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Duas representações da salvaçãoA Sentinela — 1962 | 15 de setembro
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Duas representações da salvação
“Ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro.” — 1 João 2:2.
1. Que atitude têm as testemunhas de Jeová para com suas reuniões, e como é manifesta?
AS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ estão muito interessadas em todas as suas reuniões, mas há uma, realizada anualmente, que se destaca de todas as outras. Não há outra reunião como esta, tanto no seu programa como no seu propósito e importância. Por isso, não só os da sociedade do Novo Mundo fazem esforço especial para estar presentes, como também convidam e animam os recém-interessados para que também estejam presentes.
2. (a) Em que sentido é a ceia do Senhor uma destacada? (b) Como é que todos os presentes podem ser ajudados a entendê-la melhor?
2 A reunião que temos em mente é a “ceia do Senhor”, comumente chamada de Memorial porque, segundo o mandamento de Jesus: “Fazei isto em memória de mim.” Neste ano de 1962, a data para celebrar a “ceia do Senhor” caiu em 17 de abril, depois das 18,00 horas, hora local. Uma coisa que torna notável esta reunião é o fato de os para quem ela é principalmente programada, e que estão especialmente interessados, constituírem uma minoria. Deveras, segundo mostram os relatórios, o seu número se torna menor cada ano, ao passo que a assistência total sempre aumenta. Sabemos também que as verdades que são discutidas nessa ocasião, as quais estamos subseqüentemente revisando, se acham entre as verdades insondáveis da palavra de Deus, o “alimento sólido”, e não apenas o leite da “doutrina elementar”. Em face disto, e desde que possa ter sido a primeira vez que alguém se reuniu com as testemunhas de Jeová, achamos que seja apropriado considerar algumas particularidades do propósito de Deus para a salvação da humanidade, de modo que, não apenas alguns, mas todos os que venham a assistir possam ser ajudados a entender melhor e a ter uma apreciação mais profunda daquilo que é dito e feito. — 1 Cor. 11:20, 24, ALA; Heb. 5:12; 6:1.
3. Em que sentido estamos todos com a mesma necessidade, e como tem sido ela provida?
3 O tema central nesta ocasião fundamenta-se na morte de Jesus, e esta pode constituir perfeitamente o ponto de partida de nossa discussão subseqüente. É exato que o ‘homem, Cristo Jesus, deu-se a si mesmo em resgate correspondente por todos’ depondo a sua vida humana perfeita, tornando-se assim o redentor e salvador da humanidade. Ele é o “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo”. Quanto a isto, nós, os filhos de Adão, estamos no mesmo nível e temos a mesma necessidade. Nunca, nos devemos esquecer disto e devemos ter sempre multa apreciação e gratidão para com Jeová, o Autor desta boníssima provisão, e para com o seu amado Filho, que tão voluntariamente efetuou-a. — 1 Tim. 2:5, 6; João 1:29.
4. São administrados os benefícios da redenção a todos semelhantemente, e está Jeová sob alguma obrigação referente a isto?
4 Entretanto, embora estejamos todos incluídos similarmente num só ato redentor, não significa que o propósito de Deus concernente aos benefícios do sacrifício da redenção seja administrá-la igualmente a todos. As Escrituras, falando-se de modo geral, mostram que a libertação dos homens do pecado e morte será efetuada no reino de Deus, os prometidos “novos céus e uma nova terra”, sob a administração de Cristo Jesus, o Rei. Mas as Escrituras também mostram que é do beneplácito de Deus que alguns, uma minoria, recebam a sua parte dos benefícios do sacrifício redentor de uma certa maneira e em um certo tempo, que os torna uma classe à parte. E diga-se de uma vez que isto não se dá por causa de qualquer virtude ou mérito inerente da parte deles, mas trata-se de uma expressão da assombrosa bondade imerecida de Jeová. Se ele resolve cuidar primeiramente de alguns e a salvá-los de um modo todo especial, isto é prerrogativa absolutamente sua. Segundo Paulo disse sobre este ponto, não podemos ‘replicar a Deus’. — Apo. 21:1-4; Rom. 9:20, VB.
5. Que texto indica uma diferença neste sentido?
5 O apóstolo João indicou claramente esta distinção, quando disse concernente a Jesus Cristo: “Ele é um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro.” (1 João 2:2) Para nos ajudar a obter melhor entendimento disto, voltemos ao passado e consideremos um drama desempenhado e registrado na Bíblia há mais de trinta e quatro séculos atrás, quando Jeová libertou o seu povo de Israel das mãos de Faraó.
A LIBERTAÇÃO DO EGITO
6, 7. Que eventos importantes destacam a libertação de Israel do Egito, conduzindo a que resultado, e prefigurando que cumprimento?
6 Esta libertação foi um dos acontecimentos estupendos na história do antigo povo de Deus, sem dúvida o maior em magnitude, e grandemente dramático. Afastando-nos da tela, a fim de termos uma visão compreensiva do grande quadro registrado em Êxodo, dos capítulos três até o quinze, deparamos com certas particularidades que se destacam em alto-relevo e que podem ser resumidas como segue: A resposta zombeteira de Faraó com respeito à ordem de Jeová por intermédio de Moisés, a saber: “Deixa ir o meu povo”, foi seguida de dez pragas, culminando na morte de todos os primogênitos do Egito e resultando em Israel sair às pressas do país no dia seguinte; daí, o desenrolar de suas táticas sob a direção de Jeová, fazendo as forças egípcias perseguir os israelitas, que eram conduzidos miraculosamente sobre “terra secca” através do Mar Vermelho, porque as “aguas foram divididas”; e, finalmente, sob a mão estendida de Moisés, as “aguas voltaram”, perecendo toda a força militar de Faraó. “Não ficou nem sequer um.” Grande libertação, figura de uma ainda maior que Jeová realizará para todos os que provarem ser suas “ovelhas”, quando, no Armagedon, por intermédio de Cristo Jesus, golpear todas as forças de Satanás, destruindo por completo o sistema satânico de coisas, o mundo inteiro de hoje, do qual o Egito foi típico em pequena escala. Todos os sobreviventes se unirão então num grandioso cântico de louvor a Jeová, assim como fizeram os israelitas sob a liderança de Moisés, quando Miriã repetia o coro: “Cantae a Jehovah, porque gloriosamente triumphou, precipitou no mar o cavallo e o seu cavalleiro.” — Êxo. 5:1; 12:29; 14:1-4, 21, 28; 15:1, 21, VB.
