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  • Será este o meio de se alcançar a felicidade?
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Será este o meio de se alcançar a felicidade?

      NA BUSCA da felicidade, muitos vão a extremos. Considere, para exemplificar, o caso de Catarina Fieschi. Ela procedia de uma família abastada da Itália, era inteligente, e muito religiosa. A depressão mental resultante de um casamento infeliz fez com que esta jovem senhora procurasse alívio na folia e nos confortos que sua posição social lhe propiciavam.

      Isso mudou, contudo, quando Catarina atingiu a idade de 26 anos. Nessa época, a jovem senhora sentiu o que tem sido chamado de “conversão”. Depois disso, ela “fez grandes penitências, de modo que todos os seus sentidos foram mortificados. . . . Assim, logo que percebia que sua natureza desejava algo, imediatamente ela se privava disso. . . . Ela usava [uma roupa] de pêlo duro, não comia carne nem qualquer outra coisa que gostava; não comia frutas, nem frescas nem secas . . . e vivia grandemente submissa a todas as pessoas, e sempre procurava fazer todas as coisas que eram contrárias à sua própria vontade”.

      Esse relato é da biografia de alguém que veio a ser conhecida como “Santa Catarina de Gênova”. Quando lhe perguntavam a razão para torturar-se, ela respondia: “Não sei, mas sinto-me atraída intimamente para fazer isto . . . e acho que é a vontade de Deus.” Ela cria que torturar-se era um meio de purificação para obter o favor de Deus e a verdadeira felicidade.

      Um ponto de vista similar era tido por um espanhol conhecido como “São João da Cruz”. Ele recomendava, entre outras coisas, que as pessoas procurassem, ‘não o que tem melhor sabor, mas o que é mais desagradável; não o que mais agrada, mas o que desagrada; não o que é mais elevado e mais precioso, mas o que é mais humilde e mais desprezível; não o melhor de tudo, mas o pior’. Aconselhou ele: “Despreze-se, e deseje que os outros o desprezem; fale para sua própria desvantagem, e deseje que outros façam o mesmo; tenha uma opinião baixa de si mesmo, e ache bom quando outros também a tenham.” Conceitos similares têm seus apoiadores ainda hoje.

      Mas é tal extremo de auto-humilhação o meio de se alcançar a felicidade real e duradoura? Não segundo a Bíblia. Escreve o apóstolo Paulo:

      “Não morrestes com Cristo e passastes para fora do alcance das idéias elementares que pertencem a este mundo? Então, por que vos comportais como se ainda vivêsseis a vida do mundo? Por que permitis que as pessoas vos ditem: ‘Não manusieis isto, não proveis aquilo, não toqueis nessa outra coisa’ — todas elas sendo coisas que têm de perecer logo que sejam usadas? Isso é seguir simplesmente injeções e ensino humanos. Na verdade, isso tem um ar de sabedoria, com sua piedade forçada, sua automortificacão, e sua severidade para com o corpo; mas não é de nenhuma utilidade em combater a sensualidade.” — Col. 2:20-23, The New English Bible, margem.

      A “automortificação” extrema é uma impostura, tendo simplesmente “um ar de sabedoria”. Nem agrada a Deus nem é de qualquer utilidade para se obter a felicidade.

      Que dizer do extremo oposto de viver mormente para o prazer? Será esse, talvez, o meio de se alcançar a genuína alegria de viver? Muitos crêem que sim. Alguns de seus feitos na busca do prazer são expostos no próximo artigo.

  • Dedicam-se inteiramente à recreação
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Dedicam-se inteiramente à recreação

      O CASAMENTO atraiu centenas de espectadores. Durante o cortejo, os observadores cantaram a marcha nupcial. O prefeito [que celebra casamentos nos EUA] usou, em sua cerimônia, palavras um tanto diferentes das costumeiras, e a razão tornou-se óbvia para todos os presentes. A ocasião não era um casamento de pessoas, mas de dois paguros.

      O assunto todo foi inventado pelos moradores de “Ocean City”, Nova Jérsei (EUA), como modo divertido de passar o tempo de lazer. Serve para destacar a crescente obsessão com o lazer, atualmente. Muitos estão determinados a dedicar-se inteiramente à recreação.

