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  • Circuncisão
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    • contudo, que tinham em mais alta conta participar nus nos jogos helenísticos do que permanecer fiéis a Jeová, esforçaram-se de se tornarem “incircuncisos” por meio duma operação que visava restaurar certa aparência dum prepúcio, evitando assim sofrerem zombaria e ridículo. Paulo talvez aludisse a tal prática ao aconselhar aos cristãos: “Foi alguém chamado no estado circunciso? Que não se torne incircunciso.” — 1 Cor. 7:18.

      NÃO É EXIGIDA DOS CRISTÃOS

      Depois de Jeová ter demonstrado sua aceitação de gentios na congregação cristã, e visto que muitas pessoas das nações acatavam a pregação das boas novas, o Corpo Governante em Jerusalém teve de fazer uma decisão sobre a questão: É necessário que os cristãos gentios sejam circuncidados na carne? Eis a conclusão do assunto: As “coisas necessárias” tanto para os gentios como para os judeus não incluíam a circuncisão. — Atos 15:6-29.

      Paulo circuncidou Timóteo pouco depois desse decreto ser expedido, não como questão de fé, mas para evitar criar preconceitos entre judeus a quem iriam pregar. (Atos 16:1-3; 1 Cor. 9:20) O apóstolo tratou desse assunto em várias cartas. (Rom. 2:25-29; Gál. 2:11-14; 5:2-6; 6:12-15; Col. 2:11; 3:11) “Nós somos os que temos a verdadeira circuncisão [do coração], os que prestamos serviço sagrado pelo espírito de Deus”, escreveu Paulo aos cristãos gentios em Filipos. (Fil. 3:3) E aos em Corinto escreveu o mesmo apóstolo: “A circuncisão não significa coisa alguma e a incircuncisão não significa coisa alguma, mas sim a observância dos mandamentos de Deus.” — 1 Cor. 7:19.

      Em sentido simbólico, usa-se de vários modos a “circuncisão” como figura de retórica. Depois de plantar uma árvore na Terra Prometida, por exemplo, ‘por três anos continuará para vós incircuncisa’; seu fruto era considerado seu “prepúcio” e não devia ser comido. (Lev. 19:23) Moisés disse a Jeová: “Eis que sou de lábios incircuncisos; portanto, como é que me escutará Faraó?” (Êxo. 6:12, 30) Em sentido figurado, a expressão “os incircuncisos” descreve, com desprezo repulsivo, aqueles que só são dignos de sepultamento num lugar comum, junto com os mortos da mais baixa espécie. — Eze. 32:18-32.

      A circuncisão do coração era um requisito divino até mesmo para os israelitas que já eram circuncidados na carne. Moisés disse a Israel: “Tendes de circuncidar o prepúcio dos vossos corações e não deveis mais endurecer a vossa cerviz.” “Jeová, teu Deus, terá de circuncidar teu coração e o coração da tua descendência, para que ames a Jeová, teu Deus, de todo o teu coração e de toda a tua alma, no interesse da tua vida.” (Deut. 10:16; 30:6) Jeremias lembrou a mesma coisa àquela nação inconstante de seus dias. (Jer. 4:4) A ‘circuncisão do coração’ significa livrar-se de qualquer coisa, nas afeições ou nos motivos da pessoa, que seja desagradável ou impuro aos olhos de Jeová, e que torne insensível o seu coração. Similarmente, ouvidos que não são sensíveis ou acatadores são mencionados como “incircuncisos”. — Jer. 6:10; Atos 7:51.

  • Cirene, Cireneu
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    • CIRENE, CIRENEU

      Cirene era a antiga capital original do distrito da Cirenaica, na costa N da África, quase defronte da ilha de Creta. Situava-se a uns 24 km para o interior, e jazia num platô a quase 549 m acima do mar Mediterrâneo.