7 Aproximemo-nos agora mais perto do quadro e observemos o apenso, como se fosse um quadro à parte, formando, porém, parte do quadro completo. O apenso também é um quadro de libertação, mas todo especial.
A SALVAÇÃO DOS PRIMOGÊNITOS DE ISRAEL
8. (a) Como proteção contra a décima praga, que instruções tinha que observar Israel? (b) Como e por que isto tinha que ser observado?
8 Tendo Moisés avisado Faraó concernente a esta terrível praga final, a morte dos primogênitos tanto dos homens como dos animais em todo o Egito, Jeová lhe deu imediatamente instruções específicas para todo o Israel. Em resumo, estas instruções requeriam que em cada casa se tomasse uma ovelha no décimo dia daquele mês, que, daí em diante, seria o primeiro mês do ano deles, e a guardasse até o ‘décimo quarto dia’ do mês, quando devia ser morta e o sangue aspergido sobre as vergas e os umbrais das portas de todas as casas. “Naquella noite comerão a carne assada no fogo, e pães asmos; com hervas amargas o comerão.” A ordem que tiveram foi: “Comereis: tendo os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés e o vosso cajado nas mãos; comel-a-eis á pressa. É a Paschoa de Jehovah. . . . O sangue vos será por signal nas casas em que estiverdes: quando eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga para vos destruir, quando eu ferir a terra do Egypto.” Daí em diante, no mesmo dia de cada ano, os israelitas tinham de repetir a cerimônia “por memorial”, como festa a Jeová, através das gerações. E aos filhos que perguntassem o significado, deviam dizer: “É o sacrificio da Paschoa de Jehovah que passou as casas dos filhos de Israel no Egypto, quando feriu aos Egypcios e livrou as nossas casas.” — Êxo. 12:1-14, 27, VB.
9, 10. Como foi relacionada a libertação dos primogênitos de Israel com a da nação inteira?
9 Deste modo, esta salvação singular foi provida para os primogênitos de Israel. Eles só estiveram em perigo naquela noite. A vida deles estava em perigo, e o sangue da “vítima pascoal” foi o meio pelo qual foram poupados de morte súbita. Queira notar que esta libertação especial dos primogênitos precedeu à da inteira nação de Israel, na travessia do Mar Vermelho. — Êxo. 12:21.
10 E como nos ajuda isto a obter um entendimento mais claro daquilo que João escreveu concernente à morte de Jesus ser “um sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro”? — 1 João 2:2.
O CUMPRIMENTO DA REPRESENTAÇÃO
11. Qual é o tema da carta aos hebreus, e que referência faz ela aos primogênitos?
11 O entendimento correto destas coisas não foi deixado à nossa imaginação nem à “particular interpretação”. Ao escrever uma carta aos hebreus, o apóstolo Paulo disse claramente que tudo o que aconteceu a Israel sob o pacto da lei era “sombra das boas coisas vindouras” e foi dado como “ilustração”. Deveras, este é o ponto principal do argumento apresentado por Paulo na carta em questão, mostrando vez após vez que a Lei, juntamente com suas ordenanças e sacrifícios, prefiguraram ou tipificaram coisas muito mais gloriosas a vir. Em Hebreus 1:6 ele se refere a Jesus como sendo o “Primogênito” de Deus, o que ele é preeminentemente; mas, mais tarde, menciona uma companhia de pessoas que ocupam posição similar, descrevendo-as como a “congregação dos primogênitos que foram inscritos nos céus”. — 2 Ped. 1:20, VB; Heb. 10:1; 9:9; 12:23.
12. Quem são os primogênitos mencionados em Hebreus 12:23?
12 Quem são estes? São os cristãos que, coletivamente, compõem a “casa de Deus, que é a congregação do Deus vivo”. São “partícipes da vocação celestial”, sendo Cristo Jesus o “sumo sacerdote” deles. Como Filho íntegro de Deus, Jesus é designado cabeça sobre a casa construída por Deus, e, disse Paulo aos seus companheiros cristãos: “Somos a casa Dele.” — 1 Tim. 3:15; Heb. 3:1-6.
13. E a cristandade um guia seguro com respeito a ser membro da verdadeira igreja?
13 Em vista destes textos, nós vemos que de fato não é o caso de se agregar a uma ou a outra igreja da cristandade, sendo alistado como membro. Ninguém pode fazer-se membro da verdadeira igreja ou ser canonizado como santo por alguma organização religiosa. Não, é Deus, o “Juiz de todos”, que “tem colocado os membros no corpo, cada um deles, assim como lhe aprouve”. O próprio Jesus disse que os que haviam de receber o Reino e participar com ele no trono celestial seriam apenas um “pequeno rebanho”, uma minoria; isto por si só elimina os milhões que professam ser cristãos meramente na base de serem membros de uma igreja ou de freqüentá-la, inclusive o que pensa ser partícipe regular da ceia do Senhor, geralmente conhecida como Missa ou Santa Comunhão. — Heb. 12:23; 1 Cor. 12:18; Luc. 12:32.
