Anuário das Testemunhas de Jeová
Jamaica e as ilhas Caimã (continuação)
[Seriado com base no Yearbook de 1985.]
As Ilhas Caimã
Grande Caimã, Pequena Caimã e Caimã Brac são as ilhas que formam este arquipélago — habitado por cerca de 19.000 pessoas. A capital, Georgetown, fica na maior ilha, Grande Caimã. A filial da Jamaica supervisiona a obra do Reino ali. O falecido irmão P. H. Davidson visitou Grande Caimã em 1929 e semeou as sementes da verdade. Fez outra viagem em 1937 e tentou alcançar o maior número possível dos 6.000 habitantes. Também pregou em Caimã Brac. Comentando sua segunda visita às ilhas, o irmão Davidson escreveu:
“Nelas há religiões de todos os tipos. O ex-comissário de Caimã Brac, H. W. Rutty, tem sido fervoroso crente na verdade por cerca de 25 anos. Mas as pessoas opõem-se amargamente à verdade. Algumas enviam mensageiros para avisar outras de que o homem ‘contra o inferno’, da Jamaica, chegou. Jamais vi, em parte alguma, tanta oposição entre as pessoas comuns. Algumas ameaçaram causar-me dano físico.”
Mudança de Atitude
A atitude dos habitantes de Caimã para com a verdade sofreu dramática mudança desde aqueles dias. Qual a causa desta mudança? Bem, quando o presidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA), N. H. Knorr, visitou a Jamaica em 1950, ele sugeriu que dois missionários da Jamaica fossem enviados para as ilhas Caimã. Foram escolhidos Aleck Bangle e Louis Woods.
Carregados de 16 caixas de livros, tomaram um barco e chegaram a Georgetown dois dias depois. Permitiu-se-lhes desembarcar, mas as publicações foram detidas porque as autoridades pensavam que a proscrição ainda vigorava na Jamaica, da qual Caimã era então dependência. Uma averiguação no jornal oficial do governo, a Jamaica Gazette, confirmou que a proscrição tinha sido removida em novembro de 1945, de modo que as publicações foram liberadas.
O objetivo dos missionários era semear a semente da verdade do Reino por todas as ilhas. O irmão Bangle se lembra de que adquiriram duas bicicletas e trabalharam toda a ilha de Grande Caimã, principiando com as áreas mais distantes, as cidadezinhas e os povoados rurais e então, finalmente, a capital. O motivo para essa estratégia, disse ele, era cobrir o resto da ilha antes que as autoridades na capital, Georgetown, tomassem conhecimento da obra e, caso se opusessem, cancelassem a autorização dos irmãos de permanecer nas ilhas.
Dessemelhante da situação deparada pelo irmão Davidson, em 1937, os missionários encontraram as pessoas mui amigáveis. Os missionários eram sempre convidados a entrar, no que tinham de escutar toda a história da família antes de finalmente poderem dar testemunho. Depois de seis semanas, a principal ilha foi coberta com publicações, e Louis Woods foi a Caimã Brac e trabalhou a ilha toda. Foram colocadas umas 2.000 publicações nas duas ilhas — efetivamente uma enorme quantidade de semeadura para o período de sete semanas que os missionários passaram nessas ilhas.
Regar a Semente Semeada
O trabalho de continuidade foi feito em 1952 por dois outros formados de Gileade, e foram iniciados vários estudos bíblicos domiciliares. Foi estabelecido um lar missionário em West Bay, Grande Caimã, e organizaram-se as reuniões. Em julho de 1956, oito pessoas juntaram-se aos missionários na pregação. Após dez meses, os missionários tiveram de deixar a ilha, mas o alicerce para futura expansão estava lançado.
Em 1959, foi organizada em Georgetown uma congregação de 12 publicadores, como resultado do excelente trabalho dos pioneiros especiais.
Depois de os pioneiros especiais deixarem a ilha, o irmão Wilbert Sterling, residente em Grande Caimã, foi designado superintendente de congregação para cuidar dos interesses do Reino ali. Ele ainda serve na congregação qual ancião, embora perdesse a visão vários anos atrás. É um excelente exemplo, e, apesar de sua deficiência física, continua a proferir discursos públicos.
Richard Dunning e sua esposa, Eileen, responderam à grande necessidade em Caimã e deixaram a Inglaterra em 1971 para servir ali. Têm feito muito para consolidar o interesse despertado por anteriores Testemunhas. O irmão Dunning agora goza da condição de residente e serve qual ancião na congregação Georgetown.
Foi construído um excelente Salão do Reino num terreno doado por um homem de negócios de Caimã, com quem o irmão Dunning cultivara um relacionamento amigável. O crescimento tem sido constante ao longo dos anos, e foi atingido um novo auge de 56 publicadores em fevereiro de 1984. Fazem-se planos agora para se organizar uma segunda congregação na principal ilha.
Assembléias Suscitam o Interesse
A congregação em Georgetown faz parte do Circuito N.º 2 da Jamaica. Mas, devido ao custo de viagem, não é prático programar assembléias de circuito em Grande Caimã, visto que a maioria dos publicadores no circuito moram na Jamaica e não poderiam comparecer. Pelo mesmo motivo, a maioria dos publicadores de Caimã não podem comparecer às assembléias de circuito na Jamaica. Para fazer com que os irmãos de Caimã tirem proveito das assembléias, têm sido realizadas em Georgetown assembléias de circuito com um programa modificado. Providenciam-se aviões fretados e os irmãos de toda a Jamaica são convidados a comparecer.
A primeira de tais assembléias foi realizada em 1970, com uma assistência de 94. Realizou-se uma outra dois anos depois, e dois aviões fretados transportaram mais de 200 irmãos. Uma terceira foi realizada em 2 e 3 de maio de 1982, e de novo havia dois aviões lotados de irmãos da Jamaica. Essas reuniões têm servido para encorajar os irmãos de Caimã e para dar bom testemunho às pessoas de Caimã.
O povo continua bastante amigável e reage favoravelmente, e há boa perspectiva de aumento adicional. De tempos a tempos irmãos de outros países vêm para as ilhas a serviço, e isso ajuda a fortalecer a organização da congregação.
As ilhas Caimã estão certamente entre as ilhas que responderam ao convite do Salmo 97:1: “O próprio Jeová se tornou rei! . . . Alegrem-se as muitas ilhas.”