‘Empenhe-se para alcançar o alvo’

“Esquecendo-me das coisas atrás e esticando-me para alcançar as coisas na frente, empenho-me para alcançar o alvo.” — FILIPENSES 3:13, 14.

1, 2. (a) Como foi que Saulo de Tarso recebeu uma tarefa no ministério, e qual foi ela? (b) Qual foi sua reação diante de tal tarefa?

QUANDO Saulo de Tarso estava em caminho para Damasco, resolvido a perseguir os cristãos, brilhou em volta dele uma luz do céu, e ele ouviu uma voz dizer: “‘Saulo, Saulo, por que me persegues?’ Ele disse: ‘Quem és, Senhor?’ Ele disse: ‘Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Não obstante, levanta-te e entra na cidade e ser-te-á dito o que tens de fazer.’” — Atos 9:3-6.

² Por que submeteu Jesus a Saulo de Tarso a tal experiência? Jesus explicou isso ao discípulo Ananias: “Este homem [Saulo] é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome às nações, bem como a reis e aos filhos de Israel.” Ananias obedientemente foi, impôs as mãos em Saulo e disse: “O Jesus que te apareceu na estrada pela qual vieste, enviou-me a fim de que recuperasses a vista e ficasses cheio de espírito santo.” (Atos 9:15, 17) Assim que ele recuperou a vista, foi batizado, iniciando em Damasco sua associação com a congregação cristã. Então, como ministro cristão batizado, ele logo se atarefou em pregar zelosamente as boas novas a respeito de Jesus o Filho de Deus, entre os judeus. — Atos 9:20-22.

3, 4. (a) Como avaliava Paulo o seu ministério? (b) Em que diferia a atitude de Paulo daquela mostrada pela congregação em Éfeso?

³ Este ministro zeloso é melhor conhecido como o apóstolo Paulo. Sempre falava elogiosamente sobre o seu ministério e sobre a benignidade imerecida que se teve com ele. “Sou grato a Cristo Jesus, nosso Senhor, que me conferiu poder, porque ele me considerou fiel por designar-me para um ministério, embora eu fosse anteriormente blasfemador, e perseguidor, e homem insolente. Não obstante, foi-me concedida misericórdia, porque eu era ignorante e agi com falta de fé.” (1 Timóteo 1:12-14) Sim, ele estimava muito o ministério. — Romanos 11:13; 2 Coríntios 4:7.

⁴ Tais expressões por parte de Paulo ilustram como avaliava o ministério durante a sua carreira. Não caiu na condição que em certa época existia na congregação de Éfeso, à qual Jesus disse: “Tenho contra ti que tens abandonado o amor que tinhas no princípio.” (Revelação 2:4) Antes, Paulo mantinha seu alvo à vista, e retinha o mesmo zelo e entusiasmo pelo ministério que tinha nos dias iniciais em Damasco.

5. Depois de termos servido a Jeová já por vários anos, como podemos animar outros?

⁵ Depois de ter sido fiel ministro cristão durante décadas, Paulo usou seus próprios antecedentes e experiências para animar co-ministros seus na congregação filipense, para que não desistissem. Não verificou que usualmente é muito interessante ouvir como alguém aprendeu a verdade e se tornou ministro? Em harmonia com isso, incentiva você outros à base de sua própria história e seus anos de serviço fiel como dedicado ministro cristão?

6. Quais eram os antecedentes de Paulo como judeu?

⁶ Paulo, na sua carta aos filipenses, podia citar a sua vida como judeu praticante. Ele disse: “Se qualquer outro homem acha que tem base para ter confiança na carne, eu ainda mais; circuncidado no oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu nascido de hebreus, com respeito à lei, fariseu; com respeito ao zelo, perseguindo a congregação; com respeito à justiça que é por meio de lei, um que se mostrou inculpe.” — Filipenses 3:4-6.