      Nos EUA, alguns se referem à busca de lazer como a indústria número um. Apesar dos aumentos maciços no custo de vida, o dinheiro gasto com lazer ascendeu de US$ 58.300.000.000 (Cr$ 2,4 trilhões), em 1965, para US$ 160.000.000.000 (Cr$ 7,2 trilhões) em 1977. “Os Estados Unidos criam uma mentalidade do lazer”, observa um analista de recreação do Departamento de Comércio dos EUA. “O surto atual não mostra quaisquer sinais de diminuição.” Crê-se que, em 1985, os estadunidenses gastarão US$ 300.000.000.000 (Cr$ 13,5 trilhões) por ano com lazer.

      Encontrar Novos Meios de Recreação

      Os anos recentes presenciaram notável aumento nos meios em que as pessoas gastam suas horas de folga. Por exemplo, certo grupo montou um “acampamento primitivo” que só permite o uso de itens desenvolvidos antes de 1820. Os campistas passam duas semanas trajados de roupas caraterísticas das Guerras contra a França e os índios.

      Daí, existe a Sociedade de Anacronismos Criativos. Nas horas de lazer, seus membros vestem-se e levam sua vida como se estivessem na Idade Média. Acham-se divididos em quatro “reinos” que se subdividem em partes menores, tais como as baronias e as províncias. Suas atividades incluem o combate com armaduras completas, mas com armas sem fio. Alguém é escolhido para julgar se um golpe teria aleijado ou teria sido fatal, caso dado com uma arma real.

      Outra inovação brincalhona é a ‘corrida na banheira’. No Lago Saranaque, em Nova Iorque, EUA, as pessoas fixam motores de popa a banheiras reais e passam zumbindo sobre o lago. Similar é a atividade dos “Waterbugs” (Baratas-d’água) da Associação de Corridas da América. No entanto, ao invés de usarem banheiras para correr sobre as ondas, tal organização utiliza abandonados “besouros” Volkswagen. Depois de removido o teto, e fazer com que o veículo fique à prova d’água, ligam uma hélice ao eixo de transmissão.

      Por Que Tal Interesse no Lazer?

      Por que existe tanto interesse nas atividades do lazer, atualmente? Alguns fornecem inesperada resposta. “O significado do trabalho mudou”, observa o Dr. John W. Churchill, do Departamento de Estudos do Lazer da Universidade de Maryland, EUA. “Acho que sentimos uma compulsão de ser produtivos, de realizar consecuções, de produzir. Acho que é uma necessidade muito básica. Visto que há tantas pessoas que não conseguem obter isto em seu trabalho, então o lazer é o único lugar para terem, êxito.” O Dr. Churchill encara a ênfase atual no lazer como “uma mudança para a produtividade”, ao invés de um afastamento dela.

      Outro motivo para o incrementado interesse no lazer, atualmente, é que muitos deixaram de encarar o êxito em termos de renda ou status comunitário. Antes, igualam o êxito com a imagem de si mesmos, alcançada por meio de extravagantes atividades de lazer. Seu desejo não é só recrear-se, mas granjear reconhecimento de feitos esportivos.

      Um motivo mais profundo para tanto interesse no lazer é a recente explosão do interesse em “si mesmo”. Mas, será errado interessar-se por si mesmo? Será algo errado demonstrá-lo por divertir-se um pouco? Não necessariamente. Certa medida de interesse próprio e de saudável recreação é benéfica. Mas, como mostrará o próximo artigo, com freqüência a busca da diversão foge do controle.

  • Quando a recreação não recreia
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Quando a recreação não recreia

      CONTRÁRIO ao modo de pensar de alguns, a Bíblia não condena que as pessoas se divirtam. Como seu primeiro milagre, Jesus contribuiu para a alegria duma festa de casamento por renovar seu estoque esgotado de vinho. (João 2:1-11) Que Jesus estava amiúde presente a ocasiões festivas é evidente do fato de que seus oponentes o acusaram falsamente de bebedice e glutonaria. — Mat. 11:19.

      As Escrituras incentivam o esforço de se gozar a vida. “Eu mesmo gabei a alegria”, declara um sábio escritor bíblico, “porque a humanidade não tem nada melhor debaixo do sol do que comer, e beber, e alegrar-se, e que isto os acompanhe no seu trabalho árduo pelos dias da sua vida, que o verdadeiro Deus lhes deu debaixo do sol”. — Ecl. 8:15.