14. Quem foi prefigurado pelos primogênitos de Israel, e qual é a base bíblica?
14 Há base bíblica para a verdadeira igreja, a “congregação dos primogênitos”, ser considerada como correspondendo aos primogênitos de Israel e sendo prefigurada por estes que foram salvos de modo especial naquela noite no Egito? Sim. Paulo, quando escreveu à “congregação de Deus que está em Corinto, . . . santificados em união com Cristo Jesus”, instou com eles que abandonassem certa influência corrutora, e baseando outra vez o seu argumento nas coisas prefiguradas pela Lei, disse ele: “Celebremos a festa [dos pães asmos], não com fermento velho, nem com fermento da injúria e da perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade.” Em que base ordena ele que os cristãos celebrem a festa dos pães asmos deste modo figurativo, não somente um dia, mas todos os dias do ano? Note a sua resposta: Pois “Cristo, nossa páscoa, tem sido sacrificado”. — 1 Cor. 1:2; 5:7, 8; Êxo. 13:6.
15. Que libertação especial tem sido preparada para a verdadeira igreja, tanto futura como presente?
15 Este sacrifício caríssimo “com sangue precioso, semelhante ao dum cordeiro imaculado e sem mancha, sim, o de Cristo”, deveras tem resultado numa libertação especial dupla para estes cristãos primogênitos. Não só lhes garante finalmente a “entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”, uma “herança incorrutível, sem mácula e imarcescível . . . reservada nos céus”, segundo expressou Pedro, mas também, em sentido real, embora pela fé, a liberdade atual que desfrutam. Paulo expressa isto do seguinte modo: “Ele [Deus] nos libertou da autoridade da escuridão e nos transplantou para o reino do Filho do seu amor, por meio de quem temos nosso livramento mediante resgate, o perdão dos nossos pecados.” Especialmente, desde 1919, os desta companhia têm sido libertos da “escuridão” e de “densas trevas”, assim como foi predito por Isaías; e, enquanto ainda estão na carne, têm desfrutado as maravilhosas bênçãos do serviço do Reino e a luz descrita pelo referido profeta. — 1 Ped. 1:4, 19; 2 Ped. 1:11; Col. 1:13, 14; Isa. 60:1-3.
16. (a) Como está aparentado o pequeno rebanho com Jesus no que concerne à semente de Abraão? (b) Como ajuda isto a relacionar a libertação especial ao quadro maior?
16 Assim, a Palavra de Deus aponta clara e especificamente a congregação escolhida, um “pequeno rebanho”, que tem prioridade na participação dos benefícios do sacrifício resgatador de Cristo, antes dos demais da humanidade. Como já mencionado, o próprio Jesus é preeminentemente o Filho primogênito de Deus, porém, tem outros intimamente associados com ele, sob a sua liderança, formando a “congregação dos primogênitos”. De modo semelhante, também, o próprio Cristo Jesus é a Semente prometida de Abraão; porém, pela bondade imerecida de Jeová, estes primogênitos, tendo sido “batizados em Cristo” e ‘pertencendo a Cristo’ também são “semente de Abraão”. É por meio desta semente que “todas as nações da terra se abençoarão certamente” no reino de Deus, depois da grande libertação do Egito moderno, no Armagedon. Assim podemos ver como o apenso do quadro da libertação especial da classe dos primogênitos precisa cumprir-se primeiro e precisa preceder ao quadro maior, cujo cumprimento certamente estimulará a um cântico triunfante de louvor a Jeová, “porque gloriosamente triumphou”. É por isso que, falando-se figurativamente, Ele foi ao Egito no primeiro caso, para fazer um “nome” para si mesmo. — Gál. 3:16, 27, 29; Gên. 22:18; Êxo. 15:21; 2 Sam. 7:23, VB.
17. Como se entende 1 João 2:2?
17 Assim, também, podemos apreciar por que foi que João, escrevendo aos primogênitos, disse que Jesus é primeiramente um “sacrifício propiciatório pelos nossos pecados, contudo não somente pelos nossos, mas ainda pelos do mundo inteiro”. — 1 João 2:2.
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Uma relação íntima e preciosaA Sentinela — 1962 | 15 de setembro
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Uma relação íntima e preciosa
1, 2. (a) Em que sentido se tornou Jesus intimamente relacionado aos seus “irmãos”? (b) Como está isto ligado com a ceia do Senhor?
UMA coisa sobressai mui claramente na consideração do cumprimento do quadro dos primogênitos de Israel, e esta é a relação íntima que Jeová originou entre Jesus e a congregação espiritual dos primogênitos, que têm parte com ele como semente de Abraão. Considerando outra vez a carta de Paulo aos hebreus, notamos que ele frisou isto em Hebreus 2:14-18, onde explica que, para “trazer muitos filhos à glória [celestial]”, foi apropriado que se “aperfeiçoasse o Agente Principal da salvação deles [Jesus Cristo] mediante sofrimentos”. E visto que estes muitos filhos são “participantes de sangue e carne, Ele [Jesus] participou também similarmente das mesmas coisas, para que, pela sua morte, pudesse destruir aquele que tem os meios de causar a morte, isto é, o Diabo . . . Pois ele de modo algum ajuda os anjos, mas ajuda a semente de Abraão. Por conseguinte, foi obrigado a se tornar semelhante a seus ‘irmãos’ em todos os respeitos, para que se tornasse sumo sacerdote misericordioso e fiel nas coisas que dizem respeito a Deus, de modo a oferecer sacrifício propiciatório pelos pecados do povo”.
2 Sim, estes filhos estão relacionados intimamente com Jesus, sendo parte da semente prometida, mas agora queremos dirigir a sua atenção para outra similaridade íntima mencionada, a saber, que tanto Jesus como estes “irmãos” dele são “participantes de sangue e carne”. Isto liga imediata e intimamente a ceia do Senhor com as verdades discutidas ali por Jesus, as quais prometemos revisar.
