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Erudição católica — é ela leal à Palavra de Deus?A Sentinela — 1984 | 15 de março
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cartas divinamente inspiradas, faz referência a Noé e ao Dilúvio. — 1 Pedro 3:20; 2 Pedro 2:5.
QUE DIZER DE JONAS
Agora, considere o livro de Jonas. A Bíblia de Jerusalém chama-o de “aventura um tanto ridícula” e diz: “Deus é também senhor das leis da natureza, mas os prodígios são aqui acumulados como outras tantas ‘brincadeiras’ que Deu faz com o profeta: a tempestade súbita, Jonas designado pela sorte, o peixe monstruoso, o arbusto que cresce numa noite e que seca numa hora, e além disso tudo é contado com uma ironia não disfarçada, bem estranha ao estilo da história. O livro se propõe agradar e também instruir.”
Jesus Cristo, porém, considerou Jonas um personagem histórico. Por exemplo, Jesus disse: “Não . . . será dado nenhum sinal [a esta geração], a não ser o sinal de Jonas. Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do homem para esta geração. . . . Os ninivitas hão de ressuscitar no dia do juízo com esta geração e hão de condená-la, porque eles, à pregação de Jonas, se arrependeram, e aqui está alguém que é mais do que Jonas.” Jesus também declarou: “Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre de um monstro marinho, assim estará também o Filho do homem, três dias e três noites, no coração da terra.” (Lucas 11:29-32; Mateus 12:40, Pontifício Instituto Bíblico) A menos que Jonas realmente tivesse existido e passado por tais experiências, as palavras de Jesus não teriam força alguma. São tais eruditos católicos leais à Palavra de Deus, quando, ao contrário de Jesus Cristo, classificam o livro de Jonas como ficção?
O CÂNTICO DE SALOMÃO
Consideremos outro exemplo, o Cântico de Salomão. De acordo com A Bíblia de Jerusalém, esse livro não poderia ter sido escrito antes da segunda metade do quinto século antes de nossa Era Comum, muito depois dos dias do Rei Salomão. Entretanto, é interessante que A Enciclopédia Católica (em inglês), edição de 1908, sustenta a tradição judaica de que foi deveras escrito por Salomão, por dizer: “A tradição, em harmonia com o cabeçalho, atribui o cântico a Salomão. Mesmo nos tempos modernos, um grande número de exegetas têm sustentado essa opinião . . . De Wette diz: ‘A inteira série de quadros e relacionamentos, e o frescor da vida ligam esses cânticos com a época de Salomão.’ O cântico evidencia o amor de Salomão pela natureza (contêm vinte e um nomes de plantas e quinze de animais), pela beleza e pela arte, e pelo esplendor régio . . . Evidencia-se também um traço do mais terno sentimento e um amor pela paz, que se harmonizam bem com a reputação do Salomão.”
OS RELATOS EVANGÉLICOS
E como encaram os eruditos católicos os relatos bíblicos a respeito de Jesus Cristo? Quanto a Jesus ser levantado dentre os mortos, a Nova Enciclopédia Católica declara: “Qualquer tentativa de demonstrar a realidade da Ressurreição de Cristo pelos relatos evangélicos . . . deve começar com a compreensão de que esses relatos não são biografias de Jesus, e menos ainda história científica.” Mas, se não são “história científica” o que são? Ficção? Mitos?
Essa declarada posição católica com respeito aos Evangelhos vai de encontro às palavras de Jesus que asseguravam a seus apóstolos que “o Paráclito, o Espírito Santo . . . , vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse”. (João 14:26, BJ) Ademais, o testemunho do apóstolo Paulo a respeito da ressurreição de Cristo concorda perfeitamente com o dos relatos evangélicos. — 1 Coríntios 15:1-8.
SERÁ VOCÊ LEAL À PALAVRA DE DEUS?
