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Daniel, Livro DeAjuda ao Entendimento da Bíblia
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proféticos de tempo: As 69 semanas (de anos) desde o decreto para reconstruir Jerusalém até a vinda do Messias, os eventos que ocorreríam dentro da setuagésima semana e a destruição de Jerusalém que se seguiría logo depois, os “sete tempos”, que Jesus chamou de “os tempos designados das nações” e indicou que ainda decorriam na época em que estava na terra, tendo sua conclusão numa data muito posterior; e os períodos de 1.290, 1.335 e 2.300 dias, também “um tempo designado, tempos designados e uma metade”, todas essas profecias de tempos sendo vitais para o entendimento dos modos de Deus lidar com seu povo. A interpretação inspirada, feita pelo anjo, da profecia relativa aos animais como representando potências mundiais (Dan. 8:20, 21) é de grande ajuda para os peritos bíblicos no entendimento do simbolismo das feras de Revelação. — Dan. 4:25; Luc. 21:24.
Daniel também fornece pormenores a respeito da ascensão e da queda das potências mundiais desde o tempo da antiga Babilônia até o tempo em que o reino de Deus as esmaga para sempre. A profecia dirige a atenção para o reino de Deus, às mãos de seu rei designado e de seus “santos” associados, como o governo que permanecerá para sempre, para a bênção de todos os que servem a Deus. — Dan. 2:44; 7: 13, 14, 27.
O registro, feito por Daniel, da libertação de seus três companheiros da fornalha ardente, onde foram lançados por se recusarem a curvar-se perante a grande imagem de ouro de Nabucodonosor (cap. 3), é um relato da confirmação legal do direito dos adoradores de Jeová de lhe prestarem devoção exclusiva, no domínio da primeira potência mundial, durante os “tempos dos gentios”. Também ajuda os cristãos a discernir que sua sujeição às autoridades superiores, conforme mencionada em Romanos 13:1, é relativa, em harmonia também com as ações dos apóstolos em Atos 4:19, 20 e 5:29. Fortalece os cristãos em sua posição de neutralidade com respeito aos assuntos das nações, revelando que sua neutralidade lhes poderá trazer dificuldades, mas, quer Deus os livre nessa ocasião, quer até mesmo permita que sejam mortos por causa de sua integridade, a posição cristã é a de que somente adorarão e servirão a Jeová Deus. — Dan. 3:16-18; veja o livro “Toda a Escritura É Inspirada por Deus e Proveitosa”, pp. 132-136..
ESBOÇO DO CONTEÚDO
I. Treinamento dos cativos reais e nobres trazidos à Babilônia em 617 A.E.C. (cap. 1)
A. Daniel e seus três companheiros solicitam isenção de ingerir o vinho e as iguarias do rei; teste de 10 dias prova a superioridade da dieta de legumes e água (1-16)
B. Depois de treino por três anos, Daniel e companheiros provam-se mais sábios do que outros “sábios”, mediante a bênção de Deus (17-21)
II. Sonho de Nabucodonosor, da imensa imagem “atemorizante” (cap. 2)
A. “Sábios” de Babilônia são incapazes de contar ou interpretar sonho de Nabucodosor (1-13)
B. Daniel revela e interpreta sonho; dá crédito a Deus (14-28)
1. Representa potências mundiais, começando com Babilônia e concluindo com destruição pelo reino de Deus (29-45)
2. Daniel é promovido, passa a ter autoridade sobre todos os sábios e torna-se regente de todo o distrito jurisdicional de Babilônia; três companheiros designados a posições administrativas (46, 48, 49)
C. Nabucodonosor exalta o Deus de Daniel (47)
III. Integridade de Hananias (Sadraque), Misael (Mesaque) e Azarias (Abednego) (cap. 3)