7. Por que é que Paulo deixou para trás essas coisas, e o que ganhou com isso?

⁷ Com tais antecedentes, Paulo podia ter tido muitas vantagens materiais em associação com os judeus. No entanto, ele prosseguiu, dizendo: “As coisas que para mim eram ganhos, estas eu considerei perda por causa do Cristo. Ora, neste respeito, considero também, deveras, todas as coisas como perda, por causa do valor superior do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Por causa dele tenho aceito a perda de todas as coisas e as considero como uma porção de refugo, . . . a fim de conhecer a ele e o poder de sua ressurreição, e a participação nos seus sofrimentos, submetendo-me a uma morte semelhante à dele, para ver se de algum modo consigo alcançar a ressurreição a ocorrer mais cedo dentre os mortos.” (Filipenses 3:7-11) Essas palavras demonstram fé completa em Cristo Jesus e nas provisões feitas por Jeová Deus. É você como Paulo, não deixando sua vida ser dominada pelo desejo de obter destaque ou lucro material?

A Atitude Mental Correta

8. (a) Depois de já ter servido por muito tempo no ministério, o que disse Paulo sobre o seu alvo? (b) Como se podem aplicar em nosso caso as palavras de Paulo em 1 Coríntios 9:24-27?

⁸ Depois de Paulo ter servido a Deus já por décadas, podia ele afrouxar no seu empenho de alcançar o alvo? Ele escreveu aos filipenses: “Irmãos, não me considero ainda como o tendo obtido; mas há uma coisa a respeito disso: Esquecendo-me das coisas atrás e esticando-me para alcançar as coisas na frente, empenho-me para alcançar o alvo do prêmio da chamada para cima, da parte de Deus, por meio de Cristo Jesus.” (Filipenses 3:13, 14) Ele já havia estabelecido bons antecedentes no ministério cristão e suportado muitas coisas, e foi enquanto estava na prisão em Roma que escreveu essas palavras aos filipenses, mas o seu ministério ainda não havia terminado. Se havia de receber o prêmio disponível aos que serviam na congregação cristã do primeiro século, a saber, a “chamada para cima, da parte de Deus, por meio de Cristo Jesus”, então teria de continuar a se empenhar para alcançar seu alvo. Este é o conceito correto tido por todos os cristãos maduros, quer sua esperança seja a duma vida futura no céu, quer na terra. Cada um de nós fará bem em examinar a sua própria posição e seu modo de pensar, para ver se realmente aprecia o ministério de que fomos incumbidos sob o arranjo de Deus.

9. Que atitude mental madura podemos ter?

⁹ Paulo identifica o conceito cristão maduro, dizendo: “Tenhamos então esta atitude mental, tantos quantos formos maduros; e, se estiverdes mentalmente inclinados em outro sentido, Deus vos revelará a atitude indicada.” (Filipenses 3:15) A atitude cristã, madura, leva a bom êxito. Envolve seguir os passos de Cristo Jesus, que completou com pleno êxito o seu ministério terrestre designado. Jesus pôde orar a seu Pai: “Eu te tenho glorificado na terra, havendo terminado a obra que me deste para fazer. De modo que agora, Pai, glorifica-me junto de ti com a glória que eu tive junto de ti antes de haver o mundo.” — João 17:4, 5.

10. O que mais se pode dizer sobre a atitude mental exemplar de Cristo para com o serviço de Jeová?

¹⁰ Se havemos de agradar a Jeová Deus e assim receber o prêmio da vida eterna, temos de ter a mesma atitude mental que Cristo Jesus teve. Sabendo disso, Paulo apelou: “Mantende em vós esta atitude mental que houve também em Cristo Jesus, o qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus. Não, mas ele se esvaziou e assumiu a forma de escravo, vindo a ser na semelhança dos homens. Mais do que isso, quando se achou na feição de homem, humilhou-se e tornou-se obediente até à morte, sim, morte numa estaca de tortura. Por esta mesma razão, também, Deus o enalteceu a uma posição superior e lhe deu bondosamente o nome que está acima de todo outro nome.” (Filipenses 2:5-9) Que atitude maravilhosa a de Jesus! Podemos imitá-lo? Procurarmos fazer humildemente a vontade de Deus sempre resultará em bênçãos. Quando se cumpre uma tarefa, resulta disso um bem.

