzida a nada. Pois Deus ‘lhe sujeitou todas as coisas debaixo dos pés’. Mas, quando diz que ‘todas as coisas foram sujeitas’, é evidente que se excetua aquele que lhe sujeitou todas as coisas. Mas, quando todas as coisas lhe tiverem sido sujeitas, então o próprio Filho também se sujeitará Aquele que lhe sujeitou todas as coisas, para que Deus seja todas as coisas para com todos.”

      31. (a) Como mostra a profecia que ambos os reinos permanecem sujeitos a Jeová? (b) O que indica estarem ali seus “pés”, e quem é o Principal com quem Ele vem?

      31 Que ambos os reinos estão, desde o começo, sujeitos ao Soberano Senhor Deus está explicado na declaração: “E naquele dia seus pés estarão realmente postados no monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém, ao leste.” E quando o monte simbólico se fende, metade para o norte e metade para o sul, os pés de Jeová permanecem postos em ambos os montes, “meus montes”. Visto que o Monte das Oliveiras era mais de cem metros mais alto do que a antiga Jerusalém, O Deus Altíssimo, Jeová, podia dum ponto elevado assim observar o que estava acontecendo com respeito à “Jerusalém celestial” no que se referia aos seus interesses na tetra. Em linguagem simbólica, quando Jeová postou seus pés no Monte das Oliveiras, significava que ele havia vindo. Assim como predisse profeticamente: “E Jeová, meu Deus, certamente chegará, estando com ele todos os santos.” O Principal destes “santos” celestiais, naturalmente, é seu filho sem pecado, Jesus Cristo, a quem ele constitui rei sobre o “monte” do reino secundário. (Zacarias 14:5) Tais “santos” agem como forças executoras de Jeová.

      32. (a) O que resulta da fenda do monte e que proveito se tira da formação resultante? (b) Os fugitivos passam a estar ali sob que provisão divina?

      32 “Haverá um vale muito grande; e metade do monte será realmente movida para o norte e metade dele para o sul. E vós certamente fugireis para o vale dos meus montes; porque o vale dos montes chegará até Azel. E tereis de fugir, assim como fugistes por causa do tremor de terra nos dias de Uzias, rei de Judá.” (Zacarias 14:4, 5) Esta fuga do restante repatriado do povo de Jeová não é uma fuga em pânico, “a fim de entrar nas grutas das rochas e nas fendas dos rochedos” e dizer “aos montes e às rochas: ‘Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está sentado no trono e do furor do Cordeiro.’” (Isaías 2:20, 21; Revelação 6:15, 16) Será uma fuga para a provisão protetora de Deus, uma fuga para o vale muito grande entre “meus montes”, protegido ao norte e ao sul pelas metades do simbólico Monte das Oliveiras. Sim, para estar sob os pés de Jeová. Este vale de proteção divina estendia-se desde o vale do Cédron, dominado pela muralha oriental de Jerusalém, até o leste, para Azel, com bastante lugar para os fugitivos.

      33. Quando começou a fuga do restante, tendo alguma relação com que fuga descrita em Revelação, capítulo doze? Contudo, por que dura mais tempo?

      33 Em nosso século vinte, a fuga dos do restante restabelecido dos israelitas espirituais começou depois de sua libertação de Babilônia, a Grande, e de seus consortes políticos e militares, na primavera (hem. set.) de 1919 E.C. Em Revelação 12:1-14, a fuga da “mulher” celestial de Deus para o ermo, após o nascimento do reino messiânico e a guerra no céu, para expulsar o Diabo e seus anjos, tem alguma relação com a fuga dos do restante ungido, na terra, a partir de 1919. Mas a fuga por parte dela não é igual à deles; a fuga e permanência dela no ermo, longe da face do diabólico “dragão”, é apenas por mil duzentos e sessenta dias, ou três “tempos” proféticos e meio. Coincide parcialmente com a fuga dos do restante ungido, “os remanescentes da sua semente, que observam os mandamentos de Deus e têm a obra de dar testemunho de Jesus”. (Revelação 12:17) Mas a fuga de todos estes dedicados, batizados, que se tornam parte do restante ungido, não acabou no fim dos 1.260 dias da mulher. O restante ainda está naquele “vale” simbólico, sob a proteção do reino universal de Jeová e o reino messiânico de seu Filho.

      34. Quando ocorre o cumprimento desta parte da profecia a respeito de Jeová sair como no dia de sua peleja, para lutar?

      34 No entanto, quando se dá o cumprimento da seguinte parte da profecia: “E Jeová há de sair e guerrear contra essas nações como no dia em que guerreia, no dia da peleja”? (Zacarias 14:3) Não se deu em 1914, no fim dos Tempos dos Gentios, embora o estabelecimento do reino messiânico dos céus fosse um passo naquela direção. Mas, ainda é futuro o tempo fixado por Jeová dos exércitos para ir travar guerra contra as nações que atacam os representantes de sua “Jerusalém celestial”, na terra. Estas nações gentias (inclusive as da cristandade) lançaram um ataque feroz contra os do restante ungido, durante a Primeira Guerra Mundial, e depois um mais violento e amplo durante a Segunda Guerra Mundial. Mas o seu ataque final está sendo planejado agora e ainda está para vir — sob a liderança do predito “Gogue da terra de Magogue”. (Ezequiel 38:1 a 39:5) Jeová dos exércitos fará então com que este seja o último ataque deles, e ele se distinguirá como Guerreiro de modo mais glorioso do que em qualquer anterior ‘dia em que guerreava’, em qualquer antigo “dia da peleja”.

      A GUERRA E OS EFEITOS ‘DAQUELE DIA’

      35. Como profetiza Jeová que aquele será o dia mais escuro de todos para as nações atacantes e como se indica a imobilização das coisas operacionais dos inimigos?

      35 Aquele dia da guerra de Jeová contra as nações atacantes deve ser o dia mais tenebroso de sua existência. Ele até mesmo previu tal dia para eles, dizendo: “E naquele dia terá de acontecer que não se mostrará haver nenhuma lua preciosa — as coisas ficarão solidificadas.” (Zacarias 14:6) “E acontece, naquele dia, que não há luz preciosa, é intensa escuridão.” (Young, em inglês) “Acontecerá naquele dia que não haverá luz, mas frio e gelo.” (ALA) Não brilhará sobre eles nenhuma luz de favor divino, nem calor amoroso. As luzes artificiais da ciência moderna não removerão a escuridão do desfavor divino. As coisas operantes ficarão imobilizadas, endurecidas com o frio, como que solidificadas. Isto nos faz lembrar das perguntas de Jeová ao patriarca

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