3. Como encarou Jesus a última páscoa com seus discípulos?
3 Como judeu fiel, Jesus tinha sempre observado a festa anual da páscoa no dia 14 de nisan; mas, sabendo muito bem que ele terminaria o seu ministério e completaria o seu curso sacrificial em tempo, como verdadeira “vítima pascoal”, ele aproximou-se desta última páscoa, juntamente com seus discípulos, como sendo uma ocasião que seria assinalada com grande significado. Até mesmo a escolha da casa onde devia ser realizada foi marcada por circunstâncias notáveis, um exemplo interessante de previsão pormenorizada, conforme Pedro e João comprovaram ser “como Jesus lhes dissera”. Então, “chegada a hora”, estando reclinado à mesa com seus discípulos, disse-lhes: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta páscoa, antes do meu sofrimento.” — Luc. 22:7-16, ALA.
4. Segundo Paulo registrou, o que foi que Jesus Instituiu no fim de sua última páscoa, e dando que pormenores?
4 No término da ceia pascoal, depois de observar todos os seus requisitos, Jesus iniciou algo inteiramente novo. Tomando o registro conforme apresentado por Paulo, transmitido a ele pela revelação direta “do Senhor”, nós lemos o que aconteceu, como o “Senhor Jesus, na noite em que ele estava para ser entregue, tomou um pão, e, havendo dado graças, o partiu e disse: ‘Isto significa meu corpo que é em vosso favor. Continuas a fazer isto em memória de mim.’ Também fez a mesma coisa com respeito ao cálices depois de ter tomado a refeição noturna, dizendo: ‘Este cálice significa o novo pacto em virtude de meu sangue. Continuai a fazer isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.’ — 1 Cor. 11:23-25.
5. (a) O que se destaca no discurso final de Jesus aos seus discípulos? (b) Contra o que se precisa vigiar referente à ceia do Senhor?
5 Considerando este registro, junto com textos bíblicos relacionados, inclusive o que Jesus disse aos seus discípulos naquela noite (registrado em João, capítulos 13 a 17), aparecem ali duas coisas principais que são destacadas, a saber, os benefícios recebidos e os benefícios compartilhados pelos que comem do pão e bebem do vinho condignamente. Os autorizados a participar certamente não quereriam ser culpáveis de comer e beber “indignamente”, conforme avisou o apóstolo, de modo que mencionaremos brevemente a seguir um ou dois pontos geralmente mal entendidos, que suscitam conceitos e práticas não-bíblicos, embora sejam mantidos e praticados com toda a sinceridade. — 1 Cor. 11:27.
6. Justifica-se uma observação freqüente da ceia do Senhor?
6 Em primeiro lugar, as palavras de Jesus: “Continuai a fazer isto, todas as vezes que o beberdes”, não justificam uma observação freqüente da ceia do Senhor. Quão freqüente era observada a páscoa? Só uma vez por ano, naturalmente, na data que foi iniciada, 14 de nisan, e os judeus não podiam e nem sonhavam em fazer doutro modo. Naquela data, dentro das vinte e quatro horas em que observou a páscoa, Jesus morreu em cumprimento do que tinha sido prefigurado ali e morreu “uma vez para sempre”. Paulo disse: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice continuareis proclamando a morte do Senhor.” Logicamente, portanto, esta celebração, que serve como memorial de sua morte, devia ser observada anualmente, na data em que foi iniciada, 14 de nisan, a qual, em 1962, caiu em 17 de abril, depois do pôr do sol. — 1 Cor. 11:25, 26; Heb. 9:26.
7. Como é que a doutrina da transubstanciação se prova biblicamente falsa?
7 Em segundo lugar, as palavras de Jesus: “Isto significa meu corpo . . . meu sangue [ou, segundo às vezes traduzido: Isto é o meu corpo . . . o meu sangue]”, não aprovam a doutrina da transubstanciação. O pão e o vinho não se transformaram literalmente na carne e sangue dele naquela ocasião, conforme ensina esta doutrina. Tampouco é repetido o milagre por um homem servindo como sacerdote em cada celebração da missa. O sacrifício de Cristo não precisa ser repetido de modo algum. Este é um dos argumentos mais fortes na carta aos hebreus, onde Paulo disse: “Nem é com o fim de [Cristo] se oferecer muitas vezes . . . Agora, porém, se manifestou uma vez para sempre, na consumação dos sistemas de coisas, para remover o pecado pelo sacrifício de si mesmo.” Neste único sacrifício “temos [os verdadeiros cristãos] sido santificados mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez para todo o sempre”. — 1 Cor. 11:24, 25; veja-se Hebreus 9:25-10:10.
8. Que modo de falar usava freqüentemente Jesus, e por que é isto importante?
8 Jesus falava de modo vívido, assim como sempre falou, quando disse: “Este significa [é] meu corpo . . . meu sangue.” Foi de maneira similar que ele falou em outra ocasião: “Eu sou a porta das ovelhas.” Mas quem crê, mesmo por um momento, que ele se tornara literalmente uma porta? — João 10:7, ALA.
9. Por que é errado e danoso considerar a ceia do Senhor como um sacramento?
9 Finalmente, Jesus não instituiu um sacramento, significando um rito religioso exterior que conferisse mérito aos que o observassem. É parte da natureza humana confiar em observâncias exteriores, pensando que com isto se mantenha uma posição favorável aos olhos de Deus. A nação de Israel cometeu este engano, e se vê a mesma coisa na cristandade hoje em dia. Jesus deu apenas duas coisas de natureza simbólica para os seus seguidores: o batismo e a ceia do Senhor, mas a observância delas faria mais mal do que bem se as realidades prefiguradas não tivessem realmente ocorrido e se não estiverem sendo cumpridas no coração, na mente e curso de ação.
