Instrução bíblica na menor república do mundo

NA PARTE setentrional da Itália, perto do mar Adriático, fica a menor república do mundo. Abrange uma área de apenas 61 quilômetros quadrados. Referimo-nos a São Marinho, uma república independente, cercada por todos os lados pela república da Itália.

Entrando na capital, os visitantes ficam logo impressionados com o estilo medieval dos prédios. A tradição diz que um pedreiro chamado Marinho, da Dalmácia (uma região costeira do que hoje é a Iugoslávia), fundou a república no quarto século E.C. Fugiu para lá para escapar da perseguição dos cristãos pelo imperador romano Diocleciano.

As atividades das Testemunhas de Jeová em São Marinho começaram há cerca de 20 anos. Em fins dos anos 50, um idoso enfermeiro italiano começou a divulgar as verdades bíblicas entre os habitantes da república. Seus esforços não ficaram sem oposição. Diversas vezes, a polícia local, instigada pelos sacerdotes católicos, levou-o até a fronteira, com ordens de nunca mais voltar. Mas, imitando os cristãos corajosos mencionados na Bíblia, este enfermeiro estava decidido a “obedecer a Deus como governante antes que aos homens”. (Atos 5:29) Continuou a falar ao povo de São Marinho sobre as verdades bíblicas.

Sua obra não foi em vão. Uma senhora idosa escutou com atenção a sua mensagem bíblica. Por fim, ela aceitou o que aprendeu como sendo a verdade e foi batizada. Mais tarde, alguns membros de sua família, embora no começo opositores às Testemunhas de Jeová, fizeram o mesmo. Por volta de agosto de 1968, o pequeno grupo de Testemunhas, em São Marinho, havia aumentado para nove. Da primeira vez que um representante viajante da Sociedade Torre de Vigia os visitou, 31 estavam presentes para ouvir seu discurso. Naquele tempo, o Salão do Reino ficava em território italiano, logo do outro lado da fronteira ocidental de São Marinho.

Com o tempo, alguns cidadãos de São Marinho tornaram-se Testemunhas de Jeová. Isto lançou uma base sólida para aumento futuro. As Testemunhas locais podiam pregar livremente no território. No começo, a polícia lhes impedia a atividade. Mas, depois de saber que se tratava de cidadãos de São Marinho, a polícia não impediu mais os empenhos deles de pregar publicamente e de casa em casa.

Por volta de 1971, o número de Testemunhas de Jeová em São Marinho havia aumentado para 17. Naquele ano, a congênere italiana da Sociedade Torre de Vigia recomendou que o grupo fosse organizado como congregação. Em 1972, tornou-se possível transferir o Salão do Reino para São Marinho. Naquele tempo, as autoridades permitiram o uso dum prédio governamental, o Kursaal, para a primeira assembléia de circuito das Testemunhas de Jeová em São Marinho. Quanta alegria deu às Testemunhas locais ver nesta assembléia uma multidão de 1.749 pessoas, com 35 sendo batizadas!

Agora, a congregação de São Marinho já aumentou para 78. Durante a Comemoração da morte de Cristo, em 1980, houve 134 presentes, o que representava um dentre cada 151 habitantes da república. Atualmente, há uma Testemunha para cada 257 habitantes de São Marinho.

Embora os clérigos católicos, nesta república, lancem ocasionalmente campanhas dos púlpitos contra a obra de instrução bíblica das Testemunhas de Jeová, o povo de São Marinho amiúde a aceita. Os que tomam a sério a mensagem da Palavra de Deus acham que ela tem um efeito maravilhoso sobre a sua vida.

Há algum tempo, pregando de casa em casa, as Testemunhas encontraram uma senhora que mostrou interesse sincero. Passaram a realizar-se regularmente palestras bíblicas com ela, e, por fim, foi batizada. Sua sogra também se tornou Testemunha. No começo, por causa de grande envolvimento em atividades seculares, os demais da família estavam indiferentes. Todavia, dois anciãos da congregação local fizeram visitas amigáveis, e, por fim, mantiveram com eles palestras regulares sobre a Bíblia. Em resultado disso, oito pessoas daquela família expressaram o desejo de harmonizar sua vida com os princípios bíblicos.

Uma pessoa desta família sofreu oposição no seu empenho de entender a Palavra inspirada de Deus. De fato, um sacerdote católico pressionou-a a assinar uma declaração renunciando ao estudo bíblico com as Testemunhas de Jeová. Esta moça casou-se mais tarde e emigrou. No entanto, voltando a São Marinho, começou imediatamente a examinar de novo as Escrituras Sagradas. “Não é possível esquecer a verdade”, declarou. No começo, o marido dela fez oposição. Mas depois decidiu examinar a Palavra de Deus e ficou convencido de que é a verdade. Graças ao poder da Bíblia de transformar a vida das pessoas para melhor, esta família está agora fortemente unida na adoração do verdadeiro Deus, Jeová.

Jesus disse a respeito da atividade principal que os verdadeiros cristãos iriam realizar: “Estas boas novas do reino serão pregadas em toda a terra habitada, em testemunho a todas as nações. (Mat. 24:14) Felizmente, isto está sendo realizado na menor república do mundo.