      Mas, e se a busca do lazer e das diversões se tornar excessiva? E se o prazer se tornar a busca principal na vida da pessoa? Em tais casos, a recreação não paga os dividendos esperados do repouso, revigoramento e prazer. Ao invés, poderá causar danos tanto a si mesmo como a outros.

      Danos a Si Mesmo

      Muitos gastam as horas de lazer na ingestão excessiva de bebidas alcoólicas. O livro bíblico de Provérbios contém uma descrição vívida dos danos provenientes disso:

      “Mostre-me alguém que beba demais, que tem de experimentar bebidas requintadas, e eu lhe mostrarei alguém miserável e com pena de si mesmo, sempre provocando dificuldades e sempre se queixando. Seus olhos estão avermelhados, e apresenta contusões que poderiam ter sido evitadas. Não deixe que o vinho o tente, mesmo quando for vermelho vivo, e cintilar no cálice, e descer suavemente. Na manhã seguinte sentir-se-á como se tivesse sido picado por uma cobra venenosa. Vistas esquisitas surgirão diante de seus olhos, e não conseguirá pensar nem falar com clareza. Sentir-se-á como se estivesse no oceano, enjoado, balançando alto nos cordames dum navio que balança. ‘Devo ter sido atingido’, dirá; ‘Devo ter sido espancado, mas não me lembro disso. Por que não consigo acordar? Preciso de outro trago.’” — Pro. 23:29-35, Today’s English Version.

      No entanto, os efeitos prejudiciais do abuso do álcool são apenas uma área dos danos pessoais resultantes de demasiada ênfase ao prazer. Jon Nordheimer relata no Times de Nova Iorque: “O tempo de lazer e a avolumante afluência da classe média inflaram o número de estadunidenses que buscam a renovação psíquica, o exercício ou apenas simples emoções por expor-se a certo grau de perigo, sob o manto de recreação.”

      O mesmo repórter explica que os “estatísticos da ‘Metropolitan Life Insurance Company’ (Seguradora Metropolitana) calculam que aproximadamente 10.000 estadunidenses morrem cada ano em resultado de algum risco calculado recreativo, incorrido como diversão ou aventura. E o número está crescendo”.

      “Sofrem Colapso Nervoso em Suas Férias”

      O tempo de lazer poderá levar também a problemas psicológicos. Um item da revista Parade (11 de junho de 1978) começa: “Por que será que muitas pessoas sofrem colapso nervoso em suas férias? Que há nos períodos de férias que provocam transtornos psicológicos? O Dr. Heinz Brokop, da Clínica de Innsbruck (Áustria) lança a culpa pelos distúrbios na solidão de muitas pessoas em férias, nos problemas de ajuste a um novo ambiente, no enfado, e no abatimento que se segue ao período de preparação para férias. ‘Temos mais de 2,5 milhões de pessoas em férias, procedentes de todas as partes do mundo’, explica ele, ‘que visitam a Áustria a cada ano, ostensivamente para descanso e descontração. Todavia, fico atarefado em cuidar de tantas delas que obtêm tudo, menos isso.’”

      É claro que simplesmente dispor de tempo livre não resulta em felicidade. Ademais, muitas das formas em que as pessoas utilizam suas horas de lazer produzem tanto distúrbios físicos como mentais. Infelizmente, efeitos adversos das atividades de lazer amiúde não se limitam a pessoas ferirem a si mesmas.

      Conseqüências Para Outros

      O que faz com seu tempo de lazer influi em outros. Como exemplo, considere os resultados do turismo em muitos lugares. Visto que os turistas exigem hotéis, piscinas, acampamentos e estradas para terem acesso aos mesmos, com freqüência sofrem a ecologia e a economia de determinada área. O escritor Guy Mountfort explica:

      “Pantanais biologicamente valiosos são secados, as correntes são desviadas, os contornos irregulares são nitidamente nivelados, e é destruída ou substituída a vegetação natural por espécies importadas mais decorativas. Logo o local se parece precisamente como qualquer outro recanto feito pelo homem — moderno, funcionalmente eficaz, artificialmente alegre, sem encanto nem alma. Embora certos empregos locais sejam gerados, a mão-de-obra do especialista transitório é usualmente importada e grande parte do lucro vai, ou para investidores estrangeiros, ou para outras regiões do país.”