10. Um estudo deste assunto conduz à apreciação de que coisas boas?
10 Mas vamos examinar agora os aspectos mais positivos e construtivos deste importante assunto, a fim de que possamos entender e apreciar melhor os grandes benefícios simbolizados pela ceia do Senhor e outorgados aos primogênitos espirituais. Não só prefigura o recebimento destes benefícios, mas também, com mais destaque, a maneira maravilhosa em que compartilham certos benefícios e privilégios, não só entre si mesmos, mas também com Cristo Jesus e, primariamente, com o próprio Jeová.
BENEFÍCIOS RECEBIDOS
11. Ao dizer: “Este significa meu corpo”, a que se referia Jesus?
11 Considere primeiramente as palavras de nosso Senhor, quando tomou o pão, dizendo: “Isto significa meu corpo que há de ser dado em vosso favor.” Ao considerarmos os textos bíblicos relacionados, torna-se evidente que Jesus se referia ao seu próprio corpo de carne. Quando veio a João para ser batizado, Jesus aplicou a si mesmo as palavras escritas sob inspiração muito tempo antes, em Salmo 40:6-8, como mostra a referência que Paulo fez a isto, quando disse: “Ao entrar no mundo, ele [Jesus] diz: “‘Não desejaste sacrifício nem oferta, mas preparaste para mim um corpo.” . . . Então eu disse: “Eis que venho . . . para fazer a tua vontade, ó Deus.” “‘Assim, ao seguir o seu curso sacrificial, “Cristo sofreu na carne”, culminando isto realmente numa provisão do preço do resgate, quando “levou nossos pecados em seu próprio corpo sobre a estaca”. — Luc. 22:19; Heb. 10:5-7; 1 Ped. 4:1; 2:24.
12. Que importância atribui a Bíblia ao sangue da criatura humana, e como se aplica isto no caso de Jesus?
12 Mas o “homem, Cristo Jesus, que se deu a si mesmo em resgate correspondente”, naturalmente não era apenas carne, assim como não o era o “primeiro homem, Adão, [que] tornou-se alma vivente”, do qual Jesus era uma correspondência perfeita. Uma alma humana vivente é uma criatura de carne e sangue. De fato, é o sangue e não a carne que a Bíblia usa para representar a vida ou a alma. “O sangue é a alma” e “é o sangue que faz expiação pela alma nele”. Portanto, “por meio dele [Jesus] temos o livramento por resgate pelo sangue daquele, sim, o perdão de nossos delitos, segundo as riquezas da sua benignidade imerecida”. Paulo menciona apropriadamente tanto o sangue como a carne quando descreve como Jesus deu a sua existência humana pelos seus discípulos, abrindo assim o meio de se obter vida no céu, o “caminho de entrada no lugar santo, pelo sangue de Jesus, que ele inaugurou para nós como um caminho novo e vivo através da cortina, isso é, sua carne”. — 1 Tim. 2:5, 6; 1 Cor. 15:45; Deu. 12:23; Lev. 17:11; Efé. 1:7; Heb. 10:19, 20.
13. Que espécie de emancipação desfrutam agora os seguidores de Cristo?
13 Como mencionado previamente, não só é a certeza da recompensa celestial para estes assegurada deste modo, mas também o fato de Jesus ter participado do sangue e da carne tem resultado na atual libertação da “autoridade das trevas”, pois ele morreu para que “emancipasse a todos aqueles que, com medo da morte, estavam sujeitos à escravidão durante toda a sua vida”. Que espécie de emancipação? Falando aos que trouxe à organização ou casa sobre a qual ele, o Filho, é o cabeça designado, Jesus disse: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. . . . O escravo não fica sempre na casa; o filho, sim, para sempre. Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Que excelentes benefícios são estes! — Col. 1:13; Heb. 2:15; 3:6; João 8:31-36, ALA.
14, 15. (a) Como se dá, na Bíblia, um significado simbólico ao beber? (b) O que é demonstrado pelas ações dos que são autorizados a comer do pão e a beber do cálice, e como comprovam isto as palavras de Jesus?
14 Ordinariamente nós comemos e bebemos para sustentar a vida. Mas esta ação simples recebe muitas vezes um significado simbólico na Bíblia, assim como quando Jesus falou com a mulher no poço, dizendo: “Se conheceras o dom de Deus e quem é o que te pede: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva . . . uma fonte a jorrar para a vida eterna.” (João 4:10, 14, ALA) Similarmente, os que são autorizados a comer do pão e a beber do cálice na ceia do Senhor estão demonstrando simbolicamente que reconhecem com gratidão os benefícios, os benefícios da vida, recebidos por Jesus sacrificar a sua própria carne e sangue em favor deles. Assim, pode-se dizer que, figurativamente, mediante a fé, eles comem a sua carne e bebem o seu sangue. Se não apreciarmos a verdadeira posição, isto pode parecer o cúmulo e até mesmo questionável. Lembre-se, entretanto, que o próprio Jesus se expressou assim, fazendo com que os judeus murmurassem a seu respeito. Até mesmo muitos dos seus discípulos ficaram chocados e deixaram de segui-lo; embora Pedro, falando pelos doze, dissesse: “Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus.” As palavras que Jesus usou, causando forte reação, foram as seguintes: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne. . . . Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. Quem comer a minha carne e beber o meu sangue, permanece em mim e eu nele.” — João 6:51, 53-56, 68, 69, ALA.
15 As últimas palavras de Jesus mencionadas acima nos fazem lembrar de outro aspecto do assunto em que nós estamos interessados, a saber, a participação na relação íntima e preciosa com ele.
