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  • Livramento da humanidade para a nova ordem de Deus
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Livramento da humanidade para a nova ordem de Deus

      “Eis que crio novos céus e uma nova terra.” — Isa. 65:17.

      1, 2. (a) Que sugestões se dão por causa do velho ditado: “Não há nada de novo debaixo do sol”? (b) Tais condições sugeridas suscitam que perguntas?

      HÁ UM velho ditado que diz: “Não há nada de novo debaixo do sol.” (Ecl. 1:9) Mas como seria se não houvesse mais guerras, nem preparativos para a guerra na terra, nem desastres naturais, nem acidentes fatais, nem fomes, nem pestes? Como seria se não houvesse mais o peso esmagador de governos superdispendiosos, nem opressão governamental, nem revoluções e nem derrubadas violentas de governos? Isto seria muito agradável, não seria? Mas não paremos nisso!

      2 Como seria se não houvesse mais distinções sociais esnobes, nem mais preconceitos nacionais, nem discriminações raciais? Como seria se nenhum de nós envelhecesse, nem perdesse a visão, a audição, o cabelo, os dentes, as boas funções físicas, mas atingisse o pleno desenvolvimento e frescor da bela juventude e continuasse assim perpetuamente? Como seria se ninguém mais adoecesse e morresse, mas, antes, as pessoas voltassem dos túmulos e fossem restauradas à vida em nosso meio, até se esvaziar o último cemitério? Como seria se houvesse educação universal na verdade exata sobre a religião e todos nós vivêssemos em harmonia com esta verdade? Como seria se vivêssemos pacificamente numa terra igual a um jardim, sob um só governo em toda a terra? Isto seria algo novo para toda a humanidade, não seria?

      3. (a) Tais condições distinguiriam apenas que espécie de ordem? (b) O que se pode esperar com relação à morte, da parte dos médicos e dos peritos em saúde?

      3 Sim, seria mesmo. E uma ordem de coisas em que tais condições prevalecessem em toda a terra, junto com tais relações perfeitas entre todas as famílias humanas, seria deveras uma nova ordem. Já a idéia de tal ordem de coisas na terra é algo novo para inúmeros milhões de mentalidade hoje em dia. A história humana revela que a humanidade nunca existiu debaixo duma ordem desta espécie, até o tempo atual. Todos nós conhecemos bem o que agora já é uma “velha ordem”, a “ordem atual”. A raça humana já está na terra por milhares de anos, e ainda assim a superfície da terra não está plenamente povoada, com alimento abundante para todos. Isto resultou de a morte, de várias causas, ter tirado constantemente vidas humanas. Impediu que a família humana se multiplicasse ainda mais depressa do que tem feito nestes últimos dois séculos. A morte tem sido algo sempre presente nesta velha ordem, e a multidão de nossos médicos e peritos em saúde não nos dão hoje nenhuma base para se esperar que eliminem a morte enquanto existir esta velha ordem.

      4, 5. (a) O que acham as pessoas a respeito da atual ordem, mas que pergunta se faz quanto ao que elas querem? (b) Em que confiam os homens entendidos, e, por isso, o que fazem quanto ao futuro?

      4 A humanidade já se fartou da “ordem atual” ou “desordem” como muitos preferem chamá-la. É tempo de mudança. Sim, mas quem está destinado a mudar isso? Quem pode mudar isso? Os homens receberam por muito tempo a oportunidade de mudar isso para melhor. Mas até agora deixou de se realizar a melhora da situação aflitiva do homem.

      5 Os homens entendidos da atual ordem ainda não estão dispostos a deixar de ter confiança nos homens, na capacidade humana, especialmente agora que temos todo o progresso científico deste século vinte. Prossegue febrilmente o planejamento de longo alcance para o futuro. Os planejadores dos governos olham para o fim deste século. Já falam do ano 2000 e antevêem otimistamente qual será a condição da terra naquele tempo, devido ao engenho humano. Esperam grandes mudanças. Prevêem a necessidade de mudanças muito drásticas. Esperam glorificar-se por introduzir uma civilização mais elevada que oferecerá a toda a humanidade mais vantagens do que jamais antes, que tornarão a vida mais digna de se viver. Mas que dizer de nós, no ínterim?

      6. (a) O que está acontecendo com os nossos problemas atuais? (b) Por isso, o que desejamos, e quando queremos que aconteça?

      6 Nós temos de lidar hoje e agora com problemas em escala mundial. Os problemas se tornam cada vez mais sérios e mais complicados com o passar do tempo. Isto é assim apesar de todas as promessas e garantias feitas por ditadores políticos e líderes do mundo, de darem ao povo uma luminosa nova ordem. É claro que se fazem algumas mudanças superficiais na aparência externa das coisas, mas a mesma “velha ordem” continua conosco, com suas guerras, opressões, injustiças, rivalidades raciais e nacionais, fome de milhões, violência, insegurança, dor, doença, velhice e descida ao túmulo. Queremos algo diferente. Queremos realmente uma “nova ordem”. No nosso desejo natural de sobreviver, queremos que comece em nossa geração. Assim poderemos nós mesmos tirar proveito duradouro dela. Quem a pode introduzir?

      7, 8. (a) Depois de milhares de anos de experiência humana, o que disse o salmista quanto a em quem devemos confiar? (b) O que disse o salmista sobre o lado positivo da questão?

      7 Já se haviam passado milhares de anos de experiência humana quando um homem inspirado escreveu: “Não confieis nos nobres, nem no filho do homem terreno, a quem não pertence a salvação. Sai-lhe o espírito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seus pensamentos.” Os quase três mil anos desde que se escreveram estas palavras provaram a veracidade deste conselho. Pois bem, se não pudermos sabiamente confiar no homem terreno, nem mesmo nos nobres, que deviam ser melhores do que o homem mediano, em quem mais poderíamos confiar?

      8 Por certo, o conselheiro mencionado não falaria apenas de modo negativo e nos deixaria perplexos. É razoável que contrabalançasse o conselho negativo por nos dar conselho positivo, dizendo-nos quem, fora do homem, é aquele em quem podemos confiar sem desapontamento. Ele faz isso, dizendo: “Feliz aquele que tem o Deus de Jacó por sua ajuda, cuja esperança é em Jeová, seu Deus, Aquele que fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, Aquele que mantém a veracidade por tempo indefinido, Aquele que executa o julgamento para os defraudados, Aquele que dá pão aos famintos.” — Sal. 146:3-7.

      9. O que disse Jeová a Jeremias sobre confiar-se no homem, e até que ponto tem sido assim segundo a história humana?

      9 Está alguém inclinado a zombar deste conselho inspirado? Não estará sozinho nesta atitude. A grande maioria se tem recusado a prestar atenção a este conselho, mesmo sabendo dele. Beneficiaram-se ou foram abençoados por fazerem isso? A história humana responde. Ela comprova a veracidade do que o próprio Criador do homem disse ao seu profeta Jeremias: “Maldito o varão vigoroso que confia no homem terreno e que realmente faz da carne o seu braço, e cujo coração se desvia do próprio Jeová. E ele certamente se tornará qual árvore solitária na planície desértica e não verá quando vem o bem; mas terá de residir em lugares secos no ermo, numa terra salgada que não é habitada.” (Jer. 17:5, 6) A maldição é o contrário da bênção, e tudo indica que os homens não foram abençoados por confiarem nos homens e não em Deus.

      10. (a) Como agem homens confiantes em si mesmos quanto às obrigações para com Deus? (b) Como poderia Deus agir para com eles quanto às conseqüências, e por quê?

      10 Os homens confiantes em si mesmos, orgulhosos de suas consecuções modernas, comportam-se como se não devessem nada a Deus. Não se sentem responsáveis perante ele e desconsideram as suas leis publicadas. Mesmo que não neguem a sua existência ou nem mesmo digam que “Deus está morto”, agem como se ele não existisse com respeito aos assuntos humanos. Embora devam tudo a Ele, Deus, o Criador, não deve nada aos homens. Tudo o que o homem tem e usufrui, ele deve a Deus. E agora, que o homem de modo ingrato volta as costas para Deus e não sente nenhuma obrigação para com Ele, de ser-lhe obediente como Fonte da vida e das leis justas para a vida, Deus não deve nada ao homem rebelde. Poderia deixar que a humanidade colhesse os frutos amargos de seu próprio proceder obstinado. Sim, ele poderia deixar a humanidade extinguir-se ou mesmo destruir-se antes disso por todos os seus meios modernos de autodestruição violenta.

      11, 12. (a) O que disse o sábio a respeito do início do homem, e de que modo é isso veraz? (b) Em que caso não teria havido necessidade duma “nova ordem”, mas o que aprendemos nós da atualidade, a respeito dos antigos planos humanos?

      11 O homem mais sábio dos tempos antigos, examinando a história da humanidade desde o seu começo até o século onze antes de nossa Era Comum, disse: “Achei somente o seguinte: que o verdadeiro Deus fez a humanidade reta, mas eles mesmos têm procurado muitos planos.” (Ecl. 7:29) O verdadeiro Deus criou o primeiro casal humano de modo reto e perfeito em corpo, mente, coração e moralidade, e colocou-os num jardim deleitoso como lar, com alimentos para mantê-los vivos para sempre em saúde perfeita.

      12 Se tivessem usado direito seu livre arbítrio e se se tivessem mantido retos e criado seus filhos de modo reto, aos poucos ampliando seu lar paradísico, para abranger todo este globo terrestre, haveria hoje necessidade de uma “nova ordem”? Não! O estado paradísico perfeito das coisas na terra teria continuado até agora e não teria surgido nenhuma necessidade de restabelecer a humanidade ao que ela era antes, quando Deus a criou. Mas, sob a prova da obediência perfeita ao seu Criador e Legislador, o primeiro casal humano procurou seguir seus próprios planos. (Gên. 1:26-5:5) Atualmente, cerca de seis mil anos depois, todos nós sabemos em que resultaram seus planos.

      CERTEZA DA NOVA ORDEM

      13. Quem pode introduzir uma ordem realmente nova, e tem qualquer obrigação de fazer isso?

      13 No que se refere à nossa capacidade de desfazer os efeitos deste mau planejamento, a humanidade prejudicou-se além de remédio. A hora já está mais avançada do que as pessoas pensam. Portanto, se as pessoas continuarem a confiar em homens imperfeitos e moribundos para introduzir uma nova ordem livre de todas os particularidades prejudiciais desta atual ordem, só levará a um desapontamento desastroso — e já muito em breve! Nosso Criador, o Deus Todo-poderoso, é o único que pode introduzir uma nova ordem. Fará isso? Ele não é obrigado a fazer isso, embora o homem não pedisse para estar aqui, nem se colocasse nesta terra. Mas, por que não está Deus sob nenhuma obrigação? É porque o homem se esqueceu de Deus. O homem preferiu seguir seu próprio caminho em rebelião contra seu Criador e Legislador. Além disso, a julgar pelo modo de pensar do homem, pelo seu planejamento e seus esforços, ele não quer nenhuma nova ordem de Deus. Como? Ora, o homem não quer satisfazer os requisitos de tal nova ordem.

      14. Qual é então a questão, e onde podemos obter informações fidedignas?

      14 Portanto, a grande questão é: Está o Deus Todo-poderoso inclinado a instalar a muito necessitada nova ordem? Decidiu Ele fazer isso? As respostas fidedignas e autorizadas a estas perguntas — onde é que as podemos obter? Só na Palavra escrita de Deus, a Bíblia Sagrada!

      15, 16. (a) O que disse Deus por intermédio de seu profeta Isaías a respeito de seu propósito de fazer isso? (b) Como mostra o apóstolo João se Deus mudou de idéia sobre isso ou não, e por que se mandou que João escrevesse sobre isso?

      15 Escute-o falar ao seu profeta Isaías, no oitavo século antes de nossa Era Comum: “Eis que crio novos céus e uma nova terra; e não haverá recordação das coisas anteriores, nem subirão ao coração. Mas exultai e jubilai para todo o sempre naquilo que estou criando.” (Isa 65:17, 18) ‘Ora!’, dirá talvez alguém, ‘isto foi dito e escrito há uns vinte e sete séculos atrás e já é agora fora da época e não se aplica mais hoje’. Mas escute agora uma revelação que Deus deu ao apóstolo cristão João mais de oitocentos anos depois. Anotando-a, João diz: “E eu vi um grande trono branco e o que estava sentado nele. De diante dele fugiam a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. . . . E eu vi um novo céu e uma nova terra; pois o céu anterior e a terra anterior tinham passado, e o mar já não é.” (Rev. 20:11 a 21:1) Assim, mais de oito séculos depois, o mesmo Deus não havia mudado de idéia. Também, João escreveu adicionalmente:

      16 “E o que estava sentado no trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas.’ Ele diz também: ‘Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.’” — Rev. 21:5

      17. Portanto, agora, depois de dezenove séculos, quais são as boas novas neste respeito?

      17 Portanto, este Deus no seu trono celestial não seria fiel a si mesmo se mudasse de idéia quanto ao seu propósito declarado de criar uma nova ordem de novos céus e uma nova terra em que não haveria mais mar da humanidade alienada de Deus devido ao pecado herdado de nossos primeiros pais humanos. Portanto, embora Deus não deva nada à humanidade, ele está inclinado a introduzir uma nova ordem desejável, e ele não mudou de idéia, nem mesmo depois de dezenove séculos. Não são estas boas novas?