11. O que devem fazer os espiritualmente fortes e maduros?

¹¹ Em vista do que Paulo escreveu, alguns da congregação filipense evidentemente ainda tinham de se esforçar para alcançar a atitude cristã madura. Paulo tomou a iniciativa para animá-los e ajudá-los. Na maioria das atuais congregações há alguns que são mais fortes na fé e outros que têm alguma fraqueza. Os mais fortes, iguais a Paulo, deveriam animar os outros. Cristo Jesus fez muito para fortalecer os que tinham necessidades espirituais, dando aos cristãos um exemplo para seguir. “Nós, porém, os que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos que não são fortes, e não estar agradando a nós mesmos. Que cada um de nós agrade ao seu próximo naquilo que é bom para a edificação dele. Ora, o Deus que provê perseverança e consolo vos conceda terdes entre vós próprios a mesma atitude mental que Cristo Jesus teve, para que, de comum acordo, com uma só boca, glorifiqueis o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” — Romanos 15:1, 2, 5, 6.

12. Que conceito devemos ter sobre o prêmio que Deus proverá?

¹² Paulo, fortalecendo a fé dos romanos, salientou que “o dom dado por Deus é a vida eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor”. (Romanos 6:23) Também Jesus, durante o seu ministério, tinha muito a dizer sobre a vida eterna. Ela é uma recompensa maravilhosa que Deus oferece aos seus servos. Deus quer que seus servos mantenham os olhos fixos neste prêmio, porque isso os motiva a serem fiéis. Quando procedemos assim, mostramos forte fé nas suas promessas. Nas nossas reuniões cristãs temos a oportunidade de falar muitas vezes sobre a recompensa que Jeová dá aos fiéis.

Nosso Ministério Apesar de Dificuldades

13. Que papel desempenham as Escrituras para termos a atitude mental correta?

¹³ Mantermos o conceito ou a atitude mental corretos mostrará ser de valor inestimável ao cumprirmos o nosso ministério nestes últimos dias. Embora alguns talvez percam o amor que tinham no princípio, estejamos resolvidos que isso nunca aconteça conosco. As próprias Escrituras são de ajuda neste respeito. (Romanos 15:4) Pelo estudo delas obtemos esperança. É você profundamente grato a Jeová pelas Escrituras, que contêm muitas coisas registradas sobre servos fiéis de Jeová,tais como o apóstolo Paulo?

14. Como conservou Paulo sua atitude positiva em face de situações difíceis?

¹⁴ O que faríamos nós, se tivéssemos de passar por aquilo que Paulo menciona em 2 Coríntios 11:23-28? Por que é que Paulo não desistiu? Porque tinha seu alvo em mente. Nós talvez passemos por algumas coisas similares. No entanto, temos de continuar a empenhar-nos em alcançar nosso alvo do prêmio que Deus nos oferece. Quando Paulo escreveu aos filipenses, mostrou seu bom raciocínio por mencionar que estava em cadeias por causa da defesa das boas novas. (Filipenses 1:7, 16) Ele compreendia o motivo de se encontrar ali. Isto é importante, quando sofremos tal prova. Além disso, sabemos que Jeová pode usar-nos para dar um testemunho para o seu louvor.

15. (a) Por que precisava a congregação filipense de encorajamento, e o que lhe disse Paulo para edificá-la? (b) Qual fora a reação da congregação em Roma diante do encarceramento de Paulo?

¹⁵ Os filipenses passavam por algumas provas similares às de Paulo em Roma. Ele escreveu: “Pois tendes a mesma peleja como vistes no meu caso e como agora ouvis falar no meu caso.” (Filipenses 1:30) Em tal situação, Paulo podia escrever-lhes animadoramente. Ele disse que as boas novas haviam ficado conhecidas entre a Guarda Pretoriana. Evidentemente, a mensagem cristã havia até mesmo penetrado na própria família do imperador, tornando-se alguns dela cristãos dedicados. A congregação em Roma reagia bem a tal situação, não ficando desanimada, desencorajada ou amedrontada por Paulo estar na prisão. Antes, ela se atarefava na obra que Jeová queria que fosse feita, mostrando tanto mais coragem para falar a palavra de Deus com destemor. — Filipenses 1:12-14; 4:22.

