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EdomEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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EDOM
[Vermelho], EDOMITAS.
Edom era o nome secundário ou a alcunha dada a Esaú, irmão gêmeo de Jacó. (Gên 36:1) Foi aplicado a ele por ter vendido sua primogenitura em troca do cozido vermelho. (Gên 25:30-34) Coincidentemente, Esaú, ao nascer, tinha cor bem avermelhada (Gên 25:25), e uma coloração similar predominava em partes da terra em que ele e seus descendentes habitaram mais tarde.
Seir e Edom. Em algum tempo durante a permanência de 20 anos de Jacó em Harã, Esaú (Edom) começou a fixar-se na terra de Seir, “o campo de Edom”. (Gên 32:3) Assim, mesmo antes de seu pai morrer (Gên 35:29), Esaú, pelo que parece, começara a cumprir a bênção profética de Isaque, desviando sua atenção dos solos férteis ao redor de Hébron, e, sem dúvida, começando a ‘viver pela espada’, junto com os 400 homens sob seu comando. (Gên 27:39, 40; 32:6, 8) O registro indica, porém, que ainda mantinha uma residência, ou acampamento-base, na área de Hébron, só se transferindo definitivamente para a região montanhosa de Seir depois da morte de seu pai (1738 AEC). Já então sua família tinha aumentado e seus bens eram muitos. — Gên 36:6-8.
A terra de Seir fora anteriormente o domínio dos horeus (Gên 14:6; 36:20-30), mas os filhos de Esaú desapossaram os xeques horeus e se apoderaram da região. (De 2:12) Depois disso, a terra passou a ser conhecida como a terra de Edom, embora ainda continuasse a ser usado o nome Seir, mais antigo. — Núm 24:18.
Descrição Geográfica. O território de Edom estendia-se por cerca de 160 km desde sua fronteira com Moabe, ao N, formada pelo vale da torrente de Zerede, para baixo até Elate (Elote), no golfo de ʽAqaba, ao S. (De 2:1-8, 13, 14; 1Rs 9:26) Ao L, o domínio edomita aparentemente se estendia até a beirada do deserto Arábico, ao passo que, ao O, estendia-se através do Arabá até o ermo de Zim, e abrangia os altiplanos do Negebe, que se estendiam desde o canto SO do Mar Salgado até Cades-Barneia. A parte ocidental de Edom, portanto, passou a constituir a fronteira SE do território de Judá. — Jos 15:1; compare isso com Núm 34:3.
MAPA: Terra de Edom
O próprio coração do território edomita, porém, evidentemente ficava ao L do Arabá, pois ali a elevada cadeia montanhosa, tendo alguns pontos que atingem uma altitude de 1700 m, recebe alguma chuva. Isto se dá porque a terra ao O do Arabá, o Negebe, é consideravelmente mais baixa, permitindo que as remanescentes nuvens tempestuosas vindas do Mediterrâneo passem por cima dele e atinjam as montanhas mais elevadas de Edom, onde liberam parte de sua umidade restante. Assim, as investigações arqueológicas mostram uma série de povoados e fortalezas antigos ao longo duma estreita faixa de solo arável, na parte mais elevada do longo planalto, ou platô, montanhoso, mas estes acabam ao se prosseguir para o S em direção ao golfo de ʽAqaba. A moderna Tafileh, a uns 30 km ao S do Mar Morto (Salgado), possui grandes olivais, embora isto se deva, em grande parte, ao fluxo de água de oito ótimas fontes, visto que caem ali apenas uns 280 mm de chuva anualmente.
Embora tivesse pouca terra fértil, esta acidentada região montanhosa possuía valiosos depósitos de cobre e de ferro; faziam-se mineração e fundição em torno do lugar da moderna Feinan, a uns 48 km ao S do Mar Morto. Vê-se também evidência da existência de antigos pinheirais de considerável extensão.
Em harmonia com o acima, Moisés, ao enviar mensageiros ao rei de Edom, falou da posição israelita em Cades-Barneia como “na extremidade do teu território”, e ao solicitar permissão para uma passagem pacífica através do território dos edomitas, Moisés referiu-se aos campos, vinhedos e poços deles. — Núm 20:14-17.
Posição Estratégica. Moisés solicitou permissão para Israel seguir pela “estrada real” através de Edom. (Núm 20:17) Esta estrada, também conhecida por Estrada do Rei, talvez fosse do golfo de ʽAqaba até Damasco, na Síria, seguindo a borda dos altos platôs que beiram o lado L do Arabá ao atravessar Edom. Ao longo dela podiam-se encontrar as principais cidades de Edom. (Gên 36:33; 2Rs 14:7) Uma rota também seguia do Negebe para o L através de Maʽan, à beira do deserto Arábico, conectando ali com outra rota que seguia em direção N-S. Por estas estradas passavam ricas cargas do Egito, da Arábia, da Síria e da Mesopotâmia. Pedágios cobrados das caravanas de camelos e de mulas que percorriam essas estradas provavelmente contribuíam muitíssimo para a riqueza de Edom. Os cansados viajantes do deserto talvez também pagassem por alimentos e acomodações ao chegarem a Edom.