      O QUE IMPEDE OS ESFORÇOS DOS HOMENS?

      18. Antes de poder haver uma “nova terra”, o que precisa haver primeiro?

      18 Observemos que Deus não só promete criar uma “nova terra”, mas também “novos céus”. Quão bem isto demonstra que Deus sabe o que é o mais essencial a fim de que a humanidade morredoura tenha uma nova ordem. Não pode haver uma “nova terra” sem primeiro haver “novos céus”! Trata-se de sol, lua, estrelas, planetas e galáxias novos por cima de nós, fora do alcance da visão do homem? Não! Estes corpos celestes materiais e ininteligentes no céu não têm e não podem ter nenhum efeito na ordem de coisas do homem do modo como os astrólogos têm ensinado desde os dias da antiga Babilônia. Mas, com a expressão “novos céus”, Jeová Deus se refere a novas inteligências espirituais invisíveis exercendo controle sobre-humano, celestial, sobre a humanidade.

      19. Como foi indicado este sentido da expressão “novos céus” pelo profeta Daniel e também por Jesus Cristo?

      19 Esta foi a idéia quando o profeta Daniel usou a palavra “céus” ao interpretar o sonho do rei da antiga Babilônia, a respeito de uma grande árvore, dizendo: “Passarão mesmo sete tempos sobre ti, até saberes que o Altíssimo é Governante no reino da humanidade e que ele o dá a quem quiser. E por terem dito que se deixasse o toco da árvore, teu reino te estará assegurado depois de saberes que são os céus que governam.” (Dan. 4:25, 26) Esta idéia de regência e domínio invisível, inteligente e celestial sobre a humanidade também está contida nas palavras de Jesus Cristo, quando proclamou: “O reino dos céus se tem aproximado.” — Mat. 4:17.

      20, 21. (a) O que indica a expressão “novos céus” e como explica isso a incapacidade do homem de mudar as coisas para melhor? (b) Como se enganam nesta questão os sábios nas coisas do mundo?

      20 A promessa de Deus de “novos céus” indica que há velhos “céus” que controlam a humanidade e que manejam invisivelmente a atual ordem de coisas. Estes simbólicos velhos céus se erguem como barreira sobre-humana no caminho de todos os esforços sinceros de homens e mulheres para mudarem a atual ordem para melhor e realizarem reformas duradouras na esperança de salvar a humanidade da autodestruição. Estes velhos “céus” são para a humanidade um inimigo invisível capaz de lograr homens e mulheres autoconfiantes em cada oportunidade, conforme tem demonstrado a história humana até agora.

      21 Os sábios do mundo desta científica era do cérebro descrêem da existência de tal inimigo espiritual inteligente, invisível e sobre-humano, e zombam disso. Mas este mesmo inimigo sabe que não há tolos maiores do que os que se enganam a si mesmos. Mas nós não somos tolos quando perguntamos: Quem é este inimigo representado pelos velhos “céus”?

      22, 23. O que disse aos homens alguém que desceu do céu e voltou para lá, sobre quem é este inimigo?

      22 Alguém que desceu do céu e viveu como homem na terra por mais de trinta e três anos antes de voltar aos céus espirituais invisíveis nos diz quem é este inimigo. Em certa ocasião, na terra, setenta homens, os quais enviara como evangelizadores para proclamarem o reino de Deus, voltaram e relataram: “Senhor, até mesmo os demônios nos ficam sujeitos pelo uso do teu nome.” O que disse Jesus Cristo em resposta àqueles evangelizadores jubilantes? O seguinte: “Comecei a observar Satanás já caído como relâmpago do céu.” (Luc. 10:1-18) Numa ilustração representativa que ele deu no fim de sua profecia sobre a terminação deste sistema de coisas ele predisse o tempo quando diria as seguintes palavras a pessoas caprinas: “Afastai-vos de mim, vós os que tendes sido amaldiçoados, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos.” (Mat. 24:3; 25:31-33, 41) Três noites depois, quando falou aos seus apóstolos fiéis a respeito da sua vindoura traição e morte violenta numa estaca de execução, Jesus Cristo disse:

      23 “Agora há um julgamento deste mundo; agora será lançado fora o governante deste mundo.” “O governante do mundo está chegando. E ele não tem nenhum poder sobre mim.” (João 12:31; 14:30) “Eis que Satanás reclamou que fosseis peneirados como trigo.” — Luc. 22:31.

      24. O que mostrou Jesus assim sobre os “céus” que agora controlam a humanidade, e, segundo Paulo, a quem adora o mundo da humanidade?

      24 Temos ali a palavra do próprio Jesus Cristo como autoridade sobre o assunto: Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos são os que constituem os velhos céus simbólicos, os atuais “céus” sobre-humanos, que governam e controlam a humanidade durante esta velha ordem atual. Em vez de a vasta maioria da humanidade adorar o verdadeiro Deus, que promete “novos céus e uma nova terra”, ela adora o Diabo e seus demônios. O Diabo é sutil e esperto em ocultar suas operações e seus enganos do povo, pois o apóstolo cristão Paulo escreve: “O deus deste sistema de coisas tem cegado as mentes dos incrédulos, para que não penetre o brilho da iluminação das gloriosas boas novas a respeito do Cristo, que é a imagem de Deus.” (2 Cor. 4:4) Por meio desta descrição, o apóstolo Paulo se referia ao deus falso, Satanás.

      25. Quem induziu Adão e Eva a procurar planos contrários à vontade de Deus?

      25 Outrossim, Jesus Cristo identificou a Satanás, o Diabo, como sendo o invisível que induziu o reto Adão e Eva a procurar planos contrários à vontade de Deus. De modo que foi Satanás quem nos causou esta condição moribunda e imperfeita.

      26. Como se tornou Satanás “homicida”, conforme o chamou Jesus?

      26 Em certa ocasião, Jesus dirigiu-se a certos de seus ouvintes que queriam matá-lo e disse-lhes: “Vós sois de vosso pai, o Diabo, e quereis fazer os desejos de vosso pai. Este foi homicida quando começou, e não permaneceu firme na verdade, porque não há nele verdade. Quando fala a mentira, fala segundo a sua própria disposição, porque é mentiroso e o pai da mentira.” (João 8:44) No lar original do homem, o Jardim do Éden, Satanás, o Diabo, chamou a Jeová Deus de mentiroso; e a primeira mulher, Eva, acreditou no Diabo, e depois disso, seu marido, Adão, tomou o partido dela e juntou-se a ela em desobedecer a Deus. Portanto, Jeová proferiu a sentença de morte sobre os nossos primeiros pais; e visto que foi Satanás, o Diabo, quem induziu este resultado, ele se tornou aquilo de que Jesus o chamou: “Homicida.” Ele matou também a nós, pois herdamos dos pecadores Adão e Eva a nossa condição moribunda. — Gên. 2:7-5:5.

      27, 28. (a) Que incapacidade não podem tirar de nós os homens capazes do mundo ou o que não podem tirar de cima de nós os exércitos e os revolucionários? (b) Como deu Paulo algumas idéias aos efésios quanto a que enfrentamos?

      27 Apesar de tudo o que regentes governamentais, legisladores, juízes, médicos e cientistas possam fazer, não podem livrar-nos da condenação à morte sob a qual ainda estamos todos nós por causa do pecado e da imperfeição herdados. Não nos podem levar de volta ao Jardim do Éden do qual nossos primeiros pais foram expulsos por causa da rebelião contra Deus, o Criador. Apesar de tudo o que as forças militares do mundo e os revolucionários sociais possam tentar fazer, não nos podem livrar dos velhos “céus” demoníacos que se impuseram à humanidade. Neste caso, os exércitos e os revolucionários do mundo não estão lutando com outras criaturas humanas, mas com forças sobre-humanas, invisíveis. O apóstolo Paulo nos dá uma idéia do que a humanidade tem de enfrentar, ao escrever à congregação cristã em Éfeso na Ásia:

      28 “Revesti-vos da armadura completa de Deus, para que vos possais manter firmes contra as maquinações do Diabo; porque temos uma luta, não contra sangue e carne, mas contra os governos, contra as autoridades, contra os governantes mundiais desta escuridão, contra as forças espirituais iníquas nos lugares celestiais.” — Efé. 6:11, 12.

      29. Apesar de expulsarem demônios, o que não procuraram fazer Jesus e seus apóstolos, e com que resultado hoje em dia?

      29 O apóstolo Paulo, bem como o próprio Jesus Cristo e seus outros apóstolos, expulsaram demônios de pessoas possessas por eles, libertando assim as pobres vítimas humanas. Entretanto, Jesus Cristo, quando na terra, bem como seus apóstolos, nunca tentaram derrubar esses velhos “céus” invisíveis, compostos de governos demoníacos, autoridades, governantes mundiais desta escuridão e espíritos iníquos em lugares celestiais. Há dezenove séculos atrás, não era o tempo para tal libertação da humanidade. Por conseguinte, aqueles “céus” demoníacos iníquos têm continuado a dominar a humanidade e os assuntos humanos até agora. A família humana sente agora os efeitos terríveis desta regência invisível e é absolutamente impotente contra ela.

      30. A quem nos vemos obrigados a recorrer para prover um Libertador, e para quem não podemos olhar a fim de não sermos ‘amaldiçoados’?

      30 A humanidade necessita desesperadamente de um Libertador que a livre destes céus demoníacos ruinosos. Jeová Deus suscitou o necessário Libertador! O tempo marcado por Jeová para a desejada libertação já está perto! Não podemos olhar para os “nobres” humanos, nem para o homem terreno em busca do Libertador. Ficaríamos ‘amaldiçoados’ se fizéssemos isso! A força das circunstâncias nos obriga a olhar para Jeová por ele. Quem é ele?

      31. O que será capaz de fazer o escolhido de Jeová, e por que é isto um requisito básico para uma nova ordem?

      31 É o escolhido por Jeová Deus, aquele que pode eliminar da existência estes velhos “céus” demoníacos. Não pode haver nenhuma nova ordem para a humanidade sem a eliminação destes “céus” iníquos que têm dominado esta velha ordem. Não pode haver nenhuma nova ordem para a humanidade sem haver “novos céus”. Este é um requisito básico. É o primeiro requisito. Jeová Deus prometeu criar tais “novos céus”.

      32. Como serão contrabalançados aqueles nos ‘céus que agora existem’ com os dos “novos céus”, e quem é o essencial e vital nos “novos céus”?

      32 Visto que os iníquos ‘céus que agora existem’ se compõem de criaturas espirituais sobre-humanas e invisíveis, também os novos céus devem compor-se de criaturas espirituais sobre-humanas e invisíveis. O apóstolo Pedro animou seus concristãos a continuarem a esperar por Deus e ter confiança em Deus, ao escrever: “Mas, há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa, e nestes há de morar a justiça.” (2 Ped. 3:13) Deus já suscitou o principal, o vital e essencial destes “novos céus”, e este é seu Filho fiel, Jesus Cristo, o Senhor. Aclame-se este Libertador!

  • Lançamento dos alicerces da nova ordem de Deus
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Lançamento dos alicerces da nova ordem de Deus

      1. O que esperavam tornar-se aqueles a quem se dirigia 2 Pedro 3:13, mas, por que surge uma grande questão por causa disso?

      QUANDO o apóstolo Pedro escreveu aos concristãos dos seus dias: “Há novos céus e uma nova terra que aguardamos segundo a sua promessa”, eles mesmos esperavam tornar-se parte daqueles “novos céus” na terminação deste sistema de coisas. (2 Ped. 3:13; Mat. 24:3; 28:20) Esperavam estar associados com seu Líder e Cabeça dado por Deus, Jesus Cristo, naqueles “novos céus” sobre a humanidade. Regozijavam-se na esperança de substituir os iníquos “céus” demoníacos que agora lançam o manto da morte e da destruição sobre toda a humanidade. Mas como podem eles e outros condiscípulos de Jesus Cristo, todos meros humanos, tornar-se parte dos “novos céus”?

      2. Como chave para se desvendar este mistério, o que escreveu Pedro no início de sua primeira carta?

      2 O apóstolo Pedro indica a chave que desvenda este mistério ao escrever a concrentes no sacrifício resgatador de Jesus Cristo: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, pois, segundo a sua grande misericórdia, ele nos deu um novo nascimento para uma esperança viva por intermédio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorrutível, e imaculada, e imarcescível. Ela está reservada nos céus para vós, os que estais sendo resguardados pelo poder de Deus, por intermédio da fé, para uma salvação pronta para ser revelada no último período de tempo.” — 1 Ped. 1:3-5.

      3. Destinava-se a humanidade a ir para o céu, e o que precisam ter os cristãos fiéis que morreram, a fim de irem para o céu?

      3 Note a expressão ‘novo nascimento para uma herança reservada nos céus para vós’. Também as palavras: “Por intermédio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos.” A humanidade não foi criada e não nasceu para ir para o céu onde reside Deus. Ir algum humano para o céu exigiria um novo nascimento, um nascimento espiritual, que nenhum pai humano pode conceder, mas apenas Deus, o Pai celestial. Além disso, notamos que todos os discípulos fiéis de Jesus Cristo morreram até agora como humanos. Certamente, pois, para tais cristãos mortos irem para o céu terão de ter uma ressurreição.

      4. A fim de que o homem Jesus Cristo pudesse ir para o céu, o que era necessário que acontecesse, conforme explicado por Pedro?