      Muitos veranistas não acham nada de mal em deformar o cenário natural. Segundo Mountfort, nas ilhas Galápagos, “centenas de inscrições, algumas delas em letras de 30 centímetros de altura, desfiguraram completamente muitas rochas e penhascos”. Acrescente-se a isto os maus efeitos da descuidada poluição do ar e da água, dirigir sob a influência de substâncias embriagantes, e outras evidências de negligência por parte dos que buscam o prazer, e o resultado é deveras lamentável.

      Como podem as pessoas evitar chegar a extremos prejudiciais na busca do prazer? O próximo artigo proverá algumas orientações úteis.

  • Poderá obter verdadeiro prazer na vida
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Poderá obter verdadeiro prazer na vida

      TODOS desejam obter deleite na vida. As pessoas amiúde tentam satisfazer tal desejo por meio de várias formas de recreação, nas horas de lazer. Não se pode negar que a recreação pode trazer benefícios, tanto mentais como físicos.

      No entanto, salários maiores e mais tempo de lazer disponível, nos anos recentes, levaram muitos a uma conclusão interessante. Aprenderam pela experiência que ‘levar uma boa vida’ nem soluciona os problemas nem traz felicidade duradoura.

      Como, então, podem as pessoas obter verdadeiro prazer na vida? Será proveitoso considerar uma experiência feita pelo Rei Salomão, que investigou cuidadosamente as razões pelas quais a maioria das pessoas deixavam de alcançar verdadeira felicidade. Sob inspiração de Deus, Salomão escreveu suas experiências e conclusões no livro de Eclesiastes. Quanto a buscar a felicidade por procurar prazeres, ele escreve:

      “Perscrutei com o meu coração, animando minha carne até mesmo com vinho, ao passo que eu conduzia meu coração com sabedoria, sim, para apoderar-me da estultícia, até que eu pudesse ver o que havia de bom para os filhos da humanidade naquilo que faziam debaixo dos céus, pelo número dos dias da sua vida. Empenhei-me em trabalhos maiores. Construí para mim casas; plantei para mim vinhedos. Fiz para mim jardins e parques, e plantei neles toda sorte de árvores frutíferas. Fiz para mim reservatórios de água para irrigar com eles a floresta em que crescem árvores. Adquiri servos e servas, e vim a ter filhos dos da casa. Vim a ter também gado, gado vacum e rebanhos em grande quantidade, mais do que todos os que vieram a estar antes de mim em Jerusalém. Acumulei também para mim prata e ouro, bem como propriedade peculiar de reis e de distritos jurisdicionais. Constitui para mim cantores e cantoras, bem como as delícias dos filhos da humanidade, uma dama, sim, damas. E tornei-me maior e aumentei mais do que qualquer outro que veio a estar antes de mim em Jerusalém. Além disso, minha própria sabedoria permaneceu minha. E tudo o que os meus olhos pediram, eu não retive deles. Não neguei ao meu coração nenhuma espécie de alegria, pois meu coração se alegrava por causa de todo o meu trabalho árduo, e isto veio a ser meu quinhão de todo o meu trabalho árduo.” — Ecl. 2:3-10.

      O escritor bíblico investigou cuidadosamente a sensação de euforia advinda da ingestão de bebidas alcoólicas e que é também procurada hoje através da toxicomania. Ele acumulou grandes riquezas e cercou-se de beleza paradísica. Explorou todo tipo de prazer descontraído, inclusive o melhor dos entretenimentos musicais e os deleites de “uma dama, sim, damas”.

      Apontando para a qualidade cabal de sua investigação, Salomão escreve: “E eu é que me virei para ver sabedoria, e doidice, e estultícia; pois o que pode fazer o homem terreno que entra depois do rei? A coisa que já se fez.” (Ecl. 2:12) O ponto é o seguinte: A investigação feita por Salomão foi cabal, visto que, como rei, tinha disponibilidade de tempo e recursos suficientes. Com muito menos recursos do que o rei, “o que pode fazer o homem terreno que entra depois” dele? Uma pessoa comum só poderia abranger algumas de suas áreas, fazendo o que outras pessoas já fizeram. Para alguém que crê firmemente que pode obter genuína felicidade pela busca dos prazeres, o Rei pode responder: ‘Já estive lá. Não dá certo.’