A escarpa íngreme, ou paredão do planalto, do lado do Arabá, dava ao principal baluarte de Edom uma excelente proteção nesta direção. O profundo desfiladeiro do vale da torrente de Zerede impedia a invasão desde Moabe. (Note, porém, Am 2:1.) Uma cadeia de fortalezas dava para o deserto, no mais vulnerável lado L, dando boa defesa contra midianitas e outras tribos nômades. Além disso, as fendas existentes nas montanhas e nos planaltos são, em geral, cercadas por inescaláveis penhascos de arenito vermelho, que formam intimidativas gargantas. É com boa razão que a profecia de Jeová, mediante Jeremias, fala dos edomitas como confiantemente ‘residindo nos retiros do rochedo, ocupando o alto do morro’, e como águia em seu ninho. — Je 49:7, 16.
O Povo de Edom. Os edomitas, como descendentes de Esaú, eram basicamente uma raça semítica, mas com forte traço camítico. Isto se devia a que duas das esposas de Esaú eram do tronco cananeu camítico (hitita e heveu); apenas uma esposa dele, cujo nome é citado, era parte semítica, por meio de Ismael, filho de Abraão. (Gên 36:2, 3) Se, como alguns peritos sustentam, o nome “horeu” significa simplesmente “habitante de caverna”, Oolibama, esposa heveia de Esaú e filha de Aná, talvez procedesse dos habitantes horeus de Seir. (Veja Gên 36:2, 20, 24, 25.) De qualquer modo, os edomitas, assim como os moabitas e os amonitas, descendentes de Ló (note Da 11:41), eram aparentados com os israelitas, e, originalmente, também praticavam a circuncisão. (Je 9:25, 26; compare isso com Ez 32:29.) Jeová referiu-se a eles como “irmãos” de Israel, e os direitos fundiários dos edomitas deviam ser tidos como inalienáveis pelos israelitas, que avançavam através do ermo, visto que Jeová concedera o monte Seir como posse aos descendentes de Edom. — De 2:1-8.
Formadas originalmente em territórios sob o domínio de xeques, as tribos edomitas mais tarde se organizaram em reino. A linha de sucessão real indica que os reis provinham de diferentes tribos ou territórios de xeques, não assumindo assim o trono numa base familiar hereditária. (Gên 36:15-19, 31-43) Alguns críticos consideram anacronismo, ou inserção posterior, a referência aos regentes edomitas, em Gênesis 36:31, como “os reis que reinaram na terra de Edom antes de qualquer rei reinar sobre os filhos de Israel”. Não é assim, porém, visto que Moisés, que registrou Gênesis, já conhecia a explícita promessa de Deus a Jacó (Israel), de que “dos teus lombos sairão reis”. (Gên 35:11) O próprio Moisés predisse que Israel, por fim, teria um rei. — De 28:36.
A Septuaginta grega contém uma adição a Jó 42:17, que identificaria Jó com Jobabe, o rei edomita de Gênesis 36:33. Jó, porém, era da terra de Uz, nome dado originalmente a uma tribo arameia e repetido na linhagem arameia de Naor. (Jó 1:1; compare isso com Gên 10:23; 22:20, 21.) Lamentações 4:21, de fato, fala de Edom como ‘morando na terra de Uz’, mas este texto, escrito muitos séculos depois do provável tempo em que Jó viveu, não equaciona Uz com Edom, especialmente visto que, em Jeremias 25:20, 21, “os reis da terra de Uz” são diferenciados de Edom. Antes, o texto talvez indique uma extensão do território edomita. — Veja UZ N.º 4.
É possível que um dos três “companheiros” que visitaram e criticaram Jó na sua condição doente era edomita, a saber, Elifaz, o temanita. (Jó 2:11; compare isso com Gên 36:11, 34.) Temã, em Jeremias 49:7, é apresentado como centro de sabedoria edomita, talvez contribuindo para a sua reputação de sabedoria o contato e a comunicação regular dos edomitas com viajantes procedentes do Oriente.
Desde o Êxodo Até o Fim da História de Judá. A destruição das forças de Faraó e a miraculosa libertação de Israel no Mar Vermelho tiveram repercussões em Edom, como em toda a região de Canaã e em torno dela. (Êx 15:14, 15) No ermo da península do Sinai, surgiu a primeira oposição armada contra Israel por parte duma tribo edomita grandemente espalhada, os amalequitas, fonte de dificuldades para Israel no decorrer de toda a sua história. (Êx 17:8-16; compare isso com Gên 36:12, 16; veja AMALEQUE, AMALEQUITAS.) Ao término do período de peregrinação, a respeitosa solicitação de Moisés, pedindo salvo-conduto para seguir a estrada real através de Edom, foi rejeitada, e o rei edomita de então, cujo nome não é citado, juntou uma poderosa força militar para bloquear qualquer intrusão israelita. (Núm 20:14-21) Assim, depois da morte de Arão, no monte Hor, perto da fronteira de Edom (Núm 20:22-29), Israel contornou o coração da terra de Edom, acampou junto ao vale da torrente de Zerede, e depois seguiu para o N, passando pela fronteira oriental de Moabe. — Núm 21:4, 10-13; Jz 11:18; compare isso com De 2:26-29.