      4 Até mesmo Jesus Cristo, a fim de voltar para o céu do qual viera, precisava morrer e ser ressuscitado dentre os mortos pelo poder onipotente de seu Deus e Pai, Jeová. O apóstolo Pedro fez a seguinte declaração a respeito desta morte como humano e a ressurreição como pessoa espiritual: “Até mesmo Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-vos a Deus, sendo morto na carne, mas vivificado no espírito. Neste estado, também, ele foi e pregou aos espíritos em prisão, . . . pela ressurreição de Jesus Cristo. Ele está à direita de Deus, pois foi para o céu; e foram-lhe sujeitos anjos, e autoridades, e poderes.” — 1 Ped. 3:18, 19, 21, 22; veja também Almeida, atualizada.

      5. O que disse Pedro sobre o motivo de Cristo morrer?

      5 Sua morte como humano perfeito e sua ressurreição como pessoa espiritual perfeita foi um modo de ele conseguir novamente entrar no céu. Notemos o que o apóstolo Pedro diz quanto ao motivo porque Jesus Cristo morreu. Pedro diz: “Cristo morreu uma vez para sempre quanto aos pecados, um justo pelos injustos, a fim de conduzir-nos a Deus.” — 1 Ped. 3:18.

      6. (a) Quem são os “injustos” mencionados, em contraste com o “justo”? (b) Por causa de que pecados podia morrer este “justo”, como e com que efeito?

      6 Jesus Cristo é o “justo” mencionado aqui. Quem, porém, são os “injustos”? Todos nós os que obtivemos a vida do pecador Adão somos estes “injustos”. Ao morrer “uma vez para sempre quanto aos pecados”, Jesus Cristo não morreu pelos seus próprios pecados; se tivesse feito isso, então a sua morte não teria sido de proveito para nós humanos moribundos. Os pecados pelos quais “morreu uma vez para sempre” são os nossos pecados, os pecados de toda a humanidade que herdou o pecado, a imperfeição e a morte de Adão, que havia sido sentenciado à morte por Jeová Deus. Visto que Jesus havia nascido perfeito na terra e permanecido “justo” até ‘ser morto’, sua morte possuía valor sacrificial. Podia conseguir alguma coisa a favor daqueles pelos quais sacrificou sua vida.

      7, 8. (a) Que mais, além dos “novos céus”, requer-se para haver uma nova ordem justa? (b) O que tem sofrido merecidamente a humanidade, e como podia Jesus tomar sobre si aquilo que outros mereciam plenamente?

      7 Isto, então, revela para nós outro segredo, e esta é outra coisa necessária para uma nova ordem fundada por Jesus Cristo. Não só se precisa para ela “novos céus”, mas também uma “nova terra”, na qual não há pecado nem imperfeição, e por isso não há condenação à morte. Mas como se pôde fundar tal “nova terra” justa?

      8 Os “injustos”, toda a humanidade que descende do injusto Adão, têm morrido e morrem segundo o seu merecimento. A lei de Deus é: “O salário pago pelo pecado é a morte, mas o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” (Rom. 6:23) Mas Jesus, que nasceu perfeito, permaneceu “justo” todo o tempo, apesar de estar no meio dum mundo pecador. O apóstolo Pedro diz a seu respeito na mesma carta aos cristãos: “Ele não cometeu pecado, nem se achou engano na sua boca. Ele mesmo levou os nossos pecados no seu próprio corpo, no madeiro, a fim de que acabássemos com os pecados’ (1 Ped. 2:22, 24) Portanto, por ser perfeitamente “justo”, Jesus não merecia morrer. Morreu a fim de tomar sobre si o que outros mereciam plenamente.

      9. Por que eram de benefício limitado os sacrifícios feitos por humanos altruístas a favor dos pelos quais sacrificaram sua vida?

      9 No decorrer da história humana, muitas pessoas altruístas sacrificaram sua vida a favor de outros, mas aqueles outros pelos quais se fizeram tais sacrifícios morreram depois e ainda estão mortos. Estes outros não ganharam a vida eterna de tais sacrifícios humanos. Os que morreram por eles eram homens imperfeitos e morredouros, e eles mesmos eram imperfeitos e pecadores, permanecendo sob a condenação à morte. Sua vida humana só foi prolongada mais um pouco, e a morte sacrificial a seu favor não lhes garantiu uma ressurreição da morte novamente para a vida na terra. Além disso, quem daqueles que se sacrificavam podia morrer por todo o mundo da humanidade, passado e presente, para manter vivo todo o mundo? Nem todos os soldados dos exércitos do mundo morrendo no campo de batalha poderiam fazer isso.

      10. Por que não pode ninguém de nós dar um resgate a favor de outro, para que ele viva para sempre?

      10 Criaturas humanas pecadoras condenadas à morte eterna pelos seus próprios pecados não podem obter a vida eterna na terra de outras criaturas humanas pecadoras. É assim como diz o Salmo 49:7, 9: “Nenhum deles pode de modo algum remir até mesmo um irmão, nem dar a Deus um resgate por ele, que ele ainda assim viva para sempre e não veja a cova.”

      11, 12. (a) A favor de quantos podia o homem Cristo Jesus entregar-se como resgate? (b) Como podia ser isso, conforme explica Paulo em Romanos 5:12, 18, 19?

      11 Ao contrário, está escrito a respeito de Jesus Cristo: “Há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, um homem, Cristo Jesus, o qual se entregou como resgate correspondente por todos.” (1 Tim. 2:5, 6) Como pôde ser isso? Deu-se porque, quando Adão pecou e foi sentenciado à morte pelo seu pecado deliberado, toda a sua descendência futura morreu nele. Foi assim como escreveu o apóstolo Paulo:

      12 “Por intermédio de um só homem entrou o pecado no mundo, e a morte por intermédio do pecado, . . . por intermédio de uma só falha resultou a condenação para homens de toda sorte, . . . pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores.” — Rom. 5:12, 18, 19.

      13. (a) Quando Adão violou a sua própria inocência no Éden, o que trouxe sobre os seus futuros descendentes, e sobre quantos deles? (b) A fim de que todos nós fossemos resgatados, o que precisava ser pago?

      13 Visto que a atuação de Deus é perfeita, Adão era perfeito quando foi criado. Sua esposa Eva, quando foi tirada dele por ser desenvolvida de uma costela dele, era igualmente perfeita. Ela era, como disse Adão, “osso dos meus ossos e carne da minha carne”. (Gên. 2:21-23) Quando Adão pecou, perdeu a sua perfeição humana e foi sentenciado à morte. Foi dele, de um só homem, que toda a humanidade depois herdou o pecado e a morte. Concordemente, para toda a humanidade morredoura ser resgatada, requeria alguém correspondente a Adão na sua perfeição humana. Requeria outro homem perfeito que passasse a sofrer a morte de modo inocente, a fim de anular a morte que Adão causou a toda a sua descendência por causa de sua própria desobediência. Expresso de outro modo, exigia um “resgate correspondente”. Mas, como se proveu tal “resgate correspondente”? Não podia ser provido por nenhum descendente pecador, imperfeito e condenado de Adão.

      14. Por que não estava Deus obrigado a prover tal resgate, mas, ao provê-lo, que mais podia realizar também?

      14 É evidente que apenas o Deus Todo-Poderoso, Jeová, podia prover isso de modo milagroso. Não estava obrigado a isso. Não podia ser obrigado a isso por nenhuma regra de justiça. Mas estava ele disposto a isso? Estava realmente disposto, porque “Deus é amor”. (1 João 4:8, 16) Seu amor podia encontrar um meio para agir em perfeita harmonia com a justiça e ainda assim prover o meio pelo qual se pudesse remir sua criação humana mediante um resgate correspondente. Deste modo, também, podia desfazer as obras iníquas de Satanás, o Diabo, e vindicar-se como Criador e Governante teocrático. — 1 João 3:8.

      15. A quem ofereceu Jeová a oportunidade de ser o Descendente da mulher, de Gêneses 3:15, e o que acarretava isso para este?

      15 Lá no Jardim do Éden, na ocasião em que Deus proferiu sentença contra os diversos envolvidos na rebelião do homem, Deus disse à Serpente que instigou esta rebelião: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre o teu descendente e o seu descendente. Ele te machucará a cabeça e tu lhe machucarás o calcanhar.” (Gên. 3:15) Deus ofereceu ao seu Filho unigênito no céu a oportunidade de se tornar este Descendente da mulher, e seu Filho aceitou a oferta. Fez isso voluntariamente, embora significasse que tinha de ter o calcanhar machucado pela Serpente.

      16. No tempo devido, como tornou Deus possível que seu Filho unigênito se tornasse o equivalente exato de Adão na sua inocência edênica?

      16 No tempo devido, por meio de seu espírito santo, Jeová Deus transferiu a vida de seu Filho celestial para o ventre da virgem Maria, em Nazaré, na Galiléia. Deste modo, o Filho unigênito de Deus ficou aparentado com Adão e com a descendência de Adão por meio de sua mãe humana Maria, mas a sua vida não procedia de Adão, senão de Deus. Apesar de seu nascimento humano, permanecia Filho de Deus, e segundo as instruções de seu Pai celestial dadas a Maria, seria chamado Jesus, nome que significa “Jeová É Salvação’. Visto que a sua vida perfeita se originava de Deus e foi transferida do céu para o óvulo no ventre de Maria, Jesus nasceu como Filho perfeito e sem pecado, livre da condenação à morte por Deus. (Luc. 1:31-35; 3:23-38) Daí em diante, por resistir ao pecado e às tentações de Satanás, a grande Serpente, Jesus podia desenvolver-se para ser homem perfeito com a faculdade de reprodução, sendo assim o equivalente exato de Adão quando este era inocente no Jardim do Éden.

      17. Como veio este Filho Jesus a tornar-se o Cristo?

      17 A fim de simbolizar sua apresentação de si mesmo para agir como o Descendente da “mulher” de Deus, Jesus foi batizado em água. Deus ungiu-o então com espírito santo, e Jesus se tornou assim o Cristo ou ungido. Por isso foi chamado Jesus Cristo. — Luc. 3:21-23.

      O RESGATADOR, O PRINCIPAL NOS NOVOS CÉUS

      18. Por que era necessário que o homem Cristo Jesus morresse, fazendo-o em que condição pessoal?

      18 Jesus sabia que tinha de morrer como homem. Senão, não se poderia tornar sacrifício resgatador para toda a humanidade. Ele disse aos seus doze apóstolos: “O Filho do homem não veio para que se lhe ministrasse, mas para ministrar e dar a sua alma como resgate em troca de muitos.” (Mat. 20:28) Para este fim tinha de morrer inocente, o justo pelos injustos. Tinha de sacrificar sua vida humana para sempre e ceder o valor dela a favor de toda a humanidade. Morreu sem filhos, e ninguém na terra pode reivindicar ser Descendente natural de Jesus Cristo. Sacrificou a sua vida humana perfeita e sua paternidade como resgate correspondente a favor de toda a humanidade.

      19. A fim de ser o Descendente da mulher, de Gênesis 3:15, o que se tinha de fazer a ele, e por causa de que morreu Jesus aparentemente, mas qual era a causa real?

      19 Além disso, como Descendente da “mulher” de Deus, tinha de ter o calcanhar machucado por Satanás, a Grande Serpente, e isto significava uma morte violenta para Jesus Cristo. Por isso, Jesus Cristo entregou-se aos seus inimigos e acusadores falsos para ser morto numa estaca de execução como se fosse criminoso blasfemo. Isto ocorreu no dia da Páscoa, em Jerusalém, no ano 33 E. C. Entretanto, Jesus morreu realmente por ter pregado o reino de Deus, o reino messiânico que servirá como “novos céus” na nova ordem de Deus para a humanidade. — João 18:36.

      20. Como ficou envolvida neste arranjo a questão do resgate, e com que recompensa?

      20 Jesus Cristo fez tudo isso de livre e espontânea vontade. Jeová Deus, seu Pai celestial, não o obrigou a fazer isso; apenas apresentou ao seu Filho fiel o privilégio de fazer isso em apoio da soberania universal de seu Pai e em vindicação do nome de seu Pai. Mas o Pai não podia providenciar que seu Filho fizesse todo este serviço e passasse por todos estes sofrimentos injustos sem dar ao Filho uma recompensa. E por isso Deus apresentou ao seu Filho uma recompensa gloriosa, a de ser o Rei messiânico nos “novos céus”. Como tal, machucaria a cabeça da Serpente, Satanás, o Diabo, e também eliminaria toda a descendência da Serpente, os anjos demoníacos, destruindo assim os velhos céus desta atual ordem de coisas.

      21. O que exigia isso, que Deus fizesse com respeito ao falecido Jesus Cristo, com vistas à apresentação de que valor a Deus?

      21 Tudo isso exigia primeiro que o Deus Todo-poderoso ressuscitasse seu Filho justo e inocente dentre os mortos, não mais como criatura humana, mas como pessoa espiritual. Deus fez isso no terceiro dia da morte de seu Filho. Em prova disso, o ressuscitado Jesus Cristo apareceu aos seus discípulos no dia de sua ressurreição e depois. No quadragésimo dia, ele ascendeu novamente ao céu para apresentar a Deus o valor de seu sacrifício humano.