16. O que precisamos fazer especialmente quando surge oposição?

¹⁶ Quando surge oposição, derivam-se grandes benefícios por se manter a unidade da congregação cristã. Paulo enfatizou a unidade e união. (Filipenses 1:27-2:4) Ocasiões assim requerem expressões mútuas de fé entre nós, para que não desistamos de nos empenhar em alcançar o alvo. É hora de mantermos uma atitude amorosa e humilde, e fazermos o bem uns aos outros, cuidando dos interesses uns dos outros. — Veja Filipenses 2:19-21.

Como Vencer Obstáculos

17. Por que não devemos desistir de empenhar-nos pelo alvo quando surgem problemas de saúde?

¹⁷ Um dos companheiros íntimos de Paulo era Epafrodito. Por causa da obra do Senhor chegara quase a morrer, mas não há nenhuma evidência de que seu problema de saúde o fizesse perder de vista o alvo à sua frente. (Filipenses 2:25-30) Em 2 Coríntios 12:7, Paulo mencionou sua própria experiência com “um espinho na carne”, possivelmente referindo-se a alguma dificuldade com os olhos. Ele orou para que ficasse livre disso, mas o seu pedido não foi concedido. Todavia, ter seu alvo em mente ajudou Paulo a continuar a empenhar-se por ele, apesar de quaisquer padecimentos físicos. Embora tivesse fraquezas, encontrou um meio para isso, com a ajuda de Cristo Jesus. — 2 Coríntios 12:9.

18. Como mostrava Paulo que tinha bom equilíbrio para com as coisas materiais?

¹⁸ A carta aos filipenses (Fil. 4:11-13) menciona também as necessidades da vida. Sofrer privações pode constituir uma prova para o cristão quanto a se deve desistir de empenhar-se em alcançar seu alvo. Ou adotará a atitude madura por lidar com o problema e ainda participar no ministério? (Veja Atos 18:1-4.) Quer Paulo estivesse reduzido em provisões, quer tivesse abundância, seu ministério vinha em primeiro lugar. Quando tinha abundância, não usava a ocasião para gastar muito tempo na busca de prazeres, mas continuava a empenhar-se em alcançar o alvo do prêmio.

19. O que nos aconselha fazer Filipenses 4:6, 7, quando precisamos de ajuda? Com que resultado?

¹⁹ Paulo não mencionou tudo pelo qual o cristão talvez passasse na vida. No entanto, quando surge algo que possa interferir no ministério, nós, como cristãos maduros, devemos recorrer a Jeová em oração, conforme é recomendado em Filipenses 4:6, 7. Jeová nos dará então paz mental, ajudando-nos a raciocinar de modo claro e ajudando-nos a superar os problemas, ao passo que continuamos sendo ministros fiéis. A oração ajuda-nos a mantermos a fé e a continuarmos no empenho pelo nosso alvo.

20. (a) Como somos animados pelos exemplos dos fiéis que são mais antigos na verdade? (b) O que devemos fazer? Por quê?

²⁰ Muitos dos que hoje se associam com as congregações já servem a Jeová por décadas. Todos eles passaram por provas no desempenho do seu ministério. Mas Jeová os ajudou, de modo que continuam a empenhar-se para alcançar o alvo do prêmio. Somos gratos a Jeová de que, nos tempos modernos, assim como no primeiro século, haja irmãos e irmãs que são exemplos de perseverança, fiéis no seu serviço do Reino, e que mantêm os olhos fixos no prêmio. Os mais jovens ou mais novos no “Caminho” tiram proveito de examinar a história do apóstolo Paulo ou dos servos fiéis na hodierna congregação, por ver como esses resolveram seus problemas. (Atos 9:2; Hebreus 13:7) Que cada um de nós aproveite toda oportunidade para nos animarmos uns aos outros, a fim de que possamos perseverar fielmente no serviço que empreendemos e empenhar-nos unidos para alcançar o alvo que Jeová pôs diante de nós. Procedendo assim, temos a perspectiva de servir a Jeová Deus para sempre, em associação feliz com os fiéis. — Filipenses 3:13-16.

Pontos a Ter em Mente

◻ Quais eram os antecedentes pessoais de Paulo e como os usou ele para animar seus irmãos?

◻ Como nos mostram os exemplos de Cristo Jesus qual é a atitude madura do cristão?