Na bênção poética que Moisés proferiu sobre Israel, antes da sua morte, ele descreveu a Jeová Deus como ‘vindo do Sinai’, como ‘raiando desde Seir [Edom]’ e como ‘reluzindo desde as montanhas de Parã’. Uma descrição similar ocorre no cântico de Baraque e Débora, e na profecia de Habacuque. (De 33:2; Jz 5:4, 5; Hab 3:3, 4) Esta representação profética, evidentemente, fixa assim a arena, ou o teatro, em que Jeová se manifestara à sua recém-constituída nação, iluminando-a como que por lampejos de luz brilhando sobre os picos montanhosos.
Ordenara-se a Israel que não detestasse o edomita, “pois é teu irmão”. (De 23:7, 8) No entanto, não só a agressiva tribo amalequita, mas Edom como um todo, adotou um proceder de oposição a Israel. Saul travou uma guerra bem-sucedida contra eles. (1Sa 14:47, 48) Todavia, Saul tinha um edomita, Doegue, como cabeça sobre seus pastores, e este homem agiu como informante de Saul contra Davi. Quando os homens de Saul se mostraram adversos a atacar os sacerdotes de Nobe, Saul usou Doegue para realizar um massacre em grande escala. — 1Sa 21:7; 22:9-18.
Davi, como rei, obteve uma grande vitória sobre os edomitas no vale do Sal. (2Sa 8:13; veja SAL, VALE DO.) Embora não se declare que ação provocou essa batalha, uma agressão edomita, sem dúvida, foi responsável, talvez porque os edomitas pensavam que as campanhas de Davi na Síria haviam deixado a parte meridional do seu reino vulnerável a uma invasão. Em 1 Crônicas 18:12, e no cabeçalho do Salmo 60, descrevem-se respectivamente Abisai e Joabe como realizando a conquista sobre os edomitas. Visto que Davi era o comandante-chefe e Joabe era seu principal general, ao passo que Abisai era um comandante divisionário sob Joabe, pode-se entender como os relatos podiam diferir nos créditos dados pela vitória, dependendo do ponto de vista assumido, assim como se dá nos tempos modernos. Similarmente, a diferença nos números fornecidos nesses textos se deve provavelmente ao conceito específico do narrador quanto aos diferentes aspectos ou campanhas da guerra. (Veja 1Rs 11:15, 16.) De qualquer forma, Davi estabeleceu guarnições de tropas israelitas em todo o Edom, e a população restante de Edom ficou sujeita a Israel. (2Sa 8:14; 1Cr 18:13) O “jugo” de Jacó pousava então pesadamente sobre o pescoço de Edom (Esaú). — Gên 27:40; compare isso com Núm 24:18.
Salomão, que se casou com mulheres edomitas (1Rs 11:1), utilizou o controle israelita sobre as cidades costeiras edomitas junto ao Mar Vermelho, Elote (Elate) e Eziom-Géber, para um empreendimento de navegação. (1Rs 9:26; 2Cr 8:17, 18) A reduzida população masculina de Edom não conseguiu remover o jugo israelita, embora Hadade, fugitivo de sangue real, deveras liderasse uma espécie de movimento de resistência. — 1Rs 11:14-22.
Não se pode afirmar se esta situação predominou continuamente durante todo um século, depois da conquista inicial de Davi. O ataque efetuado pelos “filhos de Amom e de Moabe, e os da região montanhosa de Seir [Edom]” (2Cr 20:1, 2, 10, 22) talvez tenha ocorrido antes do ataque conjugado das forças de Judá, de Israel e de Edom contra Moabe. (2Rs 3:5-9; veja MOABE, MOABITAS.) Pelo que parece, Edom fazia parte de cada uma das alianças tríplices, lutando primeiro de um lado, e, daí, do outro. Declara-se também que, em certo ponto do reinado de Jeosafá, Edom não tinha rei; o país era governado por um preposto, evidentemente responsável ao trono de Judá, de modo que o acesso de Judá ao golfo de ʽAqaba e a seu porto, ou portos, estava desimpedido. (1Rs 22:47, 48) Quanto à campanha contra Moabe, a predita inundação do anteriormente seco vale da torrente, onde os exércitos aliados acampavam, pode ter resultado de um temporal desértico sobre o planalto mais elevado. Tais tempestades, nos tempos modernos, podem enviar torrentes de água uádis abaixo, até o Arabá. Ou a água pode ter surgido por meios puramente milagrosos. — 2Rs 3:16-23.