      É importante observar que Salomão não disse que toda busca de prazer é uma perda de tempo. Pelo contrário, reconheceu que obteve certa medida de contentamento do que fez (“meu coração se alegrava por causa de todo o meu trabalho árduo, e isto veio a ser meu quinhão de todo o meu trabalho árduo”). Mas qual foi seu veredicto quanto a se obter duradoura felicidade dos prazeres do vinho, das riquezas, da diversão e de coisas similares? Ele responde de forma direta: “E eu, sim, eu me virei para todos os meus trabalhos que minhas mãos tinham feito e para a labuta em que eu tinha trabalhado arduamente para a realizar, e eis que tudo era vaidade e um esforço para alcançar o vento, e não havia nada de vantagem debaixo do sol.” — Ecl. 2:11.

      Esta observação não deve ser encarada como negativa, pessimista. Antes, é realística, e pode ajudar as pessoas a evitar perder muitos anos de vida, na busca da felicidade, de modos que não conduzam a ela. Por outro lado, o mesmo escritor bíblico fornece excelente admoestação positiva sobre como obter-se verdadeiro prazer na vida. Entre as coisas que recomenda acham-se o trabalho e o lazer na proporção correta.

      Trabalhe Arduamente, mas ‘Veja O Que É Bom’

      Depois de descrever a ênfase excessiva sobre o prazer como sendo “vaidade e um esforço para alcançar o vento”, o sábio escritor bíblico prossegue dizendo: “Para o homem não há nada melhor do que comer, e deveras beber, e fazer sua alma ver o que é bom por causa do seu trabalho árduo. Isto também tenho visto, sim eu, que isto procede da mão do verdadeiro Deus. Pois, quem come e quem bebe melhor do que eu?” (Ecl. 2:11, 24, 25) Certamente a Bíblia elogia o trabalho árduo. “O estúpido cruza as mãos [recusando-se a trabalhar] e come a sua própria carne.” (Ecl. 4:5) Mas há necessidade de equilibrar o trabalho árduo com o ‘ver o que é bom’, o usufruir os frutos do seu trabalho. “Melhor é um punhado de descanso”, diz o escritor inspirado, “do que um punhado duplo de trabalho árduo e um esforço para alcançar o vento”. — Ecl. 4:6.

      É provável que esteja familiarizado com pessoas que trabalham longas horas extras cada semana ou, talvez, tenham dois empregos. Embora isto talvez seja necessário em casos de necessidade especial, ou para satisfazer despesas de emergência, muitos que gastam no trabalho quase todas as suas horas úteis talvez não precisem fazer isso. Sempre que possível, a Bíblia incentiva que se inclua “um punhado de descanso” em sua rotina diária. Tome tempo, regularmente, para apreciar a comida, a bebida e para manter comunicação amorosa com seus entes queridos. Isto é lindamente expresso nas seguintes palavras:

      “Vai, come o teu alimento com alegria e bebe o teu vinho com um bom coração, porque o verdadeiro Deus já achou prazer nos teus trabalhos. Em toda ocasião, mostrem ser brancas as tuas vestes e não falte óleo sobre a tua cabeça. Vê a vida com a esposa que amas, todos os dias da tua vida vã que Ele te deu debaixo do sol, todos os dias da tua vaidade, pois este é o teu quinhão na vida e na tua labuta em que trabalhas arduamente debaixo do sol.” — Ecl. 9:7-9.

      Intimamente relacionada acha-se outra lição importante do livro de Eclesiastes.

      Não Perca de Vista o Presente

      A capacidade de meditar no passado e contemplar o futuro é uma dádiva de Deus para a humanidade. O que torna o futuro ainda mais atraente é a garantia bíblica duma nova ordem de ‘novos céus e uma nova terra em que há de morar a justiça’. (2 Ped. 3:13; Rev. 21:1-5) É ótimo aguardar tais bênçãos.