      Pelo que parece, Cirene foi inicialmente povoada pelos gregos na sétima centúria A.E.C., e veio a ser reputada como uma de suas maiores colônias. Já em 96 A.E.C., Cirene estava sob o controle político romano, e, em 27 A.E.C., o distrito da Cirenaica e a ilha de Creta foram unidos de modo a formar uma única província, governada por um procônsul. Segundo o geógrafo Estrabão, por volta do início da Era Comum, os judeus constituíam uma das quatro classes reconhecidas de Cirene (junto com os cidadãos, os lavradores e os estranhos). Crêem certos historiadores que a revolta judaica contra os romanos, em 115-116 E.C., durante a regência de Trajano, irradiou-se da comunidade judaica de Cirene.

      Simão, de Cirene (talvez um judeu helenístico), que foi obrigado a ajudar a carregar a estaca de tortura de Jesus, é chamado de “nativo” (natural) daquela cidade. — Mat. 27:32; Mar. 15:21; Luc. 23:26.

      CRISTIANISMO

      Alguns anos mais tarde, depois do aceitável batismo cristão de Cornélio, homens de Cirene ajudaram a promover a introdução das “boas novas do Senhor Jesus” em Antioquia, da Síria, entre os mencionados (pela maioria dos textos gregos de Atos 11:20, 21) como Hellenistás. Visto que esta mesma palavra grega é traduzida “judeus que falavam grego” (NM, BLH) em Atos 6:1, alguns concluíram que aqueles a quem se pregou em Antioquia, da Síria, deviam também ter sido judeus ou prosélitos circuncisos que falavam a língua grega. No entanto, ao passo que a pregação aos judeus e aos prosélitos de língua grega já estava sendo feita desde o dia de Pentecostes de 33 E.C., a conversão de grandes números destas pessoas em Antioquia parece ter sido algo novo e incomum, visto que Barnabé foi enviado para aquela cidade provavelmente para examinar, bem como incentivar, a obra ali. (Atos 11:22, 23) Indicando também que isto era uma mudança nas normas de fazer discípulos, há o fato de que a obra feita pelos cireneus e seus co- trabalhadores (V. 20) parece ter sido contrastada com a pregação que não fora feita “senão a judeus”. — V. 19.

  • Ciro
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    • CIRO

      [Heb., Kóhresh; gr., Kyros]. O fundador do Império Persa e conquistador de Babilônia; chamado “Ciro, o Grande” para distingui-lo de Ciro I, seu avô.

      Depois de Ciro ter conquistado o Império Babilônico, o documento cuneiforme conhecido como Cilindro de Ciro apresenta-o como dizendo: “Eu sou Ciro, rei do mundo, grande rei, rei legítimo, rei de Babilônia, rei da Suméria e de Acade, rei das quatro extremidades (da terra), filho de Cambises, grande rei, rei de Anxã, neto de Ciro [l], . . . descendente de Teispes,.  . . uma familia (que) sempre (exerceu a) realeza.” [Ancient Near Eastern Texts (Textos Antigos do Oriente Próximo), de James B. Pritchard, 1955, p. 316] Mostra-se assim que Ciro pertencia à linhagem real dos reis de Anxã, uma cidade ou distrito de localização um tanto incerta, situada por alguns nas montanhas ao N de Elão, mas geralmente considerada como situada a E de Elão. Esta linhagem de reis é chamada “aquemênida”, em honra a Aquêmenes, o pai de Teíspes.

      Os primórdios históricos de Ciro (II) são um tanto obscuros, dependendo mormente de relatos um tanto fantasiosos de Heródoto (historiador grego do 5.° século A.E.C.) e de Xenofonte (outro escritor grego de cerca de meio século depois). No entanto, ambos apresentam Ciro como filho de Cambises, o regente persa, com sua esposa Mandane, filha de Astíages, rei dos medos. (História, de Heródoto, Clás. Jackson, Livro I, sec. 107; Ciropedia, Clás. Jackson, Livro I, p. 7) Esta relação sanguínea de Ciro com os medos é negada por Ctésias, outro historiador grego do mesmo período, que afirma, ao invés, que Ciro se tornou genro de Astíages por se casar com a filha deste, Amitis.