É sabido por todos que a Igreja Católica Romana incentiva os leigos a ler a Bíblia. Mas, como vimos, seus eruditos dizem muito que na verdade revela deslealdade à Bíblia.
No entanto, que dizer de você? Considera a Bíblia como a Palavra inspirada de Deus? Se assim for, seja leal a ela. Leia e estude regularmente as Escrituras. Naturalmente, a Bíblia está escrita de tal forma que são necessários instrumentos humanos para ajudar a esclarecer a sua mensagem. Mas, não devem todos os amantes da verdade cuidar de que aqueles a quem recorrem em busca de ajuda para entender a Palavra de Deus sejam realmente leais a ela?
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Perguntas dos LeitoresA Sentinela — 1984 | 15 de março
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Perguntas dos Leitores
◼ Quando Hebreus 8:13 falou de o pacto da Lei ficar “velho . . . [e] prestes a desaparecer”, referia-se ao iminente fim do sistema judaico em 70 EC?
Não. Alguns têm explicado Hebreus 8:13 desse modo. Mas, o contexto indica que se refere a situação do pacto da Lei desde o tempo em que Jeremias predisse o novo pacto.
Em Hebreus, capítulo oito, o apóstolo Paulo contrasta dois pactos. O “primeiro pacto” foi o pacto da Lei mediado por Moisés. O “segundo” ou novo pacto é um ‘pacto melhor’ que tem a Jesus por Mediador e que “foi estabelecido legalmente em promessas melhores”. — Hebreus 8:6-7.
Paulo citava Jeremias 31:31-34, onde Jeová prometeu “concluir um novo pacto com a casa de Israel e com a casa de Judá. Daí, o apóstolo escreveu: “Ao dizer ‘um novo pacto’, tornou obsoleto o anterior. ora, aquilo que se torna obsoleto e fica velho está prestes a desaparecer.” — Hebreus 8:13.
O livro de Hebreus foi escrito durante a “terminação dos sistemas [judaicos] de coisas”, provavelmente cerca de nove anos antes de os romanos destruírem Jerusalém em 70 EC. (Hebreus 9:26) Portanto, alguns têm explicado o versículo da seguinte maneira: A aprovação divina da Lei acabou com a morte de Jesus, mas a adoração no templo prosseguiu até 70 EC. Assim, quando Paulo escreveu Hebreus 8:13, o pacto da Lei estava ficando ‘velho e prestes a desaparecer complemente’, o que ocorreu em 70 EC.
Entretanto, há outra explicação que se harmoniza melhor com o que Hebreus, capítulo 5, diz.
Paulo salientava a declaração de Deus, por intermédio de Jeremias, de que um novo pacto substituiria o pacto da Lei, o qual não era sem defeito, pois não conseguia produzir um povo justo. (Romanos 3:20) Deve ter surpreendido os Judeus dos dias de Jeremias ouvir que o pacto da Lei havia de ser substituído por um novo pacto que poderia prover o perdão completo dos pecados.
Mas, uma vez que Deus predissera especificamente o novo pacto, em certo sentido o pacto anterior ficou obsoleto. Embora Deus permitisse que continuasse a vigorar até que o Messias viesse e servisse de Mediador do novo pacto, podia-se dizer do pacto da Lei que seus dias estavam contados desde que Jeremias escreveu sua profecia. E por isso que o versículo inicia: “Ao dizer ‘um novo pacto’, tornou obsoleto o anterior.” Ou, como o verte Lincoln Ramos: “Dizendo ‘Aliança Nova’, deu por antiquada a primeira.”
A prospectiva obsolência existente desde que Jeremias 31:31-34 foi escrito tornou-se plena realidade quando a morte de Jesus findou a Lei. Portanto, uns 28 anos depois, Paulo podia acrescentar no versículo seguinte: “O pacto anterior, da sua parte, costumava ter ordenanças de serviço sagrado mundano lugar santo.” — Hebreus 9:1.
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