      22. Depois disso, quando e como começaram os discípulos fiéis de Cristo a ter um “novo nascimento”?

      22 Dez dias depois, na festa judaica de Pentecostes no ano 33 E. C., Deus começou a derramar seu espírito santo sobre os discípulos fiéis de seu Filho Jesus. Os verdadeiros discípulos dedicados e batizados de Cristo passaram assim por um “novo nascimento” para uma herança celestial incorruptível. (Atos 1:1 a 2:36) Daquele dia em diante, Deus tem dado o “novo nascimento” àqueles discípulos fiéis que Ele escolhe para comporem os “novos céus” junto com seu Filho Jesus Cristo.

      23. Em vista de 1 Coríntios 15:50, o que sabiam estes discípulos que tinha de acontecer com eles?

      23 Eles sabem o que o apóstolo Paulo escreveu: “Digo isso, irmãos, que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus, nem pode a corrução herdar a incorrução.” (1 Cor. 15:50) Por isso sabem que têm de morrer e deixar atrás, para sempre, a carne corrutível. Precisam mostrar-se ‘fiéis até a morte’, para receberem a “coroa da vida” nos “novos céus”. Na ressurreição, após o estabelecimento do reino de Deus, são ressuscitados como criaturas espirituais imortais. No caso deles cumpre-se o que foi escrito: “Semeia-se corpo físico, é levantado corpo espiritual.” — Rev. 2:10; 1 Cor. 15:44.

      A “NOVA TERRA”

      24. (a) O que mostram estas coisas quanto a que tinha de vir primeiro com respeito a nova ordem? (b) O que exige o estabelecimento dos “novos céus” e depois da “nova terra” com respeito aos velhos?

      24 “À base destas coisas maravilhosas podemos discernir quão necessário era que Deus provesse primeiro os “novos céus” para a nova ordem que prometeu. Mas qual é esta “nova terra” que ele cria? Ora, assim como os “novos céus” não significam novos planetas e novas estrelas no céu acima de nós, tampouco a “nova terra” significa um novo planeta terrestre diferente debaixo de nossos pés. O estabelecimento dos “novos céus” exige a remoção de Satanás e de seus anjos demoníacos da sua posição celestial de poder sobre a humanidade. O estabelecimento duma “nova terra” exige a remoção da atual sociedade humana iníqua que se opõe ao reino de Deus, e que, portanto, serve a Satanás, o Diabo, como governante invisível deste mundo, o “deus deste sistema de coisas”. Em seu lugar, Deus produzirá uma nova sociedade humana justa nesta mesma terra, sob os Seus “novos céus”, a saber, Jesus Cristo e seus discípulos que recebem a ressurreição espiritual.

      25. De que modo está em andamento a fundação da “nova terra”, e o que deve acontecer à velha “terra”?

      25 A formação da “nova terra” já está em andamento! Os que compõem este grupo formativo de cristãos dedicados e batizados separam-se daqueles que preferem permanecer como parte da sociedade humana iníqua, alienada de Deus, um ‘mundo ímpio’ da humanidade. A remoção desta velha “terra” figurativa significará a sua destruição na “grande tribulação” iminente, tribulação que Jesus Cristo predisse e disse que seria uma catástrofe global sem igual na história do mundo.

      26. Por meio de que atos drásticos de Deus haverá um livramento da humanidade para a Sua nova ordem?

      26 Esta tribulação será tão ampla e tão devastadora, que, a menos que Deus abreviasse os dias dela, não se salvaria nenhuma carne humana. (Mat. 24:21, 22; Mar. 13:19, 20) Aquela tribulação significará a destruição completa deste atual sistema de coisas, mas não a destruição de nossa terra, nem dos céus estrelados acima de nós. Depois disso, remover-se-ão os velhos “céus” demoníacos, e Satanás e seus demônios serão restritos, encarcerados como que num abismo. (Rev. 19:11 a 20:3) Apenas por tal ação drástica da parte de Deus haverá livramento das pessoas na terra para a nova ordem de Deus.

      27. Se realmente desejarmos a nova ordem, entre quem desejaremos ser encontrados, conforme previsto em Revelação?

      27 Queremos este livramento para a nova ordem de Deus de “novos céus e um nova terra” em que “há de morar a justiça”? Preparamo-nos e empenhamo-nos a nos mostrar dignos de tal livramento glorioso? Se ansiarmos levar uma vida justa em perfeita saúde e felicidade, numa bela terra ajardinada, sob céus governamentais justos, então desejaremos estar entre os sobreviventes daquela vindoura “grande tribulação”. O último livro da Bíblia, com a sua revelação de coisas que “têm de ocorrer em breve”, indica-nos que uma “grande multidão” de pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas sobreviverá àquela “grande tribulação global”, saindo dela sob a proteção e o favor de Deus.

      28, 29. Segundo a descrição dada em Revelação destes sobreviventes da tribulação, a quem adoram eles e que provisão de salvação aceitam?

      28 A descrição que nos foi dada desta multidão de sobreviventes revela que são adoradores do único Deus verdadeiro, sentado no trono do universo como soberano universal. Outra coisa que notamos é que aceitam o sacrifício resgatador provido pelo Filho de Deus, que foi oferecido como Cordeiro imaculado e inocente a favor do “pecado do mundo”. Observe isso enquanto lemos:

      29 “E gritavam com voz alta, dizendo: ‘Devemos a salvação ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro.’ . . . ‘Estes são os que saem da grande tribulação, e lavaram as suas vestes compridas e as embranqueceram no sangue do Cordeiro. É por isso que estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo.’” — Rev. 7:9-15; João 1:29, 36.

      30. Esta visão mostra que a “grande multidão” está a favor de que particularidade da nova ordem e que está a caminho para quê?

      30 Estas palavras proféticas tornam certo que esta “grande multidão” dedicada e batizada está a favor dos “novos céus” de Deus, compostos do Cordeiro Jesus Cristo e de seus 144.000 discípulos fiéis, que receberam um “novo nascimento” para aquela herança celestial. (Rev. 7:1-8; também 21:1-14) Seus pecados mortíferos são lavados por lavarem suas vestes compridas no “sangue do Cordeiro”. Isto os coloca no caminho da vida eterna num jardim edênico, com o qual os “novos céus” embelezarão todo o globo terrestre.

      31. Esta “grande multidão” de sobreviventes da tribulação formará o alicerce de que particularidade da nova ordem?

      31 De fato, estes da “grande multidão” de sobreviventes da tribulação servirão como alicerces da “nova terra” da criação de Deus. Já mesmo agora, antes da tribulação, separam-se da velha “terra” condenada, da sociedade humana mundana da atualidade, que se apega ao atual sistema de coisas humano controlado pelo Diabo. Portanto, depois de a grande tribulação remover esta velha “terra”, tais sobreviventes serão a base para uma sociedade humana organizada sob os novos céus. A família humana receberá assim um novo começo, numa nova ordem.

      32. Depois da tribulação e de Satanás ter sido amarrado, como se desenvolverá e espalhará a “nova terra”?

      32 Esta “nova terra” aumentará e se espalhará, sem dúvida, por alguns nascimentos humanos após a grande tribulação e depois de Satanás, o Diabo, e seus anjos demoníacos terem sido encarcerados no seu abismo, mas não será todo assim. Não, pois o Cordeiro Jesus Cristo não morreu apenas a favor dos sobreviventes desta tribulação e seus Descendentes naturais. Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” da humanidade; Ele se deu “como resgate correspondente por todos”. Sua igualdade humana com o perfeito Adão tornou-o apto para ‘provar a morte por todo homem’. (1 Tim. 2:5, 6; Heb. 2:9) A grande maioria da família humana pela qual o Cordeiro morreu há dezenove séculos atrás já morreu. Como poderão obter realmente os benefícios do valor resgatador da morte de Cristo? Por um milagre maravilhoso: pela ressurreição dentre os mortos durante o reinado milenar de Jesus Cristo e sua glorificada congregação, os “novos céus”.

      33, 34. (a) Em que será diferente a ressurreição realizada por Jesus Cristo, como Rei, daquelas que fez durante a sua vida terrestre? (b) O que terão oportunidade de fazer a “grande multidão” de sobreviventes da tribulação para com os ressuscitados?

      33 Jesus Cristo, quando estava na terra como homem perfeito de Deus, realizou diversas ressurreições. Mas estes ressuscitados morreram outra vez na sua geração. No entanto, quando Jesus Cristo, o Rei, ressuscitar a humanidade resgatada durante sua regência milenar, fará isso para que vivam para sempre num paraíso global edênico. Tudo dependerá dos ressuscitados. Deixar-se-ão incorporar na “nova terra” justa ou retrocederão ao seu mau proceder anterior que seguiram durante o atual sistema de coisas? Os que fizerem isso serão julgados e condenados como indignos do dom da vida eterna em perfeição e piedade humanas.

      34 É por isso que Jesus Cristo, ao falar sobre o assunto do julgamento, disse: ‘Vem a hora em que todos os que estão nos túmulos memoriais ouvirão a sua voz e sairão, os que fizeram boas coisas, para uma ressurreição de vida, os que praticaram coisas ruins, para uma ressurreição de julgamento.” (João 5:27-29) Os da “grande multidão” que darão início à “nova terra” poderão ajudar estes ressuscitados, para que a sua ressurreição no fim não resulte em condenação.

      35. Ao predizer as coisas que têm acontecido desde o ano de 1914 E. C., que atitude correta disse Jesus Cristo que seus discípulos deviam adotar?

      35 O dia em que vivemos agora é extraordinariamente maravilhoso! Desde o ano de 1914 E. C. e sua primeira guerra mundial têm acontecido coisas notáveis, mas altamente significativas. Jesus Cristo predisse estas coisas como assinalando a terminação deste velho sistema de coisas. Falando-nos sobre a atitude correta que todos os seus verdadeiros discípulos deviam ter agora, ele disse: “Quando estas coisas principiarem a ocorrer, erguei-vos e levantai as vossas cabeças, porque o vosso livramento está-se aproximando.” — Luc. 21:28.

      36. Em vista disso, queremos mostrar-nos dignos de que privilégio, e o que estamos decididos a fazer?

      36 Este livramento para a nova ordem de Deus já está agora muito mais próximo do que quando muitos de nós viram pela primeira vez estas coisas preditas “principiarem a ocorrer”. Certamente não há tempo a perder para nos mostrarmos dignos de passar por este muito desejado livramento. Temos agora uma oportunidade que nunca mais se repetirá! Estamos decididos a aproveitá-la e também a proclamar a todos os outros amantes da justiça que se aproxima o livramento da humanidade para a nova ordem de Deus, de “novos céus e uma nova terra”.

  • O Deus que promete
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • O Deus que promete

      QUEM é o Deus que promete o livramento da humanidade? Por que devemos crer na sua promessa e como podemos confiar nela?

      Para poder fazer tal promessa com eficiência, ele teria de ser o Criador de todas as coisas, o Deus Todo-poderoso. A Bíblia o identifica como tal. Não deve haver dúvida sobre a sua disposição de livrar a humanidade para uma nova ordem justa; isto se evidencia na sua promessa de fazer isso. Mas a nossa própria certeza de que ele fará isso deve basear-se num exame de seus atos e tratos, do seu cumprimento de outras promessas que fez.

      Além de sua promessa de livrar a humanidade por meio de seu reino messiânico, a promessa mais importante que fez é a da primeira vinda do Messias. Ocorreu realmente assim como Deus prometeu?

      O REGISTRO DO PRIMEIRO APARECIMENTO DO MESSIAS

      Que aconteceu pode ser provado pelo registro da história. Desde os tempos muito primitivos, a Bíblia estabelecia certos requisitos quanto ao Messias, para que pudesse ser identificado de modo inconfundível. Alguns destes requisitos eram:

      (1) Tinha de ser da tribo de Judá e da linhagem do Rei Davi:

      “O cetro [símbolo da autoridade governante] não se afastará de Judá, nem o bastão de comandante de entre os seus pés, até que venha Siló; e a ele pertencerá a obediência dos povos.” (Gên. 49:10) “Jeová jurou a Davi, verdadeiramente, ele não recuará disso: ‘Do fruto do teu ventre porei sobre o teu trono.’” — Sal. 132:11; Isa. 9:7.

      Jesus era desta linhagem, conforme mostra a sua genealogia, tirada do registro público pelos historiadores Mateus e Lucas. (Mat. 1:3, 6, 16; Luc. 3:23, 31, 33) Esta genealogia, procedente dos próprios arquivos oficiais dos judeus, não foi impugnada pelos líderes judaicos que viviam no primeiro século E. C., embora o atacassem em cada ponto em que podiam pensar.

      (2) Ele devia nascer em Belém:

      “E tu Belém Efrata, pequena demais para chegar a estar entre os milhares de Judá, de ti me sairá aquele que há de tornar-se governante em Israel.” — Miq. 5:2.

      Mateus, citando este texto, relata: “Depois de Jesus ter nascido em Belém da Judéia . . .” — Mat. 2:1, 5, 6.

      (3) Ele devia aparecer no fim de sessenta e nove “semanas de anos” (483 anos), contados a partir da reconstrução do muro de Jerusalém (em 455 A. E. C.):

      “E deves saber e ter a perspicácia de que desde a saída da palavra para se restaurar e reconstruir Jerusalém até o Messias, o Líder haverá sete semanas, também sessenta e duas semanas. . . . E depois das sessenta e duas semanas o Messias será decepado, sem ter nada para si mesmo.” — Dan. 9:25, 26.

