se dispuseram a suportar a perseguição e a morrer em favor de sua fé, baseada em tal informação comprovada. Os relatos históricos do Evangelho mostram que vários indivíduos reconheceram abertamente que Jesus era o Cristo ou Messias. (Mat. 16:16; João 1:41, 45, 49; 11:27) Jesus não afirmou que tais pessoas estavam erradas, e, vez por outra, admitiu ser o Cristo. (Mat. 16:17; João 4:25, 26) Às vezes, Jesus não dizia diretamente que era o Messias; por vezes, mandava que outros não divulgassem isso. (Mar. 8:29, 30; 9:9; João 10:24, 25) Visto que Jesus estava presente nos locais onde o povo podia ouvi-lo e ver suas obras, ele desejava que eles cressem na base sólida desta evidência, de modo que a fé que tivessem se respaldasse em seu próprio testemunho ocular do cumprimento das Escrituras Hebraicas. (João 5:36; 10:24, 25; compare com João 4:41, 42.) Atualmente, o registro dos Evangelhos sobre aquilo que Jesus era e o que ele fez já foi provido, junto com as Escrituras Hebraicas, que supriam abundantes informações sobre o que ele faria, de modo que as pessoas possam reconhecer e crer que Jesus é deveras o Messias. — João 20:31; veja Jesus Cristo.

METAL, TRABALHADOR EM

Alguém que molda, malha, esculpe, entalha ou, de outro modo, trabalha com metais. (Isa. 41:7) O primeiro “forjador de toda sorte de ferramenta de cobre e de ferro” na história registrada foi Tubalcaim. (Gên. 4:22) Os antigos metalúrgicos faziam ferramentas, itens domésticos, armas, armaduras, instrumentos musicais, enfeites e estatuetas. Além de modelarem itens novos, também faziam consertos. (2 Crô. 24:12) Muitos eram especialistas em trabalhar com metais como o ouro (Nee. 3: 8, 31, 32), a prata (Juí. 17:4; Atos 19:24) ou o cobre. (2 Tim. 4:14) Por vezes, formavam uma espécie de associação ou sindicato. (Nee. 3:31; Atos 19:24-28) Seu negócio exigia a perícia no design artístico.

Os israelitas talvez possuíssem conhecimento de como trabalhar os metais antes de entrarem no Egito, ou, possivelmente, o adquiriram ali. Já na época do Êxodo, possuíam a habilidade de modelar um bezerro fundido e uma serpente de cobre. (Êxo. 32:4; Núm. 21:9) Mais impressionante, contudo, era a produção de vários itens metálicos para o serviço do tabernáculo. Bezalel e seus ajudantes foram ajudados pelo espírito de Jeová em seu trabalho com metais. — Êxo. 31:2, 3; 35:30-35.

Mais tarde, quando oprimidos pelos filisteus, não se permitia aos israelitas ter seus próprios trabalhadores em metais. Tal medida impedia que fabricassem armas. (1 Sam. 13:19-22) Sem dúvida por motivos similares, Nabucodonosor levou cativos os metalúrgicos e outros artífices, na primeira vez que atacou Jerusalém. — 2 Reis 24:14, 16; Jer. 24:1; 29:1, 2.

METUSALÉM

[talvez, homem do dardo].

Filho do fiel profeta Enoque; pai de Lameque, e avô de Noé. (Gên. 5:21-29; 1 Crô. 1:1-4; Judas 14, 15) Sendo descendente de Adão por meio de Sete, Metusalém era da oitava geração humana. (Luc. 3:37, 38) Ele gozou um período de vida de 969 anos, o mais longo do registro bíblico, e um que se tornou proverbial no sentido de longevidade. Morreu em 2370 AEC, ano em que começou o Dilúvio. Mas, as Escrituras afirmam que Metusalém “morreu”, e não que pereceu no Dilúvio, como resultado da execução divina. — Gên. 5:27.

MICÁ

[forma abreviada de “Micaías”, que significa “quem é semelhante a Jah (Jeová)?”].