A PARTICIPAÇÃO DOS BENFÍCIOS NO NOVO PACTO
16. O que foi indicado pelo arranjo de coisas na ceia do Senhor, e pelo modo que Jesus falou com seu Pai em oração?
16 A própria disposição das coisas onde Jesus proferiu as suas palavras, quando convidou os seus onze fiéis discípulos a comer do pão e a beber do cálice, todos reclinados à mesma mesa, indicava uma relação íntima e amigável. Para ilustrar, se quisesse pedir um favor especial a um homem de influência e ele dissesse: ‘Venha falar comigo no meu escritório’, bem, esperaria que o assunto fosse discutido em base de negócios. Mas se ele dissesse: ‘Passe lá em casa, almoce comigo e então discutiremos o caso’, ora, sentiria imediatamente que metade da batalha já estava ganha. Algumas das verdades mais ricas e profundas foram ditas por Jesus, quando estava com seus discípulos naquela última noite, e na oração final a seu Pai celestial, registrada por João, no capítulo 17. A referida oração e até mesmo a sua introdução mostram a relação intima que o próprio Jesus desfrutava com seu Pai. Ele tinha estado a falar com os seus discípulos, e, vendo-os lhes falava; daí, só precisou ‘levantar os olhos para o céu’ e continuar falando, mas desta vez com seu Pai. Foi desta maneira muito simples. — João 17:1.
17. (a) Donde aprendemos acerca de um novo pacto, e que contraste se demonstra ali? (b) Quais são os termos do novo pacto?
17 Quando Jesus tomou o cálice de vinho para passar aos seus discípulos, ele disse: “Este cálice significa o novo pacto em virtude de meu sangue, que será derramado em vosso favor.” (Luc. 22:20) Esta referência ao novo pacto é muito importante, tanto com respeito aos benefícios recebidos como aos partilhados. Voltando-nos outra vez à carta aos hebreus, encontramos algo que nos ajuda a identificar este novo pacto e a apreciar o seu significado. Um novo pacto envolve um contraste com um anterior, antigo pacto, e, geralmente, a necessidade de algo novo envolve a rejeição do velho. Sobre isto Paulo disse: “Ao dizer ‘novo pacto’, ele tornou obsoleto o primeiro. Ora, o que é feito obsoleto e envelhece está prestes a desvanecer.” O antigo era o velho pacto da lei feito com o Israel natural, tendo Moisés como mediador. Mas Jeová achou o seu povo ‘repreensível’ sob o antigo pacto, assim, já nos dias de Jeremias lemos acerca de um prometido novo pacto, nas seguintes palavras: “‘Pois este é o pacto que celebrarei com a casa de Israel depois daqueles dias’, é o proferimento de Jeová. ‘Porei a minha lei no meio deles, e a escreverei no coração deles. . . . perdoarei o seu erro, e não me lembrarei mais do seu pecado.’” — Heb. 8:8, 13; Jer. 31:33, 34.
18. Que duas coisas foram validadas pelo sangue derramado de Jesus, com referência ao novo pacto?
18 Para que um pacto fosse válido, e também para que a iniqüidade fosse perdoada, tanto uma coisa como a outra requeria derramamento de sangue. “Pois um pacto é válido sobre vítimas mortas, . . . e, a menos que se derrame sangue, não há perdão.” Jesus, o mediador do novo pacto, validou-o pelo seu sangue derramado, o qual provê também a base legal para perdão dos pecados, até mesmo para ‘purificar as nossas consciências’, ao passo que o velho pacto da lei, baseado em sacrifícios de animais, fez provisão apenas de um modo externo e típico, “ao ponto de purificar a carne”. — Heb. 9:13, 14, 17, 22.
19. Com quem é feito o novo pacto?
19 Com quem é feito o novo pacto? Com os cristãos que constituem a verdadeira igreja, o “pequeno rebanho”, que participa com Cristo no trono celestial do seu reino, começando com os que participaram na primeira ceia instituída por Jesus. Ele sabia que outros seriam trazidos à mesma relação, conforme indicado na sua oração: “Faço solicitação, não a respeito destes somente, mas também a respeito daqueles que depositam fé em mim através da palavra deles.” (João 17:20) Estes constituem o Israel espiritual, em contraste com a nação do Israel natural sob o pacto da lei, inaugurado no Monte Sinai. Naturalmente, o trato com o Israel espiritual é um quadro diferente, comparado com o previamente discutido, quando Deus tratava de modo especial com os primogênitos judaicos, antes da sua libertação do Egito. O pacto da lei foi feito mediante Moisés com toda a nação, não apenas com os primogênitos.
20. O que se precisa ter em mente com respeito às muitas ilustrações da Bíblia?
20 De passagem, fazemos a observação de que a Bíblia está cheia de quadros e de ilustrações, dados como “exemplos” para o nosso atual benefício. Cada quadro tem o seu próprio significado, e, geralmente, não devemos tentar colocar um quadro no outro, do mesmo modo como não fazer com as diversas ilustrações que aparecem nas Escrituras Gregas Cristãs, tentando enquadrar “ovelhas” em “soldados” ou em “pedras vivas”. — 1 Cor. 14:11; João 10:14; 2 Tim. 2:3; 1 Ped. 2:5.
21. Que normas regiam o oferecimento do sacrifício da comunidade, e o que foi representado por isto?
21 Considerando os sacrifícios oferecidos na inauguração do pacto antigo da lei, notamos que incluíam os “sacrifícios de comunhão”. Brevemente, o sangue destes sacrifícios era aspergido sobre o altar de Jeová, também chamado de “mesa”, e a gordura, era queimada ali como a parte que Jeová tinha do sacrifício. O sacerdote oficiante tinha o peito e a coxa direita como sua porção, e os israelitas que ofereciam o sacrifício comiam as partes restantes durante a permanência na tenda da reunião. Na cerimônia da inauguração no Monte Sinai, observou-se esta particularidade por “setenta homens maduros, de Israel”, que representavam o povo. Esta ocasião os israelitas desfrutavam comunhão especial com Jeová à sua “mesa”. Eram proibidos ao mesmo tempo de oferecer sacrifícios na mesa dos demônios como faziam as nações ao redor, que praticavam a adoração falsa. — Lev. 7:11-37; 17:5-7; Êxo. 24:9-11; Eze. 44:16.