◻ Como podemos manifestar nossa unidade quando surge oposição?

◻ Por que temos de continuar a empenhar-nos para alcançar nosso alvo?

“Efetua plenamente o teu ministério”

“Eu te mando solenemente, perante Deus e Cristo Jesus, que está destinado a julgar os vivos e os mortos, . . . efetua plenamente o teu ministério.” — 2 TIMÓTEO 4:1, 5.

1. Qual era a relação entre Paulo e Timóteo?

QUANDO o apóstolo Paulo escreveu a sua segunda carta a Timóteo, ele já havia seguido seu alvo como ministro de Deus por uns 30 anos. Havia recebido muitas bênçãos de Jeová. (2 Timóteo 1:2) Paulo havia escolhido Timóteo para trabalhar com ele em associação íntima nas viagens, servindo as congregações. Eles haviam usufruído juntos muitos anos de experiências frutíferas. — Atos 16:1-5.

2. Qual é a significância das palavras de Paulo em 2 Timóteo 4:6-8?

² Chegara então o tempo de terminar o ministério de Paulo. Ele escreveu: “Já estou sendo derramado como oferta de bebida, e o tempo devido para o meu livramento é iminente. Tenho travado a luta excelente, tenho corrido até o fim da carreira, tenho observado a fé. Doravante me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, o justo juiz, me dará como recompensa naquele dia, contudo, não somente a mim, mas também a todos os que amaram a sua manifestação.” (2 Timóteo 4:6-8) Isso dava a entender que a morte de Paulo era iminente. Entende-se que Paulo morreu durante a perseguição movida por Nero, em 66 EC. Vendo-se confrontado com a morte, que pensamentos viriam à mente de Paulo? Talvez se perguntasse: Tenho feito bem o meu serviço? Tenho completado meu ministério com bom êxito? Sim, Paulo podia expressar sua convicção de que havia feito isso! Sua fé era muito forte, e ele confiava em que receberia o prêmio da chamada para cima. Quanta satisfação ele deve ter sentido por nunca se ter desviado da sua tarefa designada!

3. Antes da sua morte, que bem pôde Paulo fazer para Timóteo?

³ Paulo tinha ainda um pouco de tempo para realizar algo de bom. Antes de adormecer na morte, que bem podia Paulo fazer para Timóteo? Sob inspiração, ele deu conselhos importantes. Lemos os seus pensamentos e as suas palavras no livro de Segunda Timóteo. Estes são os últimos escritos dele nas Escrituras, que são também para nosso proveito.

4. Que exortação deu Paulo a Timóteo?

⁴ Timóteo ainda não havia terminado sua tarefa no ministério, de modo que Paulo escreveu: “Eu te mando solenemente, perante Deus e Cristo Jesus, que está destinado a julgar os vivos e os mortos, e pela sua manifestação e pelo seu reino: prega a palavra, ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa, repreende, adverte, exorta, com toda a longanimidade e arte de ensino. Pois haverá um período de tempo em que não suportarão o ensino salutar, porém, de acordo com os seus próprios desejos, acumularão para si instrutores para lhes fazerem cócegas nos ouvidos; e desviarão os seus ouvidos da verdade, ao passo que serão desviados para histórias falsas. Tu, porém, mantém os teus sentidos em todas as coisas, sofre o mal, faze a obra dum evangelizador, efetua plenamente o teu ministério.” — 2 Timóteo 4:1-5.

5. Por que é o conselho de Paulo de interesse especial para nós?

⁵ Este excelente conselho deve ter sido de considerável benefício para Timóteo; mas, será que nós também tiramos proveito dele? Estamos vivendo “nos últimos dias” sobre os quais Paulo escreveu. Muitos têm hoje ‘uma forma de devoção piedosa, mas mostram-se falsos para com o poder dela’. (2 Timóteo 3:1-5) Eles estão inclinados a escutar apenas os “instrutores” que lhes fazem cócegas nos ouvidos. No entanto, os verdadeiros cristãos, além de pregar a palavra num ambiente congregacional, têm a obrigação de pregar publicamente a todos, procurando aqueles que respondem favoravelmente à “palavra”. De modo que este conselho é hoje bem relevante para as testemunhas cristãs de Jeová.

