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O maior porto interior da EuropaDespertai! — 1977 | 8 de novembro
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de navios antigos, as leis que anteriormente regulavam o tráfego no rio e, até mesmo, uma reprodução duma antiga âncora romana, feita de madeira.
Planeja visitar a Alemanha? Se vier à vizinhança de Duisburg, achará que vale a pena fazer como nós — excursionar pelo maior porto interior da Europa.
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Eles lêem com os dedosDespertai! — 1977 | 8 de novembro
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Eles lêem com os dedos
GOSTA de ler? Se assim for, talvez um dos seus passatempos favoritos seja descontrair-se numa poltrona confortável, tendo em mãos um bom livro ou uma boa revista. Imagine só as muitas coisas que aprendeu, os lugares que visitou, as pessoas com quem conversou — tudo isso através da página impressa! Mas, e se fosse cego? Estaria fechada ao leitor esta porta de aprendizagem? Não, não se soubesse ler com os dedos.
Por meio do sistema de leitura pelo tato, conhecido como braile, dezenas de milhares de cegos ao redor do mundo têm podido apreciar a leitura. Atualmente, quase tudo que é impresso pode ser transcrito em braile, para ser lido por dedos treinados. Centenas de pessoas foram até mesmo auxiliadas a obter conhecimento da Palavra e dos propósitos de Deus, graças a que as Escrituras Sagradas e compêndios bíblicos foram produzidos em braile. Mas isso nem sempre foi possível, visto que a padronização e o desenvolvimento do braile só ocorreram no último século e meio.
História do Braile
Por muitas centúrias, procuraram-se métodos de tornar possível que o não-vidente “lesse” por si mesmo. Os esforços primitivos envolviam esculpir letras de blocos de madeira e então arranjá-las na devida ordem para que os cegos as sentissem com os dedos. Mais tarde, as letras eram fundidas em chumbo ou outros metais adequados. Às vezes se empregavam letras cortadas de papelão grosso. Desnecessário é dizer que tal arranjo era muito desajeitado e consumia muito tempo. Contribuindo para as dificuldades, a maioria das letras empregadas naqueles dias eram difíceis de distinguir pelo tato, a menos que fossem grandes.
Um grande passo no desenvolvimento dum sistema de leitura para os cegos foi dado através dos esforços de Valentin Haüy, fundador duma escola para crianças cegas em Paris, em fins do século dezoito. Por acaso, ele descobriu que certa matéria impressa que tinha sido firmemente calcada no papel podia ser sentida por estudantes cegos, e que eles podiam, com certa dificuldade, identificar determinadas letras. Haüy imediatamente começou a imaginar um sistema em que o tipo móvel comumente usado na impressão fosse empregado para imprimir as letras no papel. Assim, foi inventada a publicação em relevo.
Os velhos problemas continuaram, contudo, em especial o de encontrar um sistema de escrita que pudesse ser facilmente identificado pelo tato. Embora fosse bem primitivo o sistema de Haüy, os alunos de sua escola foram educados por este método durante mais de quarenta anos. Daí, um dos estudantes, Louis Braille, inventou um sistema melhor.
Louis Braille tinha dez anos quando se matriculou na escola de Haüy, tendo ficado cego em idade muito tenra devido a um acidente na oficina de fabricação de selas de seu pai. Com o tempo, o jovem Braille interessou-se por um sistema de leitura tátil chamado “escrita noturna”. Fora apresentada a alguns estudantes por seu inventor, o Capitão Charles Barbier. Os militares franceses o usavam para comunicar-se à noite, sem nenhum perigo de revelarem sua posição por luzes sinalizadoras ou brados vocais. Usava-se uma sovela para marcar pontinhos em relevo em papelão, que então podiam ser sentidos no escuro pelos soldados. A escrita noturna baseava-se numa tabela de trinta e seis quadrados, cada quadrado representando um som básico da linguagem humana. Duas fileiras de até seis pontos cada uma eram gravadas em relevo no papel. O número de pontos na primeira fileira indicava em que linha horizontal da tabela de sons vocálicos achava-se o som desejado, e o número de pontos na segunda fileira designava o som correto naquela linha. A escrita noturna provou ser a alpondra que habilitou o jovem Braille a inventar um sistema de leitura tátil que está em uso até os dias atuais.
Inicialmente, Braille desenvolveu seu sistema para ser usado com a língua francesa. Mas, atualmente, já foi adaptado para torná-lo utilizável em muitas línguas. Até mesmo línguas que não dispõem de alfabetos romanos, tais como o chinês e o árabe, podem ser escritas em braile. Muitas organizações têm feito esforços de padronizar o sistema braile usado em todo o mundo. Por isso, é agora o meio universal de comunicação dos cegos.
Como Funciona o Braile
O sistema braile utiliza uma série de “células” gravadas em relevo, ou “padrão”, numa fileira horizontal. Cada célula representa quer uma letra, um número, uma combinação de letras, quer uma palavra. Uma célula braile consiste em duas fileiras verticais de três pontos cada uma, apenas o bastante grandes para permitir que a ponta do dedo detecte as posições de todos os seis pontos. Pela variação dos pontos na célula, torna-se, possível um total de 63 diferentes combinações. No braile português, 25 destas combinações, ou “sinais”, são usadas para representar o alfabeto,
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