Edom revoltou-se e livrou-se do jugo de Judá no reinado do filho de Jeosafá, Jeorão, e restabeleceu sua monarquia independente. Embora Jeorão obtivesse uma vitória militar num choque com os edomitas, eles continuaram sua revolta. (2Rs 8:20-22; 2Cr 21:8-10) Na primeira metade do reinado de Amazias (858-830 AEC), o vale do Sal tornou-se novamente cenário de um desastre militar para Edom, e Amazias apoderou-se de Sela, a principal cidade edomita, sendo enlaçado, porém, pela adoração dos falsos deuses impotentes de Edom. (2Rs 14:7; 2Cr 25:11-20) Seu filho, Uzias (Azarias), restaurou Elate ao controle de Judá. — 2Rs 14:21, 22.
A Síria, numa ofensiva contra Judá, durante o reinado de Acaz (761-746 AEC), fez retornar o porto de Elate, no Mar Vermelho, às mãos de Edom. (2Rs 16:5, 6) Os edomitas, evidentemente libertos do domínio de Judá, juntaram-se a outras nações, inclusive a Assíria, em incursões contra Judá. — 2Cr 28:16-20; compare isso com Sal 83:4-8.
Não se encontraram registros de fontes edomitas. Os registros seculares de outras nações, porém, os mencionam. Um papiro egípcio, considerado ser do segundo milênio AEC, menciona tribos beduínas de Edom entrando na região do delta em busca de pastagens para o seu gado. Os faraós Menepta e Ramsés III reivindicaram o território de Edom, assim como fez também o monarca assírio Adade-Nirari III. Algum tempo depois deste último rei, Tiglate-Pileser III (contemporâneo de Acaz) jactou-se de ter recebido tributo de “Kaushmalaku de Edom”, ao passo que Esar-Hadom, sucessor de Senaqueribe, alista “Qaushgabri” como rei vassalo edomita. — Ancient Near Eastern Texts (Textos Antigos do Oriente Próximo), editado por J. Pritchard, 1974, pp. 282, 291.
Edom na Profecia. Já no governo do Rei Uzias, os profetas Joel e Amós declararam a condenação definitiva de Edom, por Jeová, devido à sua implacável fúria, expressa contra Israel pelo uso desapiedado da espada. (Am 1:6, 11, 12) Edom, por sua feroz oposição ao povo pactuado de Jeová, tinha perdido seu direito à propriedade da terra que mantinha por concessão divina. (Jl 3:19; Am 9:11, 12) Os edomitas selaram sua condenação quando os babilônios conquistaram Judá e Jerusalém em 607 AEC. O ódio dos edomitas ficou claramente revelado ao instigarem os devastadores de Jerusalém (Sal 137:7), ao se regozijarem com a tragédia de Judá, e, na sua inimizade e no seu desejo de vingança, até mesmo entregaram judeus fugitivos para serem mortos pelos babilônios. Juntaram-se a outros povos circunvizinhos em saquear aquela terra, e planejaram tomar o país abandonado de Judá e de Israel, falando jactanciosamente contra Jeová. Por causa disso, Jeová orientou seus profetas Jeremias, Ezequiel e Obadias a garantir a Edom que seu regozijo seria de curta duração e que o tratamento dispensado a Judá também se tornaria o quinhão de Edom. (La 4:21, 22; Ez 25:12-14; 35:1-15; 36:3-5; Ob 1-16) Conforme o profeta Isaías havia predito antes, os edomitas que brandiam espadas ficariam sob a própria espada de justiça e de julgamento de Jeová, tornando-se todas as classes, os grandes e os pequenos, como animais sacrificiais devotados à destruição. — Is 34:5-8.
Edom tornar-se-ia como Sodoma e Gomorra, desabitado para sempre. (Je 49:7-22; compare isso com Is 34:9-15.) Merecendo o ódio de Jeová, Edom seria chamado de “território da iniquidade” e “o povo que Jeová verberou por tempo indefinido”. (Mal 1:1-5) Edom, assim, evidentemente é símbolo dos inimigos empedernidos do povo pactuado de Deus, em Isaías 63:1-6, onde o Guerreiro divino, com vestes manchadas de sangue, que pisou o lagar de vinho da vingança de Deus, é apropriadamente descrito como vindo de Edom (que significa “Vermelho”), e de Bozra, a cidade mais destacada de Edom (aqui possivelmente usada como trocadilho com a palavra hebraica ba·tsír, que significa “vindima”). — Veja Re 14:14-20; 19:11-16.