      Talvez tenha notado, porém, que as pessoas com freqüência se atêm mais ao passado e ao futuro, negligenciando o presente. A reminiscência habitual dos ‘velhos tempos’ apenas acentua a dessatisfação da pessoa com o modo como são as coisas agora. A Bíblia avisa sobre isto, dizendo: “Não digas: ‘Por que aconteceu que os dias anteriores mostraram ser melhores do que estes?’ pois não é por sabedoria que perguntas sobre isso.” (Ecl. 7:10) É igualmente insensato centralizar todas as suas esperanças de felicidade no futuro.

      Obter verdadeiro prazer na vida exige uma avaliação realística do presente. Salomão se expressa do seguinte modo: “Melhor é a vista dos olhos do que as perambulações da alma. Também isto é vaidade e um esforço para alcançar o vento.” (Ecl. 6:9) Até os opulentos, que têm tudo o que desejam em sentido material, reconhecem dentro de si os desejos de sua alma que a riqueza não pode satisfazer. Os desejos não satisfeitos ‘perambulam’, por assim dizer, por mover as pessoas continuamente a buscar circunstâncias alteradas. Embora ocasional mudança da rotina regular duma pessoa possa ser benéfica, alguns vão a extremos por constantemente mudarem seu local de moradia e de emprego, pulando continuamente de uma coisa para outra na busca vã da felicidade. Muito melhor, segundo as Escrituras, é “a vista dos olhos”. O proceder realmente sábio é a pessoa contentar-se com aquilo que possa ver agora mesmo, isto é, o que possui no presente, e apreciar isto. Neste sentido, é proveitoso considerar as observações de duas pessoas que refletiram sobre como obter prazer na vida.

      “É o Presente Que Nos Pertence Agora”

      A revista McCall’s (maio de 1978) publicou a experiência de uma senhora que, depois que seus filhos cresceram e foram cuidar de sua vida, abandonou a vida num subúrbio chique em troca de remota aldeia pesqueira. Ela escreve:

      “Nada em nossa sociedade nos ensina a viver agora; tudo em nossa sociedade o impede. Quando chegamos à escola, nossos pais e professores já estão dizendo: O que fará a seguir? Apronte-se! Entramos na faculdade e a pressão aumenta: O que fará a seguir? Tornamo-nos condicionados bem cedo a pensar sobre o futuro, e aplicamos isso em toda parte; torna-se um hábito de pensar. Aguardamos chegar a alguma parte — a qualquer parte, isso pouco importa. Antecipamos o maravilhoso dia em que encontraremos a mágica ‘outra pessoa’ com quem a vida se tornará muito mais rica, e então, as férias do próximo ano, ou o que faremos quando nossos filhos crescerem, ou nos aposentarmos. Sempre ficamos em suspense, e quando chega o futuro, que nos devia curar e transformar magicamente, resulta não ser nada diferente do dia de hoje.

      “É possível — tem de ser possível — cultivarmos diferente espécie de vida, viver com mais alegria e percepção, com consciência aumentada, de modo a aprofundarmos cada momento e o enchermos de contentamento. Passamos os momentos despreocupadamente, com nossos olhos fixos no amanhã, mas é o presente que nos pertence agora, e vibra de possibilidades, e não o futuro, que ainda não chegou. É somente quando entramos num momento e o vivemos com atenção que nos tornamos realmente vivos.”

      “O Êxito É Uma Jornada”

      Quarenta e cinco minutos de meditação levaram a uma conclusão similar por parte do Dr. Wayne W. Dyer. Em seu livro Pulling Your Own Strings, Dyer escreve:

      “Um dos maiores momentos decisivos em minha vida se deu há muitos anos atrás, quando, por acaso, passei quarenta e cinco minutos supervisionando uma sala de aulas como professor substituto. No quadro de anúncios dos fundos daquela sala estavam escritas as palavras, ‘O êxito é uma jornada, e não uma destinação.’

      “Estudei aquelas palavras durante todos os quarenta e cinco minutos, deixando que se entranhassem na minha própria alma. Até aquele dia, eu havia, efetivamente, encarado a vida como uma série de destinações e eventos. Formaturas, diplomas, graus, casamentos, nascimentos, promoções, e outros eventos similares, eram todos destinações, e eu ia de uma parada para outra.