Um homem de Efraim. Em violação do oitavo dos Dez Mandamentos (Êxo. 20:15), Micá tirou 1.100 moedas de prata de sua mãe. Quando confessou e as devolveu, ela disse: “Sem falta tenho de santificar a prata a Jeová, da minha mão, por meu filho, para fazer uma imagem esculpida e uma estátua fundida; e agora a devolverei a ti.” Ela então levou 200 moedas de prata a um prateiro, que fez uma “imagem esculpida e uma estátua fundida”, as quais, depois disso, passaram a ficar na casa de Micá. Micá, que possuía uma “casa de deuses”, fez um éfode e terafim e empossou um de seus filhos para atuar qual sacerdote para ele. Embora este arranjo fosse ostensivamente para honrar a Jeová, era crassamente incorreto, pois violava o mandamento que proibia a idolatria (Êxo. 20:4-6) e passava por alto o tabernáculo de Jeová e seu sacerdócio. (Juí. 17:1-6; Deut. 12:1-14) Mais tarde, Micá trouxe Jonatã, neto de Moisés, para seu lar, contratando este jovem levita como seu sacerdote. (Juí. 18:4, 30) Sentindo-se erroneamente satisfeito com isto, Micá disse: “Agora sei que Jeová me fará o bem.” (Juí. 17:7-13) Mas Jonatã não era da linhagem de Arão, e, assim, nem sequer estava habilitado para o serviço sacerdotal, o que somente agravou o erro de Micá. — Núm. 3:10.

Naqueles dias, os danitas, procurando território para habitar, enviaram cinco espias, que finalmente chegaram a Efraim, “até a casa de Micá e foram passar a noite ali”. (Juí. 18:1-6) Depois disso, espiaram Laís e voltaram, contando a seus irmãos sobre isto, no que os cinco espias e 600 danitas cingidos para a guerra se dirigiram àquela cidade. A caminho, ao passarem pela casa de Micá, os espias contaram a seus irmãos sobre os artigos religiosos de Micá, e sugeriram adquiri-los. Os danitas os tomaram, e também convenceram o levita de que seria melhor para ele ser sacerdote duma tribo e duma família em Israel do que apenas de um só homem. — Juí. 18:7-21.

Pouco depois disso, Micá e uma companhia de homens perseguiram os danitas. Ao alcançá-los, e quando lhe foi perguntado de que se tratava, Micá disse: “Tomastes os meus deuses que eu fiz, também o sacerdote, e seguis caminho, e o que me resta?” Nisso, os filhos de Dã o avisaram do possível ataque, caso Micá continuasse a segui-los, e a expressar seu protesto. Vendo que os danitas eram muito mais fortes do que seu grupo, Micá voltou para casa. (Juí. 18:22-26) Os danitas posteriormente atacaram e incendiaram Laís, construindo a cidade de Dã em seu local. Jonatã e seus filhos tornaram-se sacerdotes para os danitas, e quanto à “imagem esculpida de Micá, que este tinha feito, mantiveram erigida para si todos os dias em que a casa do verdadeiro Deus [o tabernáculo] permanecia em Silo”. — Juí. 18:27-31.

MICAÍAS

[quem é semelhante a Jah (Jeová)?]. Filho de Inlá, e um profeta de Jeová para o reino setentrional de Israel, durante o reinado do Rei Acabe. — 1 Reis 22:8; veja MENTIRA.

MICAL

[talvez, quem é semelhante a Deus?].

A filha mais moça do Rei Saul, que se tornou esposa de Davi. Saul tinha oferecido a Davi sua filha mais velha, Merabe, qual esposa, mas a deu a outro homem. Mical, contudo, “amava a Davi”, e Saul a ofereceu a Davi, caso ele apresentasse os prepúcios de 100 filisteus, imaginando Saul que Davi enfrentaria a morte na tentativa de matar tantos guerreiros inimigos. Davi aceitou o desafio, apresentou a Saul 200 prepúcios de filisteus e recebeu a Mical como esposa. Depois disso, porém, “Saul sentiu ainda mais temor por causa de Davi” e se tornou seu inimigo contumaz. (1 Sam. 14:49; 18:17-29) Mais tarde, quando o ódio de Saul por Davi atingiu um auge, Mical ajudou Davi a escapar da ira do rei. Durante a longa ausência de Davi, Saul a deu em casamento a Palti, filho de Lais, de Galim. — 1 Sam. 19:11-17; 25:44.