Como Efetuar Plenamente o Ministério

6. (a) Por que devemos ‘pregar a palavra’? (b) Que benefícios derivamos de prestar atenção a como efetuamos o nosso ministério?

⁶ O ministério tem diversas facetas; são muitas as coisas que o ministro tem de fazer. Primeiro, Paulo mencionou: “Prega a palavra.” Esta é a palavra que Jeová decidiu revelar aos seus servos. É a palavra de verdade de que Jesus falou. Jeová faz com que se saiba qual é a sua mensagem para a humanidade em determinada época, usando suas testemunhas na terra para apresentar o Seu lado da questão. O modo de proceder de Jeová é divulgar a mensagem de aviso antes de agir. (2 Crônicas 36:15, 16; Isaías 42:9; 43:12; Jonas 3:2-4) Sua mensagem resultará em bem para os que a acatarem; estes conseguirão um lugar de segurança. Aqueles que não a acatarem terão de agüentar as conseqüências quando Jeová agir para executar seu julgamento. A responsabilidade disso recairá sobre eles mesmos. (Atos 20:20, 21, 26, 27) Mas, o proceder sábio para o ministro de Deus é: “Presta constante atenção a ti mesmo e ao teu ensino. Permanece nestas coisas, pois, por fazeres isso, salvarás tanto a ti mesmo como aos que te escutam.” — 1 Timóteo 4:16.

7. Por que é esta obra urgente, mesmo que as condições pareçam desfavoráveis?

⁷ A pregação é feita sob condições diversas, mas tem de prosseguir. “Ocupa-te nisso urgentemente, em época favorável, em época dificultosa”, escreveu Paulo. A mensagem pode significar vida para as pessoas. Portanto, não importa qual a situação em que o ministro fiel se encontre, ele encara a mensagem como urgente e encontra meios de divulgar a palavra, mesmo que surja alguma oposição à pregação. Podemos ver isso claramente no exemplo que Jesus deu e no registro do livro bíblico de Atos.

8. (a) O que poderá ajudar o ministro a pregar a palavra? (b) Por que pode a repreensão fazer parte do ministério?

⁸ Para pregar a palavra, quer dentro, quer fora da congregação, o ministro precisa estar familiarizado com a Palavra de Deus, precisa estudá-la. Precisa dedicar tempo ao estudo, à reflexão e à meditação, procurando entendê-la bem. A pregação precisa ser feita à base da familiaridade que se tem com os ensinos da verdade. Paulo disse a Tito que o superintendente precisa estar “apegando-se firmemente à palavra fiel com respeito à sua arte de ensino, para que possa tanto exortar pelo ensino que é salutar como repreender os que contradizem”. (Tito 1:9) A palavra de Deus serve de instrumento para repreender os que se afastam daquilo que Jeová requer, corrigindo o ofensor para o seu próprio bem. Tudo isso faz parte de se efetuar plenamente o ministério.

A Exortação É Necessária

9. Por que há necessidade da exortação cristã?

⁹ Às vezes é necessário advertir os que talvez não façam tudo o que deviam fazer ou aos quais faltam apreço e zelo pela adoração de Jeová. A exortação cristã é muito apreciada pelos que amam a Jeová. Eles se alegram de ouvir o que Jeová diz e consideram-no como abundante alimento espiritual. (Isaías 55:3; Hebreus 12:5, 6) Portanto, significa prestar um bom serviço aos nossos co-trabalhadores — e também àqueles que pendem para a adoração de Jeová — exortá-los com a Palavra de Deus. O próprio Paulo deu muitas exortações. — Romanos 15:30; 16:17; 1 Coríntios 1:10, 11; 1 Timóteo 4:13; 6:11, 12; Hebreus 10:24.