A. Erigida gigantesca imagem de ouro de 60 côvados (c. 27 m); todas as autoridades convocadas a inclinar-se perante ela (1-7)
B. Três jovens hebreus recusam-se a curvar-se (8-18)
1. Lançados em fornalha superaquecida; serviçais mortos pelo calor (19-23)
2.Alguém semelhante a “um filho dos deuses” aparece junto com os três homens na fornalha (24, 25)
3. Retirados incólumes, não chamuscados (26, 27)
C. Nabucodonosor louva a Deus; expede lei proibindo dizer-se algo contra Deus (28-30)
IV. Nabucodonosor sonha com grande árvore (cap. 4)
A. Altura atinge céus; visível a toda a terra; fornece alimento e abrigo (1-12)
B. Vigilante decreta sua derrubada; toco deixado na terra, cintado com bandas de ferro e de cobre (13-17)
C. Daniel o interpreta, aplica-o a Nabucodosor (18-27)
D. Cumprido na insanidade de Nabucodonosor; torna-se como animal por “sete tempos” (28-33)
E. Restaurado à sanidade; restabelecido no trono; Nabucodonosor louva, exalta, glorifica a Deus; compreende que Deus é regente entre exército dos céus e reino da humanidade, e o dá a quem quiser (34-37)
V. Escrita a mão na parede (cap. 5)
A. Belsazar profana vasos do templo na festa perante 1.000 grandes (1-4)
B. Aparece mão, escrevendo no reboco da parede palavras que homens da corte de Belsazar não conseguem ler nem explicar (5-9)
C. Rainha aconselha Belsazar a chamar Daniel (10-12)
D. Daniel interpreta palavras como significando que reino de Belsazar é dado aos medos e persas; Daniel é constituído terceiro regente no reino (13-29)
E. Belsazar é morto naquela noite; Dario, o Medo, rege 30, 31)
VI. Daniel na cova dos leões (cap. 6)
A. Ascensão de Daniel ao favor do Rei Dario é invejada por altas autoridades e sátrapas (1-3)
1. Procuram enlaçá-lo num ponto da lei do Deus de Daniel (4, 5)
2. Induzem Dario a ordenar que nenhuma petição seja feita a qualquer outro deus ou homem, exceto ao rei, durante trinta dias (6-9)
3. Testada a integridade de Daniel
a. Continua a orar diariamente, apesar do decreto (10-15)
b. Lançado na cova dos leões; Deus o livra por fechar a boca dos leões (16-23)
4. Ardilosos lançados, com filhos e esposas, na cova dos leões, mortos (24)
B. Dario expede edito para povo temer o Deus de Daniel (25-28)
VII. Marcha das potências mundiais (caps. 7, 8)
A. Potências mundiais, começando com Babilônia, representadas por leão, urso, leopardo e terrível animal, com dez chifres (cap. 7)
B. Chifre pequeno sobrepuja outros três, fala coisas grandiosas (7:8)
1. Tenta mudar tempo designado de Deus para regência do Reino (7:20-22, 24, 25)
2. Combate santos de Deus. Eles são entregues em sua mão por período de três tempos e meio (7:25)
C. Reino entregue por “Antigo de Dias” a filho do homem; regência do terrível animal e de seu chifre pequeno é retirada e animal é consignado ao fogo; Reino rege para sempre sobre todos os reinos e regências (7:9-14, 26-28)
D. Carneiro, bode e chifre pequeno representam potências mundiais que sucederão Babilônia (8:1-7)
1. Carneiro de dois chifres = Império Medo- Persa (8:20)
2. Bode = Império Grego (8:21)
3. Império Grego divide-se em quatro reinos (8:8, 22)
4. Chifre pequeno ergue-se contra Príncipe dos príncipes (8:9-11, 23-25)
a. 2.300 dias desde a remoção do “sacrifício contínuo” e da “transgressão que causa desolação” até que lugar santo fosse levado à condição correta (8:14)
b. Chifre destroçado “sem mão” (8:25b)
c. Anjo Gabriel explica que visão não seria revelada então, mas é “para muitos dias” (8:26, 27)
VIII. Setenta semanas (de anos) (cap. 9)
A. Daniel discerne estar próxima a libertação dos judeus, após 70 anos (1, 2)