22. Em que sentido ligou Paulo estes sacrifícios com a ceia do Senhor?
22 Paulo tinha estas coisas em mente como exemplos para nosso benefício, quando, ligando-o com a ceia do Senhor, ele escreveu aos israelitas espirituais, em Corinto: “O cálice de bênção que abençoamos, não é a participação no cálice do Cristo? O pão que partimos, não é a participação no corpo do Cristo? Porque há um só pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque todos participamos desse um só pão. Vede o que é Israel no sentido carnal: Os que comem os sacrifícios, não são porventura participantes do altar? Não podeis beber do cálice de Jeová e do cálice dos demônios; não podeis participar da ‘mesa de Jeová’ e da mesa dos demônios.” — 1 Cor. 10:16-18, 21.
23. Que companheirismo especial é ali indicado pelos participantes: (a) de uns para com os outros, (b) com Cristo Jesus e (c) com Jeová?
23 Resumindo a posição, vemos que a ceia do Senhor deve ser considerada, como uma refeição sacrificial, e o sacrifício de Cristo assemelha-se com o sacrifício de comunhão descrito acima. Os cristãos, no novo pacto, mostram, mediante o tomar do cálice e o comer do pão, que participam e desfrutam comunhão íntima e companheirismo precioso: (1) Uns com os outros no ministério do novo pacto como uma congregação de israelitas espirituais, formando “um só corpo” sob o Cabeça, Jesus Cristo; também (2) com Cristo Jesus, participando dos benefícios do perdão dos pecados, mediante o sacrifício de seu sangue e carne; também, ‘participando nos seus sofrimentos’, ‘submetendo-se à sua espécie de morte’, com a esperança de serem “participantes da natureza divina” na “primeira ressurreição”; e, o mais importante de tudo, (3) sendo participantes com Jeová Deus como Autor do arranjo completo. — 2 Cor. 3:6; Fil. 3:10; 2 Ped. 1:4; Apo. 20: 6.
24. Em que base é a união com Jeová de importância primordial, e como Jesus frisou isto na sua oração?
24 Sobre este último ponto, tenha em mente que foi Jeová quem tornou possível Jesus oferecer o sacrifício, por isso Paulo falou apropriadamente do “cálice de Jeová” e da “mesa de Jeová”. Foi a Jeová que Jesus ofereceu o mérito do seu sacrifício, para ser usado segundo a vontade divina, para beneficiar primeiramente o Israel espiritual. É o novo pacto de Jeová. Jesus frisou bastante esta relação íntima e preciosa com o Pai celestial na sua oração pelos seus discípulos naquela última noite que estava com eles, orando para que “sejam um, assim como tu, Pai, estás em união comigo e eu em união contigo, que também eles estejam em união conosco; . . . de modo que sejam aperfeiçoados em um, para que o mundo tenha o conhecimento de que me enviaste e que os amaste assim como me amaste.” — João 17:20-26.
25. Onde e como descreve Paulo o ministério do novo pacto, e como Pedro confirma isto?
25 No sumário apresentado acima, há um ou dois pontos que não foram discutidos ainda, e sobre estes desejamos tecer alguns comentários. Primeiramente com relação ao ministério do novo pacto, Paulo o amplia em 2 Cor. 3:4-4:6, mostrando que a sua glória excede em muito o pacto da lei. Ele disse que “nós [cristãos], . . . refletimos como espelhos a glória de Jeová”, primeiro porque “ele tem brilhado em nossos corações para iluminá-los com o glorioso conhecimento de Deus pela face de Cristo”, e daí, pregando as boas novas, refletindo esta luz e “tornando manifesta a verdade” a outros. Deveras, as “outras ovelhas” do Senhor, por estarem intimamente associadas com o restante do pequeno rebanho ainda na terra, participam neste mesmo ministério, mas a responsabilidade principal descansa sobre os do novo pacto, o Israel espiritual, descrito por Pedro como ‘uma nação santa, um povo para possessão especial, para que declareis em toda a parte as excelências’ daquele que vos chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz”. — João 10:16; 1 Ped. 2:9.
26. (a) Como é que foi aplicado o mérito do resgate em sentido especial ao Israel espiritual? (b) Que distinção é demonstrada assim com referência às “outras ovelhas”?
26 De novo, é importante relembrar-se que o mérito do sacrifício de Cristo, aplicado em favor dos que se tornam israelitas espirituais, resultando na justificação deles ou em serem declarados justos por Deus enquanto ainda na carne, é para um propósito especial. É da vontade divina que estes sejam sacrificados com Cristo, o que não podia acontecer aceitavelmente a menos que fossem justificados primeiro. São, então, gerados por Deus como seus filhos espirituais para uma nova esperança de vida celestial. Isto é feito mediante a operação do espírito de Deus, o qual também os unge ou os reconhece legalmente como membros do corpo ou da congregação da qual Cristo é o Cabeça. Nisto, também, nós vemos uma distinção clara das “outras ovelhas”. Elas podem sofrer e até depor a vida por tomar o lado do reino de Deus, mas não sacrificam a esperança de vida num paraíso restaurado na terra. O espírito de Deus opera a favor delas, as sustém e as equipa na participação do serviço do Reino e na conduta correta, mas não infunde nelas a esperança de uma ressurreição celestial. — Rom. 5:1, 2; 8:15-17; Col. 1:18.
27. (a) Por que devem todos os semelhantes a ovelhas assistir à ceia do Senhor? (b) Que verdades vitais são frisadas ali para o benefício de todos?