História Posterior e Desaparecimento. O rei de Edom foi avisado por meio de Jeremias, profeta de Jeová, a pôr seu pescoço sob o jugo de Nabucodonosor, rei de Babilônia. (Je 27:1-7) Não se registrou o que os edomitas realmente fizeram neste respeito. Todavia, depois da destruição de Jerusalém em 607 AEC, alguns exilados de Judá acharam refúgio temporário em Edom. Daí, após a partida dos exércitos babilônicos, esses refugiados retornaram à sua terra e finalmente fugiram para baixo ao Egito. (Je 40:11, 12; 43:5-7) Pouco depois chegou o tempo para Edom beber fartamente do copo do furor de Jeová. (Je 25:15-17, 21) Isto ocorreu por volta de meados do sexto século AEC, sob o rei babilônio Nabonido. De acordo com C. J. Gadd, perito em história e literatura babilônicas, as tropas de Nabonido que conquistaram Edom e Tema incluíam soldados judeus. Comentando isso, John Lindsay escreveu: “Assim, pelo menos em parte, tiveram cumprimento as palavras do profeta, quando ele escreveu a respeito de Javé dizer: ‘Porei minha vingança sobre Edom pela mão do meu povo Israel’ (Ez 25:14). Temos também um cumprimento parcial das palavras de Obadias, que disse que os ‘aliados’, ‘confederados’, ‘amigos de confiança’, de Edom, os ‘enganariam’, ‘prevaleceriam contra’ eles e ‘colocariam uma armadilha’ debaixo deles. Podemos ver nisso uma referência aos babilônios, os quais, embora nos dias de Nabucodonosor estivessem dispostos a deixá-los participar na perda de Judá, sob Nabonido cortaram de uma vez para sempre todas as ambições comerciais e mercantis de Edom (cf. Obad. 1 e 7).” — Palestine Exploration Quarterly (Revista Trimestral sobre a Exploração da Palestina), Londres, 1976, p. 39.
O livro de Malaquias, escrito uns 100 anos depois da campanha de invasão de Edom por Nabonido, relata que Deus já fizera os “montes [de Edom] um baldio desolado e a sua herança para os chacais do ermo”. (Mal 1:3) Os edomitas esperavam retornar e reconstruir seus lugares devastados, mas não seriam bem-sucedidos. — Mal 1:4.
Já no quarto século AEC, os nabateus habitavam o território edomita, e os edomitas nunca mais puderam retornar. Antes, encontravam-se no Negebe, ao S de Judá. Os edomitas avançaram para o N até Hébron, e, por fim, a parte meridional de Judá ficou conhecida como Idumeia. Segundo Josefo, João Hircano I subjugou-os entre 130 e 120 AEC e compeliu-os a aceitar o judaísmo. (Jewish Antiquities [Antiguidades Judaicas], XIII, 257, 258 [ix, 1]; XV, 253, 254 [vii, 9]) Depois, aos poucos, foram absorvidos pelos judeus, e após a destruição romana de Jerusalém, em 70 EC, deixaram de existir como povo. — Ob 10, 18; veja IDUMEIA.
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EdreiEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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EDREI
1. Cidade real de Ogue, rei de Basã. (Jos 12:4; 13:12) Depois de derrotarem Síon, o amorreu, as forças israelitas sob a direção de Moisés “subiram”, isto é, foram em direção ao norte, até se confrontarem com a força militar de Ogue na “batalha de Edrei”, no que parece ter sido a fronteira meridional de Basã. Embora Ogue fosse um dos últimos dos gigantescos refains e talvez tivesse um exército enorme, os israelitas, aconselhados por Jeová a serem destemidos, eliminaram Ogue, seus filhos e o povo, tomando posse do território dele. (Núm 21:33-35; De 3:1-10) A cidade foi mais tarde cedida a Manassés como parte da sua herança. (Jos 13:21) Edrei geralmente é identificada com a atual cidade de Derʽa, a uns 50 km a ESE da extremidade meridional do mar da Galileia, perto do Iarmuc. Ruínas ali existentes incluem uma parcialmente escavada cidade subterrânea, escavada na rocha abaixo da cidade do nível do chão.
2. Cidade fortificada de Naftali. (Jos 19:32, 35, 37) Tem sido associada com a moderna Tell Khureibeh, a uns 7 km ao NNO de Hazor.
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EducaçãoEstudo Perspicaz das Escrituras, Volume 1
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EDUCAÇÃO
A transmissão ou a obtenção de conhecimento e de habilidades. Consegue-se educação por (1) explicações e repetições; (2) disciplina, treinamento dado em amor (Pr 1:7; He 12:5, 6); (3) observações pessoais (Sal 19:1-3; Ec 1:12-14); (4) repreensões e censuras (Sal 141:5; Pr 9:8; 17:10).
Jeová Deus é o grande Educador e Instrutor, não tendo igual. (Jó 36:22; Sal 71:17; Is 30:20) Adão, o filho terrestre de Deus, foi criado com a capacidade de falar uma língua. (Gên 2:19, 20, 23) Recebeu instruções sobre a criação (Gên caps. 1, 2) e sobre o que Deus requeria dele. — Gên 1:28-30; 2:15-17.
Na Sociedade Patriarcal. Em toda a Bíblia, a família é a unidade básica para prover educação. Na sociedade humana mais antiga, o pai era o chefe da família e dos da casa, que podiam até ser uma grande comunidade, tal como a de Abraão. O chefe da família era responsável pela educação dos da sua casa. (Gên 18:19) O bom treinamento evidenciado por José indica que Isaque e Jacó imitaram seu pai Abraão em ensinar seus filhos. (Gên 39:4, 6, 22; 41:40, 41) Jó, da terra de Uz, parente distante de Abraão, demonstrou estar familiarizado com o entendimento científico e os desenvolvimentos industriais dos seus dias, e recebeu de Jeová uma lição de história natural. — Jó 9:1, 9; caps. 28, 38-41.
