-
MenaémAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
relutava em abrir-lhe a porta. (LXX; Vg; Sy) O povo foi submetido a um tratamento duro: “Estripou todas as mulheres grávidas.” — 2 Reis 15:10, 13-17.
Menaém fez o que era mau aos olhos de Jeová. Promoveu a adoração do bezerro, deixando de afastar-se dos pecados de Jeroboão, o primeiro rei do reino das dez tribos. Durante seu reinado, o Rei Pul (Tiglate-Pileser III) invadiu Israel, e Menaém se viu obrigado a pagar a tal monarca assírio “mil talentos de prata”. Adquiriu esta soma por impor um tributo de cinqüenta siclos de prata a cada um dos homens “valentes, poderosos”, de Israel. Visto que um talento de prata equivalia a cerca de 3.000 siclos, a prata foi obtida de cerca de 60.000 pessoas. Menaém entregou a prata ao rei assírio, “para que as suas mãos se mostrassem com ele para fortalecer o reino na sua própria mão”. Ao receber esta soma, Pul se retirou do país. — 2 Reis 15:19, 20.
Menaém é citado nominalmente numa inscrição de Tiglate-Pileser III como “Menaém, o Samaritano” (Minehimmu Samarina), sendo alistado ali, junto com o rei sírio, Rezim (Rasunnu) e o Rei Hirão (Hirumu) de Tiro (diferente do Hirão dos dias de Davi), como um governante do qual aquele monarca assírio afirma ter recebido tributo. Menaém morreu por volta de 780 AEC, e seu filho, Pecaías, o sucedeu no trono de Israel. — 2 Reis 15:22.
-
-
Mendigo, MendigarAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
MENDIGO, MENDIGAR
Pedir esmolas, ou mendigar, é aparentemente algo de origem bem antiga nas terras do Oriente. Isto torna ainda mais notável o fato de que, nas Escrituras Hebraicas, não existe nenhum indício de mendicância, em qualquer grau, ou que isto constituísse um problema específico na nação de Israel, desde o tempo de sua formação até que foi para o exílio em Babilônia. Quando saíam do Egito e de sua escravidão naquela terra, os israelitas foram “pedir [uma forma do verbo hebraico sha’ál] dos egípcios objetos de prata, e objetos de ouro, e capas. . . . e despojaram os egípcios”. (Êxo. 12:35, 36) Isto, contudo, estava de acordo com a ordem e a profecia de Deus, e era, evidentemente, encarado como justa compensação pelos seus longos anos de trabalho escravo, e pelas injustiças sofridas por eles às mãos dos egípcios. (Êxo. 3:21, 22; compare com Deuteronômio 15:12-15.) Não constituía nenhum precedente para a prática da mendicância.
Parece que, durante o período decorrido desde o tempo da volta dos judeus do exílio (537 AEC) até o tempo do aparecimento de Jesus na cena terrestre, desenvolvera-se entre os judeus o conceito de que dar “esmolas”, ou dádivas de caridade, tinha algum mérito em si para a salvação. A declaração contida no livro apócrifo de Eclesiástico (3:30) (que se crê ter sido escrito por volta do século II AEC) evidencia isto, dizendo que “a esmola expia os pecados”. (Vozes) Tal conceito serviu, sem dúvida, para incentivar a mendicidade. (Compare com as dádivas muito alardeadas, que foram denunciadas por Jesus em Mateus 6:2).
O domínio, por parte das potências estrangeiras, trouxe opressão ao povo judeu e, sem dúvida, causou considerável transtorno para a aplicação da Lei mosaica relativa aos direitos fundiários, hereditários, e outros regulamentos similares. Isto, junto com as filosofias da religião falsa, que deixavam de inculcar genuíno amor ao próximo, fundado em princípios (Mat. 23:23; Luc. 10:29-31), também compartilhava provavelmente da responsabilidade pelo aumento da mendicância na Palestina. Assim, encontramos várias referências, nas Escrituras Gregas Cristãs, à existência de mendigos naquela terra.