10. Por que requer longanimidade para se dar exortação?

¹⁰ O ministro dedicado precisa também saber cultivar os frutos do espírito de Deus. Talvez requeira muita paciência e perseverança para tentar exortar os que não aceitam isso prontamente. Alguns talvez até mesmo mostrem falta de apreço pelos esforços feitos para exortá-los e animá-los. No entanto, é algo que precisa ser feito, especialmente por todos os anciãos cristãos. Nisso entra a arte de ensino. Quanto mais se usa a Palavra de Jeová, mais hábil se fica no seu uso. Quando o instrutor chega a conhecer bem o estudante, ele deve ser capaz de fazer com que este entenda a informação. Paulo descreveu muito bem o método correto a usar, em 1 Tessalonicenses 5:14: “Exortamo-vos, irmãos: admoestai os desordeiros, falai consoladoramente às almas deprimidas, amparai os fracos, sede longânimes para com todos.”

Afaste-se dos Apóstatas

11. O que devemos fazer quanto aos apóstatas?

¹¹ Paulo queria que Timóteo pudesse manter seu equilíbrio ou os seus sentidos em todas as coisas. Não devia deixar-se ficar igual àqueles que não suportavam o ensino salutar e que desviavam seus ouvidos da verdade. O verdadeiro ministro de Deus não fica hoje excessivamente ansioso ou perturbado nas suas atividades, quando verifica que alguns se desviam da Palavra de Deus e do ensino salutar dela. Fomos avisados de antemão de que haveria apóstatas e aqueles que simplesmente gostam de que se lhes façam cócegas nos ouvidos. Conselhos assim como em 2 João 9-11; 1 Coríntios 5:11-13 e; 2 Timóteo 3:5 não admitem que se tenha associação com os que se desviam da verdade. Tampouco compramos os escritos deles ou os lemos. Há muitos outros que gostam de ouvir a verdade, e é com tais que mantemos nossa associação cristã. — 1 Timóteo 6:20, 21.

12. Por que adota o ministro cristão tal posição firme?

¹² Paulo aconselhou: “Os homens iníquos e os impostores passarão de mal a pior, desencaminhando e sendo desencaminhados.” (2 Timóteo 3:13) À luz deste aviso preventivo, o ministro cristão não acompanha a tais. Ele acata o bom conselho do apóstolo: “Tu, porém, continua nas coisas que aprendeste e ficaste persuadido a crer, sabendo de que pessoas as aprendeste e que desde a infância tens conhecido os escritos sagrados, que te podem fazer sábio para a salvação, por intermédio da fé em conexão com Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para endireitar as coisas, para disciplinar em justiça, a fim de que o homem de Deus seja plenamente competente, completamente equipado para toda boa obra.” (2 Timóteo 3:14-17) O estudo regular da Palavra de Deus é um verdadeiro benefício para os que procuram efetuar seu ministério.

Bênçãos Derivadas da Associação Cristã

13. Como foi de proveito para Timóteo trabalhar no ministério junto com Paulo, e que proveito podemos nos tirar disso?

¹³ Foi uma verdadeira bênção para Timóteo ter passado anos na companhia de Paulo, podendo observar como um ministro fiel e maduro de Deus se comporta. Paulo usou as próprias experiências deles como bom lembrete para Timóteo: “Tu seguiste de perto o meu caminho, meu proceder na vida, meu propósito, minha fé, minha longanimidade, meu amor, minha perseverança, minhas perseguições, meus sofrimentos, a sorte de coisa que me aconteceu em Antioquia, em Icônio, em Listra, a sorte de perseguição que agüentei; contudo, o Senhor me livrou de todos esses. De fato, todos os que desejarem viver com devoção piedosa em associação com Cristo Jesus também serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:10-12) Embora nós, hoje, não estejamos em contato direto com Paulo, o extenso registro do modo de proceder dele encontrado na Bíblia também pode ajudar a nós.

14. Por que temos de estar preparados para sofrer o mal?

¹⁴ Paulo mencionou suas perseguições e seus sofrimentos, e seu conselho para o ministro cristão é que esteja disposto a sofrer o mal. (2 Timóteo 4:5) Muitas vezes é necessário sofrermos alguma espécie de perseguição para efetuar plenamente o nosso ministério. É um privilégio manter a integridade sob prova e alegrar o coração de Jeová. (Provérbios 27:11) Disso pode resultar um testemunho para o louvor de Jeová!