      Ciro foi o sucessor de Cambises I no trono de Anxã, que estava então sob a suserania de Astíages, rei medo. Africano (terceiro século E.C.) e Diodoro (primeiro século A.E.C.) colocam o início do reinado de Ciro no primeiro ano da 55.a Olimpíada, ou em 560/559 A.E.C. Heródoto relata que Ciro, depois disso, revoltou-se contra a regência média e que, devido à defecção das tropas de Astíages, conseguiu obter uma vitória fácil e capturou Ecbátana, capital dos medos. Isto se deu no sexto ano do reinado de Nabonido (550 A.E.C., na história secular), segundo a Crônica de Nabonido, que declara que o Rei Ishtumegu (Astíages) “convocou suas tropas e marchou contra Ciro, rei de Anxã, a fim de en[frentá-lo em batalha]. O exército de Ishtumegu [Astíages] se revoltou contra ele e o en[tregaram] em cadeias a Ciro”. Ciro conseguiu granjear a lealdade dos medos, e assim medos e persas, depois disso, combateram unidamente sob a sua liderança. Nos anos que se seguiram, Ciro procurou consolidar seu controle sobre a área O do Império Medo, avançando até a fronteira E do Império Lídio, no rio Hális (Quizil-Irmac) da Ásia Menor.

      O abastado Rei Creso, da Lídia, confrontado com a ameaça deste novo imperador persa, segundo dito por Heródoto, fez uma aliança política com o Rei Nabonido, de Babilônia, e com o Faraó Amasis II, do Egito, bem como com os espartanos da Grécia. Contudo, antes que tais aliados pudessem prestar ajuda militar aos lídios, sob Creso, Ciro os derrotou e capturou Sardes. Então subjugou as cidades jônicas e colocou toda a Ásia Menor sob o domínio do Império Persa. Assim, em questão de poucos anos, Ciro se tornou o principal rival de Babilônia e de seu rei, Nabonido.

      A CONQUISTA DE BABILÔNIA

      Ciro então se cingiu para um confronto com a poderosa Babilônia e, deste ponto em diante, especialmente, figura no cumprimento das profecias bíblicas. Na profecia inspirada de Isaías sobre a restauração de Jerusalém e de seu templo, cita-se nominalmente este regente persa como aquele que foi designado por Jeová Deus para efetuar a derrubada de Babilônia e a libertação dos judeus que estariam exilados ali. (Isa. 44:26 a 45:7) Embora esta profecia fosse registrada bem mais de um século e meio antes da ascensão de Ciro ao poder, e embora a desolação de Judá evidentemente ocorresse até mesmo antes de Ciro nascer, ainda assim Jeová declarou que Ciro atuaria como Seu “pastor” a favor do povo judeu. (Compare com Romanos 4:17.) Em virtude desta designação antecipada, Ciro foi chamado de “ungido” (uma forma do hebraico mashíahh, messias, e do grego khristós, cristo) de Jeová. (Isa. 45:1) Ter Deus o ‘chamado pelo seu nome’ (Isa. 45:4) já desde essa ocasião não dá a entender que foi Ele quem deu a Ciro o seu nome, quando ele nasceu, mas, ao invés, que Jeová tinha presciência de que surgiría um homem com esse nome, e que a chamada dele por parte de Jeová não seria anônima, mas seria direta, específica, nominal.