Na mesma época, havia no Egito considerável conhecimento de astronomia, matemática, geometria, arquitetura, construção, e de outras artes e ciências. Moisés, além de receber da mãe educação na adoração de Jeová (Êx 2:7-10), foi “instruído em toda a sabedoria dos egípcios. De fato, era poderoso nas suas palavras e ações”. (At 7:22) Embora os israelitas tivessem sido escravos no Egito, eles sabiam ler e escrever, e conseguiam ensinar seus filhos. Pouco antes de entrarem na Terra da Promessa, foram mandados escrever os mandamentos de Deus nas ombreiras das suas casas e nos seus portões, em sentido figurado, e deviam ensinar aos seus filhos a lei de Deus. Esta, naturalmente, era na língua hebraica. — De 6:6-9; compare isso com De 27:3; Jos 8:32.
Educação sob a Lei, Antes do Exílio. Os pais ainda eram os educadores principais, responsáveis pela instrução dos filhos. (Êx 12:26, 27; De 4:9; 6:7, 20, 21; 11:19-21) A educação espiritual, moral e mental desde a infância era considerada pelos judeus, desde os primórdios da sua história, como um dos principais deveres dos pais. O pai de Sansão, Manoá, orou pedindo orientação sobre a maneira em que seu filho devia ser treinado. (Jz 13:8) O pai era o instrutor principal, mas a mãe também ensinava, incentivando o filho especialmente a seguir a instrução e disciplina do pai. (Pr 1:8; 4:1; 31:26, 27) Os pais davam-se conta de que o treinamento correto na juventude resguardaria a conduta correta em anos posteriores. — Pr 22:6.
Os filhos deviam encarar seus pais com o maior respeito. A vara da autoridade parental era exercida firmemente. (Pr 22:15) Ela devia ser usada em amor, mas havia disciplina severa para o filho desobediente, usando-se a vara às vezes literalmente. (Pr 13:24; 23:13, 14) O filho que amaldiçoasse ou golpeasse seus pais podia ser morto. (Le 20:9; Êx 21:15) O filho mais velho que fosse irremediavelmente rebelde devia ser apedrejado. (De 21:18-21) De fato, o primeiro mandamento com promessa era o quinto dos Dez Mandamentos: “Honra a teu pai e a tua mãe, . . . a fim de que os teus dias se prolonguem e te vá bem sobre o solo que Jeová, teu Deus, te dá.” — De 5:16; Ef 6:2, 3.
A educação dada pelos pais devia ser regular e constante, em casa, no trabalho ou em viagem, e não devia ser apenas verbal e disciplinar, mas também pelo exemplo, porque a lei de Deus destinava-se a orientar os pais em todas as suas atividades na vida. A ida às festividades em Jerusalém, três vezes por ano, proporcionava educação em geografia, e ao mesmo tempo familiarizava o filho com seus patrícios de toda a terra de Israel. — De 16:16.
A educação religiosa dos rapazes era acompanhada pela educação na ocupação secular do pai ou por aprenderem um ofício. Bezalel e Ooliabe, artífices peritos, foram habilitados pelo espírito de Deus para instruir outros durante a construção do tabernáculo no ermo. (Êx 35:34) As moças na casa aprendiam os deveres duma esposa, e estas prospectivas esposas eram treinadas a ter muito respeito pelo marido, conforme Sara dera o exemplo. (Gên 18:12; 1Pe 3:5, 6) A boa esposa tinha muitas habilidades, realizações e responsabilidades, conforme descritas em Provérbios, capítulo 31.
Parece que tanto rapazes como moças recebiam treinamento em música. Havia músicas e cantoras. (1Sa 18:6, 7) Dentre os varões levitas havia compositores de cânticos e poesias, músicos e cantores. — Sal 87:cab.; 88:cab.; 1Cr 25.
Deus reservou também toda a tribo de Levi como corpo educativo religioso. O sacerdócio foi investido em 1512 AEC. Uma das suas principais funções era a educação do povo na lei de Deus. O levita Moisés, como mediador, naturalmente, era instrutor do povo na lei de Deus (Êx 18:16, 20; 24:12), e os sacerdotes, junto com os levitas não sacerdotais, estavam incumbidos da responsabilidade de cuidar de que o povo entendesse todos os regulamentos proferidos por Jeová por meio de Moisés. (Le 10:11; 14:57; De 17:10, 11; 2Cr 15:3; 35:3) Os levitas deviam ler a Lei para o povo. Isto se fazia publicamente, para todo o povo, por ocasião da Festividade das Barracas, no ano sabático, e não havia ali nenhuma segregação segundo idade ou sexo, mas todo o povo, idosos e jovens, inclusive os residentes forasteiros dentro dos portões e todos os que podiam entender, eram ajuntados para ouvir a leitura. (De 31:9-13) O Rei Jeosafá, no terceiro ano do seu reinado, instituiu uma campanha educativa em Judá, enviando príncipes, sacerdotes e levitas num circuito através de Judá, para instruir o povo na lei de Deus. — 2Cr 17:9.