      Jesus apresentou-se bem no tempo certo, em 29 E. C. (483 anos depois de 455 A. E. C.), para ser batizado por João. Nesta ocasião ele tornou-se o Messias (Ungido), ungido pelo espírito de Deus. (Luc. 3:21-23) Os judeus apercebiam-se desta profecia do tempo e estavam “em expectativa” no tempo em que João, predecessor de Jesus, começou a pregar. — Luc. 3:15.

      Também em cumprimento da promessa profética, Jesus foi “decepado” na morte, como sacrifício resgatador para a humanidade, cerca de três anos e meio depois de seu batismo. Isaías predisse igualmente a morte sacrificial do Messias. — Isa. 53:10-12.

      A história secular reconhece que Jesus Cristo viveu na terra e foi um instrutor notável. Flávio Josefo, historiador judaico do primeiro século, que não era cristão, escreveu que Jesus existia durante a governadoria de Pôncio Pilatos, que ele era instrutor de grande influência e que era o Cristo; que Pilatos o condenou à morte e que ele apareceu novamente vivo aos seus discípulos, no terceiro dia. — Antiquities of the Jews, Livro XVIII, Cap. III, Par. 3; João 19:15, 16; 20:1, 19; Mat. 27:63, 64; Atos 10:40.

      Alguns talvez descreiam do testemunho dos próprios discípulos de Cristo quanto à sua ressurreição, mas considere os seguintes fatos: Houve mais de quinhentas testemunhas. Os discípulos não eram homens de poder ou de influência, para vencer ou subornar a guarda de soldados estacionada junto ao túmulo de Jesus. Havia pouca probabilidade de conluio entre tantas pessoas, especialmente quanto a algo que não lhes traria nenhuma vantagem material. Darem testemunho da ressurreição não podia ter nenhum motivo egoísta; expunha-os ao sofrimento e à morte. Deram seu testemunho do próprio lugar onde se encontravam os inimigos mais ferrenhos do Messias e onde certamente se descobriria uma fraude. E não esperaram, mas testemunharam logo naquela ocasião, enquanto a fúria dos líderes judaicos estava no seu auge. — 1 Cor. 15:3-8; Atos 2:32; 3:15; 4:10, 18-20; 7:55-58; 8:1.

      Que estas testemunhas, ao atestarem a ressurreição de Jesus, não estavam ‘inventando’ uma estória, pode ser corroborado ainda mais por ter sido a ressurreição uma surpresa para eles na sua condição de desespero e desânimo. Haviam esperado que fosse um rei humano, e ficaram tremendamente chocados quando morreu. (Luc. 24:13-43; João 20:24-29) De fato, foi a própria ressurreição de Jesus que lhes deu a coragem de dar testemunho, uma coragem que não podia ser quebrantada pela mais violenta perseguição.

      Deus cumpriu de modo tão notável a sua promessa do Messias, em cada pormenor das já mencionadas profecias, bem como de muitas outras, que qualquer pessoa raciocinante, que examina a evidência, devia dizer: ‘Deus é deveras Cumpridor de suas promessas.’

      TESTEMUNHO DE OUTROS HOMENS DE DESTAQUE

      Cumprir Deus a sua promessa de enviar seu Messias é um dos grandes exemplos de sua fidedignidade. Mas há inúmeros outros. Muitos homens que serviam a Deus no passado viam e sentiam a fidedignidade de Deus em cumprir as suas promessas, não apenas uma vez, mas durante a vida deles. Entre estes encontravam-se Josué, Davi e Salomão.

      Josué disse no seu discurso de despedida a Israel:

      “Vós bem sabeis, de todo o vosso coração e de toda a vossa alma, que não falhou nem uma única de todas as boas palavras que Jeová, vosso Deus, vos falou. Todas elas se cumpriram para convosco. Nem uma única palavra delas falhou.” — Jos. 23:14.

      O Rei Davi atestou: “As declarações de Jeová são declarações puras.” — Sal. 12:6.

      Seu filho, o Rei Salomão, disse em oração perante todo o Israel:

      “Bendito seja Jeová, que deu ao seu povo Israel um lugar de descanso segundo tudo o que prometeu. Não falhou nem uma única palavra de toda a sua boa promessa que ele fez por intermédio de Moisés, seu servo.” “Ó Jeová, Deus de Israel, não há Deus igual a ti nos céus nem na terra, guardando o pacto e a benevolência . . tu, que cumpriste para com o teu servo Davi, meu pai, aquilo que lhe prometeste, de modo que fizeste a promessa com a tua boca e deste cumprimento com a sua própria mão, como no dia de hoje.” — 1 Reis 8:56; 2 Crô. 6:14, 15.

      Estes homens não eram tolos. Eram homens sábios e líderes duma grande nação, e eles reconheciam que apenas pela supervisão de Deus e pela lealdade dele às suas promessas poderia haver cumprimento. E não eram enganadores. A candura dos escritores das Escrituras, expondo seus próprios erros, bem como os dos seus governantes e de sua nação, atestam sua veracidade.

      APRENDA MAIS SOBRE ESTE DEUS

      Se estivermos seriamente interessados no livramento da corrução deste atual sistema de coisas, daremos a mais profunda consideração à promessa de Deus. Não há outra fonte que prometa uma terra paradísica, o restabelecimento de nossos entes queridos por meio duma ressurreição e a vida eterna. As promessas do homem, de um mundo melhor, são desprezíveis em comparação — e eles nem conseguem cumpri-las.

      Além disso, Deus ama o homem, criação de suas mãos. Promete livramento, não porque esteja obrigado a isso, mas por amor. Enviar ele seu Filho à terra foi um ato da própria iniciativa de Deus, que lançou a base para o livramento da humanidade. O apóstolo Paulo escreveu: “Deus recomenda a nós o seu próprio amor, por Cristo ter morrido por nós enquanto éramos ainda pecadores.” — Rom. 5:8.

      Então, por que duvidar de tal provisão amorosa ou rejeitá-la? Antes, obtenha mais conhecimento de Deus e de suas promessas. As testemunhas de Jeová terão prazer em ajudá-lo a seguir o conselho inspirado, de ‘certificar-se de todas as coisas; apegar-se ao que é excelente’. — 1 Tes. 5:21.

  • O que prometeu Deus?
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • O que prometeu Deus?

      UMA nova ordem — como será a vida nela? Terão todos os habitantes da terra lares bons, ou mesmo luxuosos? Que meios de transporte e de comunicação serão usados?

      A Bíblia não nos fala sobre isso. Por que não? Porque estas não são as coisas mais importantes a se saber, especialmente neste tempo. Estas coisas não trazem em si mesmas verdadeira felicidade. O que dá tal felicidade?

      O atual sistema de coisas provê bons lares para muitos. Pode regalar a pessoa com comestíveis, roupa, automóveis e prazeres. Contudo, vemos muitos lares desfeitos, filhos delinqüentes e tanta doença entre os que vivem em luxo como entre os pobres.

      É evidente, pois, que a prosperidade espiritual precisa preceder à prosperidade material para haver verdadeira felicidade. Não é a condição espiritual e mental que torna alguém feliz? A felicidade verdadeira e duradoura só pode resultar quando alguém tem uma boa consciência para com Deus e serve os interesses do reino de Deus conforme mandado pela Bíblia.

      Examinando a questão de outro ângulo, o que causa infelicidade neste mundo atual? É principalmente a falta de coisas materiais? Ou são as pessoas e suas atitudes? Não é a falta de consideração e respeito das pessoas para com outros e sua propriedade? A ganância, a descortesia e o descaso para com os vizinhos produzem infelicidade, não importa em que ambiente material a pessoa viva.

      Por conseguinte, a Bíblia fala principalmente sobre pessoas. Ela salienta que se deve mudar de personalidade. (Efé. 4:22-24; Col. 3:9, 10) Alguém pode ser rico. Ou talvez seja pobre. Mas de qualquer modo pode ser feliz se seguir a admoestação bíblica e se associar com outros da mesma fé genuína.

      Portanto, embora a Bíblia garanta que Deus preservará este planeta Terra, ela fala muito mais sobre a preservação de pessoas. Apresenta os requisitos para a sobrevivência individual.

      Então, precisamos afligir-nos ou ficar muito preocupados quanto a qual vai ser a condição exata, material, na ordem de Deus? É verdade que há milhões de pessoas na terra, que devido às circunstâncias e ao ambiente se vêem obrigadas a viver em condições de extrema pobreza, sem esperança de melhora. É natural e correto que desejem condições materiais melhores. E é natural que os que esperam na promessa de Deus se perguntem o que Deus proverá. Mas, não há realmente vantagem em gastar-se tempo em especulações. No entanto, podemos de direito examinar o que a Bíblia realmente diz.

      O QUE INDICA A BÍBLIA?

      Como pode a Bíblia ajudar-nos a saber o que Deus proverá para as pessoas na sua nova ordem? Principalmente por revelar-nos a personalidade de Deus — que espécie de Deus ele é.

      Primeiro, a Bíblia nos diz que Deus “se torna o recompensador dos que seriamente o buscam”. (Heb. 11:6) Por isso é correto aguardar uma recompensa pela fidelidade a ele. Ficamos também sabendo que as coisas que resultam no favor de Deus, resultando em se suprirem todas as nossas necessidades, são a fé e a lealdade a Ele. O Rei Salomão não pediu riquezas, mas um coração obediente e compreensão para dirigir o povo de Deus, Israel. Deus se agradou disso e respondeu: “Visto que pediste tal coisa e não pediste para ti muitos dias, nem pediste para ti riquezas, nem pediste a alma dos teus inimigos, e pediste para ti entendimento, a fim de ouvir pleitos judiciais, eis que certamente farei segundo as tuas palavras. Eis que certamente te darei um coração sábio e entendido.” Mas, então, Deus passou a dizer: “E também vou dar-te aquilo que não pediste, tanto riquezas como glória . . . E se andares nos meus caminhos, guardando os meus regulamentos e os meus mandamentos, . . . também vou prolongar os teus dias.” — 1 Reis 3:9-14.

      Por conseguinte, podemos estar certos de que na nova ordem de Deus se suprirá todo o necessário para a mais plena felicidade. O Rei Davi podia dizer a respeito de Jeová Deus, de sua própria experiência: “Abres a tua mão e satisfazes o desejo de toda coisa vivente.” (Sal. 145:16) Deus conhece a constituição humana, as coisas necessárias para tornar a pessoa feliz e os desejos do coração. (Sal. 139:1-4) Ele sabe melhor do que nós mesmos o que é que precisamos, mesmo antes de nos apercebermos das necessidades e de as pedirmos. — Mat. 6:8; veja João 2:25.

      O apóstolo Paulo escreveu à congregação materialmente pobre, mas generosa, dos cristãos em Filipos, na Macedônia: “Meu Deus, por sua vez, suprirá plenamente as vossas necessidades ao alcance das suas riquezas, em glória, por meio de Cristo Jesus.” (Fil. 4:19; 2 Cor. 8:1, 2) De que precisarão os sobreviventes da destruição deste sistema de coisas na nova ordem de Deus, junto com os ressuscitados durante o reinado milenar de Cristo?

      ASSEGURADAS AS NECESSIDADES HUMANAS

      Ao considerarmos o propósito de Deus para Adão e Eva, podemos obter alguma idéia do seu propósito na nova ordem. O primeiro casal humano era perfeito em mente e corpo. (Gên. 1:31) Foram colocados num belo lar-jardim, com todo o alimento necessário para seu sustento e prazer. (Gên. 2:9) Seu domínio deu-lhes paz com os animais. (Gên. 1:28) Foi só quando Adão e Eva pecaram que eles foram expulsos do paraíso, evidenciando-se assim que a provisão de Deus, duma habitação para pessoas perfeitas, é um paraíso.

      Não estaria em harmonia com os tratos amorosos de Deus com seu povo fiel fazê-lo atravessar a “grande tribulação” da destruição deste mundo para a sua nova ordem, só para herdarem uma condição de completa desolação. Ele sabe que os humanos precisam de alguma espécie de lar. Mas, depois da destruição deste sistema, talvez leve algum tempo antes de a terra poder ser reedificada e embelezada em certa medida, segundo os planos ‘arquitetônicos’ a serem fornecidos por Jeová Deus, que sabe qual é seu projeto para a nova ordem. Isto não significará que se atrofiarão a própria inventividade e os talentos do homem, mas Deus determinará o esquema geral ou global. No ínterim, cuidar-se-á do necessário.

      Aquilo que Deus fez para seu povo de Israel, quando entraram na Terra da Promessa, revela que Deus certamente proverá o necessário aos que sobreviverem para a nova ordem. Moisés disse de antemão a Israel: “E tem de suceder que, quando Jeová, teu Deus, te introduzir na terra de que jurou aos teus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó, que ta havia de dar, cidades grandes e de bom aspecto, que não construíste, e casas cheias de todas as coisas boas e que não encheste, e cisternas escavadas que não escavaste, vinhedos e oliveiras que não plantaste, . . . guarda-te para que não te esqueças de Jeová.” Mais tarde, o Provérbio inspirado declarou como princípio: “A riqueza do pecador é algo entesourado para o justo.” — Deu. 6:10-12; Pro. 13:22.

      A Bíblia não nos diz que sobrarão cidades, e assim por diante, depois da “grande tribulação”. Mas as declarações da Palavra de Deus, que descrevem a sua provisão para Israel quando este entrou na Terra da Promessa, provam que os que entrarem na sua nova ordem terão amplamente supridas as suas necessidades materiais, junto com a inestimável herança da vida neste agradável planeta Terra.