      Assim, sem que o Rei Ciro soubesse, pois ele era provavelmente um devoto pagão do zoroastrianismo, Jeová Deus, de modo figurado, ‘tomara a mão direita de Ciro’ para conduzi-lo ou fortalecê-lo, cingindo-o e preparando-o, bem como aplainando o caminho para que Ciro realizasse o propósito divino: conquistar Babilônia. (Isa. 45:1, 2, 5) Como Aquele “que desde o princípio conta o final, e desde outrora as coisas que não se fizeram”, o Deus Onipotente moldou as circunstâncias dos assuntos humanos para a plena realização do seu conselho. Ele chamara Ciro “desde o nascente”, da Pérsia (a E de Babilônia), onde foi construída Passárgada, a capital favorita de Ciro, e Ciro seria como uma “ave de rapina”, ao mergulhar rapidamente sobre Babilônia. (Isa. 46:10, 11) É digno de nota que, segundo The Encyclopoedia Britannica (1911, Vol. 10, p. 454b), “os persas traziam uma águia afixada na ponta duma lança, e o sol, como sua divindade, também estava representado em seus estandartes, que . . . eram guardados com o maior zelo pelos homens de maior bravura do exército”.

      As profecias bíblicas relacionadas com a predita conquista de Babilônia, por parte de Ciro, prediziam um ‘secamento da profundeza aquosa e dos rios, portas deixadas abertas’, uma súbita invasão da cidade e a falta de resistência por parte dos soldados de Babilônia. (Isa. 44:27; 45:1, 2; Jer. 50:35-38; 51:30-32) Heródoto descreve um fosso profundo, amplo, que circundava Babilônia, relatando que numerosas portas de bronze (ou de cobre) permitiam a entrada, pelos muros interiores, junto ao rio Eufrates, que dividia a cidade em dois setores. Sitiando a cidade, segundo Heródoto, Ciro “desviando o rio, por meio dum canal, para o lago [o lago artificial supostamente cavado antes pela Rainha Nitócris], que era antes um pântano, tornou possível atravessar-se o canal com água pela cintura, com o rebaixamento das águas do rio. Quando isto ocorreu, os persas que foram designados para esse fim, próximos da corrente do rio . . . entraram em Babilônia por esta passagem. Se, contudo, os babilônios tivessem percebido isso de antemão, ou soubessem o que Ciro pretendia, não teriam permitido que os persas entrassem na cidade, mas os teriam destruído por completo, pois, tendo fechado todas as pequenas portas que davam para o rio, e guarnecendo os muros que se estendiam pelas margens do rio, eles os teriam apanhado como que numa rede; ao passo que os persas caíram sobre eles de surpresa. O povo que habitava esta cidade relata que, por motivo de sua grande extensão, quando foram sobrepujados os que se achavam nas extremidades, os babilônios que habitavam no centro nada sabiam da captura (pois acontecia que era uma festa); mas estavam dançando nessa ocasião, e gozando a vida, até que receberam informações exatas da verdadeira situação. [Compare com Daniel 5:1-4, 30; Jeremias 50:24; 51:31, 32.] E, assim, Babilônia foi tomada.” — Herodotus (Heródoto), Livro I, sec. 191.

      O relato de Xenofonte difere um pouco nos pormenores, mas contém os mesmos elementos básicos que o de Heródoto. Xenofonte descreve Ciro como julgando quase impossível tomar de assalto os fortes muros de Babilônia, e então passa a relatar como ele sitiou a cidade, desviando as águas do Eufrates para fossos, e, enquanto a cidade celebrava uma festa, enviou suas forças pelo leito seco do rio acima, passando pelos muros da cidade, pegando desprevenidos os guardas e conseguindo entrar pelas próprias portas do palácio. Em uma noite, “a cidade foi tomada e o rei foi morto”, e os soldados babilônios que ocupavam as várias cidadelas se entregaram na manhã seguinte. — Ciropedia, Livro VII, 5: 7-14, ed. inglesa; pp. 279-285, Clás. Jackson; compare com Jeremias 51:30.