Uma parte considerável das Escrituras Hebraicas consiste em poesia, a qual, do ponto de vista educativo, é uma eficaz ajuda para a memória. A poesia hebraica não era expressa em rimas, mas em paralelismos de pensamentos, pensamento rítmico. Usavam-se também poderosas metáforas; estas baseavam-se na criação natural, em coisas conhecidas por todos, mesmo por crianças. Usavam-se acrósticos alfabéticos, nos quais as letras iniciais de versos são arranjadas em ordem alfabética. (Sal 25, 34, 37, 111, 112, 119; Pr 31:10-31; La 1-4) Ocasionalmente, diversos versos começavam com a mesma letra; por exemplo, no Salmo 119, oito linhas começam com a letra hebraica álefe (ʼá·lef), oito com bete (behth), e assim por diante, perfazendo 176 linhas para as 22 letras do alfabeto hebraico.
Após a Restauração. Após o retorno de Babilônia e a reconstrução do templo, a maior necessidade era a educação do povo na verdadeira adoração. O escriba Esdras era um homem bem instruído e copista da Bíblia. (Esd 7:1, 6) Esdras compilou muitos registros, e ele copiou as Escrituras Hebraicas e teve parte em organizar o cânon delas. Outrossim, empreendeu a educação geral da nação de Israel na lei de Deus. Fazendo isso, cumpriu seus deveres como sacerdote levítico. (Esd 7:11, 12, 25) Organizou os sacerdotes e os levitas que haviam retornado de Babilônia, para que realizassem um programa educativo na restauração da verdadeira adoração para os repatriados israelitas e seus filhos. (Ne 8:4-9) Os copistas, ou escribas, hebreus (soferins) eram homens educados na Lei, e embora nem todos eles fossem levitas, passaram a destacar-se na instrução do povo. Com o passar do tempo, porém, introduziram muitas tradições e corromperam o verdadeiro ensino da Palavra de Deus. — Veja ESCRIBA.
Educação no Primeiro Século EC. Os pais continuavam a ser os principais responsáveis pela educação dos filhos, especialmente pela educação inicial deles. (2Ti 1:5; 3:14, 15) Lemos que Jesus foi criado em Nazaré por seu pai adotivo e sua mãe, e que ele continuou a crescer e a ficar mais forte, enchendo-se de sabedoria. À idade de 12 anos, pasmou os instrutores no templo com o seu entendimento e as suas respostas. (Lu 2:41, 46-52) Os escribas continuavam a ser os principais educadores públicos e nas escolas estabelecidas nas sinagogas. (Veja SINAGOGA.) Ensinavam-se tanto ciências físicas como a Lei e os ensinos rabínicos que haviam sido acrescentados à Lei. Requeria-se também dos pais que ensinassem aos filhos um ofício.
Jesus era o instrutor por excelência. Mesmo seus contemporâneos reconheciam-no como instrutor de excepcional influência e popularidade. Seus discípulos costumavam chamá-lo de “Rabi”, que significa “Instrutor”. (Mr 9:5; veja RABI.) Ocasionalmente, até mesmo seus opositores reconheciam a maneira excelente de ele falar, e, numa ocasião, os oficiais mandados pelos fariseus para prendê-lo, quando perguntados por que voltaram de mãos vazias, responderam: “Nunca homem algum falou como este.” — Jo 7:46; Lu 20:39, 40; Mr 12:32, 34.
Em primeiro lugar, conforme Jesus disse, ele não falava de sua própria iniciativa, mas vinha em nome de seu Pai e falava as coisas que aprendera de seu Pai. (Jo 5:19, 30, 43; 6:38; 10:25) Ele era íntimo de Jeová Deus, sendo Seu Filho unigênito que descera dos céus, e, como tal, era o melhor instrutor sobre as qualidades, as obras e os propósitos de seu Pai. (Mt 11:27) Possuía a segunda qualificação mais vital de um bom instrutor, a de amar aqueles a quem ensinava. (Mr 10:21; Jo 13:1, 34; 15:9, 12) Poucos instrutores amaram tanto os seus discípulos, que estivessem dispostos a dar a vida por eles, assim como Jesus fez. (Jo 15:13) Ele entendia a mente dos seus ouvintes. (Jo 2:25) Tinha profundo discernimento. (Lu 6:8) Não visava interesses egoístas ao ensinar, porque não tinha pecado e era sem malícia. (He 7:26) Ele não ensinava com as palavras filosóficas dos escribas, mas usava ilustrações que envolviam coisas cotidianas. Por isso, seus ensinos são compreensíveis ainda hoje em dia. A instrução que dava incluía muitas ilustrações. — Veja ILUSTRAÇÕES.