      “Jurei, ali mesmo naquela sala, que eu iria parar de avaliar a felicidade à base de chegar a destinações, e, ao invés, encarar minha vida inteira como uma contínua jornada, cada momento da qual estava ali, para que eu a gozasse. Esse trabalho básico de sala de aulas deu a este professor uma das mais importantes lições da vida: Não avalie a sua vida em termos de consecuções, triviais ou monumentais, ao longo do caminho. Caso o faça, estará destinado à frustração de sempre procurar outras destinações, jamais se permitindo realmente realizar-se. Não importa o que alcance, imediatamente terá de planejar sua próxima consecução, de modo que disponha de novo aferidor de quão bem sucedido e feliz é.

      “Ao invés, desperte e aprecie tudo que encontra em seu caminho. Aprecie as flores que estão ali para seu prazer. Sintonize-se com o nascer do sol, as criancinhas, o riso, a chuva e as aves. Sorva tudo isso, ao invés de ficar querendo chegar a um ponto sempre futuro, onde será correto descontrair-se. Deveras, o êxito — até a própria vida — não é nada mais do que os momentos a serem gozados, um de cada vez. Quando entender este princípio, deixará de avaliar sua felicidade à base das consecuções, e, ao invés encarará a inteira viagem da vida como algo sobre o qual deve ficar feliz. Ou, para resumi-lo, não existe nenhum meio de se alcançar a felicidade, porque a própria felicidade é o meio.”

      A Importância da “Devoção Piedosa”

      A determinação de não perder de vista as bênçãos atuais certamente tornará mais feliz a sua vida. Mas, para se conseguir o que há de melhor mesmo da vida é preciso algo mais. Como assim?

      O apóstolo Paulo o descreve, dizendo: “Decerto, é meio de grande ganho, esta devoção piedosa junto com a auto-suficiência.” (1 Tim. 6:6) A qualidade exigida é a “devoção piedosa”, que se refere a um modo de vida que mostra reverência ao Criador. Manifesta-se em se agir de modo piedoso para com o próximo. A pessoa desejosa de viver em devoção piedosa precisa reservar tempo para estudar cuidadosamente a Bíblia Sagrada, o que a habilitará a aprender o tipo de conduta que Deus aprova.

      Aprender e ajustar a sua vida à vontade de Deus é, verdadeiramente, um meio de grande ganho. Tal proceder leva à vida futura numa nova ordem em que “não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem clamor, nem dor. As coisas anteriores já passaram”. — Rev. 21:4.

      Quanto ao presente, viver segundo os princípios bíblicos resulta no favor de Deus e na melhor das relações com o próximo. Quando uma pessoa demonstra a compaixão, a bondade, a humildade, a paciência e a generosidade que assinalam a “nova personalidade” cristã, as pessoas correspondem e a vida de todos os envolvidos se torna mais feliz. — Luc. 6:38; Col. 3:10-14.

      A verdadeira felicidade não é obtida simplesmente por meio da busca dos prazeres. A Bíblia incentiva a mistura de trabalho árduo com “um punhado de descanso”, cada dia, para a pessoa gozar os frutos do seu trabalho. Adicionalmente, as Escrituras sublinham a importância de se aprender com exatidão sobre Deus e viver segundo os princípios bíblicos.

      “A conclusão do assunto”, observa Salomão, “tudo tendo sido ouvido, é: Teme o verdadeiro Deus e guarda os seus mandamentos. Pois esta é toda a obrigação do homem”. (Ecl. 12:13) Cumprirá tal obrigação por harmonizar sua vida com as orientações bíblicas? Caso o faça, terá paz mental, junto com contentamento. É o único meio de se alcançar real e duradouro prazer na vida.

  • Eliminar a competição
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Eliminar a competição

      A mariposa fêmea dos cereais solta um odor que atrai os machos a toque de caixa, mas o que chega lá primeiro repele os outros tão rápido quanto chegam. Ele solta um odor próprio que atua como repelente sexual — expulsando dali os machos competidores.

  • Moldado às expectativas adolescentes
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Moldado às expectativas adolescentes

      Jerry Kosinski, novelista laureado, disse que o panorama moral dos Estados Unidos se altera e “reflete o grande número de pessoas que não sabem o que fazer, depois de terem crescido numa sociedade que basicamente deixa os indivíduos entregues a si próprios, com todas as opções disponíveis para eles”. “Bem”, conclui ele, “há algumas opções que, talvez, não devêssemos fazer. Precisamos de orientações espirituais para saber que opções são boas e quais são más”.