      Josefo, historiador judeu, registra uma narração da conquista realizada por Ciro, escrita por Beroso, sacerdote babilônio (do terceiro século A.E.C.), como segue: “No décimo sétimo ano do seu reinado [o de Nabonido], Ciro veio da Pérsia com um grande exército; e, já tendo conquistado todo o restante da Ásia, dirigiu-se apressadamente a Babilônia. Quando Nabonido percebeu que ele avançava para atacá-lo, reuniu suas forças e se opôs a ele; mas foi derrotado e fugiu com algumas de suas tropas, e foi confinado na cidade de Borsipa [cidade-irmã de Babilônia]. Nisso, Ciro tomou Babilônia e deu ordens para que os muros externos fossem demolidos, porque a cidade resultara ser muito espinhosa para ele e difícil de tomar. Marchou então para Borsipa, para cercar Nabonido; mas, visto que Nabonido se entregou em suas mãos, sem procurar defender até o fim o local, foi, de início, tratado bondosamente por Ciro, que o mandou para fora de Babilônia, mas lhe deu uma habitação em Carmânia, onde passou o resto de sua vida, e morreu.” [Against Apion (Contra Apião), Livro I, par. 20] Este relato difere dos outros primariamente por causa das declarações feitas sobre as medidas tomadas por Nabonido, e o modo de Ciro tratá-lo. No entanto, harmoniza-se com o relato bíblico de que Belsazar, ao invés de Nabonido, era o rei que foi morto na noite da queda de Babilônia.

      As tabuinhas em escrita cuneiforme, encontradas pelos arqueólogos, embora não forneçam pormenores sobre o modo exato da conquista, confirmam deveras a queda repentina de Babilônia diante de Ciro. Segundo a Crônica de Nabonido, no que resultou ser o último ano do reinado de Nabonido (539 A.E.C.), no mês de tisri (setembro-outubro), Ciro atacou as forças babilônicas em ópis e as derrotou. Continua a inscrição: “No décimo quarto dia, Sipar foi capturada sem luta. Nabonido fugiu. No décimo sexto dia, Ugbaru, o governador de Gutium, e o exército de Ciro, entraram em Babilônia sem luta. Depois disso, Nabonido foi preso em Babilônia, ao voltar . . . No mês de arahshamnu [marquesvã (outubro-novembro)], no terceiro dia, Ciro entrou em Babilônia.” Por meio desta inscrição, pode-se fixar em 16 de tisri (5-6 de outubro) de 539 A.E.C., a data da queda de Babilônia, Ciro entrando nela 17 dias depois, o que ocorreu em 3 de marquesvã (22-23 de outubro).

      Começa o domínio ariano do mundo

      Por meio desta vitória, Ciro pôs fim ao domínio da Mesopotâmia e do Oriente Médio por parte dos regentes semíticos, e produziu o primeiro poder mundial dominante de origem ariana. O Cilindro de Ciro, documento em escrita cuneiforme que os historiadores consideram ter sido escrito para ser publicado em Babilônia, é predominantemente religioso, e nele Ciro é representado como dando o crédito por sua vitória a Marduque, o deus principal de Babilônia, afirmando: “Ele [Marduque] vistoriou e inspecionou todos os países, à procura dum governante justo, disposto a liderá-lo (na procissão anual). (Daí) pronunciou o nome de Ciro, rei de Anxã, declarou-o (literalmente: pronunciou [seu] nome) para se (tornar) o governante do mundo todo. . . . Marduque, o grande senhor, um protetor de seu povo/adoradores, viu com prazer suas boas ações e sua mente reta (e, assim) ordenou-lhe que marchasse contra sua cidade, Babilônia. Fez com que se pusesse na estrada para Babilônia, seguindo ao seu lado como verdadeiro amigo. Suas tropas espalhadas — seu número, como o da água dum rio, não podia ser determinado — caminhavam junto dele, com as armas guardadas. Sem luta, ele o fez entrar em sua cidade, Babilônia, poupando Babilônia de qualquer calamidade.” — Ancient Near Eastern Texts, de James B. Pritchard, 1955, p. 315.