B. Confessa pecados nacionais a Deus, suplica perdão por causa do nome de Jeová (3-19)
C. Gabriel fornece visão sobre 70 semanas, a contar do decreto para reconstrução de Jerusalém (20-25)
1. Sete semanas até Jerusalém ser plenamente reconstruída (25)
2. Outras 62 semanas até o advento do Messias (26)
a. Terminada a transgressão, feita a expiação (24a)
b. Justiça eterna introduzida; ungido o Santo dos Santos (24b)
3. Pacto (abraâmico) em vigor exclusivamente para judeus por uma semana; decepado na morte o Messias, na metade da semana faz que cessem sacrifício e oferenda (26a, 27a)
4. Depois disso, desolados cidade e lugar santo (26b, 27b)
IX. Visitado Daniel por anjo enviado com visão da “parte final dos dias” (caps. 10, 11)
A. Anjo sofre oposição do príncipe (demônio) da Pérsia por 21 dias; ajudado por Miguel (10:13)
1. Daniel fortalecido para receber visão do anjo que mais tarde tem de lutar com príncipe da Pérsia e enfrentar também príncipe da Grécia (10:7-12, 15-20)
2. Miguel, príncipe do povo de Daniel, coloca-se de pé ao lado do anjo de Deus (10:21)
B. Rei do norte e rei do sul (cap. 11)
1. Depois da queda do sucessor da Pérsia (Alexandre Magno), reino é dividido, rei do sul torna-se forte; derrota rei do norte (11:1-12)
2. Rei do norte tem longo domínio (11: 26)
3. Rei do sul derrota rei do norte (11 fiscal
4. Rei do norte faz aliança com os que deixam o pacto sagrado e combate o povo de Deus, falha em destruí-lo (11: 30b-31a, 32)
5. Coisa repugnante que causa desolação ‘constituída em seu lugar’ (11:31b)
6. Povo de Deus sofre grandes provas, mas recebe ajuda (11:33-35)
7. Rei do norte torna-se poderoso, fala contra Deus, enaltece-se para ser adorado, mas ele próprio adora deus das fortalezas (11:36-39)
8. No tempo do fim rei do sul se empenha com rei do norte em empurrões (11:40a)
a. Rei do norte inunda muitos países, invade terra do Ornato (do povo de Jeová) (11:40b-43)
b. Relatos do oriente e do norte perturbam rei do norte; ergue tendas
entre monte sagrado e mar, chega a seu fim (11:44, 45)
C. Modalidades do tempo do fim (cap. 12)
1. Miguel, príncipe do povo de Daniel, se porá de pé (1-3)
a. Pior tempo de aflição do mundo (1)
b. Muitos despertados para vida de duração indefinida ou para aversão e vitupérios (2)
c. Brilham os que têm perspicácia; levam muitos à justiça (3)
2Conhecimento do livro torna-se abundante depois de longo período de selagem (4-9)
a. Muitos se purificam; são refinados (10a)
b. Iníquos não entendem (10b)
3. Períodos de tempo
a. Três tempos e meio até fim do espatifamento do povo santo (7)
b. 1.290 dias desde a remoção do sacrifício contínuo e a constituição da coisa repugnante (11)
c. Felicidade no fim dos 1.335 dias (12)
4. Daniel morrerá, erguer-se-á para receber sua sorte no fim dos dias (13)
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DaricoAjuda ao Entendimento da Bíblia
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DARICO
Moeda persa de ouro, pesando aproximadamente 8, 4 gramas. O anverso do darico durante dois séculos a partir do final do sexto século A.E.C., retrata um rei semi-ajoelhado com uma lança na mão direita e um arco na esquerda. O reverso ostenta a marca oblonga feita pela prensa quando a moeda foi cunhada. Em 1 Crônicas 29:7, uma das cifras referentes às contribuições para o templo, no reinado de Davi, é apresentada em termos de daricos, embora o darico persa fosse desconhecido nos dias de Davi. Evidentemente o escritor de Crônicas converteu a cifra original em termos então correntes e familiares aos seus leitores. — Esd. 8:27.