      Ele considera a cultura popular dos Estados Unidos como “esse clima cultural que tudo permeia, basicamente moldado às expectativas adolescentes. A cultura popular exige muito pouco esforço continuado. É pré-digerida, pré-embalada e exige um período mínimo de atenção. A cultura popular é tipificada pela enorme popularidade do entretenimento, da televisão, dos filmes e do rádio, que utilizam grandemente a música pop — a música adolescente de discoteca. Visto que a percepção da música popular não exige que nosso aparelho intelectual esteja funcionando, poder-se-ia dizer que quanto mais de tal entretenimento tivermos ao redor, menos pensaremos”.

  • Não mais ‘despercebo o propósito da vida’
    Despertai! — 1980 | 22 de fevereiro
    • Não mais ‘despercebo o propósito da vida’

      PODE a Bíblia realmente ajudar as pessoas a obter contentamento e felicidade na vida? A seguinte experiência do oeste dos Estados Unidos é interessante:

      “Antes de conhecer a verdade, minha vida se concentrava em coisas materiais, ao invés de em coisas intelectuais ou espirituais. Imaginava que o propósito da vida era adquirir o máximo de coisas possíveis. Prestava pouca atenção a Deus ou à Bíblia; mas considerava tal vida muito insatisfatória e desapontadora. Depois de cursar a universidade por dois anos, e comprar uma casa, nova camioneta, custoso carro esporte e outras coisas, ainda não estava satisfeito nem feliz com minha vida. Podia ver-me prosseguindo nas mesmas coisas nos próximos 40 anos, e então, finalmente, adquirir um túmulo.

      “Além disso, estava tendo problemas em meu casamento. Eu e minha esposa tínhamos procurado a ajuda de grupos orientadores e até mesmo dum psiquiatra, mas nada aprimorara nosso casamento.

      “Daí, surgiu um emprego de tempo parcial de soldador experiente em sistemas ultra-elevados de vácuo, em meu local de trabalho. Nessa mesma semana, a firma recebeu um telefonema dum rapaz com a necessária experiência e que procurava um serviço de tempo parcial. Até mesmo o supervisor ficou surpreso e lhe perguntou como sabia que tal emprego estava disponível. O rapaz disse que não sabia, e que simplesmente dera com o nome da firma nas páginas amarelas e ficara contente de tê-lo encontrado, visto não ter conseguido um serviço de tempo parcial em nenhuma outra parte.

      “O rapaz provou-se ser uma das Testemunhas de Jeová. Fiquei curioso em saber por que trabalhava apenas por tempo parcial, visto que eu tinha dois empregos, mas ainda não vivia financeiramente folgado. Mais tarde, ele me contou algo humorístico que ouvira num ‘estudo da Bíblia’. Isso quebrou o gelo e comecei a lhe fazer todo tipo de perguntas. Era tudo que ele podia fazer para conseguir que eu voltasse a trabalhar naquele dia.

      “Pela primeira vez, ouvi falar na nova terra. (2 Ped. 3:13; Rev. 21:1) Estava finalmente começando a entender o que Jesus queria dizer quando afirmou: ‘Venha o teu reino. Realize-se a tua vontade, como no céu, assim também na terra.’ (Mat. 6:10) Desde aquele primeiro dia, compreendi que tinha despercebido o propósito da vida. Dentro de duas semanas, eu recebia um estudo bíblico semanal em minha casa. No entanto, dentro de pouco tempo achei que um só estudo bíblico por semana era pouco; pedi mais um, e, dentro de pouco tempo, pedi um terceiro. Assim, em questão de cinco semanas, eu recebia três estudos bíblicos por semana e freqüentava todas as reuniões no Salão do Reino das Testemunhas de Jeová. Um ano depois, fui batizado.

      “O primeiro efeito que a verdade teve em mim foi uma sensação de alívio — alívio da escravidão ao modo materialista de pensar do mundo e alívio em meu casamento. Quanto mais eu aplicava os princípios bíblicos em meu casamento, tanto mais ele melhorava.”

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