      Malgrado esta interpretação pagã dos eventos, a Bíblia mostra que, ao fazer sua proclamação que autorizava os exilados judeus a voltar para Jerusalém e reconstruir ali o templo, Ciro reconheceu: “Jeová, o Deus dos céus, deu-me todos os reinos da terra, e ele mesmo me comissionou para lhe construir uma casa em Jerusalém, que está em Judá.” (Esd. 1:1, 2) Isto, naturalmente, não quer dizer que Ciro se tornou um converso judeu, mas simplesmente que ele sabia dos fatos bíblicos relacionados com a sua vitória. Em vista da elevada posição administrativa em que Daniel foi colocado, tanto antes como depois da queda de Babilônia (Dan. 5:29; 6:1-3, 28), seria muitíssimo incomum se Ciro não fosse informado das profecias que os profetas de Jeová haviam registrado e proferido, inclusive a profecia de Isaías que continha o próprio nome de Ciro. Quanto ao Cilindro de Ciro, supracitado, reconhece-se que outros, além do rei, podem ter tido parte na preparação desse documento cuneiforme. O livro Biblical Archaeology (Arqueologia Bíblica), de G. Ernest Wright (p. 200) fala do “rei, ou do conselho, que formulou o documento” (compare com o caso similar que se deu com Dario, em Daniel 6:6-9), ao passo que o Dr. Emil G. Kraeling [Rand McNally Bible Atlas (Atlas Bíblico de Rand McNally), p. 328] chama o Cilindro de Ciro de “um documento de propaganda, composto pelos sacerdotes babilônios”. Pode, deveras, ter sido composto sob a influência do clero babilônico (veja Ancient Near Eastern Texts, de Pritchard, p. 315, nota marg. 1), destarte servindo ao seu objetivo de atenuar o completo fracasso de Marduque (também conhecido como Bel) e de outros deuses babilônios em salvar a cidade, chegando mesmo ao ponto de atribuir a Marduque as próprias coisas que Jeová fizera. — Compare com Isaías 46:1, 2; 47:11-15.

      DECRETO DE CIRO PARA A VOLTA DOS JUDEUS EXILADOS

      Por decretar o fim do exílio dos judeus, Ciro cumpriu sua comissão, como ‘pastor ungido’ de Jeová para Israel. ( 2 Crô. 36:22, 23; Esd. 1: 1-4) A proclamação foi feita “no primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia”, significando seu primeiro ano como regente da conquistada Babilônia. O registro bíblico em Daniel 9:1 se refere ao “primeiro ano de Dario”, e este parece ter-se situado entre a queda de Babilônia e o “primeiro ano de Ciro” sobre Babilônia. Isto significaria que o primeiro ano de Ciro talvez não se tenha iniciado senão em fins do ano 538 A.E.C. Mesmo se se encarasse a regência de Dario sobre Babilônia como a de um vice-rei, de modo que seu reinado decorresse paralelamente com o de Ciro, o costume babilônico ainda colocaria o primeiro ano de reinado de Ciro como decorrendo de nisã de 538 a nisã de 537 A.E.C.

      Em vista do registro bíblico, o decreto de Ciro, que libertava os judeus para voltarem a Jerusalém, foi provavelmente feito em fins do ano de 538, ou no início de 537 A.E.C. Isto daria tempo para que os exilados judeus se preparassem para sair de Babilônia e fazer a longa jornada até Judá e Jerusalém (viagem que talvez levasse cerca de quatro meses, segundo Esdras 7:9), e, ainda assim, se estabelecessem “nas suas cidades”, em Judá, já no “sétimo mês” (tisri) do ano 537 A.E.C. (Esd. 3:1, 6) Isto assinalava o fim dos 70 anos profetizados da desolação de Judá, que começaram no mesmo mês de tisri de 607 A.E.C. — 2 Reis 25:22-26; 2 Crô. 36:20, 21.

