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Terremoto devasta a GuatemalaDespertai! — 1976 | 8 de julho
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com que esta ajuda chegasse às aldeias e povoados longínquos. Quando a viagem por estrada era impossível, helicópteros eram usados para entregar suprimentos, mas, mesmo assim, às vezes levou dias para que a ajuda chegasse às áreas necessitadas.
Quando chegava a ajuda, os indígenas das aldeias se comportavam bem diante da crise, fazendo uma fila ordeira para receber cuidados alimentares e médicos. Um socorrista dos Estados Unidos observou: “Se isto acontecesse nos Estados Unidos, a violência já teria irrompido. Aqui eles entram em fila e esperam. Não existe um soldado sequer aqui para manter a ordem.”
As Testemunhas de Jeová de toda a América Central e de outras partes também enviaram prontamente ajuda. No próprio dia do terremoto, as Testemunhas em El Salvador trouxeram alimentos e roupas. No dia seguinte, chegaram suprimentos da Nicarágua. De Honduras vieram tendas e telhas galvanizadas. Milhares de dólares foram contribuídos pelas filiais das Testemunhas de Jeová na América Central e pela sede da Sociedade Torre de Vigia em Nova Iorque, bem como por pessoas preocupadas. E, da própria Guatemala, as congregações em áreas menos atingidas forneceram generosa ajuda em forma de alimentos e artigos básicos, e dinheiro.
Em resultado disso, conseguimos entregar toneladas e mais toneladas de alimentos e roupas aos que precisavam deles. Foi um verdadeiro privilégio participar em levar suprimentos para as aldeias e povoados distantes. Num lugar após outro, fomos os primeiros a atingir tais áreas, trazendo ajuda. Por exemplo, o primeiro caminhão que, segundo relatado, chegou com suprimentos em Rabinal, povoado duramente atingido a cerca de 50 quilômetros ao norte da Cidade da Guatemala, era o da nossa filial.
Antecipando a escassez de lenha e de telhas galvanizadas, uma das primeiras coisas que fizemos foi comprar madeira bruta e telhas galvanizadas. Daí, as Testemunhas com conhecimentos de construção colocaram um gerador e serras elétricas num caminhão e foram para as aldeias e povoados devastados de Chimaltenango. Ali, começaram a erguer quartos de 2,70x2,70 para as Testemunhas que haviam perdido seus lares. Tal estrutura podia ser erguida em uma hora. Assim, mesmo antes que outras agências conseguissem levar tendas para tais áreas, as Testemunhas de Jeová estavam abrigadas.
Na Cidade da Guatemala, dois Salões do Reino foram terrivelmente danificados, e tiveram de ser reconstruídos. As congregações em outros povoados também sofreram destroçamento de seus locais de reunião. Todavia, as Testemunhas não estão desanimadas. Estão atarefadas em reconstruí-los. Têm confiança no futuro.
Por Que Tal Confiança?
Basicamente, isto se dá por causa de seu conceito espiritual. Entendem o significado dos grandes terremotos da atualidade e, apesar da destruição e do pesar que estes amiúde causam, as Testemunhas de Jeová vêem neles uma razão de confiança no futuro. Mas, a população predominantemente católica romana tinha outro ponto de vista, um ponto de vista deprimido.
Para ilustrar: Ao visitar San Pedro Sacatepéquez, na sexta-feira após o terremoto, um homem que remexia nos destroços de sua casa disse-me desalentadamente: “Isto é castigo de Deus, porque temos sido pessoas muito más.”
Onde é, talvez se admire, que ele e muitos outros destes humildes trabalhadores obtiveram essa idéia! No dia seguinte, isso se tornou evidente. O Cardeal católico da Guatemala, Mario Casariego, disse, conforme citado pelo principal jornal do país:
“Nestes momentos de grandes calamidades para o povo, o ensino das Escrituras Sagradas nos vem à mente: Deus ama, e porque ele ama, ele corrige, endireita e desperta. . . . Não temos nós resistido tanto que obrigamos Deus a operar dessa forma?” Daí, acrescentou que ajudar a reconstruir a Catedral e outras igrejas destruídas seria “o símbolo de retorno autêntico e pessoal a Deus”. — El Imparcial, 7 de fevereiro de 1976, página 6.
Mas, as Testemunhas de Jeová sabem que a Bíblia não ensina que Deus trouxe este terremoto para punir as pessoas. De jeito nenhum! Antes, a Bíblia predisse que o “sinal” do fim próximo deste perverso sistema de coisas, e da presença de Cristo no poder do Reino, incluiria “grandes terremotos, e, num lugar após outro, pestilências e escassez de víveres”. E, depois de fornecer “o sinal”, o grande profeta Jesus Cristo prosseguiu dizendo, em forma de encorajamento: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — Luc. 21:7-28; Mat. 24:3-14.
Assim, as Testemunhas de Jeová, quando vêem tal poderosa evidência do cumprimento da profecia bíblica, como este terremoto, erguem suas cabeças em confiança de que o novo sistema de coisas de Deus está bem próximo. Verificamos que as pessoas perplexas da Guatemala agora estão especialmente receptivas a esta mensagem confortadora da Palavra de Deus. (2 Ped. 3:13; Rev. 21:3, 4) Mesmo antes do terremoto, quando N. H. Knorr, membro do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, visitou a Cidade da Guatemala em dezembro de 1975, mais de 5.000 pessoas se reuniram para ouvi-lo, no parque de beisebol no Hipódromo Norte. Isso era mais do que o dobro das Testemunhas na Cidade da Guatemala!
O ano de 1976 seria um grande ano aqui. O cartaz no prédio da Prefeitura da Cidade da Guatemala reza, 1776 DUZENTOS ANOS 1976. Em 6 de janeiro, a cidade começara a celebrar seu bicentenário. A antiga capital tinha sido destruída por um terremoto, e, em 6 de janeiro de 1776, a nova capital foi oficialmente ocupada.
Assim, em janeiro de 1976, a moderna e crescente Cidade da Guatemala estava otimista quanto a seu futuro. Mas, quando vemos pessoas trabalhando juntas para sua reconstrução, e depositando sua confiança nas verdadeiras profecias da Palavra de Deus, certamente há ainda mais motivos de se ter confiança de que o futuro, para tais pessoas, será glorioso.
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Por que recorrem ao terrorDespertai! — 1976 | 8 de julho
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Por que recorrem ao terror
Do correspondente de “Despertai!” na Alemanha Ocidental
UM ROSTO familiar era visto em centenas de cartazes eleitorais espalhados pela cidade. Peter Lorenz era candidato a prefeito de Berlim, e uma questão era a segurança. “Ação Mais Enérgica Para Garantir Segurança”, instavam os cartazes. “Os berlinenses vivem em perigo . . . o crime está aumentado”, explicavam volantes distribuídos pelo partido de Lorenz.
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