27 Tendo recapitulado brevemente os maravilhosos benefícios recebidos e os participados pelos do novo pacto, e também a relação íntima e preciosa na qual entram, podemos apreciar mais plenamente o privilégio deles, além da grande responsabilidade. As “outras ovelhas” também devem aprender estas verdades importantes, visto que constituem uma parte vital do propósito de Deus, mesmo que não possam penetrar nelas, no sentido de não as experimentar em si mesmas. Deveras, então, esta reunião anual da ceia do Senhor é incomum. Todos os genuinamente interessados são bem-vindos e devem se esforçar para assistir. Esta reunião é uma expressão da verdadeira adoração, pois pode-se dizer que todos os presentes, de maneira simbólica, são participantes da “mesa de Jeová”, embora só os que participam dos emblemas do pão sem fermento e do vinho sejam os que têm testemunho do espírito de Deus de que são seus filhos espirituais, ‘herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo’. Mas, por ouvir o que é dito nesta ocasião todos compreenderão de novo a importância de servir a Jeová, nos interesses do seu reino, no espírito de uma adoração exclusiva e indivisa, a importância de se manter limpo de qualquer proceder que os identificaria como servindo na “mesa dos demônios” e a importância de se manterem intimamente unidos com a sociedade do Novo Mundo das testemunhas dedicadas de Jeová, pois este é o tempo em que Jeová ajunta todas as suas ovelhas “em união . . . como rebanho no redil”. — Miq. 2:12; João 10:16.
28. Que cumprimento teve o Salmo 116 em Jesus, e como se aplica isto a todos no novo pacto?
28 Entretanto, os que percebem a esperança celestial neles e que têm o testemunho do espírito como foi mencionado, devem participar dos emblemas, mas tendo o cuidado de fazer condignamente, “depois de escrutínio”. Estes filhos espirituais devem ter bem em mente tudo o que está envolvido, a fim de manterem sua preciosa e íntima união uns com os outros, com seu Senhor e Cabeça e, acima de tudo, com Jeová. Apreciando tudo o que receberam das suas mãos, a sua oração deve ser a mesma que Jesus orou, conforme registrado num salmo profético: “Que darei ao SENHOR [Jeová] por todos os seus benefícios para comigo?’ A firme determinação deles deve ser a mesma que a dele, segundo expresso no mesmo salmo: “Oferecer-te-ei sacrifícios de ações de graça, e invocarei o nome do SENHOR [Jeová]. Cumprirei os meus votos ao SENHOR [Jeová].” Cumprindo fielmente o seu curso sacrificial, ‘provando-se fiéis até à morte’, são sustentados pela gloriosa promessa de Jesus: “Dar-te-ei a coroa da vida.” Que conforto e que poderosa asseguração deve isto ter dado a Jesus na sua hora de necessidade, semelhantemente, para os que seguem o mesmo curso sacrificial, a leitura do que Jeová fez que se registrasse há muito, para o benefício deles: “Preciosa é aos olhos do SENHOR [Jeová] a morte dos seus santos”! — 1 Cor. 11:28; Apo. 2:10; Sal. 116:12-19, ALA.
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A libertação dos cativosA Sentinela — 1962 | 15 de setembro
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A libertação dos cativos
ESTA experiência interessante passou-se na Venezuela: “Trabalhando certo dia de manhã com as revistas, eu e uma jovem pioneira fomos juntos à última porta dum edifício. Terminei a apresentação e a senhora disse que gostaria de ler as revistas, mas primeiro nos convidou a entrar, porque tinha algumas perguntas importantíssimas a fazer. Ela disse-nos que tinha sido abençoada com um poder especial para comunicar-se com os mortos e predizer muitas coisas na vida de sua família e de amigos, até sendo ouvidas as “vozes” dos parentes mortos por meio dela. Havia, porém, algumas dúvidas na sua mente sobre as vozes, porque às vezes parecia que duas ou três tentavam falar ao mesmo tempo e contradiziam umas às outras. Às vezes pediam cigarros e rum, os quais eram sempre consumidos. Seu marido e seu filho estavam muito nervosos e seu matrimônio feliz estava sendo destruído. Seu marido não gostava das sessões, e, enquanto ele estava presente, ela não tinha o poder de comunicação. Isto fez com que os espíritos ficassem com raiva e lhe dissessem que o divorciasse. Especialmente por isso ela queria saber por meio de que poder ela fazia essas coisas.
“Silenciosamente pedi a ajuda de Jeová e o Seu espírito para guiar-nos enquanto abríamos a sua Palavra para achar a informação que abrisse aqueles olhos cegos para que enxergassem a verdade concernente ao espiritismo. Não hesitamos em dizer-lhe franca e claramente a verdade sobre a origem de seu poder e como era condenado na Bíblia. Ela maravilhava-se de cada texto bíblico. Na segunda visita, deixamos com ela o folheto Que Dizem as Escrituras Acerca da “Sobrevivência Após a Morte”?, e na terceira visita ela estava bem impressionada com o que tinha aprendido, e arranjou-se um estudo. Depois de poucas semanas ela tinha mudado tanto, que não tinha mais contato com os demônios. Diziam à sua irmã que ela estava ‘perdida’. Gradualmente, a liberdade que ela obteve, trouxe bênçãos à família inteira. Seu irmão, que praticava a mesma crença, já se batizou. Ela e a sua mãe se batizarão logo. Seu filhinho recebe um estudo dum menino da mesma idade e na sua inocência perguntou quando seu pai ia estudar a Bíblia. Para surpresa deles, ele concordou que devia e agora estuda duas vezes por semana. A verdade tem trazido felicidade e harmonia a esta família.” — Anuário das Testemunhas de Jeová para 1962, publicado em inglês.
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