      A cooperação de Ciro com os judeus estabelecia notável contraste com o tratamento que lhes foi dado por anteriores regentes pagãos. Ele restaurou os preciosos utensílios do templo, que Nabucodonosor levara para Babilônia, deu a permissão real para que eles importassem cedros do Líbano, e autorizou a alocação de fundos da casa do rei para cobrir as despesas da construção. (Esd. 1:7-11; 3:7; 6:3-5) De acordo com o Cilindro de Ciro, este regente persa seguia uma política geralmente humana e tolerante para com os povos conquistados de seu domínio. A inscrição o cita como afirmando: “Devolvi a [certas anteriormente mencionadas] cidades sagradas, do outro lado do Tigre, os santuários que haviam sido arruinados por longo tempo, as imagens que (costumavam) viver neles, e estabelecí para elas santuários permanentes. Eu (também) reuni todos os seus (anteriores) habitantes e devolvi(-lhes) suas habitações.” — Ancient Near Eastern Texts, de James B. Pritchard, 1955, p. 316.

      Além da proclamação real citada em Esdras 1:1-4, o registro bíblico fala de outro documento emitido por Ciro, um “memorando” arquivado na casa de registros em Ecbátana, na Média, e ali descoberto durante o reinado de Dario, o Persa. (Esd. 5:13-17; 6:1-5) Sobre este segundo documento, afirma o professor Wright: “[Ele] é explicitamente intitulado de dikrona, um termo aramaico oficial para um memorando que registrava uma decisão oral do rei ou de outro alto oficial, e que dava início a uma medida administrativa. Jamais se visava publicá-lo, mas era unicamente para ser visto pela autoridade correta, após o que era guardado nos arquivos governamentais.” — Biblical Archaeology p. 200.

      Crê-se que Ciro morreu em batalha por volta de 530 A.E.C., embora tais relatos sejam um tanto obscuros. Antes de sua morte, Cambises, filho dele, evidentemente se tornou co-regente dele, sucedendo-o no trono persa como único regente quando seu pai morreu.

  • Cisne
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    • CISNE

      [Heb. , tinshémeth]. O cisne é uma ave aquática grande e graciosa, que possui um longo e delgado pescoço curvo. Há cisnes que chegam a pesar até 18 kg, e suas asas podem ter uma envergadura de até 2, 40 m.

      O nome hebraico (tinshémeth), que aparece na lista de criaturas voadoras impuras (Lev. 11:13, 18; Deut. 14:12, 16), significa, segundo se pensa, um “respirador profundo” ou “resfolegadouro”. Isso talvez descreva o cisne, com seu alto som sibilante, solto quando a ave está excitada ou irada, e é assim vertido em várias traduções (BJ; CBC; NM; PIB, So). Tal identificação remonta pelo menos à Vulgata latina, em que Jerônimo traduziu o hebraico tinshémeth (em Levítico 11:18) pela palavra latina cygnus (“cisne”).

  • Cisterna
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    • CISTERNA

      Uma cavidade subterrânea artificial usada costumeiramente como depósito de água. As cisternas, diferentes dos poços cavados para captar a água subterrânea natural, destinam-se comumente a captar e reter a água da chuva ou a água de escoamento das fontes naturais. Não sendo abertas como os tanques, geralmente são cobertas no topo. A palavra hebraica bohr, traduzida “cisterna”, também é traduzida “cova” (IBB; ou, “cova d’água”), especialmente quando parece não conter água (Gên. 37:20-29; 2 Sam. 23:20), como “masmorra”, quando usada para tal fim (Gên. 40:15), e como “poço” (ou cova, BJ), quando se refere ao “Seol”, ou é um paralelo dele. — Sal. 30:3; Pro. 1:12; Eze. 31:14, 16.

