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“Muito mais que um profeta, Sr. Rahman!”Despertai! — 1972 | 8 de agosto
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“Assim, para satisfazer a tais requisitos, Sr. Rahman, Deus forneceu um homem perfeito, nascido de carne e sangue, e, por isso, um verdadeiro filho da raça humana. Jesus já existira no céu como poderoso anjo, mas Deus transferiu sua força de vida para o ventre de uma virgem, e nasceu assim completamente humano e, ainda assim, isento do pecado. Desta forma, correspondia a Adão (quando perfeito) no sentido mais pleno da palavra. Como verdadeiro membro da raça humana, apenas Jesus era apropriado para remir-nos, e isto é subentendido pelo título ‘Filho do homem’.”
Impossível a Morte Rápida de Jesus?
“Suas explicações são impressionantes, senhor. Mas, não posso deixar de considerar tudo isso como um tanto irreal. Por exemplo, tenho suspeitas de que os cristãos forçaram as circunstâncias da morte de Jesus para ajustar-se à sua teoria de salvação.”
“O que quer dizer com isso, Sr. Rahman?”
“Bem, um homem robusto como Jesus não poderia possivelmente ter morrido apenas seis horas depois de pendurado na árvore. Levam pelo menos vinte e quatro horas para que a morte chegue, a menos que apressada pela fratura das pernas. E creio que a Bíblia admite que as pernas de Jesus não foram fraturadas.”
“Está certo, Sr. Rahman. E isto era apropriado, pois seu sacrifício perfeito era assim semelhante ao antigo cordeiro pascal cujos ossos não foram quebrados.”
“Mas, por que está tão certo de que Jesus morreu nesse dia? Seis horas são um tempo curto demais para um homem forte morrer sob tais circunstâncias, não concorda?”
“Mas, esta era a vontade de Deus, Sr. Rahman. Segundo a profecia bíblica, ‘o próprio Jeová se agradou em esmigalhá-lo’. (Isa. 53:10) Assim, era realmente Deus que não permitiu que Jesus sofresse por muito tempo na estaca, mas permitiu que sua morte ocorresse antes que os soldados pudessem fraturar-lhe as pernas.
“Ademais, Sr. Rahman, os soldados não eram descuidados em permitir que um homem condenado escapasse da morte. A Bíblia afirma que até lancetaram Jesus no lado com uma lança, e que ‘sangue e água’ saíram dele. Isto nos ajuda a compreender o modo de sua morte.”
“Realmente? Como assim?”
“Bem, Jesus havia estado sob grave tensão. Na noite anterior, sentiu tamanha agonia que seu suor era semelhante a gotas de sangue. Havia também sido brutalmente açoitado. Alguns sugerem que, sob a intensa pressão mental e física, seu coração ou uma das grandes artérias se rompeu, fazendo com que o sangue se derramasse em seu pericárdio, a membrana que abriga frouxamente o coração e que contém fluido. Quando a lança lhe cortou o lado, o sangue e o líquido pericárdico liberado pareceriam ‘sangue e água’. Seja qual for o caso, Jesus estava certamente morto.”
Era Jesus o “Yus Asar”?
“Todavia, há a opinião de que Jesus mais tarde reviveu, e viajou para a Índia. Com efeito, há um túmulo que foi descoberto na Caxemira com a inscrição ‘Yus Asaf’, significando ‘Jesus, o Ajuntador’. Quem pode afirmar que este não era Jesus, que de algum modo sobreviveu a seu ordálio e foi para a Índia?”
“Estou familiarizado com as lendas da Caxemira, e sua afirmação de que Jesus foi à Índia para procurar as chamadas ‘tribos perdidas de Israel’. Mas, a idéia de que Yus Asaf era Jesus é pura especulação. Há completa ausência de relatos de testemunhas oculares e nenhum testemunho de Yus (ou Jus) mesmo quanto à sua origem. Não existe qualquer base sólida para se crer que Yus Asaf era Jesus, especialmente em vista da grande quantidade de evidência de que Jesus realmente morreu em Jerusalém.”