A Obra do Evangelizador

15. Por que temos de participar na evangelização para efetuar plenamente o nosso ministério?

¹⁵ A evangelização ocupa uma boa parte do tempo do fiel ministro cristão. Jesus disse: “Em todas as nações têm de ser pregadas primeiro as boas novas.” (Marcos 13:10) Ele tornou claro que o fim não viria até que as boas novas tivessem sido pregadas suficientemente. Paulo teve o privilégio de compartilhar as boas novas com muitos crentes em todo o Império Romano. Isto resultou na formação de novas congregações e na designação de superintendentes. Estes, por sua vez, participavam com seus irmãos e irmãs cristãos na evangelização, levando assim a pregação a toda a parte. Grande parte da obra é feita assim como Paulo a descreveu, por “ensinar publicamente e de casa em casa”. (Atos 20:20) Obtiveram-se naquele tempo bons resultados e conseguem-se excelentes resultados hoje, quando a pregação cristã está sendo feita em todo o mundo. — João 14:12.

16. O que evidencia que muitos estão aplicando o conselho de Paulo em 2 Timóteo 4:5?

¹⁶ Muitos, com fé, aproveitam as oportunidades para ampliar suas atividades na obra de evangelização. Milhares destes ingressaram no campo missionário, e centenas de milhares participam em alguma forma de serviço de pioneiro. Em 205 terras, há agora mais de 2.650.000 servindo como evangelizadores, em mais de 46.000 congregações, e seu número está aumentando. Tais coisas maravilhosas são evidência de que os servos dedicados de Jeová tomam a peito a incumbência que Deus lhes deu e ‘efetuam plenamente’ o seu ministério.

A Efetuação da Obra

17. O que deseja Jeová ver que seus servos façam com respeito à obra de que os incumbiu hoje?

¹⁷ Jeová incumbiu seus ungidos dum ministério, e os da “grande multidão” trabalham lado a lado com eles. No capítulo 9 de Ezequiel, a obra é profeticamente comparada a se pôr um sinal na testa dos que suspiram e gemem. Sabemos à base desta profecia que chegará o tempo em que o homem com o tinteiro de secretário dirá: “Fiz exatamente como me ordenaste.” Jeová agrada-se dos seus servos quando fazem o que lhes ordena. — Ezequiel 9:4, 11; Gênesis 6:22; 1 Coríntios 4:2.

18, 19. Quais são algumas das maneiras em que você poderá agora aplicar a exortação de Paulo em 2 Timóteo 4:1-5?

¹⁸ Ao observarmos o desenvolvimento das condições mundiais em harmonia com as profecias a respeito destes últimos dias, não podemos deixar de sentir a urgência da obra de pregação que nos foi designada. Há vidas envolvidas. Está em andamento um ajuntamento, e Jeová o está apressando no tempo devido. (Isaías 60:22) Portanto, não importa qual seja a sua responsabilidade como servo dedicado de Jeová, desincumba-se dela para agradá-lo plenamente. (Colossenses 1:10; 3:23, 24) Lembre-se da obra de que foi incumbido e procure efetuá-la plenamente. Se estiver cuidando de alguns deveres no Salão do Reino, faça cabalmente o seu trabalho. Se lhe tiverem sido designadas atividades em conexão com um grupo de Estudo de Livro de Congregação, coopere intimamente com ele, e exortem-se e animem-se mutuamente. Se for pioneiro ou missionário, não deixe de trabalhar arduamente para alcançar seus alvos no serviço. — Romanos 12:6-9.

¹⁹ Poderá perguntar-se: Posso fazer algo mais para ajudar outros cristãos, especialmente os novos na congregação, para edificá-los? Se parte do seu ministério for ser ancião na congregação, conheça a aparência do “rebanho” e cuide bem de todos os associados com ele. Preste atenção, para que ninguém fique inativo ou infrutífero com respeito ao conhecimento exato de nosso Senhor Jesus Cristo. (2 Pedro 1:5-8) Acima de tudo, esteja atento ao que está fazendo na evangelização, a fim de ‘efetuar plenamente o seu ministério’.

Lembra-se?

◻ Qual era a situação de Paulo quando escreveu a Segunda a Timóteo?

◻ Por que é vital que se pregue a palavra?

◻ Por que é importante a exortação?

◻ Como se deve tratar os instrutores falsos?

◻ Por que é a evangelização tão importante hoje em dia?