[Foto na página 414]
Darico de ouro
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DarioAjuda ao Entendimento da Bíblia
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DARIO
No registro bíblico, o nome é aplicado a três reis, um medo, os outros dois persas.
1. Dario, o Medo, sucessor do rei caldeu Belsazar, depois da conquista de Babilônia pelas forças de Ciro, o Persa, época em que Dario tinha cerca de 62 anos. (Dan. 5:30, 31) Ê identificado também como “filho de Assuero, da descendência dos medos”. — Dan. 9:1.
DANIEL NA COVA DOS LEÕES
Dario, exercendo sua prerrogativa administrativa, nomeou 120 sátrapas (termo que significa, basicamente, “protetor da região”) para servirem por todo o império, e também três altos funcionários que tinham jurisdição sobre os sátrapas, atuando em favor dos interesses do rei. O principal ponto visado por tal sistema poderia muito bem ter sido o financeiro, visto que a cobrança de impostos e de tributos para os cofres reais era um dos principais deveres dos sátrapas. (Compare com Esdras 4:13.) Um dos membros do triunvirato de altos funcionários nomeados era Daniel, que se distinguiu tanto entre os outros altos funcionários e sátrapas que Dario tencionava fazê-lo primeiro-ministro. (Dan. 6:1-3) Evidentemente devido à inveja, embora talvez também devido ao ressentimento causado pelo freio contra a corrupção e a apropriação indébita, que a integridade de Daniel sem dúvida produzia, os outros dois altos funcionários, mancomunados com os sátrapas, arquitetaram uma armadilha legal. Comparecendo em conjunto à presença do rei, submeteram à assinatura dele um edito, ostensivamente apoiado pelo inteiro corpo de funcionários governamentais graduados (Daniel, contudo, não sendo mencionado), proibindo fazer “petição a qualquer deus ou homem”, sem ser a Dario, durante 30 dias. A penalidade seria lançar o infrator na cova dos leões. O decreto, em tudo por tudo, parecia servir para estabelecer firmemente Dario, um estrangeiro, no seu recém-adquirido cargo como rei daquele domínio e de ser uma expressão de lealdade e apoio por parte dos altos funcionários governamentais que o propunham.
Dario assinou o decreto e logo confrontou-se com o resultado, que deve ter-lhe revelado o objetivo camuflado do edito. Por continuar a orar a Jeová Deus, Daniel, qual primeiro infrator do edito (compare com Atos 5:29), foi lançado na cova dos leões, apesar dos esforços sinceros de Dario para achar um meio de contornar o imutável estatuto. Dario expressou confiança no poder do Deus de Daniel de salvá-lo, e, depois de uma noite de insônia e de jejum, apressou-se em ir à cova dos leões e alegrou-se ao encontrar Daniel ainda vivo e ileso. O rei, então, não só mandou que os acusadores de Daniel e suas famílias fossem lançados à cova dos leões, como justiça retributiva, mas também mandou que se fizesse por todo o reino a proclamação de que “em todo domínio do meu reino as pessoas tremam e temam diante do Deus de Daniel”. — Dan. 6:4-27.
Os registros históricos indicam que, desde tempos remotos, os reis mesopotâmicos eram encarados como divinos e se lhes rendia adoração. Muitos comentaristas julgam que a restrição quanto a fazer ‘petições’, constante no decreto de Dario, dizia respeito unicamente a petições de natureza religiosa, não se aplicando a solicitações de natureza geral. A existência de uma “cova dos leões”, em Babilônia, está em conformidade com o testemunho de antigas inscrições que mostram que os governantes orientais muitas vezes possuíam coleções de animais selvagens. The Soncino Books of the Bible (Livros da Bíblia, de Soncino), ao comentar sobre isso (Daniel, Esdras e Neemias, p. 49), declara: “Sabe-se que os persas herdaram dos
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