      Podemos estar certos de que aquilo que Deus promete e faz é o melhor para todos os envolvidos. Muitas vezes desejamos coisas que, quando obtidas, nos deixam desapontados. Portanto, não podemos determinar agora o que será melhor para nós na nova ordem de Deus. Mas podemos apegar-nos ao que Deus nos dá agora em sentido espiritual, às coisas que são de real valor na vida.

      No tempo devido de Deus, ele nos revelará tudo o que tem em reserva para nós, coisas mais deleitosas do que a nossa mente agora pode prever. A nossa principal preocupação agora deve ser a de obter ‘conhecimento exato e pleno discernimento, para que nos certifiquemos das coisas mais importantes’, a fim de que estejamos presentes para usufruir a sua nova ordem de justiça. — Fil. 1:9, 10.

      Quais são estas coisas importantes e o que podemos fazer para termos realmente boa consciência para com Deus e praticarmos as coisas que são direitas aos seus olhos será considerado mais adiante, nesta revista, no artigo intitulado “Preparação Para a Nova Ordem de Deus”.

  • É Deus vagaroso?
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • É Deus vagaroso?

      ÀS VEZES, as pessoas acham que as condições são tão ruins, que não podem piorar muito mais. Vêem em toda a parte perigos que tiram a alegria da vida. Amiúde ouvimos a observação: ‘Por que é que Deus não faz alguma coisa?’ ou: ‘Se Deus vai mesmo fazer alguma coisa, por que não a faz agora?’

      As testemunhas de Jeová estão tentando entrar em contato com todos com as boas novas que encontraram na Bíblia, de que em breve virá o tempo de Deus agir, sim, durante a vida da atual geração. (Mat. 24:34) Muitos escutam com vivo interesse. Só nos últimos três anos, cerca de meio milhão de pessoas juntaram-se a elas em levar estas boas novas a quase cada pessoa das nações chamadas cristandade. E tem-se feito uma grande proclamação em outras terras, em todo o globo.

      Mas, há muitos que duvidam de que Deus aja em breve. Não confiam na promessa de seu reino, tão freqüentemente mencionado na Bíblia. Estão impacientes com Deus, não estando dispostos a reconhecer que ele tem uma tabela de tempo para a execução de suas obras. Acham que ele é vagaroso.

      Contudo, ao mesmo tempo, alguns destes mesmos continuam a apoiar certos homens em cargos governamentais e a votar neles. Continuam a ter fé nas promessas feitas por políticos. Têm muita paciência com este sistema de coisas e estão dispostos a esperar durante anos. Às vezes dizem que pode levar gerações antes que os esforços do homem solucionem todos os problemas de governo, educação, desenvolvimento ecológico e assim por diante. Quando os homens em autoridade deixam de introduzir uma ordem nova e melhor, elegem outros, esperando que tais homens, de algum modo, encaminhem as coisas de maneira certa.

      Quando se diz a tais pessoas que Deus é o Soberano e que o governo justo só pode vir pelo exercício direto desta soberania por meio de seu reino messiânico, alguns talvez respondam: ‘Deus trabalha por intermédio de homens; ele deixou que os homens produzissem um mundo melhor para si mesmos.’ Mas isto não é o que a Bíblia diz. Ela fala duma intervenção divina nos negócios dos homens, para estabelecer um governo duradouro de origem celestial. — Dan. 2:44.

      Como podem os que rejeitam o que Deus diz esperar que Deus os ajude? Ele não é responsável pela sua forma de governo, nem pelas ações dos homens que colocam no cargo. Ouviram a promessa do livramento da humanidade por meio do seu reino, feita por Deus, mas desconsideram-na a favor da regência do homem. Alguns vão até ao ponto de se oporem à proclamação da promessa de Deus. A Bíblia descreve seu modo de pensar: “Por não se ter executado prontamente a sentença contra um trabalho mau é que o coração dos filhos dos homens ficou neles plenamente determinado a fazer o mal.” — Ecl. 8:11.

      NÃO VAGAROSO, MAS PACIENTE

      No entanto, Deus não é vagaroso. O apóstolo Pedro escreveu: “Jeová não é vagaroso com respeito à sua promessa, conforme alguns consideram a vagarosidade, mas ele é paciente convosco, porque não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento.” (2 Ped. 3:9) Ele marcou seu livramento da humanidade para ocorrer nesta geração. (Luc. 21:32) Deus, com todo o poder no céu e na terra, não tem necessidade de fazer promessas que não possa cumprir. Um dos apóstolos de Jesus Cristo disse: ‘Deus não pode mentir.’ E o profeta Isaías escreveu: “Confiai em Jeová para todo o sempre, pois em Já Jeová está a Rocha dos tempos indefinidos.” — Tito 1:2; Isa. 26:4.

      Se reconhecermos que a regência do homem não é a solução para os problemas da humanidade e se em vez disso olharmos para Deus, reconheceremos, à base da investigação de sua Palavra de verdade, que sua aparente ‘demora’ não é vagarosidade. O apóstolo prossegue, dizendo: “Além disso, considerai a paciência de nosso Senhor como salvação.” (2 Ped. 3:15) E atualmente muitos tomam o caminho da salvação. Aproveitam o tempo para aprender o que Deus tem providenciado para a humanidade, deixando de confiar neste sistema falho de coisas. Reconhecem que não é sem objetivo que a Palavra de Deus adverte: ‘Compre para si todo tempo oportuno, porque os dias são iníquos.’ (Efé. 5:16) Sabem que, quando a paciência de Deus se esgotar, a destruição deste sistema de coisas não se dará vagarosamente. Começará como se se fechasse de golpe uma armadilha de aço.

      Portanto, em vez de culparmos a Deus como sendo vagaroso, não é muito melhor examinarmos a nós mesmos para ver se vivemos dum modo digno da nova ordem? Não é melhor acatar o conselho de Jesus Cristo? Depois de dar aos seus ouvintes uma previsão do fim da Jerusalém infiel, e, mais tarde, do fim deste atual sistema de coisas, ele disse: “Mas, prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço. Pois virá sobre todos os que moram na face de toda a terra. Portanto, mantende-vos despertos, fazendo todo o tempo súplica para que sejais bem sucedidos em escapar de todas estas coisas que estão destinadas a ocorrer, e em ficar em pé diante do Filho do homem.” — Luc. 21:34-36.

  • Preparação para a nova ordem de Deus
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Preparação para a nova ordem de Deus

      CASO se mudasse para um país estrangeiro, a fim de morar ali permanentemente, em geral teria de fazer muitas mudanças. Para se dar bem ali, teria de aprender o idioma local. Teria de saber algo sobre as leis, os costumes e os hábitos do povo. Há certas expressões e hábitos talvez plenamente aceitos na sua terra natal, mas que teria de abandonar porque ofenderiam as pessoas no novo país que adotar. Levaria tempo alterar seu modo de pensar e seu modo de vida antes de se ajustar plenamente e se dar bem sem embaraço e dificuldade.

      O que se dá, então, quando se transfere para uma sociedade humana diferente, uma nova ordem, na qual prevalece a justiça completa e os tratos corretos com os vizinhos, sim, a verdadeira hospitalidade e o amor sem consideração de raça ou nacionalidade — um lugar em que pode confiar no seu próximo? Diria que isto representa uma mudança da sociedade que agora o cerca, uma mudança ainda maior mesmo do que mudar-se para outro país?

      NECESSIDADE DE NORMAS MAIS ELEVADAS DE PENSAMENTO

      Esta transferência é a que Deus promete fazer. E ela certamente significa muitas mudanças grandes, afastando-se das normas e práticas da atual sociedade humana. Terão de ser feitas tais mudanças mesmo pelos que vivem em nações “Cristãs”? A nação de Israel, embora professasse servir a Deus, vivia assim como as pessoas nas terras chamadas “cristãs” vivem hoje em dia. Quer dizer, tinham “uma forma de devoção piedosa, mostrando-se, porém, falsos para com o seu poder”, por não deixarem que as normas elevadas das leis de Deus governassem sua vida. (2 Tim. 3:5) Desconsideravam as ordens de Deus e viviam do seu próprio modo, o que os levou a práticas corrutas. Por isso, Jeová disse-lhes: “Os vossos pensamentos não são os meus pensamentos, nem os meus caminhos, os vossos caminhos, . . . Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim os meus caminhos são mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, do que os vossos pensamentos.” — Isa. 55:8, 9.

      Exigiria uma mudança para uma nova ordem também uma mudança no seu modo de pensar, nas suas expressões e nos seus tratos? Sem dúvida que sim. Quão diferente seria associar-se com pessoas em quem pode confiar numa transação, cuja atitude para com sua pessoa seria para o bem e cujas expressões fossem puras e edificantes. Tal mudança certamente seria necessária se se quisesse fazer parte duma sociedade de tais normas elevadas.

      Mas, surgem as perguntas: Se quisermos preparar-nos agora para viver numa nova ordem, como poderemos fazer isto, no meio das práticas más que vigoram? E pode alguém dar-se bem neste atual sistema de coisas quando pratica a estrita honestidade e leva uma vida pura? Poderá fazer provisões para sua família? Conseguirá sobreviver neste mundo sem acompanhá-los nas suas práticas fraudulentas?

      A resposta é: Sim. Como? Ora, temos de confiar na palavra do Criador. De sua Palavra de verdade, a Bíblia, podemos saber os princípios corretos, os que o próprio Criador estabeleceu e que realmente funcionam para o benefício dos que os seguem. Daí, cabe a nós pôr estes princípios em prática na nossa vida e confiar Nele para que sejamos bem sucedidos, conforme ele mesmo se comprometeu a fazer. Mas, vejamos quais os requisitos e as promessas de Deus.

      MUDANÇA DE “LÍNGUA”

      Segundo a Bíblia, para fazermos a necessária mudança temos de aprender uma “língua” nova. Quando Deus falou sobre restabelecer Israel, livrando-o do exílio babilônico, ele disse: “Pois então darei aos povos a transformação para uma língua pura, para que todos eles invoquem o nome de Jeová, a fim de servi-lo ombro a ombro.” (Sof. 3:9) Não se tratava duma mudança da língua literal de Israel, mas duma mudança naquilo que falavam, no seu modo de falar, uma língua de pura verdade, de pureza de linguagem, que trazia louvor a Deus e união de adoração, com paz.

      Deus faz agora o que ele fez lá naquele tempo, ‘ajuntando nações, para reunir reinos, a fim de derramar sobre elas a sua verberação, toda a sua ira ardente’. Do mesmo modo dá também agora aos povos de coração justo, de todas as terras, sem consideração da língua que falam, a “língua pura” da verdade. — Sof. 3:8.

      Ora, esta mudança de linguagem significa uma mudança em toda nossa vida. Ordena-se-nos:

      “A fornicação e a impureza de toda sorte, ou a ganância, não sejam nem mesmo mencionadas entre vós, assim como é próprio dum povo santo; nem conduta vergonhosa, nem conversa tola, nem piadas obscenas, coisas que não são decentes, mas, antes, ações de graças.” — Efé. 5:3, 4.

      A mudança que fazemos é bem descrita pelo apóstolo Paulo:

      “Amortecei, portanto, os membros do vosso corpo que estão na terra, com respeito a fornicação, impureza, apetite sexual, desejo nocivo e cobiça, que é idolatria. Por causa destas coisas é que vem o furor de Deus. Nestas mesmas coisas vós também andastes outrora, quando costumáveis viver nelas. Mas agora, realmente, afastai de vós a todas elas, o furor, a ira, a maldade, a linguagem ultrajante e a conversa obscena da vossa boca. Não estejais mentindo uns aos outros. Desnudai-vos da velha personalidade com as suas práticas e revesti-vos da nova personalidade, a qual, por intermédio do conhecimento exato, está sendo renovada segundo a imagem Daquele que a criou.” — Col. 3:5-10.

      Portanto, para falarmos esta nova linguagem precisamos livrar-nos de nossas expressões anteriores, dos maus hábitos e modos de vida, substituindo-os pelos “frutos do espírito”, a fim de nos habilitarmos para o livramento para a nova ordem de Deus. (Gál. 5:22, 23) Estas são as ‘coisas importantes’ de que o apóstolo fala, que exigem conhecimento exato e pleno discernimento. (Fil. 1:9, 10) Todos precisamos ‘cessar de ser modelados segundo este sistema de coisas, mas ser transformados por reformarmos a nossa mente, a fim de provarmos a nós mesmos a boa, aceitável e perfeita vontade de Deus’. — Rom. 12:2.

      NÃO TENHA MEDO DE FAZER A MUDANÇA

      Esta mudança na vida pode ser feita, mesmo no meio de um mundo corruto. Deus diz que estará com os que seguem seus princípios de retidão e honestidade. Não precisamos temer que isto nos cause uma péssima situação econômica, ao ponto de nossa família não ter suficiente para comer. “Pois ele disse: ‘De modo algum te deixarei e de modo algum te abandonarei.’” — Heb. 13:5, 6.

      Podemos estar livres dos temores que afligem o mundo, porque sabemos que, “se Deus é por nós, quem será contra nós?”, Moisés, que sentiu a proteção de Deus em muitas tribulações, podia dizer verazmente: “Visto que disseste: ‘Jeová é meu refúgio’, fizeste do próprio Altíssimo a tua habitação; nenhuma calamidade te acontecerá.” — Rom. 8:31; Sal. 91:9, 10.

