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Os gigantes das florestas africanasDespertai! — 1978 | 8 de janeiro
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jorrar a água na sua boca, onde pode-se ouvir seu gorgolejo em direção ao estômago. Deste modo, até 190 litros ou mais de água podem ser consumidos num só dia, junto com 225 a 270 quilos de alimento, que a tromba versátil também enfia na boca de seu dono. Por isso, se a tromba ficar machucada, como numa armadilha dum caçador furtivo, o animal corre sério risco de não sobreviver. Já foram vistos elefantes, com tal problema, comerem capim ajoelhados.
Enormes Dentes e Defesas
Mastigar essas imensas quantidades de alimento exige algo incomum em matéria de dentes. Estranhamente, apenas um dente de cada lado de cada maxilar — um total de quatro — é usado em qualquer tempo. Mas, que dentes são! Talvez cheguem a pesar cerca de 4 quilos cada um e ter pelo menos uns trinta centímetros de comprimento. No decurso da existência, são consumidos seis pares desses gigantescos molares, além dos primeiros dentes de leite.
Como que numa esteira transportadora, os enormes trituradores sucedem-se em posição, o novo dente empurrando o toco gasto para diante. O último par surge quando os elefantes atingem cerca de quarenta anos. Quando esses finalmente se gastam, a grande criatura perde seu poder de mastigação e, por fim morre, pelo que parece como resultado de subnutrição, aos sessenta ou setenta anos.
Sem embargo, os elefantes são mais conhecidos por seus outros “dentes” muito mais visíveis. Poder-se-ia dizer que apresentam o caso mais extremo de dentuços, do mundo, visto que suas grandes defesas são, na realidade, os incisivos frontais superiores. São os mais compridos e pesados dentes de qualquer animal vivo. Visto que continuam a crescer durante toda a vida do elefante, tem-se estimado que seu comprimento poderia atingir até 5 metros, na fêmea, e 6 metros, no macho.
Mas, esses “dentes” salientes são submetidos a grande desgaste ao escavarem o solo em busca de sal, alimento e água, ao erguerem enormes pesos, ou ao serem usados na luta para obter as atenções de linda elefanta. Invariavelmente, uma defesa traz as marcas de mais desgaste e pode ser até mesmo mais curta, devido a lascas e quebra. Poderíamos, portanto, pensar em termos de elefante ‘destro’ ou ‘canhoto’.
Quando morreu, com 55 anos, em 1974, Ahmed, o maior elefante já conhecido do Quênia, possuía defesas que pesavam, cada uma, calculadamente 67 quilos. Os incisivos gigantes de Ahmed valeriam mais de US$ 10.000 (uns Cr$ 160.000,00) no mercado de marfim; assim, pode-se facilmente entender por que foi protegido por um decreto especial do presidente do Quênia. Tinha sua cabeça literal a prêmio!
O Crescimento
À medida que os jovens machos ficam mais velhos, não se tornam defensores intimoratos da manada, como talvez se inclinasse a pensar. Antes, os jovens machos em geral só permanecem na manada até que começam a revelar sinais de querer asseverar sua “masculinidade” de algumas maneiras tumultuosas. Quando isso ocorre, usualmente por volta dos dez aos treze anos, as fêmeas da manada reagem por expulsar à força os iniciantes juvenis. Os jovens machos passam então a levar uma espécie de vida de celibatários, embora talvez se juntem em manadas menores de machos. Só passam a misturar-se com as fêmeas quando nutrem intenções “amorosas” para com as fêmeas prontas a acasalar-se.
Conforme talvez supusesse, as principais manadas são mormente uma sociedade matriarcal, usualmente lideradas por uma fêmea aparentada com todo outro membro da manada, como mãe, irmã, ou tia. O forte vínculo entre as elefantas cimenta as manadas, e contribui para a sobrevivência dos elefantinhos.
Quando um elefante africano atinge o pleno crescimento, ele se torna deveras impressionante, sendo o maior animal terrestre vivo do mundo. Os machos chegam a atingir a média de 3,5 metros de altura nos ombros, e a pesar cerca de sete toneladas. No entanto, certo macho africano, morto em 1955, atingia 4 metros de altura e se dizia pesar doze toneladas — verdadeiro gigante!
Morte dos Gigantes
Existem realmente os supostos “cemitérios de elefantes”? Bem, os elefantes parecem deveras interessar-se pelos ossos e defesas dum colega morto. Para testar seu comportamento curioso, colocaram-se carcaças na vizinhança duma manada que se alimentava de brotos vegetais. Assim que captaram tal cheiro, os animais se aproximaram com laborioso entusiasmo, examinando cuidadosamente os restos, com suas trombas.
Alguns observadores até mesmo notaram tentativas, por parte de elefantes, de remover as defesas, e outros relataram que eles realmente levavam os ossos a distâncias de até um quilômetro da carcaça. Mas não tem havido confirmações recentes de “cemitérios de elefantes”, onde se diz que chegam os animais que envelhecem, para morrerem em secreto. Com efeito, o precedente pareceria indicar justamente o oposto, um espalhamento dos ossos e defesas, ao invés de um ajuntamento deles em um só lugar.
Em um caso triste, há algum tempo, morreu um elefantinho recém-nascido. Um zelador de animais viu sua mãe transportar o filhote morto sobre suas defesas por cerca de três dias, com a tromba dela enroscada sobre a coxeadura dele, para segurá-la no lugar. Mais tarde, viu-se a mãe sozinha, junto a uma árvore, sem comer, e atacando qualquer animal que se aproximasse dela. Quando ela finalmente partiu, depois de alguns dias, o zelador descobriu que a elefanta tinha escavado pequeno túmulo sob aquela árvore e enterrado o corpinho dele ali.
Diz-se agora que a própria inteligência dessas maravilhosas criaturas é um dos fatores das atuais ameaças à sua existência. Os elefantes estão aprendendo que os parques nacionais da África oferecem algum refúgio da matança desenfreada que está sendo infligida a eles pelas espingardas e flechas envenenadas dos caçadores ilegais de marfim, bem como pelos lavradores e sitiantes que estão ocupando grande parte do habitat do elefante. O resultado desse transtorno da natureza por parte do homem é que, ao invés de se espalharem por centenas de quilômetros, os elefantes estão agrupando-se nos santuários dos parques. Segue-se amiúde o despojamento excessivo dos brotos de árvores, extirpando a floresta de árvores e transformando tais áreas em savanas abertas, inapropriadas para o elefante.
É triste que a existência de criaturas que constituem tão magnífico testemunho da sabedoria e da habilidade Daquele que as criou esteja agora ameaçada. Suas caraterísticas fascinantes são apenas outra evidência de Sua generosa provisão para os humanos, que se deleitam em observá-las, bem como a seus hábitos. Podemos ser gratos de que o Criador, o Dono de “todo animal selvático da floresta” e dos “animais sobre mil montanhas”, proveu tais criaturas para o prazer e benefício eternos do gênero humano. — Sal. 50:10.
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Ventarolas inatasDespertai! — 1978 | 8 de janeiro
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Ventarolas inatas
As grandes orelhas dum elefante têm outro propósito, além de captar o som. As orelhas como ventarolas são usadas para refrigeração, também. Ao observar elefantes em Sri Lanka (antigo Ceilão), os cientistas observaram especialmente quão amiúde os elefantes abanavam suas orelhas sob várias condições de tempo. Ao se intensificar o calor, também aumentava o abanar, fazendo com que o ar frio fluísse sobre os vasos sangüíneos que estão localizados perto da superfície das orelhas.
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