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O amado João apresenta “A Palavra”A Sentinela — 1976 | 1.° de agosto
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que Jesus fez de palavras tais como “testemunho”, “verdade”, “luz”, “vida” e “amor”. Por exemplo, verificamos que o Evangelho de João usa o termo “testemunho” duas vezes mais do que os outros três Evangelhos em conjunto, sendo especialmente dignas de nota as palavras de Jesus a Pôncio Pilatos: “Para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade.” — João 18:37; 1:7, 8; 8:14, 17, 18.
O Evangelho de João impressiona-nos também com a importância da “verdade”, a qual é mencionada com três vezes mais freqüência do que nos outros três Evangelhos em conjunto. Temos nele as palavras de Jesus: “Deus é Espírito, e os que o adoram têm de adorá-lo com espírito e verdade.” “Se permanecerdes na minha palavra, . . . conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” “Santifica-os por meio da verdade; a tua palavra é a verdade.” Sim, Jesus “estava cheio de benignidade imerecida e de verdade”. — João 4:23, 24; 8:31, 32; 17:17; 1:14, 17.
Os termos “luz” e “vida” igualmente são encontrados muito mais vezes no Evangelho de João do que nos outros três em conjunto. Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo.” Seus discípulos haviam de ser “filhos da luz”. (João 8:12; 12:36) E não só era Jesus a “vida”, mas Deus enviou seu Filho ao mundo para que aqueles que exercessem fé nele pudessem obter “vida eterna”. E “isto significa vida eterna, que absorvam conhecimento” de Deus e de seu Filho. — João 14:6; 3:16; 17:3.
A ÊNFASE NO AMOR (AGAPE)
De modo similar, verificamos que o Evangelho de João menciona mais vezes agape, a espécie de amor que é altruísta e segundo princípios, do que os outros três Evangelhos em conjunto. Deus “amou tanto o mundo, que deu o seu Filho unigênito”. Jesus ‘amou seus discípulos até o fim’. Mostrou a que nos induzirá o amor: “Se me amardes, observareis os meus mandamentos.” Qual é a maior expressão de amor? ‘Ninguém tem maior amor do que este, que alguém entregue a sua alma a favor de seus amigos.” — João 3:16; 13:1; 14:15; 15:13.
Logicamente, é João quem nos fala de Jesus dar o amor como sinal identificador dos verdadeiros cristãos: “Eu vos dou um novo mandamento, que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Por meio disso saberão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor entre vós.” (João 13:34, 35) É também João quem registra em pormenores a oração de Jesus, a qual declara que ele e seus discípulos “não fazem parte do mundo”, concluindo com as palavras de Jesus: “Eu lhes tenho dado a conhecer o teu nome e o hei de dar a conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles e eu em união com eles.” — João 17:16, 26.
E qual foi a pergunta que Jesus fez ao apóstolo Pedro, aquele que havia tomado a dianteira entre os doze enquanto Jesus ainda estava com eles e que seria o primeiro a tomar a dianteira após a ascensão de Jesus ao céu? “Amas-me mais do que estes?” “Amas-me?” “Tens afeição por mim?” Assegurando-lhe Pedro que deveras amava seu Amo, que tinha afeição por ele, Jesus deu-lhe a admoestação de despedida: “Apascenta as minhas ovelhinhas.” — João 21:15-17.
Em vista do que João nos conta e da maneira em que o faz, podemos reconhecer por que seu registro, escrito tanto tempo depois dos outros Evangelhos, é a parte mais amplamente publicada da Bíblia. Milhares de milhares de exemplares dele foram impressos separadamente e distribuídos à parte da Bíblia inteira, embora o Evangelho de Marcos, por ser a narrativa mais curta do ministério terrestre de Jesus, seja a parte mais amplamente traduzida da Bíblia. Com o Evangelho de João é como se o vinho mais excelente viesse no fim, assim como por ocasião do primeiro milagre de Jesus. — João 2:10.
Quão gratos podemos ser de ter quatro narrativas diferentes da vida e das obras de Jesus! Mateus apresenta Jesus como o prometido Messias, cumprindo profecias das Escrituras Hebraicas; Marcos retrata Jesus como homem de ação, falando de um milagre maravilhoso após outro; Lucas mostra Jesus como Salvador compassivo e bondoso; e o amado João apresenta Jesus como a Palavra, a dádiva amorosa de Deus à humanidade, que desceu do céu para dar testemunho da verdade, e como Pastor amoroso. Deus fez que tudo isso fosse escrito, a fim de que ‘crêssemos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e que, por crermos, tivéssemos vida eterna por meio do seu nome’ — desde que nos mostremos ser seus amigos, por fazermos o que ele manda! — João 20:31; 15:14.
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As boas novas de Mateus: chegou o Messias!A Sentinela — 1976 | 1.° de agosto
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As boas novas de Mateus: chegou o Messias!
QUEM era este Mateus, escritor do Evangelho que leva seu nome? Era judeu humilde, honesto e bem instruído, a quem Jesus escolheu para ser um de seus doze apóstolos.
Era homem humilde? Sim, porque o próprio Mateus revela candidamente que havia sido um dos cobradores de impostos, muito desprezados pelos judeus daquele tempo. Dessemelhante de muitos daqueles cobradores de impostos, Mateus deve ter sido honesto. Do contrário, seria chamado por Jesus para ser seu seguidor, enquanto ainda estivesse sentado na sua coletoria? E deve ter recebido boa instrução, porque os eruditos dizem que o grego de seu Evangelho está entre os melhores encontrados nas Escrituras Gregas. Evidentemente, usou de bom discernimento no que registrou. Seu Evangelho é citado mais vezes nas publicações da Torre de Vigia do que qualquer dos outros três Evangelhos.
Onde escreveu Mateus seu Evangelho? Em vista de seu objetivo, mui provavelmente foi escrito na Palestina. E qual era seu objetivo ao escrevê-lo? Provar que Jesus Cristo deveras era o Messias. Isto é confirmado por fazer ele cerca de cem referências às Escrituras Hebraicas. Ele faz especialmente questão de mostrar como Jesus cumpriu aqueles textos, desde a sua citação de Isaías 7:14, a respeito de Jesus nascer duma virgem, até a sua citação de Zacarias 11:13, referente a Jesus ser traído por trinta moedas de prata. — Mat. 1:23; 27:9.
Em que língua escreveu Mateus seu Evangelho? A evidência externa é que primeiro o escreveu em hebraico. Era natural que fizesse isso, visto que seu objetivo evidentemente era ajudar seus conterrâneos a identificar Jesus como sendo o Messias. Evidentemente, também era do seu propósito que seu Evangelho servisse como elo de ligação com as Escrituras Hebraicas.
Alguns objetam ao conceito de que Mateus escreveu originalmente em hebraico, afirmando que o grego do Evangelho de Mateus tem leitura suave demais para ser uma tradução. Pois bem, a resposta a esta objeção bem que pode
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