Os cegos, os coxos e os adoentados figuram entre os mendigos descritos no tempo de Jesus e dos apóstolos. A oftalmia (doença dos olhos ainda comum no Oriente Médio) talvez provocasse parte da cegueira entre tais homens. (Mar. 10:46-49; Luc. 16:20, 22; 18:35-43; João 9:1-8; Atos 3:2-10) Assim como os mendigos hodiernos, eles não raro se colocavam ao longo das vias públicas ou próximos dos locais freqüentados por multidões, como no templo. Apesar do destaque dado às esmolas, os mendigos eram encarados com desprezo, de modo que o mordomo da parábola de Jesus disse: “Tenho vergonha de mendigar [do gr., epaitéo, forma intensificada do verbo aitéo, que significa ‘pedir’].” — Luc. 16:3
A palavra grega ptokhós, usada por Lucas (16:20, 22) ao registrar a referência de Jesus a Lázaro como mendigo, descreve alguém que se agacha e se curva servilmente, e não se refere simplesmente aos pobres, mas sim aos paupérrimos, aos indigentes, aos mendigos. É digno de nota que este mesmo termo seja usado em Mateus 5:3 com respeito aos “cônscios de sua necessidade espiritual [os que são mendigos de espírito, nota da NM, ed. 1950, em inglês; “pobres de espírito”, Al], e, a respeito do uso de ptokhós neste texto, a obra Word Studies in the New Testament (Estudos das Palavras no Novo Testamento), de Vincent, comenta: “ . . . é muito vívida e apropriada aqui, indicando assim a completa carência espiritual, a consciência da qual precede a entrada no reino de Deus, e que não pode ser aliviada pelos próprios esforços da pessoa, mas apenas pela livre misericórdia de Deus.”
Este mesmo termo é também empregado por Paulo em Gálatas 4:9 ao expressar sua preocupação com aqueles que ‘retornavam novamente às coisas elementares, fracas e mesquinhas [ptokhá] anteriormente praticadas. Tais coisas eram “mesquinhas” (“pobres”, MH; Ne; “miseráveis”, CT; LR) em comparação com as riquezas espirituais que se podia obter por meio de Cristo Jesus.
Embora Jesus e seus apóstolos mostrassem bondade para com os mendigos, não incentivaram a mendicidade; embora aceitassem com gratidão a hospitalidade, não mendigaram. Jesus disse aos que o seguiam simplesmente para obterem pão que a preocupação deles devia ser, não com o “alimento que perece, mas pelo alimento que permanece para a vida eterna”. (João 6:26, 27) Pedro disse a um mendigo coxo no templo: “Não possuo prata nem ouro, mas o que tenho é o que te dou”, utilizando seus dons espirituais para curar tal homem. (Atos 3:6) Embora os apóstolos às vezes sofressem fome, carecessem de roupa e de abrigo, eles labutavam, ‘trabalhando com suas próprias mãos, noite e dia, de modo a não serem um fardo para outros’. (1 Cor. 4:11, 12; 1 Tes. 2:9) A norma entre os cristãos era: “Se alguém não quiser trabalhar, tampouco coma.” — 2 Tes. 3:10-12.
-
-
MeneAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
MENE
A palavra inicial duma mensagem críptica que foi miraculosamente inscrita na parede de reboco do salão de banquetes do Rei Belsazar em Babilônia, na noite de 5-6 de outubro de 539 AEC (calendário gregoriano), pouco antes de a cidade cair diante dos medos e dos persas. Segundo Daniel, que foi capacitado por Jeová para ler a inscrição e fornecer sua interpretação, a escrita rezava: “MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM.” (Dan. 5:25) A inscrição evidentemente consistia apenas em consoantes, e era preciso suprir-lhe uma vocalização inteligente e apropriada, bem como uma interpretação correta. As próprias palavras significam literalmente: “Uma mina, uma mina, um siclo e meios-siclos.”