      Há outro motivo por que podemos viver já agora segundo as normas de Deus, com a esperança de vivermos num novo sistema de coisas totalmente justo. O motivo é que Deus tem uma organização na terra, formada para ajudar os que querem servi-lo. As testemunhas de Jeová aceitam as normas e os princípios da Palavra de Deus. Aplicam-nos na sua vida. Apercebem-se de que são pecadores de nascença, assim como a humanidade em geral, mas, por falarem a “língua pura”, transformam a sua personalidade e servem como um só homem, “ombro a ombro”. — Efé. 4:20-24; Fil. 1:27, 28.

      Segundo a sua promessa, Deus tem ajudado a este grupo de pessoas, que procedem de todas as rodas da vida, de todas as nações e raças. Como grupo de um milhão e meio de pessoas, todas cooperando em união, podem atestar a veracidade das palavras do Rei Davi: “Eu era moço, também fiquei velho, e no entanto, não vi nenhum justo completamente abandonado, nem a sua descendência procurando pão.” (Sal. 37:25) Também as testemunhas de Jeová são felizes. Sua felicidade tem atraído a atenção de outros, que ingressaram nas suas fileiras. Ao passo que os sistemas religiosos da cristandade estão em declínio, as Testemunhas, que praticam sinceramente o verdadeiro cristianismo, estão aumentando em número, em união e em paz. Mostram ser pessoas preparadas para a vida na nova ordem de Deus.

  • Basta ser membro duma igreja?
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Basta ser membro duma igreja?

      ‘ESTAREI eu entre os libertos para a nova ordem de Deus?’ Todos os que crêem na promessa de Deus forçosamente se farão esta pergunta. Muitos desejarão também saber: ‘Garantir-me-á favor de Deus ser eu membro duma igreja?’

      Estas perguntas realmente merecem séria consideração, especialmente visto que há tantas igrejas com ensinos e práticas contraditórias.

      Que dizer, então, dos que são membros batizados das testemunhas de Jeová? Estes também poderiam perguntar-se: ‘Será que minha associação, inclusive minha participação nas reuniões de estudo das testemunhas de Jeová e na pregação de casa em casa garantem o meu livramento quando este sistema de coisas for destruído?’

      Para obter a resposta a estas perguntas, terá de considerar: O que requer Deus de mim? Ele diz: “Eu, o Senhor, teu Deus, sou um Deus ciumento [ou: “um Deus que exige devoção exclusiva”].” (Deu. 5:9, Pontifício Instituto Bíblico; veja Tradução do Novo Mundo.) Portanto, ele exige de sua pessoa a devoção exclusiva. Terá de servi-lo pessoalmente, de coração, com um conhecimento exato do que lhe agrada. — 1 Crô. 28:9; Mat. 22:37.

      É ESSENCIAL O CONHECIMENTO DA PALAVRA DE DEUS

      Este conhecimento só pode ser obtido da Palavra de verdade de Deus, a Bíblia. Aquele que professa servir a Deus talvez seja zeloso e sincero. Talvez ache que os líderes de sua igreja também são sinceros. Mas estas coisas, em si mesmas, não garantirão o favor de Deus.

      A Bíblia nos dá um exemplo notável disso. Ela salienta que, embora alguém ou mesmo toda uma organização sejam sinceros, eles podem falhar quanto à devoção exclusiva a Deus. O apóstolo Paulo disse a respeito de seus patrícios, os judeus, a quem amava: ‘Irmãos, a boa vontade do meu coração e as minhas súplicas por eles [os judeus] a Deus são, deveras, para a salvação deles. Pois eu lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não segundo o conhecimento exato; pois, por não conhecerem a justiça de Deus, mas buscarem estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” — Rom. 10:1-3.

      Não é difícil saber o que Deus exige, se ler e aceitar com mente receptiva o que a Bíblia diz, fazendo-o sem preconceito de crenças ou ensinos anteriores. Para ilustrar isso: Pouco antes de declarar seu requisito de devoção exclusiva, Deus disse:

      “Não farás para ti nenhuma escultura, ou qualquer representação de coisa que esteja lá em cima nos céus ou aqui embaixo na terra ou nas águas sob a terra. Não as adorarás, nem as servirás.” (Deu. 5:8, 9, PIB) Note que Deus diz que não devem ser ‘feitas’ nem ‘adoradas’. Mais tarde, Deus declarou: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome e a outrem não darei a minha glória nem aos ídolos a minha honra.” — Isa. 42:8, PIB.

      Portanto, se tiver usado imagens na adoração, quer seja de Cristo, quer de anjos ou de santos, então sabe, não importa o que os homens digam, que não tem dado a Deus devoção exclusiva.

      Por isso, sem dúvida, reconhece que uma igreja que lhe ensina usar imagens na adoração, embora esta seja considerada apenas como adoração relativa, não o protegerá por ser membro dela. Tudo o que não glorifica a Deus não cumpre a devoção exclusiva a ele. E qualquer organização que ensina doutrinas que não glorificam a Deus ou que contradizem a sua Palavra não traz a bênção de Deus sobre os seus membros. Antes, por ser membro desta organização ou por apoiá-la sofrerá a destruição quando Deus eliminar da terra todas as coisas que não o glorificam. — 2 Tes. 1:7-9.

      É VITAL A CONDUTA PESSOAL

      Novamente, talvez seja estudante diligente da Bíblia. Talvez conheça os princípios que ela ensina, especialmente seus princípios de moral. Quer se associe com outros professos cristãos, quer não — de fato, mesmo que se associe com aqueles de quem sabe que dão a Deus a devoção exclusiva — a questão importante é: Está pessoalmente vivendo segundo estes princípios retos?

      O apóstolo Pedro salienta a responsabilidade de cada um dos que professam ser cristãos, ao dizer: “Se invocais o Pai que julga imparcialmente segundo a obra de cada um, comportai-vos com temor durante o tempo da vossa residência como forasteiros [como vivendo neste mundo, mas sem ser parte dele].” Mais adiante, ele adverte: “É o tempo designado para o julgamento principiar com a casa de Deus. Ora, se primeiro começa conosco, qual será o fim daqueles que não são obedientes às boas novas de Deus? ‘E, se o justo está sendo salvo com dificuldade, onde aparecerá o ímpio e o pecador?’” — 1 Ped. 1:17; 4:17, 18.

      Portanto, ninguém pode estribar-se em ser membro ou afiliado de sua igreja. Nem pode ficar a salvo apenas por abandonar uma igreja que promove ensinos errados ou que tolera práticas contrárias à Bíblia. Ele precisa adicionalmente tomar ação positiva da sua parte para aprender a vontade de Deus e depois fazê-la. Isto significa que terá de associar-se e tornar-se colaborador com os que prestam ativamente devoção exclusiva e adoração pura a Deus.

      Mesmo então, precisa cuidar-se. Depois de citar exemplos daqueles que, pela associação com o povo favorecido de Deus, no passado, saíram perdendo por transgredirem na sua vida pessoal, o apóstolo Paulo escreveu aos cristãos em Corinto: “Conseqüentemente, quem pensa estar de pé, acautele-se para que não caia.” (1 Cor. 10:6-12) Exige constante vigilância e exame esquadrinhador da alma para se continuar a servir a Deus. Nenhuma pessoa nem organização pode salvar a alguém, pois “cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus”. — Rom. 14:12; veja Hebreus 4:12, 13.

      Mesmo alguém tão altamente favorecido como o apóstolo Paulo disse a respeito de si mesmo: “Corro de modo nada incerto; dirijo os meus golpes de modo a não golpear o ar; mas, amofino o meu corpo e o conduzo como escravo, para que, depois de ter pregado a outros, eu mesmo não venha a ser de algum modo reprovado.” — 1 Cor. 9:26, 27.

      Resumindo, então a questão: Basta ser membro duma igreja? Respondemos com um decidido Não! Quem deseja servir a Deus precisa abandonar o sistema religioso que segue, se este não seguir a Palavra de Deus. Seu próximo passo será o de associar-se com os que servem a Deus em adoração pura. Daí, ao dar devoção exclusiva a Jeová Deus, precisa viver de modo que sua vida ‘adorne o ensino de nosso Salvador, Deus, em todas as coisas’. (Tito 2:10) Quem fizer isso, poderá ter confiança na promessa de Deus:

      “Jeová está perto de todos os que o invocam

      De todos os que o invocam em veracidade.

      Realizará o desejo dos que o temem

      E ouvirá seu clamor por ajuda, e ele os salvará.” — Sal. 145:18, 19.

  • Sua vida está em perigo — Como? Por quê?
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Sua vida está em perigo — Como? Por quê?

      A MAIORIA das pessoas dá-se conta de que sua vida está em perigo cada dia. As estatísticas mostram que a probabilidade de se morrer de acidentes, crime, fogo e outras causas aumenta constantemente.

      Depois há a ameaça duma guerra nuclear. A ameaça é tão grande, que a responsabilidade pela paz mundial foi colocada nas mãos duma organização internacional, as Nações Unidas. Entretanto, a ONU tem sido um desapontamento como pacificador.

      Existe, porém, um perigo muito mais sério. Qual é?

      É um perigo para os interesses espirituais das pessoas. Por que os interesses espirituais têm que ver com a vida eterna ou a morte eterna. Como? Porque Deus é o Dador da vida, e as perspectivas de vida eterna dependem da situação da pessoa perante Deus. — João 17:3.

      Os líderes religiosos, especialmente nas nações chamadas “cristãs”, têm ocupado a posição de guardiães dos interesses espirituais do povo. Têm afirmado guiar estas nações no caminho do Deus da Bíblia. Têm professado ser seguidores do Filho de Deus, Jesus Cristo. Mas têm realmente orientado estas nações na adoração de Deus?

      Considere a sua atuação durante a Primeira Guerra Mundial. Os clérigos das religiões católicas, protestantes e ortodoxas pregaram aos seus rebanhos para se matarem uns aos outros naquele conflito. O nacionalismo passou a ter precedência à adoração de Deus.

      Mas arrependeram-se os clérigos, desviando-se de seu proceder e indicando ao povo o reino de Deus como a esperança da humanidade? Apoiaram a Bíblia e seus princípios? Não. Seu proceder desde e durante a Segunda Guerra Mundial mostra que não o fizeram.

      Por conseguinte, todo aquele que espera ser livrado para a nova ordem de Deus precisa ter melhor orientação espiritual do que a fornecida pelos clérigos.

      DEUS SE INTERESSA NA SUA VIDA

      Jeová Deus, o Supremo Ser Espiritual, não vai permitir que o fracasso destes falsos líderes religiosos faça com que os sinceros percam o livramento e a vida na sua nova ordem. Jeová é o Pastor e o Superintendente de seu povo. (1 Ped. 2:25; Sal. 23:1) Por conseguinte, ele suscitou como seu “servo” um grupo de pessoas fiéis e fidedignas, não rebeldes. Este grupo se viu confrontado com uma tarefa difícil, porque exigia proclamar uma forte mensagem denunciadora contra a cristandade. Por quê? Era essencial que os de coração reto fossem advertidos, para compreenderem claramente o perigo em que estavam. Tais pessoas precisam abandonar toda a associação e afiliação com a religião falsa. Precisam tomar posição firme a favor da verdade da Palavra de Deus e colocar-se do lado do Seu reino messiânico, a fim de serem livradas.

      O grupo a ser usado por Deus foi prefigurado por Ezequiel, um sacerdote israelita. O ano 613 A. E. C. era uma data avançada nos quarenta anos do “tempo do fim” de Jerusalém. Sobravam a Jerusalém apenas seis anos antes de esta cidade e a terra de Judá serem completamente desoladas. Os líderes religiosos de Jerusalém, bem como os líderes judaicos que então estavam no exílio com Ezequiel, em Babilônia, haviam fracassado ao povo e eram responsáveis pela sua situação.

      Do mesmo modo, o atual sistema de coisas já está bem avançado no seu “tempo do fim”,a encontrando-se a condição espiritual da cristandade numa situação péssima. Portanto, observamos com vivo interesse o que se mandou que Ezequiel fizesse e o que isto prefigura para os nossos dias.

      DESIGNAÇÃO DE PREGAR

      Na visão, Ezequiel observou um grande carro celestial vindo do norte e parando diante dele. De cima deste carro, acompanhado por querubins, e que era simbólico duma grande organização celestial, Jeová Deus falou a Ezequiel, comissionando-o. Entregou-se então a Ezequiel um rolo, com a ordem: “Come este rolo, e vai, fala à casa de Israel.” — Eze. 3:1.

      O rolo continha “endechas, e gemidos, e lamúria” escritos em ambos os lados. (Eze. 2:10) Era uma mensagem plena, por causa da plenitude da medida dos pecados de Israel. Estava Ezequiel disposto a comê-lo e a proclamar a mensagem triste, como exemplo para o “Ezequiel” moderno?

      Ezequiel fez conforme mandado. Aos poucos, comeu o rolo. (Eze. 3:2, 3) Surpreendentemente, o rolo cheio de coisas sombrias era doce como mel na boca de Ezequiel. Isto se dava por que era uma experiência boa, sadia e doce para Ezequiel, ser ele designado a um trabalho especial pelo Deus Altíssimo. O apóstolo João teve uma experiência similar, setecentos anos depois. João, que então se encontrava exilado na ilha de Patmos, no Mar Egeu, pela sua pregação fiel da palavra de Deus, escreveu sobre a sua visão:

      “E a voz que ouvi sair do céu está falando novamente comigo e está dizendo: ‘Vai, toma o rolo aberto que está na mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra.’ E fui ter com o anjo e disse-lhe que me desse o rolo pequeno. E ele me disse: ‘Toma-o e come-o, e ele fará o teu ventre amargo, mas na tua boca será doce como mel.’ E tomei o rolo pequeno da mão do anjo e o comi, e era doce como mel na minha boca; mas quando o comi, meu ventre ficou amargo.” — Rev. 10:8-10.