      As cisternas eram vitais na Palestina dos tempos bíblicos. Com freqüência, eram o único meio de manter suficiente reserva d’água, porque os poços e as fontes naturais não eram abundantes na região montanhosa e, quando eram encontrados, amiúde ficavam secos perto de fins do verão. Estas cisternas de água construídas pelo homem até mesmo permitiram que surgissem povoados em lugares em que o suprimento de água seria, de outra forma, escasso demais, tais como o Negebe. Afiançadamente, Jeová prometeu a seu povo que este encontraria cisternas já cavadas quando entrasse na Terra Prometida. (Deut. 6:10, 11; Nee. 9:25) Menciona-se o Rei Uzias como escavando “muitas cisternas” por toda Judá. (2 Crô. 26:1, 10) Desde a Galiléia Superior até o Negebe, havia literalmente milhares de cisternas, e foram descobertas dezenas delas, que praticamente permeavam partes da região. Parecia desejável que cada família tivesse sua própria cisterna, mesmo entre os moabitas. Seu Rei Mesa, do décimo século A.E.C., segundo a Pedra Moabita, declarou: “Não havia nenhuma cisterna dentro da cidade de Qarhoh, assim, eu disse a todo o povo: ‘Que cada um de vós cave uma cisterna para si mesmo em sua casa!’” [Ancient Near Eastern Texts (Textos Antigos do Oriente Próximo), 1955, p. 320] Senaqueribe tentou engodar os habitantes de Jerusalém por lhes prometer que, se capitulassem diante dele, eles ‘beberiam cada um a água da sua própria cisterna’. — 2 Reis 18:31; Isa. 36:16.

      As cisternas eram, mais comumente, escavadas na rocha. Se a rocha era maciça e não tinha fendas, havia poucos problemas de vazamento, mas, na porosa pedra calcária que recobria grande parte da Palestina era necessário vedar com reboco as paredes internas. As cisternas escavadas na terra eram revestidas de tijolos ou de pedras, e então rebocadas, para tornar sólidas as suas paredes. Tais cisternas tinham usualmente a forma de pera, sendo mais largas no fundo e estreitando-se no topo; às vezes sua boca tinha apenas uns 30 ou 60 cm de diâmetro. Quando cavernas naturais eram modificadas ou ampliadas para servirem como cisternas, colunas de rocha natural serviam de apoio para o teto, ou, como no caso de algumas das cisternas descobertas no Negebe, construíam-se arcos, dentro da cisterna, para servirem para esse mesmo fim. Canais nas encostas das colinas levavam as águas das chuvas para o reservatório subterrâneo. Ilustrando as grandes dimensões de algumas cisternas, uma dentre as várias situadas na área do templo, em Jerusalém, tinha uma capacidade entre uns 7.500.000 a 11.300.000 litros; tinha mais de 12 m de profundidade e uns 213 m de circunferência, sendo alimentada por um aqueduto que vinha dos tanques de Salomão.

      Eclesiastes 12:6 refere-se à “roda de água para a cisterna”, mas, geralmente, a água era retirada por meio de jarros suspensos por cordas. A quebra ocasional de tais jarros explica os fragmentos de vasos encontrados no fundo da maioria das cisternas. O costume primitivo de se jogar terra numa cisterna de água estagnada ou poluída, a fim de fazer depositar a escuma, explica, em parte, por que muitas delas acham-se parcialmente cheias de terra. As tampas impediam, até certo ponto, a contaminação da água, e impossibilitavam que pessoas ou animais caíssem nela, embora um cadáver que acidentalmente caísse nela não tornava as águas cerimonialmente impuras; quem removesse o cadáver, contudo, ficava impuro. (Êxo. 21:33; Lev. 11:35, 36) Ademais, a tampa duma cisterna ajudava a manter fresca a água e reduzia sua perda pela evaporação. (Jer. 6:7) Algumas cisternas grandes possuíam várias aberturas por meio das quais se podia tirar a água. Em cisternas de grandes dimensões e profundidades, havia escadas que conduziam às águas, tendo até 30 m ou mais.

      OUTRAS UTILIZAÇÕES

      São poucos os casos em que as cisternas eram usadas para outros fins que não o de depósitos de água. Em localidades secas, e se vedadas

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