Ao suprir a interpretação exata, Daniel primeiramente disse: “Esta é a interpretação da palavra: MENE: Deus contou os dias do teu reino e acabou com ele.” (Dan. 5:26) Até mesmo esta parte da mensagem devia bastar para tornar claras as coisas para o Rei Belsazar. Jeová havia destronado o poderoso Nabucodonosor, que era mais poderoso do que Belsazar. Assim, Ele devia poder reduzir o número de dias da realeza de Belsazar, e os de seu co-regente e pai, Nabonido. Jeová podia pôr fim a essa dinastia. A palavra “MENE” apareceu duas vezes na inscrição, talvez porque a mensagem se aplicava a ambos os governantes do reino de Babilônia naquela época, Nabonido e Belsazar. No entanto, Daniel, ao fornecer a interpretação, empregou “MENE” apenas uma vez, possivelmente porque só Belsazar se achava presente nesta ocasião.
-
-
MênfisAjuda ao Entendimento da Bíblia
-
-
MÊNFIS
Uma das capitais do antigo Egito, identificada com as ruínas próximas de Mit Raína, c. 23 km ao S do Cairo, do lado O do rio Nilo. Mênfis era, por muito tempo, a cidade mais importante do “Baixo Egito” (isto é, a região do delta e uma pequena seção ao S deste).
Em Oséias 9:6, a cidade é chamada de Moph no texto hebraico (sendo traduzida “Mênfis” na maioria das versões em português). Em outras partes, é mencionada pelo hebraico Noph (Nofe). (Isa. 19:13; Jer. 2:16; 44:1; 46:14, 19; Eze. 30:13, 16) Este nome hebraico, segundo se crê, provém do egípcio Mn-nfr (as vogais não sendo escritas), o nome aplicado à pirâmide de Pepi I (da chamada “Sexta Dinastia”), situada perto de Mênfis. O hebraico Noph talvez provenha da parte final deste nome (nfr). Em egípcio posterior, Mn-nfr tornou-se Menfi ou Membi, que em grego se tornou Mênfis.
A cidade era um grande centro comercial no decorrer de toda a sua história, só declinando depois da conquista grega, quando Alexandria, na costa N, tornou-se o mais movimentado porto do país. Segundo alguns historiadores, Mênfis granjeou alta reputação pela sua indústria de vidros, Roma sendo um dos principais importadores de suas mercadorias. Nessa área também eram cultivadas acácias, para se ter a madeira necessária à fabricação de móveis, de navios para a armada, e das armas militares do Egito.
Politicamente, também, Mênfis gozava de grande destaque, especialmente durante o período que os egiptólogos chamam de “Antigo Reino”, chegando até o “Médio Reino”. A maioria dos historiadores crê que a sede do governo das dinastias iniciais era Mênfis, embora talvez se mudasse por algum tempo para Tebas (a bíblica Nô-Amom, c. 483 km mais para o S). Parece provável que a capital ainda se achasse em Mênfis quando Abraão visitou o Egito, e teve sua experiência com o Faraó que então regia. (Gên. 12:1-20) A Encyclopcedia Britannica (Ed. 1959, Vol. 15, p. 235) declara que “Mênfis permaneceu sendo o centro do governo e a maior cidade do Egito até o Novo Império (da XVIII à XX Dinastias), quando a adoração de Amen substituiu a de Ptah, e Tebas assumiu a liderança”. Outros sustentam que mesmo durante esse período, Mênfis “compartilhava a supremacia com Tebas”. — The International Standard Bible Encyclopoedia (Enciclopédia Bíblica Padrão Internacional), Vol. III, p. 2031.
De qualquer modo, a evidência bíblica parece indicar que, durante a permanência dos israelitas no Egito, a capital egípcia se achava no Baixo (Setentrional) Egito, tendo-se um acesso razoavelmente fácil a ela da terra de Gósen, onde os israelitas moravam. (Gên. 47:1, 2) O encontro de Moisés com Faraó ‘junto ao rio Nilo’ pareceria favorecer a localização da capital em Mênfis, ao invés de mais abaixo na região do delta (como alguns sugerem), pois o Nilo se dividia em vários canais ao atingir o delta. — Êxo. 7:15.
-