      A experiência de João não era apenas um cumprimento da experiência de Ezequiel, porque isso teria sido uma repetição sem significado. Antes, mostra que a visão de Ezequiel era profética e que ele representava o mesmo que João, o qual, como discípulo de Jesus Cristo, gerado pelo espírito, sendo provavelmente o último apóstolo sobrevivente, representava os remanescentes, hoje na terra, dos irmãos gerados pelo espírito e ungidos de Jesus Cristo.

      O rolo da visão, que Ezequiel comeu, não representava o livro profético de Ezequiel, porque o livro de Ezequiel não é todo endechas, gemidos e lamúrias. Contém também profecias de bênção para o povo de Deus. O rolo representa a mensagem de denúncia de Jeová contra Jerusalém e Judá, concluindo com a declaração contra seus inimigos gentios, completada em Ezequiel 35:15.

      De modo similar, os do restante ungido receberam o “rolo dum livro” de modo simbólico no tempo de se iniciar sua grande proclamação mundial da mensagem do Reino, em 1919. Este rolo tampouco representava o livro de Ezequiel. Antes, o rolo representava todas as declarações da Bíblia inteira, que têm que ver com julgamentos, pragas espirituais e tribulações que hão de sobrevir à cristandade e seus associados religiosos e políticos no “tempo do fim”. Visto que os servos de Deus compreenderam e aceitaram sua comissão, era uma designação de gosto doce para eles.

      UMA “LÍNGUA” QUE OS QUE PROFESSAM O CRISTIANISMO NÃO PODEM DEIXAR DE ENTENDER

      Visto que é a vida dos do rebanho das igrejas da cristandade que se encontra em tal perigo iminente, os ungidos na terra, semelhantes a Ezequiel, seriam logicamente primeiro enviados a estes. Deus disse a Ezequiel:

      “Filho do homem, vai entra no meio da casa de Israel, e tens de falar-lhes com as minhas palavras. Pois não estás sendo enviado a um povo de idioma incompreensível ou de língua pesada, mas à casa de Israel, não a numerosos povos de idioma incompreensível ou de língua pesada, cujas palavras não possas ouvir com entendimento Se eu te tivesse enviado a tais seriam eles os que te escutariam. Mas, quanto à casa de Israel, não vão querer escutar-te, pois não querem escutar a mim; porque todos os da casa de Israel são de cabeça dura e de coração duro. Eis que fiz a tua face tão dura como as faces deles e a tua testa tão dura como as testas deles. Igual ao diamante, mais dura do que a pederneira fiz a tua testa. Não deves ter medo deles e não deves ficar aterrorizado diante das suas faces, porque são uma casa rebelde.” — Eze. 3:4-9.

      Ezequiel não precisava aprender uma nova língua. Havia sido enviado ao seu próprio povo. Deus sempre tem avisado os que professam servir a ele e tem tornado o aviso muito claro, numa linguagem que conhecem bem. Por isso enviou aos judeus um porta-voz que usava a língua deles.

      Era como quando Jesus Cristo estava na terra. Ele disse que fora enviado especialmente a Israel. (Mat. 15:24) Falava aos judeus na língua comum que usavam cada dia. Eles possuíam também as Escrituras, citadas continuamente por Jesus e que davam testemunho dele. (João 5:39) Sabiam de que estava falando quando ele se referia à história deles, aos costumes deles, e quando usava seus termos religiosos e suas expressões. Ele disse àqueles judeus:

      “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se tivessem ocorrido em Tiro e Sídon as obras poderosas que ocorreram em vós, há muito se teriam arrependido em saco e cinzas. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para Tiro e Sídon do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás por acaso enaltecida ao céu? Até o Hades descerás; porque, se as obras poderosas que ocorreram em ti tivessem ocorrido em Sodoma, ela teria permanecido até o dia de hoje. Conseqüentemente, eu vos digo: No Dia do Juízo será mais suportável para a terra de Sodoma do que para ti.” “Homens de Nínive se levantarão no julgamento com esta geração e a condenarão; porque eles se arrependeram com o que Jonas pregou, mas, eis que algo maior do que Jonas está aqui.” — Mat. 11:21-24; 12:41.

      Do mesmo modo, os proclamadores ungidos do Reino, representados por Ezequiel, são enviados ao ‘seu próprio’ povo, que fala a mesma linguagem bíblica geral e que, igual a eles, professa ser cristão. Quando as testemunhas de Jeová falam às pessoas em países “cristãos” a respeito da Bíblia, as pessoas sabem de que falam. Conhecem expressões e termos bíblicos, de modo que há uma base comum de entendimento. Não há desculpa para não compreenderem o que o moderno “Ezequiel” está dizendo. Se não estiverem de ouvidos atentos, é porque não o querem.

      MENSAGEM DE AMOR

      Assim como apenas poucos dentre a nação judaica criam em Jesus, assim também apenas uma pequena porcentagem na cristandade aceita a mensagem das testemunhas de Jeová. A cristandade em geral mostrou ser uma casa rebelde, não vendo o perigo que a ameaça. Mas cabeçuda e empedernida como seja a cristandade, Jeová tem fortalecido seus servos, de modo que estes não temem proclamar-lhes a mensagem de Deus. Ele tem endurecido a testa de seus servos, dando-lhes uma dureza superior igual à do diamante. Não ficam paralisados por temerem os homens. (Pro. 29:25) No entanto, a persistência das testemunhas de Jeová em pregar sob todas as circunstâncias é às vezes mal entendida como sendo fanatismo. Na realidade, são impelidas pelo amor e pelo espírito de Deus, porque Jeová, o Deus amoroso, sabe o terrível perigo que confronta as pessoas e deseja livrar a todos aqueles cujo coração possa ser alcançado com as boas novas. — Eze. 33:11.

      Deus disse mais a Ezequiel: “Filho do homem, todas as minhas palavras que eu te falar aceita no teu coração e ouve com os teus próprios ouvidos. E vai, entra no meio do povo exilado, no meio dos filhos de teu povo, e tens de falar-lhes e dizer-lhes: ‘Assim disse o [Soberano] Senhor Jeová’, quer ouçam quer se refreiem de ouvir.” — Eze. 3:10, 11; ed. ingl. 1971.

      FUJA DO CATIVEIRO ESPIRITUAL

      Os judeus entre os quais Ezequiel pregava estavam em exílio em Babilônia. De modo similar, as pessoas em países “cristãos” não praticam hoje a verdade que liberta da escravidão ao pecado. Além disso, estão num cativeiro espiritual à Babilônia, a Grande, o império mundial da religião falsa. Acham-se realmente “exiladas” de Deus e de sua adoração verdadeira. (João 8:31, 32, 34) Suas práticas são alheias aos princípios puros da Bíblia. A chamada “nova moralidade”, por exemplo, nega as normas da Bíblia e nega a Deus o direito de estabelecer normas para os homens seguirem. — Gál. 5:19-21.

      Por isso, o Ezequiel hodierno precisa agir. Isto foi prefigurado pelo que aconteceu a seguir no caso de Ezequiel. Ele nos conta:

      “E um espírito passou a carregar-me e comecei a ouvir atrás de mim o ruído dum grande zunido: ‘Bendita seja a glória de Jeová desde o seu lugar.’ E havia o ruído das asas das criaturas viventes que se tocavam de perto, e o ruído das rodas bem ao lado delas, e o ruído dum grande zunido. E o espírito me carregava, e passou a tomar-me, . . . e a mão de Jeová sobre mim era forte. Entrei, pois, entre o povo exilado em Tel-Abibe, que morava junto ao rio Quebar, e comecei a morar onde eles moravam; e fiquei morando ali por sete dias, aturdido no meio deles”. — Eze. 3:12-15.

      O que era este “seu lugar” desde o qual se devia abençoar a glória de Jeová? Não o templo em Jerusalém, chamado de seu lugar, pois havia sido profanado e poluído pelos atos idólatras e rebeldes dos judeus. O “lugar” de Jeová estava com o seu profeta comissionado Ezequiel. Hoje em dia, a glória de Jeová não é abençoada na cristandade, que afirma nominalmente ser o lugar que proclama a glória Dele. Está com seus ungidos fiéis, semelhantes a Ezequiel, que atualmente proclamem Seu nome e a glória de Seu reino como Seu instrumento para livrar a humanidade para a Sua nova ordem.

      Percebe que seus interesses espirituais estão em perigo, e, por isso, também sua vida? Está preocupado? Então siga a ordem de Deus para com os sinceros que estão nos sistemas religiosos de Babilônia, a Grande: “Saí dela, povo meu, se não quiserdes compartilhar com ela nos seus pecados e se não quiserdes receber parte das suas pragas. Pois os pecados dela acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos atos injustos dela.” — Rev. 18:4, 5.

      Depois de primeiro fazer isso, torne-se um dos que proclamam a glória de Deus a outros e goze de seu favor e seu livramento. Esteja entre os a quem Ele diz: “Estão diante do trono de Deus; e prestam-lhe serviço sagrado, dia e noite, no seu templo; e o que está sentado no trono estenderá sobre eles a sua tenda. Não terão mais fome, nem terão mais sede, nem se abaterá sobre eles o sol [do desagrado divino], nem calor abrasador [do castigo de Deus], porque o Cordeiro, que está no meio do trono, os pastoreará e os guiará a fontes de águas da vida. E Deus enxugará toda lágrima dos olhos deles.” — Rev. 7:15-17.

      [Nota(s) de rodapé]

      a Veja a edição inglesa do livro “Caiu Babilônia, a Grande!” O Reino de Deus já Domina!, páginas 174-181. Publicado pela Watchtower Bible and Tract Society, Brooklyn, Nova Iorque, E. U. A.

  • Boa conduta atrai
    A Sentinela — 1972 | 15 de outubro
    • Boa conduta atrai

      NA REPÚBLICA Árabe Unida, um grupo de moças dirigiu-se a duas irmãs carnais na escola. Uma das moças do grupo falou: ‘Queremos elogiá-las pela sua boa conduta. Durante os dois anos que as conhecemos, nunca soubemos que tivessem qualquer problema ou que não fossem bondosas e amorosas.’ Outra moça observou: ‘E o que é mais incomum é que são duas irmãs, e mesmo assim parecem realmente amar-se. Nunca as vimos brigar.’ As irmãs responderam: ‘O motivo de nos elogiarem deve-se realmente a estudarmos a Bíblia. Procuramos aplicar na nossa vida diária os princípios que aprendemos em nosso estudo. A Bíblia contém muito conselho sobre bondade, amor e boa conduta.’ Uma das irmãs tirou então a sua Bíblia, que sempre levava consigo, e leu para as moças o texto sobre os frutos do espírito. (Gál. 5:22, 23) Certa moça, que não era tão favorável para com as irmãs, disse: ‘Sabem que estas duas moças que tanto elogiam nem mesmo vão à igreja?’ Nisso, uma das irmãs respondeu prontamente: ‘Você vai a igreja, não vai? Então, por que não é você a elogiada pela boa conduta?’ No fim da palestra, as irmãs já haviam conseguido providenciar estudos bíblicos com diversas das moças. Dez delas têm agora estudos bíblicos.

      ● Uma família de destaque, em Seul, na Coréia, havia sido esteio de uma das principais igrejas protestantes da cidade. A família era muito unida. Embora os diversos membros dela morassem em partes diferentes da cidade, mantinham-se em contato uns com os outros. Durante muitos anos, todos eles haviam rejeitado as testemunhas de Jeová quando os visitavam. Os pastores deles os advertiram que não deviam escutar as “heresias” das Testemunhas. Daí, uma das irmãs da família alugou um quarto a uma Testemunha. A conduta cristã elogiável da Testemunha não passou despercebida. Abriu os olhos desta senhora, induzindo-a a concluir que as testemunhas de Jeová não eram hereges, mas sim pessoas que realmente praticam o cristianismo.

      Por fim, ela concordou em que se realizasse com ela um estudo bíblico. Logo começou a falar aos outros membros da família e pediu que as Testemunhas os visitassem. Segundo a informação mais recente, cinco membros da família já foram batizados. Nove deles participam com as testemunhas de Jeová na sua obra de pregação. Alguns deles estão estudando a Bíblia com mais outros membros da família. Tudo isso resultou do testemunho silencioso da conduta elogiável de uma pessoa.

      As testemunhas de Jeová, em toda a parte, procuram viver em harmonia com os princípios bíblicos — não para impressionar outros, mas por reconhecerem que esta é a única coisa certa a fazer. É uma expressão de seu amor a Jeová Deus. Conforme escreveu o apóstolo João: “O amor de Deus significa o seguinte: que observemos os seus mandamentos.” — 1 João 5:3.

      “Somente comportai-vos da maneira digna das boas novas acerca do Cristo, a fim de que . . . [se] ouça falar das coisas que se referem a vós, de que vos mantendes firmes em um só espírito, com uma só alma lutando lado a lado pela fé das boas novas, e que em nenhum sentido estais sendo amedrontados pelos vossos oponentes.” — Fil. 1:27, 28.

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