“Bem, não sei. Ouvem-se diferentes idéias e opiniões. Há realmente prova de que Jesus morreu em Jerusalém?”
“Sim, Sr. Rahman, a evidência de que morreu ali é sobrepujante.”
Evidência da Morte de Jesus
“Para começar, os profetas hebreus predisseram pormenores da morte de Jesus. Isaías, por exemplo, testificou que Jesus derramaria ‘sua alma até a própria morte’ à medida que ‘carregou o próprio pecado de muita gente’. (Isa. 53:12) A morte do Messias, indicou o profeta Daniel, ocorreria no quarto ano de seu ministério. (Dan. 9:26, 27) E o próprio Jesus disse a seus discípulos de antemão que morreria em Jerusalém. — Luc. 13:33.
“Também, o registro bíblico mostra que os romanos tomaram precauções para não permitir que um Jesus vivo fosse retirado da estaca de execução. Segundo Marcos 15:44, 45, quando José de Arimatéia se aproximou dele, ‘Pilatos perguntava-se se Jesus já estaria morto, e, convocando o oficial do exército, perguntou-lhe se já tinha morrido. Assim, depois de certificar-se por intermédio do oficial do exército, concedeu a José o cadáver’. Isto é o que afirma o registro da Bíblia.”
“Mas, talvez, senhor, os registros foram emendados através dos séculos para que tenham a atual redação.”
“Dispomos de prova, contudo, Sr. Rahman, de que os registros não foram alterados. A descoberta e o estudo crítico de manuscritos e fragmentos antiquíssimos da Bíblia estabelece isto além de dúvida. E, mesmo que houvesse alguma dúvida sobre a fidedignidade dos registros da Bíblia, ainda temos o testemunho de historiadores não-cristãos tais como o historiador Tácito, do primeiro século, que escreveu em seus Anais que Jesus ‘sofreu a penalidade extrema’ às mãos de Pôncio Pilatos.
“Outra coisa a considerar, Sr. Rahman, é que, para os seguidores de Jesus, ter fé na ressurreição de Jesus e pregá-la significava perseguição oficial. Acha que suportariam espancamentos brutais e até mesmo a morte para impor uma mentira?”
“Bem, não sei. Devo admitir que a evidência realmente parece um tanto forte.”
“O fato é que a morte de Jesus ficara tão vívida na mente de seus discípulos que o viram morrer que, depois disso, foram necessários vários aparecimentos de Jesus para convencer plenamente a eles de que Jesus realmente fora ressuscitado dentre os mortos. A história está repleta de referências de seu zelo e do rápido crescimento do Cristianismo, tudo por causa de sua convicção a respeito da morte e ressurreição dele. Deveras, Sr. Rahman, conforme certo estudioso observou, a morte e a ressurreição de Jesus Cristo ‘têm de ser reconhecidas como situando-se entre os fatos mais estabelecidos da história’.”
“Bem, senhor, eu preciso pensar nisso que o senhor mencionou. No entanto, para um muçulmano como eu compreender plenamente as coisas que citou sobre Jesus Cristo levará algum tempo.”
“Crê que Jesus era um profeta de Deus, Sr. Rahman?”
“Oh, certamente. Era, como disse, semelhante a nabi musa.”
“Por que, então, o senhor não lê por si mesmo o registro de sua vida e seus ensinos diretamente na Bíblia?”
“Sim, acho que preciso fazer isso.”
“Se o fizer, talvez o senhor, também, Sr. Rahman, ficará convicto de que Jesus é muito mais que um profeta.”
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Amor à verdadeDespertai! — 1972 | 8 de agosto
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Amor à verdade
● O verdadeiro amor à verdade envolve mais do que aceitar como verdade aquilo que por acaso concorda com o ponto de vista da pessoa.
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