Os ensinos de Jesus incluíam repreensão e disciplina. (Mr 8:33) Ele ensinava tanto por meio de exemplo como por palavra; realizava assim pessoalmente uma campanha vigorosa de pregação e de ensino. Falava com uma autoridade, que nenhum dos escribas podia igualar; isto era acompanhado pelo espírito santo de Deus, que dava aos seus ensinos o cunho de apoio celestial, de modo que ele, com autoridade e poder, podia ordenar aos demônios que saíssem daqueles possuídos por estes. (Mr 1:27; Lu 4:36) Era franco e destemido em denunciar os instrutores falsos, que queriam impedir outros de ouvir os ensinos dele. — Mt 23.
Educação e a Congregação Cristã. Os discípulos de Jesus seguiam os passos dele na obra educativa cristã e tinham êxito similar ao dele. Não somente pregavam em toda a parte as boas novas do Reino de Deus, mas também ensinavam os que queriam ouvir. (At 2:42) Semelhantes a Jesus, eram francos e falavam com autoridade. (At 4:13, 19, 20; 5:29) O espírito de Deus conferia-lhes poder e dava evidência da aprovação divina do ensino deles. Ensinavam no templo, em sinagogas e de casa em casa. (At 5:16, 21; 13:14-16; 20:20) Reuniam-se com concristãos para ensino e para estimularem uns aos outros ao amor e a obras excelentes. — At 20:7, 8; He 10:24, 25.
O apóstolo Paulo descreveu os diversos cargos e atividades na congregação desempenhados por homens maduros, que incluíam instrutores. Mostrou que o objetivo de todas estas atividades era a educação, visando o treinamento dos santos para a obra ministerial, para a edificação do corpo do Cristo. (Ef 4:11-16) Realizava-se na congregação um programa regular de educação na Palavra de Deus, conforme delineado em 1 Coríntios, capítulo 14. Todos os membros da congregação cristã, mesmo as mulheres, deviam ser instrutores; deviam fazer discípulos de pessoas do mundo. (At 18:26; He 5:12; Ro 12:7) Mas, dentro da própria congregação, designaram-se homens maduros para supervisioná-la, como, por exemplo, Timóteo e Tito. (1Ti 2:12) Esses homens tinham de estar qualificados para ensinar a congregação e para corrigir coisas que talvez estivessem erradas. Deviam usar de extraordinário cuidado para certificar-se de que seu ensino era exato e salutar. — 1Ti 4:16; 2Ti 4:2, 3; Tit 2:1.
Sobre o assunto da educação física, a Bíblia tem pouco a dizer, exceto que o apóstolo Paulo aconselha: “Pois o treinamento corporal é proveitoso para pouca coisa, mas a devoção piedosa é proveitosa para todas as coisas, visto que tem a promessa da vida agora e daquela que há de vir.” (1Ti 4:8) No entanto, a pregação e o ensino vigorosos, que são incentivados, requerem atividade física. Jesus andava muito. O mesmo fizeram os discípulos; o ministério de Paulo, por exemplo, incluía muitas viagens, as quais, naquele tempo, significavam andar muito.
A Bíblia comenta pouco a educação de natureza secular. Ela adverte os cristãos a não se envolverem em filosofias de homens, nem a tomarem tempo para considerar perguntas tolas e improfícuas. Aconselha fortemente contra intercâmbio intelectual com aqueles que não creem em Deus e na sua Palavra. (1Ti 6:20, 21; 1Co 2:13; 3:18-20; Col 2:8; Tit 3:9; 1:14; 2Ti 2:16; Ro 16:17) Os cristãos reconheciam que, perante Deus, tinham a obrigação de fazer as devidas provisões para sua família. Frequentemente, isso exigia alguma forma de educação e treinamento, a fim de prepará-los para tal ocupação secular. (1Ti 5:8) Mas, à base da história do primitivo cristianismo, verificamos que eles estavam primariamente interessados em qualquer método legítimo para a pregação das “boas novas”, na educação bíblica de si mesmos e de todos os que quisessem ouvi-los. (1Co 9:16) Conforme diz o Professor E. J. Goodspeed em Christianity Goes to Press (O Cristianismo Utiliza a Imprensa; 1940, p. 111):
“Desde o momento em que os cristãos acordaram para as possibilidades de usar publicações na divulgação do seu evangelho em todo o mundo, eles se aproveitaram disso plenamente, não somente publicando livros novos, mas procurando antigos para publicação, e este espírito de publicação nunca os abandonou. É engano supor que isso começou com a descoberta da imprensa; era uma característica de atitudes cristãs de A.D. 70 em diante, aumentando em força quando surgiu a grande produtividade daquele método. Nem mesmo as invasões de bárbaros e a Idade do Obscurantismo conseguiram sufocar isso. E tudo isso é evidência da enorme força dinâmica que informava a inteireza da primitiva vida cristã, que procurava, não só por atos e palavras, mas por todas as técnicas mais avançadas de publicação levar o evangelho, na sua plenitude e sem reservas, a toda a humanidade.” — Veja ESCOLA; TUTOR.
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