Quando Abner procurou mais tarde firmar um pacto com Davi, Davi se recusou a vê-lo, a menos que trouxesse Mical com ele. Davi, por meio dum mensageiro, apresentou sua exigência a Is-Bosete, filho de Saul, e Mical foi tirada de seu marido, Paltiel (Palti) e devolvida a Davi. — 2 Sam. 3:12-16.

PUNIDA POR DESRESPEITAR DAVI

Quando Davi, como rei, fez com que a Arca do pacto fosse trazida para Jerusalém e exibiu sua alegria pela adoração de Jeová por dançar de forma exuberante, “cingido dum éfode de linho”, Mical o observou duma janela e “começou a desprezá-lo no seu coração”. Quando Davi voltou para casa, Mical expressou sarcasticamente o que sentia, revelando falta de apreço pela espécie de zelo que Davi demonstrara pela adoração de Jeová, e indicando que ela achava que Davi agira sem dignidade. Davi então a censurou e também, evidentemente, a castigou por não ter mais relações sexuais com ela, de modo que ela morreu sem ter filhos. — 2 Sam. 6:14-23.

CRIA OS FILHOS DE SUA IRMÃ

O relato em 2 Samuel 21:8 fala dos “cinco filhos de Mical, filha de Saul, que ela dera à luz a Adriel”, estando eles entre os membros da casa de Saul que Davi entregou aos gibeonitas como expiação pela tentativa de Saul de aniquilá-los. (2 Sam. 21:1-10) O aparente conflito entre 2 Samuel 21:8 e 2 Samuel 6:23, que mostra que Mical morreu sem ter filhos, pode ser resolvido pelo conceito expendido por alguns comentaristas, a saber, de que estes filhos eram os cinco filhos de Merabe, irmã de Mical, e que Mical os criou depois da morte precoce da mãe deles. — Veja MERABE.

MICMAS

[possivelmente, oculto]. Um local identificado com a moderna Mucmas, numa colina a c. 600 m acima do nível do mar, é a uns 11 km a NE de Jerusalém. Situa-se áo N do uádi Suweinit, considerado como sendo o “desfiladeiro de Micmás”. (1 Sam. 13:23) Com a junção de outros uádis do SO e do NO, o uádi Suweinit se estende da região montanhosa de Efraim até o vale do Jordão.

Sem dúvida se preparando para libertar Israel do controle filisteu, o Rei Saul selecionou uma força de 3.000 homens. Destes, 2.000 deles acamparam junto com ele em Micmás e na região montanhosa de Betel, e os outros tomaram sua posição junto com seu filho Jonatã, em Gibeá. Mais tarde, na vizinha Geba (“Gibeá”, Vg), Jonatã abateu a “guarnição” filistéia. Em retaliação, os filisteus juntaram um grande exército, incluindo carros e cavaleiros, e, pelo que parece, forçaram Saul a recuar de Micmás para Gilgal. Grandemente pressionado pelos filisteus, muitos israelitas se esconderam em cavernas e em recessos; outros procuraram refugiar-se a E do Jordão. Esta dispersão dos guerreiros israelitas em face da ameaça filistéia foi mais tarde apresentada por Saul como motivo de deixar de esperar obedientemente por Samuel para que este oferecesse um sacrifício. Censurado por Samuel por seu ato presunçoso, Saul, com uma força reduzida de c. 600 homens, veio depois disso a Jonatã, em Geba. (1 Sam. 13:1-16) Se 1 Samuel 14:2 preserva o texto original, Saul evidentemente transferiu seu acampamento para Migrom, perto de Gibeá.

JONATÃ COMEÇA A DESARRAIGAR OS FILISTEUS

No ínterim, três companhias de saqueadores filisteus costumavam investir de seu acampamento em Micmás, e um posto avançado de filisteus costumava fazer surtidas até o “desfiladeiro de Micmás”. (1 Sam. 13:16-23)